quinta-feira, 1 de setembro de 2016

UM BALANÇO ENTRE TANTOS OUTROS


Senhoras e Senhores, escassos leitores.

Cá estou!

Novamente, após algum tempo só urubuservando os acontecimentos desde a última postagem.

Foram dias movimentados com o andamento claudicante da Lava jato e suas investigações coirmãs além do natural jogo de empurra na (in)definição do impedimento de nossa, agora Ex Sra. Presidenta (ops!) da República, o aparente tranquilo início de mandato do governo chamado de Golpista e o circo há muito armado para fazer-nos esquecer da realidade de nossas eternas mazelas.

Não posso esquecer o, para ainda surpresa de poucos, possível envolvimento de nosso ex-operário, ex-presidente e ainda cachaceiro (dizem), nas falcatruas dos últimos 13 anos; ou mais.

Entre os alfarrábios gerados pelas últimas e contundentes delações premiadas surgiram entre as figurinhas carimbadas de sempre, nomes nunca dantes imaginados envolvidos. Temos entre os citados, pasmem, até um Ministro do STF. Aquele que, se não me engano mandou soltar meia dúzia de safados, na época recém condenados.

As peças do imenso e trabalhoso quebra-cabeça vão se encaixando e a imagem que vai se formando é indescritivelmente podre e fedorenta.

Ainda mais depois da forma como se deu o resultado do referido impedimento. Destituíram a Presidente, mas a deixaram se candidatar novamente. Assim ela permanece com foro privilegiado e abre brecha para que Eduardo Cunha se beneficie da mesma forma. Tudo isso, segundo os entendidos, contrariando a Constituição Federal e sob as vistas do Sr. Presidente do STF que presidia este “julgamento”.

Se assim for, foram mais de 8 meses gastos em vão, nessa palhaçada.

Que vergonha!

Pobre e rico país que sofre desde 1500 na mão de gerações e mais gerações de safados, sem vergonhas impunes em um extrativismo nunca visto.

E, há sete anos recebemos o que deveria ser um presente. O direito de sediar as Olimpíadas de 2016.

Lembro que a maioria dos brasileiros sentiu-se orgulhosa pela oportunidade enquanto a minoria entendia que não seria oportuno.

Eu tinha a convicção de que apesar da oportunidade impar não estávamos preparados para o feito. Até porque havia coisas mais importantes em que se gastar o tempo e dinheiro previstos, que seriam em muito superfaturados, mesmo com o suprimento de alguns itens como o que seria o 1º aquário de animais marinhos do país.

Itens vergonhosamente esquecidos pelos de pouca memória e grande capacidade de sambar, cantar e encher a cara...

As luxuosas preliminares trazidas na realização dos Jogos Pan-americanos de 2007 e da Copa de 2014 mostraram que eu não poderia pensar diferente. Foram dois exemplos de gastança, roubo, superfaturamento que, deixaram de legado enormes elefantes brancos a pastar grande parte de nossas riquezas.

Sem falar que esportivamente, os reais objetivos de cada evento (que estão longe de ser: “O importante é competir”), respectivamente, a conquista de medalhas e da taça, deixarem vergonhosamente de ser cumpridos por nossos atletas.

Na realidade nós montamos e mantivemos o play para os outros brincarem, se divertirem e saírem rindo de nossa cara levando todos os prêmios.


Começavam a vir à tona as primeiras denúncias no âmbito esportivo. Figurões da área foram presos, entre eles o Então Presidente da CBF. Isso fez com que o vice, borrado nas calças, deixasse de sair do país para cumprir agenda com medo de ser preso também. Maior confissão de crime não há e o safado permanece solto


E mais uma vez, voltamos a nossa vidinha de gado marcado e “feliz”; comendo pão velho, aguardando o próximo circo.

O tempo foi passando... e gol da Alemanha!

Boa parte das obras na Cidade Maravilhosa aliadas as inúmeras inconvenientes SUVs, tumultuava a vida dos cariocas divididos e dessa vez cabreiros com o que estava por vir.

Eu e outros estranhávamos que entre o sumiço de inúmeras e imensas vigas metálicas do viaduto da Perimetral e os inúmeros e imensos canteiros de obras espalhados pela cidade, apesar da conhecida e já bolorenta cupidez de nossos políticos e empreiteiros e os até então passos bem sucedidos dos Exmos. Srs. Drs. Joaquim Barbosa e Sérgio Moro; nada se falava. Parecia que no caso específico dessas obras, estávamos em outro país.


O tempo foi passando... e gol da Alemanha!

O mundo mostrava-se mais violento na ação de terroristas intangíveis amedrontando aqueles que acreditavam que a neutralidade do Brasil tinha um limite e que o cenário que estava sendo armado para 2016 seria ideal para a comprovação.

Não estava só neste sentimento e por ele estava triste. Tínhamos certeza de que seria mais uma oportunidade de evolução perdida na mão dos mesmos; normal, mas a possibilidade de uma tragédia era muito. Mesmo para quem já estava acostumado com as constantes chibatadas que a história socioeconômica vinha esculpindo nosso lombo, desde as travessuras de nosso John Walker, Pero Vaz de Caminha, com a índia Potira, a bisavó de Tainá.

O tempo foi passando... e gol da Alemanha!

O país mostrava ao mundo mais de nossas mazelas, que mesmo há muito escaldado pela nossa esperteza, ficou estarrecido ao conhecer o tamanho de nossa incapacidade de gerir.

Conseguimos quebrar a maior de nossas empresas e com ela outras não menos conhecidas ainda caminham ao mesmo destino.

O tempo foi passando... e gol da Alemanha!

A maior potência do mundo continuava sua guerra contra todos na busca de petróleo, enquanto iniciava sua principal campanha eleitoral.

A Chanceler ou seria Chancelera?) da Alemanha colocava a Grécia de castigo e elevava seu país à líder inconteste do continente.

E por falar nisso... gol da Alemanha!

Enfim, faltavam 100 dias para o início de mais um circo. Os tolos se animavam cada vez mais. Pareciam cães ao ver se aproximarem cadelas no cio. A mídia começava a esquecer do mundo, literalmente, e intensificava o processo de venda de seus produtos à havida matilha, aumentando o número de canais.

Tal lavagem fazia dos tolos cada vez mais tolos ao esquecerem a origem, destino e paradeiro de cada centavo fruto única e exclusivamente de sua labuta.

Estavam como macaquinhos, cegos surdos e mudos, para o mais velho e bem sucedido plano de roubo impune já (des)conhecido na milenar e amoral história da humanidade.

Simples...

O tolo trabalha e paga impostos, parte dos quais, destinados às obras de um evento em que ele vai pagar para assistir.

O cara paga duas vezes pela mesma coisa e ainda sai rindo, cantando e sambando. Isso quando não se aborrece pelo resultado ou qualidade do evento.

E os que ficam com a melhor parte dessa bitributação permanecem impunes desde Cabral, o português.

E todos ficam felizes para sempre...

Não existe golpe mais inteligente. Concorda?

A cada atentado que acontecia na Europa aumentava a preocupação de alguns, eu inclusive. Por conhecer nossa natural incapacidade de gerir qualquer coisa, incluindo segurança, eu sucumbi ao medo e decidi passar ao largo de qualquer competição.

Com acessos novos, reluzentes e exclusivos à Família Olímpica, o evento teve início.


As estreias de nossos times feminino e masculino de futebol foram antagônicas.

A cerimônia de abertura foi uma agradável surpresa, apesar da interpretação do Hino Nacional que deveria ser mais pomposa e retumbante. Tocado ao violão, mesmo que por Paulinho da Viola, é um desmerecimento a uma música tão bonita.

A pira olímpica emoldurada pela belíssima escultura móvel de Anthony Howe não deixou de ser o ápice da festa, mas teve severa concorrência em diversos momentos.


Os jogos seguiam e eu via pela televisão, com uma ponta de frustração, o que o tempo permitia.

Uma oportunidade impar me deixou percorrer o trajeto entre a Tijuca e o Centro Olímpico, na Barra da Tijuca confortavelmente, sem percalços e em pouco mais de uma hora. Em Ipanema fiz a transferência para a bela e novíssima Linha 4 do Metrô e no início da Barra outra para o BRT. Eram muitas pessoas, mas tudo fluía tranquilamente.

No Centro Olímpico, as bonitas arenas estavam cheias e o imenso espaço entre elas, destinado ao lazer e praça de alimentação, só pecava pela ausência de árvores; o que para um país tropical e dono (?) da maior reserva florestal do mundo, é um furo enorme! Sorte que estava nublado.

Não pude conhecer todas as arenas e entendo que poderia haver uma maneira de isso acontecer, mesmo que para os sem ingresso. Algo como fazem com a Estátua da Liberdade em Nova York onde você entra, sobe, desce e sai; sem parar. Não sei se seria viável, mas seria interessante. Com certeza ia ter um espertinho a tentar burlar a segurança para assistir ao jogo... normal Faz parte do DNA.

Já sem o receio inicial, visitei as areias de Copacabana e poucas casas típicas e achei tudo ótimo! A atmosfera de alegria era contagiante; parecia que estávamos em outro país. Tudo limpo, bem cuidado, as pessoas educadas e solícitas, não jogavam lixo no chão; quase um paraíso.

Vi muitos jogos pela televisão e a empolgação da torcida, mesmo quando cantavam aquela musiquinha piegas que diz que o cara é brasileiro com muito orgulho e amor, era contagiante.

Fico imaginando se isso realmente fosse verdade...

Seríamos outro povo e consequentemente outro país e bem melhor, com certeza.

E quando cantavam o Hino Nacional? Em pé, peito estufado, mão no coração... Eu ria por dentro de tanta falsidade. No esporte são patriotas, no dia a dia da vida um bando de espertos, sem educação, sem civilidade ou censo de coletividade.

Quando podia fugia das transmissões da Vênus Prateada, os medalhões de sempre há muito deixaram de narrar os jogos e ficam conversando abobrinhas com os comentaristas. Não é raro perderem lances importantes do jogo. A falta de profissionalismo passava do limite no choro de cada rara medalha ganha. Parecia que eles é que tinham feito todo o esforço da conquista.

Não sou expert em quase nada, muito menos esportes, apesar de gostar muito, mas vou me arriscar e tecer alguns comentários, sem entrar em detalhes.

Parabenizo de pé o esforço de cada atleta que, conquistando ou não medalhas, mostraram que é possível. A maioria deles chegou aonde chegou sem apoio, sem estrutura, com sacrifício próprio, de familiares e/ou amigos. Os medalhados, a maioria desconhecidos de origem humilde, que nunca haviam sido convidados para nada, nem para o cafezinho com o Escobar, cansaram de dar entrevistas, assustados com tanto assédio.


Esses sim, os verdadeiros heróis...

A canoagem, digo, o rapaz da canoagem, proporcionalmente conquistou mais medalhas que o país. E o rapaz do salto com vara fez o inesperado assim como a “favelada” do judô.

As claudicantes seleções masculinas de futebol e vôlei conquistaram cada uma sua esperada medalha de ouro. No caso do futebol enfim a 1ª na história. Sem desmerecer Neymar e seus meninos, mas a ausência de Messi ajudou bastante. Nem vou falar da “dificuldade” de uma semifinal contra a “tradicional” Honduras...

As meninas das seleções de vôlei, handebol e futebol começaram muito bem. Chegaram a ultrapassar os rapazes nos corações do torcedor, mas a tradicional inconstância emocional do brasileiro as fez sucumbir inesperadamente e nem perto de uma medalha chegaram.

As surpreendentes seleções masculinas de handebol e polo aquático chegaram além do esperado. Parabéns!

A natação junto com o atletismo, a vela, o judô e o vôlei de praia, mesmo com as medalhas brilhantemente conquistadas, foram, a meu ver, a decepção. É público e notório que esperávamos mais desses esportes.

A ginástica também trouxe medalhas inéditas e boas perspectivas para o futuro, mas a prata do Zanetti...

Os demais esportes tiveram o desempenho de sempre.

Resumindo, nosso desempenho, enaltecido pelos figurões e papagaios de pirata de plantão, elevou-nos a 13ª colocação (7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes). Uma evolução em relação ao 22º lugar na Olimpíada anterior (3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes), mas não deixa de ser pífio se considerarmos que o play era nosso, mas fomos os recordistas em últimos lugares (isso ninguém fala). Sem falar que somos mais de 200 milhões o que, com certeza, se bem nutridos, com saúde e estruturados teríamos bem mais atletas de alto nível do que essa meia dúzia de esforçados sobreviventes.

Talvez a situação melhore com a inclusão do surf em Tóquio 2020.

Rsrsrs!

Foram 16 dias de histórias. Belas histórias! Vitórias esperadas, outras brilhantes, sofridas derrotas outras, merecidas.

Dezesseis dias em que o mundo não existiu. Os telejornais só falavam dos jogos que seguiam vibrantes aos pés de Usain Bolt e braçadas de Michael Phelps (que juntos conquistaram mais medalhas que nós em toda nossa história olímpica, não se esqueçam, somos 200 milhões); enquanto a realidade caminhava mundo a fora. Pessoas morreram nas guerras, nos atentados, ou de fome ou ainda nas filas dos hospitais abarrotados. As escolas e universidades em greve, ou seja, normal...

As ruas quase que totalmente seguras faziam nos pensar que estávamos em país de povo civilizado.

Enquanto passeava com meu cão ou dirigia, me perguntava:

“Onde foram parar os flanelinhas?”

“Onde foram parar os pedintes e malabaristas?”

“Onde foram parar os mendigos com suas crianças abandonadas no colo?”

“Onde foram parar os pequenos vendedores de amendoins e balas?”

“Onde foi parar toda a sujeira que depositamos nas ruas e calçadas em vez da lata de lixo?”

Os pequenos punguistas quase que sócios atletas do Largo da Carioca desapareceram como que num passe de mágica...

Todos itens tão frequentes membros, há muito naturais de nosso cenário urbano.

E nova pergunta se formava em meus pensamentos:

“Por que não é sempre assim? O que nos falta para que esse cenário seja uma constante e não apenas em consequência de um mega evento?”

Os órgãos responsáveis pela segurança mostraram uma eficiência nunca vista, no caso do nadador americano Ryan Lochte. Eficiência de dar inveja aos pequenos ladrões de galinhas há séculos enjaulados em penitenciárias de segurança máxima enquanto gatunos profissionais de colarinhos brancos e cuecas elásticas desfilam por aí com suas tornozeleiras eletrônicas.

Não tenho dúvidas que o que falta a todos nós brasileiros, Povindemerda, é vergonha na cara.

Lembro que estão incluídos nesse rol que chamo carinhosamente de Povindemerda, os políticos, empreiteiros, empresários, profissionais liberais, brancos, pretos, amarelos, azuis, roxos, etc. que tenham feito algo prejudicial ao bom andamento da moral, civilidade e bons costumes... da ordem e do progresso desse imenso, belo e rico país.

As olímpiadas mostraram um brasileiro civilizado o que indica que é possível, mas nossa índole não permite. Nosso extinto de ter que levar vantagem em tudo, nossa esperteza muito bem traduzida no mundialmente conhecido Jeitinho Brasileiro são soberanos.

Não meus escassos leitores, não se trata de complexo de vira-latas, até porque essa “semi-raça” de cães é uma das mais nobres e que os cães, independente de raça são extremamente superiores em caráter, desapego e amor; a nós humanos.

Mas o circo ainda não foi embora. Ainda temos a Paraolimpíadas onde nossos heróis, mais uma vez farão o possível e o impossível para um resultado honroso.

O legado?

Confesso que estava reticente, mas não posso negar que mesmo não sendo ideal, ganhamos arenas, parques, bulevares, Veículos LENTOS Sobre Trilhos, ampliação do metrô e BRT (mesmo que projetos atrasados ha mais de 20 anos), além de longas e “seguras” ciclovias que serão usadas por poucos, apenas nos feriados e fins de semana, pois somos um país tropical, quente o suficiente para que os engravatados ou não nem pensem em deixar suas enormes, beberronas e inconvenientes SUVs na garagem para pedalar até o trabalho ao ar livre sob o risco de serem atropelados pelos que pouco respeitam as leis de trânsito.

Gostei muito do que vi e do que senti, mas sinceramente, não sei mensurar se o saldo é positivo ou não. Preciso saber o custo real disso tudo e ainda saber se esse custo não poderia proporcionar a cidade mais para a saúde e educação também.

Que passe o tempo para que as informações esclarecedoras venham à tona e que se arme o novo circo logo, pois já estou com saudades de me sentir um cidadão cercado de iguais civilizados.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

TÂMARAS


Prezados e escassos leitores,

Após esses três últimos textos tenho recebido diversas críticas. Tudo bem quando são construtivas e, mesmo que não, estamos em uma democracia e todos têm o direito de se expressar, desde que com educação, respeitando o meu espaço, minha integridade moral e física.

Mas o que tem me deixado apreensivo, não são as críticas e nem de onde vêm. São desconhecidos, conhecidos, amigos ou mais. O que tem me deixado triste é a forma. Alguns chegam a me chamar de fascista ou reaça.

Das duas uma ou não sei escrever (o que é bastante possível) ou meus críticos não entendem o que escrevo.

Leio e releio meus textos durante e depois que escrevo e tirando algumas pouquíssimas palavras, me parecem bastante claros e objetivos. Dirão vocês e principalmente os críticos:

“Claro, é você que está escrevendo!”

Mas eu tenho que partir pelo menos de um critério e, tentando ser o mais justo possível, vou partir de dois interdependentes:

Que eu não sei escrever e por isso meus críticos não conseguem entender.

É a velha história do biscoito que vende mais porque é mais fresquinho...

Mas há os que aprovam, apoiam e até compartilham minhas palavras. Aí eu vejo que não escrevo tão mal assim e concluo que meus críticos não me entendem. E como toda unanimidade é burra eu fico tranquilo. Mas, mesmo assim, vou tentar ser mais claro em minhas ideias para ver se consigo angariar mais alguns simpatizantes.

Como se fosse possível, considero-me um “Democratasociocapitalista de direita”:

- Democrata porque acredito que todos têm o direito de se expressar, desde que, educadamente e respeitando a integridade física e moral do outro. Que as decisões devem ser tomadas, sempre que possível, em prol da maioria e levando em consideração que não se deve fazer ao outro o que não gostaríamos que fizessem conosco.


Foi assim que anos antes de Cristo os gregos criaram a democracia e mesmo após tanto tempo ainda não sabemos como aplica-la.

- Socialista porque acredito que todos devem ter as mesmas oportunidades e condições de infraestrutura, educação, alimentação, saúde, habitação e segurança.

- Capitalista porque, considerando que se os dois itens acima forem atendidos, acredito que o resultado de alguém deve ser proporcional ao seu esforço. Portanto, se você se preparou melhor, trabalhou mais e/ou foi mais inteligente (não esperto, há uma tênue, mas importante diferença, ok?) seu resultado e consequentemente seu poder econômico devem ser superiores aos daqueles que não foram tão eficientes.


E, o mais importante, se o dinheiro é seu e foi ganho honestamente, você tem todo o direito de fazer o que quiser, desde que respeitando os itens anteriores e ninguém tem porranenhuma a ver com isso.

Claro que há o fator sorte, mas se pensarmos bem esse fator não é tão aleatório assim. Mas isto é outra história, deixemos para outra oportunidade.

- De direita, é que gosto de ordem. Bagunça só no Carnaval e estádios de futebol, mas sem violência, ok?

Minha certeza é que não seriam necessárias grades nos prédios, pois quem estaria enjaulado seriam os verdadeiros bandidos. Você poderia atravessar os sinais de trânsito tranquilamente porque os animais que hoje ficam acelerando ou avançam estes sinais, por estar claro que não podem viver em sociedade, estariam todos enjaulados.  As filas seriam poucas ou quase não existiriam porque os vagabundos que as criam com sua preguiça e pouca vergonha, estariam enjaulados. O cidadão de bem poderia ir aos estádios ver seu time do coração tranquilamente porque os baderneiros e brigões estariam enjaulados como devem ficar os animais.

E assim por diante.

Haja cadeia!

Levando o exposto em consideração, voltemos no tempo e vamos rever um pouco de nossa história. Aqui, novamente tenho que obedecer a um critério e este é que vou ter que generalizar, se não esse texto vai ficar longo e chato. Portanto, saibam que sei que em tudo há exceções e como tais devem ser tratadas.

Certo?

Antes de nosso primeiro Cabral os índios, mesmo que valentes, hábeis e destemidos, por viverem em terras tropicais não tinham muitas preocupações para sua subsistência. A caça e pesca eram abundantes, a mandioca idem assim como tudo mais que a natureza oferecia. O Clima era quase sempre quente o que permitia viverem desnudos, não sendo necessárias grandes migrações.


A falta de desafios tornava seu desenvolvimento lento.

Vieram os portugueses que com sua ganância baixaram a porrada nos índios e como não conseguiram escravizá-los trouxeram os africanos para trabalhar por eles.

Iniciou-se o extrativismo que mina nossas riquezas até os dias de hoje. Levaram nosso ouro, o Pau Brasil, a borracha, derrubaram nossas matas e com isso quase dizimaram nossa fauna. Mas o Brasil é um país rico, eu diria o mais rico do planeta, pois como bem disse nosso John Walker, Pero Vaz de Caminha:

“(...)Nessa terra tudo o que se planta dá!(...)”

Temos excelente clima, petróleo, minério de ferro, pedras preciosas e semipreciosas, nossas matas são únicas assim como nossa fauna e a biodiversidade é impar. Não há dúvida para mim que o Brasil é sim o mais rico do planeta.

Com Dom Pedro II fomos a segunda nação a utilizar o telefone, nossas primeiras ferrovias foram construídas, foi criado o hoje Instituto Nacional de Propriedade industrial - INPI entre outros.


Uma guerra contra o Paraguai aqui, outra contra os holandeses acolá, mas nada que contribuísse com a elevação de nosso patriotismo e caráter.

Depois disso, vivemos séculos de extrativismo, roubalheiras, nepotismos e falsas histórias. Nosso Rei chegou fugido com as calças borradas com medo de Napoleão, nossa independência foi no grito, a República proclamada por um moribundo, etc.

Nos anos 50 Juscelino Kubitschek construiu Brasília (só Deus sabe a que custo) e iniciou nossa tardia revolução industrial. Surgiram as primeiras montadoras e outras indústrias iniciaram suas atividades. Ele entrou, não se produzia botões para camisas, ele saiu e produzíamos navios e até aviões.


Vivemos umas duas ou três ditaduras, intercaladas por alguns governos meia boca onde a roubalheira era o objetivo principal fazendo o extrativismo perene.

Surgiram e morreram os Caras Pintadas, mas deixaram legado razoável: as Eleições Diretas. Nada relevante já que as opções a se votar eram as mesmas que antes.

Ledo engano.

Depois de surrupiar a grana dos brasileiros, dizem que por querer roubar sozinho, Fernando Collor, o Caçador de Marajás, foi impedido de governar.

A inflação era absurda quando o governo Fernando Henrique Cardoso conseguiu certa estabilidade, algumas controversas privatizações e poucas, mas importantes medidas sociais foram implementadas. O País rumava para um futuro promissor. Ao passo de cágado, mas seguia em frente, enquanto no resto do mundo pipocavam diversas crises econômicas.

Internamente o governo sofria uma oposição ferrenha, principalmente dos partidos de esquerda liderados pelo Partido dos trabalhadores. O poder aquisitivo das pessoas aumentava lentamente, mas outras necessidades ainda precisavam ser providenciadas.

Aos trancos e barrancos estávamos caminhando.

Dois mandatos se foram a economia estabilizada e o país, mais uma vez, pronto para assumir seu verdadeiro lugar no mundo. Não afirmo que o continuísmo iria nos fazer alcançar essa meta, mas o terreno estava semeado.


Vieram os primeiros quatro anos do inédito mandato do fanfarrão Partido dos Trabalhadores. O grosso das medidas econômicas do governo anterior foram mantidas, projetos sociais ampliados e a até então esquecida indústria naval foi revivida tendo a Petrobras como principal cliente com suas várias plataformas, navios de transporte e de serviços.

Se no mar a petrolífera iniciava um significativo processo de crescimento, em terra não era diferente, algumas instalações eram revitalizadas, outras ampliadas e novas construídas. E não parava por aí, novos poços foram descobertos e o pré-sal tornou-se viável nos fazendo autossuficientes (?).

O dinheiro da Petrobras era o lastro do pseudo crescimento. Seus diversos projetos alimentavam os índices de emprego e a economia ia de vento em popa.

Essa grana juntava-se aos sempre crescentes impostos pagos e alimentavam também os Projetos Sociais. A Proliferação de Bolsas Assistencialistas junto com a baixa dos juros propiciou um crescimento interno, pois mais podiam consumir, mesmo que em 10 prestações sem juros, sendo a primeira depois do Carnaval.

Carnaval, o eterno marco de nossa história.

PQP!

A popularidade do PT cresceu e nosso presidente tornou-se O Cara em esfera mundial.

Tudo ia bem, o conceito das medidas sociais e de crescimento econômico eram excelentes, como sempre.

Mas a farra acabaria sendo descoberta e, posso estar errado, mas tudo começou com a multiplicação das Bolsas Assistencialistas, pois os espertos não queriam mais trabalhar, só queriam mamar as custas da Nação, como seus eleitos sempre fizeram. Estava implementada a tão sonhada divisão de renda. Com isso institucionalizou-se a roubalheira e a vagabundagem. Agora ela não era mais privilégio só dos poderosos. Passou-se a roubar em todos os níveis socioeconômicos deste país. Desde míseros centavos nos trocos das compras, passando pela economia informal, as Ongs, pelas já citadas Bolsas Assistencialistas chegando aos altos escalões de todas as áreas.

“Ora! Se eles lá em cima roubam eu posso roubar aqui em baixo também!”

“Nunca em tão pouco tempo roubou-se tanto neste país!”

Não precisou mais do que três mandatos para surgir a tona a Farra dos Anões da Previdência, o Mensalão, o Petrolão, etc.

E muitos outros estão por vir, podem esperar.

Grandes empresários foram enjaulados e a expectativa é de que, se tudo correr corretamente muitos políticos graúdos ou não serão condenados e presos. Faltará jaula.

Como veem, nossa história de extrativismo irresponsável é repleta e tudo acontecendo sob as barbas de nosso povo frouxo que nunca nada fez para evitar.

Ok, uma inconfidência aqui, uma revoluçãozinha alí, uma passeata em prol de mudanças acolá, mas os safados permaneciam os mesmos. Só mudavam de lado.

E a ideologia ó! Que se foda!

Desde 1500 a situação permanece.

Não posso negar que somos um povo muito criativo. Tivemos diversas verbas destinadas a minimizar os impactos da seca no Nordeste - SUDENE, ou para melhorar as condições da região Norte - SUDAN, investimentos em excelentes Projetos para a educação, como o Crédito Educacional, os CIACs, CIEPES, PROUNIs e sei lá mais o que. Fantásticos Projetos para a melhoria do sistema de saúde, tais como postos avançados, UPAS entre outros, a grande quantidade de obras de melhorias do nosso sistema habitacional como BNH, financiamento da CEF e Minha Casa Minha Vida ou de melhoria de nossa infraestrutura, etc. Todos Projetos excelentes no conceito e que se implementados de forma correta com certeza já teríamos alcançado nossa eterna meta de ser a maior potência do planeta.

Entretanto, todos esses e outros projetos foram deturpados durante suas implementações. Superfaturamento de obras, a existência de cartéis de empreiteiras e fornecedores, o próprio sumiço de verbas, desperdícios, etc. corroboraram com a falência de cada um deles.

Não consigo vislumbrar nada neste país que para funcionar não precise de um jeitinho, do pagamento de uma taxa de urgência ou de vencer uma burocracia absurda criada para que se vendam a facilidade de transpô-la.


É uma vergonha!

E tudo sob nosso consentimento.

“Como assim, Geraldo?”

Ora meus caros e escassos leitores, não precisa mais do que o famoso e desbotado mantra de que: “No Brasil tudo acaba em pizza!” para explicar.

Nós sabemos que as pizzas virão e sempre as comeremos...

Nossos governantes e técnicos sabem dos problemas, conhecem as soluções, mas seu caráter amoral não os permite resolvê-los de verdade. Medidas anódinas são tomadas apenas para inglês ver e a ideologia que todos enchem o peito para “defender” não passa de historinha pra boi dormir e enganar trouxa.

A ideologia dessa corja está na profundidade de seus bolsos ou elasticidade de suas cuecas.

Estando nossa História esclarecida de forma genérica e sendo a maioria do exposto verdade, não posso acreditar que mais medidas paliativas irão solucionar nossos problemas.

Não tenho e não preciso de mais 1500 anos do mesmo para ver que, se continuarmos nesse passo de lesma, trocando seis por meia dúzia não chegaremos a lugar nenhum.

É esse pensamento que me faz chamar carinhosamente o povo brasileiro de povindemerda, pois não consigo entender como ao menos os 4% deles que têm condições de discernir (onde acredito e espero, estão muitos de meus críticos) não percebem isso.

Não vejo outra maneira a não ser um choque de ordem para colocar as coisas nos eixos. Muitos precisam ser identificados, julgados, presos e banidos da vida pública do país. Não será necessário excessos, paus de arara e afins para identificar e após os devidos trâmites legais, enjaulá-los eternamente junto com os bandidos, ladrões, traficantes e assassinos que eles criaram com suas ações.

Não estou falando só de poderosos, estou falando de todos os que de alguma forma, direta ou indiretamente contribuíram para que a situação chegasse aonde chegou.

Hoje temos uma grande chance se as operações da Lava Jato continuarem contundentes, isentas de pressões e que suas consequências sejam mantidas doa a quem doer, independente de raça, cor, religião, time de futebol, partido político ou ideologia.

Não acho que o Impeachment de nossa Presidenta, ops! Desculpem, Presidente, seja a solução, pois sabemos que sem uma grande mudança, quem virá depois, também não é flor que se cheire, mas não podemos deixar as coisas como estão, pois como estão já sabemos o resultado.

Algo deve ser feito para mudar!

Não é porque os do passado roubaram e não foram punidos que vamos perdoar quem ainda rouba. Temos que dar um basta nessa zona toda e se o Impedimento desta senhora é a opção que a Constituição nos oferece, agora, e é mais um degrau, vamos a ele.

Mas não podemos ficar só nele, é preciso avançar, caçar as bruxas sim, sejam do PT, PDT, PCB, PP, PV, PSDB e da PQP! E alijá-las definitivamente de qualquer tipo de convívio com a sociedade que labuta e paga impostos honestamente.

Não vejo outra forma de isso acontecer alimentando ONGs, Projetos sociais ou afins. São iniciativas válidas, mas não vão resolver nossos enormes problemas de falta de moral, consciência e civilidade. Essas são ações de manutenção, pois atendem a poucos.

É preciso ser contundente. Agir diretamente na causa, fazer reviver as alquebradas escolas, fazer o mesmo com hospitais e nossa infraestrutura. Implementar programas sérios de financiamento habitacional e não essas espeluncas que estão construindo e desmoronando país a fora. Mas para isso meus amigos ou críticos é necessário dinheiro e para tê-lo é preciso fazer os ladrões da coisa pública devolver o fruto de seu “trabalho”; com juros e correções e depois enjaulá-los eternamente sem direito a regalias, recursos ou similares.

Serão presos e irão quebrar pedras, construir casas populares, ou exercer outra atividade qualquer que banque suas subsistências na cadeia.

Se continuarmos fazendo como estamos fazendo desde 1500, contrariando o que dizia Altemar Dutra, o tempo passará e nada mudará.

Mas se os grandes roubos forem realmente investigados e os culpados punidos severamente, os pequenos delitos não mais ocorrerão, por dois motivos:

1 – O dinheiro de nossos impostos será gasto corretamente provendo a TODOS condições de existência ao menos mínimas;

2 – E mesmo os que desejarem continuar no caminho da mal, pensarão duas vezes, ou mais, pois conhecerão o peso da Clava Forte da Justiça; no lombo.

E eu estou muito a fim de comer tâmaras. Principalmente na forma de balas que são, diferentemente de nossa História, docemente amargas.


Recebi essa no Whats App outro dia:

Há um ditado árabe diz:

“Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!”

Isso porque antigamente essas árvores levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Hoje, com novas técnicas esse prazo ficou menor, mas o ditado é antigo e consta que em priscas eras um velho senhor plantava tamareiras quando um rapaz perguntou:

“Mas por que o senhor planta se não vai colher?”

Como em todas histórias similares, o senhor ergue os olhos lentamente, depois a cabeça, o corpo e ainda de joelhos, enxuga o suor da testa e responde:

“Ora gafanhoto, se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras!”

Ou seja, não importa o que você vai ter e sim o que vai deixar...

Se continuarmos como estamos nada deixaremos para quem vier, nem tâmaras.


terça-feira, 12 de abril de 2016

O CABIDE


Como disse no anterior, com a situação do jeito que está e as perspectivas que se apresentam o pensar em ir embora se tornou constante companheiro. Mais que meu cachorro Boris, mais que qualquer outro ou outra.

Destino, Alemanha sem dúvida. Não por conta dos 7 x 1, mas não vou esconder que o fato de vestirem Rubro-negro nesta ocasião de gala corrobora.

Então, porque esse país?

Ora meus caros membros do Povindemerda, não sou melhor do que ninguém, mas gosto de ordem. Gosto de ver as coisas funcionando próximos de um relógio suíço. Gosto de saber que o fruto de meus impostos será doce, tenro e saboreá-lo será ao menos satisfatório.

Muitos perguntariam por que não França, Itália, Inglaterra ou até mesmo Portugal por conta da língua? Já que meu Inglês é triste e a “refratariedade” com línguas é enorme, inclusive o Português brasileiro.

Meus textos são a maior prova disso.

França e Itália são lindos países, mas entendo que seria o mesmo que morar no Rio de Janeiro, você está tão engajado na vida profissional, social e econômica que se esquece de aproveitar a cidade. Qualquer turista de fim de semana aproveita o Rio melhor do que muitos nativos. Até porque o estado de calamidade em que a cidade se encontra é de doer.

O Rio de Janeiro encontra-se na fila da UPA pelo SUS faz tempo.

Inglaterra chove muito e quando não chove tem o fog é melhor ser turista. Portugal seria uma opção, mas falta grana, aliás, grana é um fator primordial que reduz minhas opções de exílio forçado a zero. Não sou como alguns que se sujeitam a subempregos só para morar no lugar dos sonhos. Aqui, em seu país, sua pátria, não fazem isso, têm vergonha, rsrsrs.

Por que essa lenga-lenga toda?

Mais uma vez lendo as páginas amarelas da Veja (nº 2472, não se preocupem, essa não é minha única fonte de consulta, há outras, poucas confesso, mas há), me espantei com o fato do entrevistado, o Sr. Bruno Speck, cientista político alemão, ter trocado sua terra natal pelo Brasil, para residir. O espanto tornou-se menor ao verificar que o fato ocorreu há 20 anos, época bem distinta da atual. O Brasil tinha comportamento sutilmente positivo no cenário econômico mundial e com boas perspectivas de futuro. Internamente as coisas começavam a entrar nos eixos, a maioria dos brasileiros estava empregada, comia e se vestia razoavelmente bem e o PT era só mais um bando de loucos na oposição.

Então, não seria nada demais essa troca. Ainda mais se o cara se derretesse todo ao ver uma afrodescendente; o que convenhamos, é quase uma tradição por lá.

Com certeza não veio entregar pizza ou fazer faxina em casa de madame, veio lecionar na Unicamp e depois na USP.

Ele defende a tese de que o dinheiro injetado nas campanhas políticas fortalece a democracia, mas que é preciso reduzir o percentual do incentivo de origem privada. Depois ele diz que tanto na Alemanha como no Brasil, no início, quando era privilégio só da elite disputar um pleito eleitoral, as campanhas eram custeadas pelo bolso dos candidatos e que o caixa de campanha era gasto no transporte do fiel eleitorado até o local de votar.

Esquece-se Bruno que há uma grande diferença entre a Alemanha e o Brasil. Lá, mesmo que haja uma parcela do povo com caráter duvidoso, esta parcela é ínfima, a lei é justa e soberana ao investigar e julgar o réu que, se condenado, vai para a cadeia e lá permanece por grande parte da pena.

Ele, por estar aqui a tanto tempo já devia saber que as coisas funcionam de maneira diferente, que o Jeitinho Brasileiro é o soberano e o caixa de campanha dividiu-se em dois e era gasto em pés de sapatos, meias dentaduras e afins. Hoje esses itens foram substituídos pelas famigeradas bolsas assistencialistas que são ofertadas a muitos ao custo dos impostos pagos por poucos e que por isso, dão margem ao caixa de campanha ser desviado para o bolso ou cueca da corja corrupta do país. Quando não vai para suas contas no exterior.

Na entrevista, o jornalista pergunta:

“Se as doações privadas são a solução, por que então estão relacionadas a tantos casos de corrupção?”

Bruno responde que não acredita em mágica e que defende a melhoria do sistema de fiscalização, na capacidade punitiva desse sistema e na informática para melhorá-lo. Diz ainda que em todos os países democráticos existem escândalos, etc.

Perfeito!

Se estivéssemos na Alemanha.

Aqui as leis existem, o sistema é que é falho, é corrupto assim como a política e outros setores socioeconômicos. Sendo assim, não adianta melhorar o sistema se quem vai fazê-lo rodar é podre, são todos membros do povindemerda inculto, muitos dos quais desdentados, esfomeados, mas espertos “bagarai”.

É um ciclo vicioso que interessa aos mesmos manter o povo como gado marcado, mantido a pão e circo, feliz com samba, cerveja, futebol, Funck, Facebook e Big Brother.

Um gado que se, por exemplo, gasta grandes somas em tecnologia embarcada nas enormes, beberronas e inconvenientes SUVs espalhadas pelas cidades, tecnologia que raros realmente usufruem, não pode ser chamado de inteligente.

O Jornalista pergunta se apenas o financiamento público não resolveria o problema. E Bruno responde positivamente, pois dessa forma não haveria a necessidade de retribuir o favor, mas que mesmo assim, não seria o ideal por afastar os eleitores do processo além de possibilitar a criação de carteis pelos grandes partidos.

Mais uma vez vejo que vinte anos não foram suficientes para ele alcançar a realidade dos fatos.

Estamos acostumados em identificar o problema, mas trata-lo para uma solução definitiva é uma dificuldade muito grande para nós. Os entendidos e os papagaios de pirata têm como principal ação tratar a consequência, muitas medidas anódinas são tomadas em vão, com isso, milhões são gastos e desviados, alimentando a roda da incompetência que deixa a maioria votante do povo, ignorante encabrestado pelos sem caráter.

A entrevista continua sem novidades. Em dado momento Bruno deixa claro que não é contra a doação privada desde que não se transforme em trafico de influência e consequente corrupção. Entretanto, suas pesquisas identificaram que há mais de 2 milhões de empresas registradas no Brasil, mas que apenas 20 mil fazem doações a caixas de campanha e só mil doam mais de 60% destes caixas. Ele diagnostica que limitar o montante a ser doado seria uma solução, pois reduziria o poder de influência das empresas obrigando ao partido buscar mais parceiros o que diluiria a divisão de favores.

No final Bruno diz que o sistema na Alemanha não difere muito do nosso e que a necessidade de divulgar as doações recebidas, por termos o TSE como órgão fiscalizador e por este ser independente estamos mais avançados.

Com todo respeito, mas esse rapaz é um tolinho.

Ele esquece que somos mais de 200 milhões, que 96% destes não teve oportunidade de uma vida no mínimo normal com saúde, escola de qualidade e boa alimentação e que só a metade vota . Que dos apenas 4% restantes, que têm condições de ler um texto simples e interpretá-lo de forma satisfatória, é que saem a maioria dos corruptos safados sem caráter que governam e que então resta muito pouco para manter esse imenso e rico país em trilhos seguros de Ordem e Progresso.

Sendo assim, meus raros e fiéis leitores não é a origem dos Caixas de Campanhas, não é a gestão da coisa pública ou mesmo particular que são os nossos problemas; é quem doa, quem recebe, quem gere, quem determina, quem manda, etc. Estes são os culpados. E eles não são ETs, não são entidades que surgiram do nada. São, como eu e você, membros do povindemerda e como tais, por interesse próprio, sómerdafazem.

Antônio Gois, no O Globo de 11/04/16 cita vários percentuais que, a mim pelo menos, confundem mais do que esclarecem, mas apresenta um dado interessante, diz que apenas 22% dos que chegaram ao ensino superior, têm nível proficiente de alfabetismo.

Para vocês que podem não estar nesse rol, a pessoa proficiente é aquela que lê, interpreta e consegue redigir um texto sobre aquilo que leu; ou ainda consegue interpretar gráficos e tabelas com duas ou mais variáveis.

Talvez eu não esteja nesse rol, por isso o texto de Gois não está claro para mim.

Porém, seria interessante se ele informasse quantos dos 200 milhões de brasileiros, conseguiram chegar ao nível superior e quantos deles chegaram ao nível proficiente de alfabetismo. Com esses dados, em uma simples regra de três chegaríamos ao percentual de brasileiros com nível proficiente de alfabetismo.

Pelo convívio diário que tenho tido com porteiros, vendedores, gerentes, empresários, trocadores e motoristas de ônibus, taxistas e “uberistas”, médicos, atendentes, profissionais liberais e o baixíssimo nível do ensino básico e superior que temos aqui, eu chutaria nos 4% citados mais acima ou apenas 8 milhões de brasileiros.

Se meus modestos cálculos estiverem corretos e se considerarmos o rebuscado dos textos elaborados por nossos políticos, podemos afirmar que 96% dos brasileiros não entendem porranenhuma do que esses caras dizem e escrevem.

E me pergunto, baseado em que esses 96% votam?

Acredito que, infelizmente, só nós, a parte honesta e arguta do povindemerda temos condições de mudar a porratoda, e os safados sabem disso e por isso tudo fazem para que o status quo permaneça inalterado.

Contudo, somos poucos, seria necessário que mais tivessem as mesmas oportunidades que tivemos para poderem discernir o que é melhor para o País.

Dinheiro para isso não falta, pois é sabido que somos a nação com maiores percentuais pagos em impostos, assim como também somos a nação onde mais se rouba, fica complicado resolver.


É o que chamo ciclo de interdependência que não roda porque somos espertos demais.

Mas não basta só educação, saúde e boa alimentação, é preciso caráter e isso meus caros, não é como um cabide, não se vende em supermercado, feira, mercearia, delicatessem ou na internet, isso está no DNA de poucos.