segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E FORAM 15 CENTÍMETROS DE NEVE

3º DIA À TARDE

A neve se mostra poderosa. Ávidos por condições melhores alguns se aventuram sob o risco da pouca visibilidade e forte neve. Os carros começam a ficar brancos assim como os peitoris das janelas, as mesas e demais itens que estão lá fora.

Pedimos duas pizzas, mais cervejas e continuamos pedindo por condições melhores.

Lá pelas 15:00 horas surgem no bar alguns dos malucos dizendo que as pistas já estavam bem melhores. Fomos para os quartos trocar de roupa e em minutos estávamos no lift em direção as pistas.

Esquiamos com uma certa cautela. As condições de visibilidade não eram boas, mas as pistas se mostravam mais dóceis, prevendo um dia seguinte maravilhoso.

Pistas fechadas, deliciosa sopa de galinha com pedaços de torradas no pós ski e o papo rolando com as imagens do dia seguinte.

La fora a neve caía cada vez mais forte, veja o filme.








Dormimos embalados pelo som das máquinas que preparam as pistas para o dia seguinte.

O sol sorria, o chão branco, o rápido café da manhã e pista. Céu azul turquesa emoldurava o dia (Foto abaixo).



As previsões eram de 10 cm de neve, mas pelo que vimos de mnhã caiu mais de 15 cm.

Não foi o melhor dia esquiando, mas pelas perspectivas anteriores hoje foi fantástico.



No pós ski sopa de abóbora com torradas.

Estamos, mais uma vez, no bar bebendo algumas cervejinhas e relembrando o dia.

domingo, 12 de setembro de 2010

DE LAKE-TAHOE À VALLE NEVADO, 7 CENTÍMETROS DE NEVE




Em fim chegamos. Foram três anos e meio de espera. Você deve imaginar o que é isso. Se realmente gosta de uma coisa e fica muito tempo sem fazê-la é muito ruim.

Pois bem, eu não sou diferente e esquiar é a minha paixão (estou falando de praticar esporte, pois minha paixão nos esportes é o Flamengo). E desde Lake Tahoe (um lindo lago da Califórnia, divisa com Nevada o que nos permite acessar os cassinos deste estado) que não sei o que é esquiar. Tecnicamente não foi muito bom, mas o fato de estar com meu casal de filhos, esquiando por treze dias não tem preço. Não nevava à quinze dias assim como durante os treze, portanto as condições não estavam as mil maravilhas.

Confesso que não é simples fazer uma viagem dessas, muitos sabem minha ojeriza por aviões. Tá bom! Vou ser honesto é pavor mesmo. Acho lindo aquele monstro levantando vôo ou aterrissando, mas se fosse para eu voar eu teria nascido com asas. É uma eterna luta interna. O desejo de esquiar contra o cagaço de voar e ainda bem que o primeiro sempre vence. Ele só perde para a falta de grana, o que tem acontecido com freqüência nos últimos anos.

Anteontem, 10 de setembro de 2010 estávamos a vinte e quatro horas em território Chileno. A cidade é limpa, o povo hospitaleiro, HONESTO, educado e PATRIOTA. Sim, carros, motos, prédios, lojas, estão muitos deles com as bandeiras do país desfraldadas aos quatro ventos. 16, 17, 18, 19 e 20 de setembro, são os dias em que se comemora a independência do Chile cuja data é 18.

Quase um ano de ansiedade e uns quinze dias me preparando para o vôo.

Este, foi maravilhoso, nenhuma turbulência mesmo considerando o fato que decolamos sob chuva. Nuvens era o que não faltava nos céus. Uma indesejada baldeação em São Paulo sem problemas e contrariando as palavras do Piloto que me fizeram tomar o primeiro e único Rivotril até agora, uma última perna da viagem bem tranqüila. Consegui ver os filmes sem sobre saltos.

Chegamos, a van que nos esperava nos levou ao hotel onde deixamos as coisas e partimos em busca de um lugar para comer. Almoçamos em um restaurante de carnes onde comemos frango grelhado, salada, arroz e “papas fritas” (batatas fritas). Fomos muito bem servidos e a comida estava muito boa. Bebemos refrigerantes, o pessoal não é muito adepto ao vinho, infelizmente.

Fomos em busca de lojas de equipamentos de esqui para comprar o que faltava para completar os nossos. Eu comprei uma calça, pois lembrei que não havia provado a que estava na mala. Ela estava guardada há mais de sete anos quando eu pesava bem menos que meus quase cem quilos atuais.

Foi uma tarde de compras, parecíamos mulheres vendo preço, escolhendo casacos, pranchas e botas de sknowboard, entre outros. Um saco! Realmente não fomos feitos para essas futilidades.

Não nevava há aproximadamente uma semana. Consultávamos com freqüência os sites específicos de clima que não traziam boas notícias. Mas não era isso que ia nos desanimar.

Passamos em um supermercado para comprar água, snacks e vinho nacional, para serem degustados nos pós esqui.

Com o tradicional banho tomado, abrimos a primeira garrafa de vinho enquanto aguardávamos a hora do jantar. Nos encontramos com os demais membros do grupo, totalizando doze pessoas. Jantamos no mesmo lugar. Estávamos muito cansados, era o mais perto e o objetivo da viagem é esquiar e não conhecer restaurantes e afins.

Dormi como há muito não fazia. O que umas férias não fazem com agente.

O micro-ônibus que nos trouxe para as montanhas chegou antes da hora, paramos para tomar café e seguimos viagem. Uma estrada desconfortável, mais de quarenta curvas fechadíssimas, muitas com cento e oitenta graus. O visual devia estar muito bonito, mas preferi tentar dormir. Consegui.

Chegamos, malas no lobby cheio de outros que como nós tentavam fazer o check-in. Uma zona! Uma hora de espera e de trâmites, mas nosso quarto não estava liberado. Deixamos as malas no guarda volumes e seguimos para alugar os equipamentos. Mais quarenta e cinco minutos e tudo pronto. Fomos para as montanhas em grupos separados. Eu e mais um descemos para pegar um lift que nos levaria a uma das pistas mais longas. A nevoa ia e vinha mostrando que o primeiro dia não seria dos melhores.

Saímos do lift e encontramos outros de nosso grupo. Iniciamos a descida. Fiquei atrás, pois seria minha primeira depois de três anos e meio e com equipamento diferente (deixei o meu em casa, só levei as botas), precisava me adaptar. Foram cem metros de insegurança até o primeiro tombo. Nada demais, consegui levantar, mas cai novamente em seguida. Minhas botas haviam se quebrado na primeira queda.

Nunca tinha visto isso! Uma bota comprada na Europa, de excelente qualidade, usada apenas em três temporadas quebrar desse jeito.

O grupo estava longe e a névoa me impedia de vê-los. Estava só. Levantei-me pela terceira vez e com muita calma iniciei a descida. Não foi difícil, consegui chegar em um lift onde fui informado que deveria subir, pois estava abaixo do nível do hotel. Deixei escapar que as botas estavam quebradas e não me deixaram seguir só. Esperei o Patrol por meia hora e seguimos esquiando.

Aluguei um par de botas. Sai da locadora e fui comer algo. Encontrei parte da turma, ficamos conversando e comendo (no meu caso, frango grelhado). Tentamos voltar para as pistas, mas a névoa continuava sendo cruel. Nosso quarto ainda não estava livre, só restou ficarmos no bar conversando.

Quarto livre e depois de desfazer a mala iniciei esse texto. Já estava escuro e os lifts provavelmente já estavam adormecidos cansados do constante vai e vem. Da janela tipo bay-window só vejo a lua em foram de “U” (sim, as nuvens se foram e isso não é bom) a silueta das montanhas e as máquinas com seus potentes faróis acariciam a neve preparando as pistas para amanhã.

Os três com quem estou dividindo o quarto cochilavam enquanto a hora de jantar não chegava.

O dia seguinte prometia ser ensolarado. Preferíamos que nevasse.

Aqui no quarto, pasmem, não tem wi-fi. Pode? Um hotel com essa estrutura não ter internet nos quartos? Uma vergonha! Só podemos acessar lá embaixo, no lobby.

2º DIA

Como vê, não consegui acesso a net nem no lobby, sem comentários.

Jantamos um macarrão safado estilo Spoleto piorado, como se fosse possível. Ficamos conversando até que fomos subindo cada um a seu tempo. A noite foi tranqüila.

Acordamos, café da manhã típico de hotel. Como é a tradição já estávamos de roupa para esquiar.

O dia meio ensolarado permitia boa visibilidade. As pistas prontas nos aguardando. A neve não estava o ideal, mas prevíamos um bom dia.

O atendente trouxe os esquis, mas não encontrava minhas botas. Deu-me dois pares parecidos que estavam apertados. Meia hora depois aparecem minhas botas alugadas, as quebradas permaneciam desaparecidas. Quando estava saindo, elas apareceram.

O dia, dentro das condições das pistas, foi ótimo. O nível técnico do pessoal é muito bom o que minimizou bastante as quedas. Mas eu não escapei de um tombo espetacular. Foi filmado e tentarei “linkar” aqui no post.

Após o almoço retornamos as pistas e em um dos acessos ao lift uma senhora reclamou alguma coisa de um dos nossos. Ele estava tentando entender o motivo quando o marido chegou chamando-o de “boludo” (viado). Confusão formada, outro dos nossos se alterou o cara não se fechou e a porrada estava para rolar. Intervimos e com certo custo conseguimos evitar a merda.

Até agora não sabemos o real motivo da confusão.

As pistas melhoraram um pouco e aproveitamos bem.

No jantar degustamos uma entrada de carpaccio de salmon, como prato principal um salmon assado com molho de alcaparras, acompanhado de um risoto ao fungui e torata musse de chocolate como sobremesa. EXCELENTE!!! Bebemos um bom vinho nacional.

3º DIA

Acordamos e a névoa forte mostrava que o dia não ia ser bom. A expectativa por neve fraca se confirmou durante o café da manhã. Visitamos algumas lojas do resort, mas os preços, mesmo com o desconto de 20% para hospedes, não são convidativos.

Estamos em um bar lotado, bebendo uma cervejinha, comendo anéis de lula empanadas, com bom acesso a internet, finalizando esse post para depois publicá-lo. O filme está no computador de quem filmou. Ele não está aqui. Então vai ficar para depois.

Enquanto isso, lá fora, a neve cai tímida deixando esperançosos os esquiadores, desejosos por pelo menos 7 centímetros de neve.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

COM MUITO PRAZER

Ela estava lá, desfilando charme com seu vestido branco com detalhes em rosa. Era uma festa muito bonita com tudo o que tinha direito. A decoração estava compatível com a idade, que não vamos revelar, pois ela não iria gostar. Buffet completíssimo cujos quitutes eram de botar água na boca de qualquer gourmet. As bebidas muito bem escolhidas para a ocasião.

O local, um dos mais tradicionais da cidade do Rio de Janeiro, bastante agradável não só pela vista proporcionada pela proximidade da Lagoa Rodrigo de Freitas como pelo clima ameno e ensolarado como a maioria das delicadas manhãs de outono.

Sua mãe estava nervosa e caminhava pra lá e pra cá verificando todos os detalhes da decoração. As bolas em branco e rosa, para combinar com o vestido da aniversariante, foram penduradas criteriosamente uma a uma a fim de ficarem harmoniosamente eqüidistantes.

A toalha da mesa principal, a do bolo, era branca com babados rosa em dois tons, estava impecavelmente passada e delicadamente disposta de maneira que a brisa a acariciasse fazendo sua barra decorada por lindos gatinhos brancos, balançar graciosamente.

Disposto no ponto mais nobre do espaço, o bolo de confeito branco com detalhes também em rosa era a peça mais importante da decoração. Encimado por uma obra artesanal de extremo bom gosto feita sobre tecido cujo motivo, pintado a mão, mostrava uma gata branca, provavelmente a mãe dos gatinhos, com feições alegres compatível com o evento.



Suellen recebia carinhosamente seus convidados, que traziam presentes de diversas cores e tamanhos, beijando-os um a um. Muito educada, dispunha de tempo equivalente para cada um deles sem distinção.

Igualmente bem trajados, todos em roupas de grife os convidados iam ocupando o espaço de forma ordenada sem grandes confusões.

Tudo corria as mil maravilhas, os convidados e seus responsáveis se serviam educadamente. A música de fundo tocava suave e quase imperceptível. O repertório fora escolhido criteriosamente a fim de não destoar do tom do evento.

Todos se divertiam, os assuntos abordados nas rodas que se formavam pareciam interessantes, pois não se via um único rosto insatisfeito.

Suellen revia as amigas freqüentes assim como aquelas que não via há algum tempo. Todas faziam comentários elogiosos e sinceros a graciosidade de seu traje.

Seus amigos, respeitosamente, sussurravam admirados de sua beleza deixando seu namorado lisonjeado.

E o tempo ia passando, os freqüentadores divertiam-se como nunca.

Tudo seria normal, uma festa de aniversário, bem servida, bem decorada, realizada em um lugar agradável, bem escolhido, com convidados alegres, em uma manhã de outono.

Sim, nada de mais, seria a coisa mais normal do mundo se não fosse por um detalhe. Um pequeno e insignificante detalhe. Nada que invalide a comemoração, afinal, aniversário é para ser comemorado mesmo.

Ao se comemorar um aniversário estamos valorizando o período de aprendizado, de crescimento, de construção da personalidade e índole do aniversariante, proporcionando um momento de convivência com amigos e parentes queridos, outros nem tanto ou simplesmente comemorando mais um ano.

Tudo mais que normal. E essa festa seria normal, como milhares de outras, mas não era. Não era simplesmente por ser o aniversario de uma cachorra.

Sim, no alto de seus quase vinte centímetros de altura, Suellen é uma cachorra. Uma Maltês branca e serelepe, assim como a maioria seus convivas.



Eu consigo entender o amor que se adquire por um cão ou outro animal de estimação. Eu tenho um e sei o quanto ele é importante. Dá um trabalho cão, mas é fiel, honesto e carinhoso. Eles estão sempre do nosso lado independente de nosso nível sócio econômico cultural. Nos recebem com alegria mesmo depois de dias de ausência e não exigem satisfações. Tudo isso em troca de carinho, uma tigela de ração e outra de água. E nem precisa ser fresca.

Concordo que a dedicação que têm com seus donos deve ser premiada sempre que possível, mas com ações que eles compreendam, utilizando a linguagem que eles estão acostumados. Um suculento osso, petiscos diversos, eventuais pequenos pedaços de salsicha de frango ou carne moída misturados em sua ração, etc. Até um passeio diferente dos que ele está acostumado é uma boa idéia, mas vesti-los com roupinhas engraçadinhas, chapeuzinhos e outros penduricalhos ridículos só servem para deixá-los inquietos e as vezes agressivos.

Isso é uma tremenda idiotice! Serve apenas para descarregar a frustração de seus donos devido a alguma rejeição, ou algo similar de seu passado escondido nas profundezas de seu subconsciente.

Ou seja, UM ABSURDO!!!

Cachorro é cachorro, independente de raça, cor, tamanho e sexo; e deve ser tratado como tal. Ele gosta de se sentir querido, adora carinho e uns bons tapinhas, mas também gosta quando impomos limites, quando não o deixamos nos puxar pela guia ao passear, quando não o deixamos passar pelos vãos de porta primeiro ou brigamos com a voz firme sem gritos, etc. O ideal seria lambê-lo de vez em quando, como eles fazem com a gente, ele ia adorar! Mas aí seria idiotice demais. Hehehe!!!

Resumindo, ele adora quando nos impomos como verdadeiros líderes da matilha ao qual ele respeita, obedece e venera, com prazer, MUITO PRAZER!!!