quarta-feira, 12 de maio de 2010

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO SÉTIMO ANÃO



Pois é pessoal, depois de ontem, quando o Dunga resolveu liberar geral o que todo o povo brasileiro mais queria até então, ou seja, a lista dos convocados para a Copa da África do Sul.

Pensaram que o povo queria saber de transporte, escolas, qual a próxima comunidade a receber a UPP e depois o PAC. Vocês estão brincando não é? Parecem até o ET do post anterior.

Então, estão todos comentando e eu não vou ficar de fora dessa. Está todo mundo revoltadinho porque o sétimo anão não convocou fulano ou sicrano, mas vocês se esqueceram da copa passada? Bem que dizem que brasileiro tem memória curta. Bota memória curta nisso. Eu chamaria até de vaga lembrança.

Vamos refrescar as suas então. Para a copa da Alemanha nossa galerinha fez sua preparação em uma cidadezinha na Suíça chamada Weights. Foi uma festança, teve até invasão de loura no campo, imaginem nos quartos dos jogadores. Estavam todos sorridentes, animados com a conquista certa do Hexacampeonato.

Nos treinamentos as arquibancadas lotadas de brasileiros educadíssimos que antes filavam o café da manhã nos hotéis da cidade, sob os olhares espantados e incrédulos dos verdadeiros hospedes e empregados que nunca haviam presenciado tamanha demonstração de simpatia.

Era uma maravilha! Pelas ruas da cidade desfilavam baterias de escolas de samba, mulatas rebolando prá lá e prá cá (deixando os suíços loucos assim como suas esposas e namoradas), grupos fantasiados com a cara pintada e bandeiras na mão, etc. Tremendo circo. Tinha até feirinha para escambo de suvenirs.

Vieram os jogos da primeira fase (de grupos) que passamos aos trancos e barrancos. Nas oitavas jogamos mal, mas vencemos bem a seleção de Gana (3 x 0) e nossos jogadores foram felizes e saltitantes para as boates da cidade aguardar o próximo adversário.

Seria a França que havia nos eliminado no México em 1986 e em 1998 quando foram campeões em casa, em cima da gente.

E deu no que deu. Mais uma vez perdemos o título. E para quem?

Durante toda a campanha o famoso Futebol Brasileiro deu bolo. Foram várias as explicações dadas pelos integrantes da Comissão Técnica e sua gangue, mas eu acho é que o Futebol Brasileiro tava mais a fim é de dançar numas boates, beber umas cervejas alemãs e descobrir como era saboroso o chucrutes e as salsichas. Nada me faz pensar diferente. O resto é história para boi dormir. E boi é o que não falta aqui. He he he.

Foi aí, que alguém resolveu tentar moralizar a bagunça. Não foi a CBF, pois da forma como administra o futebol interno não teria capacidade para tanto. Com certeza a CBF foi o boi de piranha.

Em 24 de julho de 2006 o sétimo anão foi “eleito” Técnico da Seleção Brasileira de Futebol.

Execrado na Copa do Mundo de 1990, campeão na de 1994 e vice na de 1998, Dunga foi o escolhido.

Sua missão seria recuperar o patriotismo do país de chuteiras, recuperar a vontade dos jogadores em vestir a Amarelinha, imprimir um regime autoritário e a mais importante, expulsar o Futebol Brasileiro dos campos.

Durante os três anos seguintes o sétimo anão foi moldando time. Foi impondo seu ritmo e convicções. O time ia adquirindo um formato nunca visto. Entre vitórias incontestáveis e exibições pífias nosso futebol ia ficando quadrado, queixudo, com os cabelos espetados, em suma, a cara do sétimo anão.

A imprensa ia comentando, alguns gostando outros nem tanto, poucos não, mas eram poucos e mesmo que importantes, não eram ouvidos.

O sétimo anão vinha conquistando seus objetivos com maestria e peculiar simpatia.

Vencemos uma Copa América aqui, uma Copa das Confederações ali. Fomos os primeiros nas Eliminatórias e no geral um retrospecto de números invejáveis.

Mas a Dona CBF ainda não estava satisfeita, ainda havia naquele time um resquício do futebol brasileiro e, para piorar, pipocavam boatos do surgimento de uma molecada boa de bola, lá pelas bandas do litoral de São Paulo. E conforme os dias iam passando os boatos iam se tornando realidade.

Isso não poderia acontecer, o futebol brasileiro deveria ser exterminado definitivamente em nome de um cem número de futuros títulos. Mas a onda de resistência estava se tornando quase que insuportável até que sem outra opção em 11 de maio de 2010 o sétimo anão liberou a lista e dela não faziam parte Neymar, Ganso, Ronaldinho Gaucho, Adriano entre outros, ou seja, o sétimo anão conseguiu aniquilar o Futebol Brasileiro, pelo menos por dois meses e meio.

É ou não é coerente?

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