domingo, 18 de julho de 2010

UM SONHO MUITO DOIDO!


Domingo, 18 de julho de 2010, 3:37 da madruga, acordo de repente e assustado. Depois de milésimos de segundos pensando fico aliviado. Era um sonho, mas um sonho daqueles. De terror para alguns, hilário para outros. Pra mim, realmente não sei, mas estranho, com certeza.

Sonho é tudo igual. É como uma viagem. Começa no meio e não termina no fim. De acordo com os entendidos o ser humano sonha todas as noites, mas lembra de poucos. Bons ou ruins segundo outros contém informações que podem transformar seu futuro ou antecipá-lo, mas para funcionar deve ser ”traduzido”, bem “traduzido” e para isso você deverá morrer numa grana. A não ser que conheça um(a) “tradutor” de sonhos. E cá pra nós, não se encontra “tradutores” nas prateleiras das lojas de conveniências dos postos das cidades.

Chuvinha fina de dias e dias. Chuvinha chata que desde o início da semana vem caindo na cidade. O Governador, os Prefeitos e os demais políticos devem estar com o cú na mão, com certeza. Afinal, prometem resolver os problemas da cidade e a cada chuvinha mais demorada as pessoas ficam a mercê das aventuras a que são forçadas a viver pelas encostas e beiras de rios do país. Dani Monteiro devia explorar essa nossa vertente. Afinal, pobre também tem seus esportes radicais.

Cansei de pegar meu cachorro sonhando e é muito engraçado. Ele fica tremendo e emitindo sons hilários, mas a qualquer barulhinho ele acorda e olha pra mim com aquele olhar pidão. Depois volta a dormir.

Aliás, deve ser muito ruim ser cachorro. Com a audição sensível que tem, deve ser uma merda pra dormir!

Estava na casa de um possível tio, mais precisamente em sua fazenda ou sítio. Não sei por que, mas a casa ficava na beira da estrada. O sol estava à pino, calor insuportável, a poeira subia a cada rara passagem de carro ou caminhão.

Conversávamos enquanto ele saboreava seu cigarro de palha e contava seus causos. A casa de troncos de madeira lembrava aqueles forte-apaches dos antigos filmes que em seu final mostravam a cavalaria americana, com seu tradicional uniforme azul, sob o inconfundível som da corneta, salvar o mocinho, a mocinha e demais colonizadores que dentro de um círculo de carroças aguardavam a morte, cercados pelos índios à gritar montados em seus selvagens cavalos malhados.

Ele saiu, após a última baforada. Jogou a bagana pela janela e sumiu do sonho da mesma forma que havia aparecido.

Fiquei ali, na janela, o vento lambia o pasto que o gado cinzento se deliciava. Poucas aves, muitos insetos. Não estava quente apesar do sol fazer questão de mostrar o seu poder.

De repente, surge na curva um carro em alta velocidade, uma camionete marrom de tanta poeira que, como por escolha de quem a dirigia subiu na rampa de desmontagem que havia sido construída sob a janela.

Não me pergunte o que ela estava fazendo ali, mas para quem não sabe, rampa de desmontagem é uma rampa que tem na beira estradas antigas. Serve para um veículo qualquer ser colocado sobre a carroceria de um caminhão. O Caminhão encosta de ré na parte mais alta e o carro “sobe” pela rampa até “entrar” na carroceria.

O motorista que não devia ser bobo conseguiu parar antes de cair. Engatou a ré, desceu e voltou a estrada acelerando e espalhando poeira para todo lado.

Alguns minutos mais tarde, enquanto a poeira se dissipava eu reparava que estava em outra casa, mas nos mesmos moldes da primeira. A mesma madeira, a mesma estrada, a mesma janela e a mesma rampa. Mas era diferente. Era nítida a diferença apesar das semelhanças.

Era um sonho e sonho pode tudo. Pode até dançar homi com homi e também muié com muié.

E lá vinha outro carro. Desta vez um dois volumes. Um Passat (dos antigos). O cara vinha muito rápido.

E como o outro vinha na direção da rampa. Dessa vez, desgovernado. Subiu, mas subiu verticalmente. Passou da janela e uns três metros acima dela rodou 180 graus e desceu de frente em direção ao chão de terra batida. Não fez barulho, nem espalhou poeira. Deu para ver direitinho que o motorista, não sei o motivo, resolveu colocar meio corpo para fora da janela. E, ao bater no chão seu corpo se dividiu em duas partes. As duas partes lado a lado ficaram ali, como se já fizessem parte do cenário.

Não havia sangue e ele não gritava, o que me fez pensar que estava morto. Suas vísceras haviam sumido e cachorros, personagens freqüentes nesses lugares, não se faziam presente.

O silêncio se mostrava como antes enquanto eu corria para chamar meu tio, outro tio dessa vez de chapéu de palha.

Ele olhou pela janela e como para me proteger me pegou pelo braço e ...

Novo cenário. Desta vez não identifiquei bem. Agora mais movimentado e a ansiedade das pessoas traduzia que o acidente já era de conhecimento de todos.

O falatório era geral, mas o silêncio se repetia. Sim, não havia som, muito menos lágrimas. Apenas gestos.

Passaram-se alguns momentos do tempo peculiar dos sonhos e um grupo se aproximava. Dava para ver que eles empurravam algo. Ora com as mãos ora com os pés. E a coisa ia rolando e, conforme o empurrão, mudava de direção como um pneu desgovernado nas mãos de um moleque iniciando o aprendizado de rolá-lo como fazíamos quando crianças.

Consegui identificar, ao chegar mais perto, era a parte de cima do motorista que ainda estava vivo.

Ele estava maior, bem maior e gordo. Não emitia som, mas sua boca mexia sem parar e sua fisionomia mostrava o quanto estava puto com a situação.

Não havia legenda, mas a falta de cor e som remetia a um filme do cinema mudo.

Suas vísceras eram carregadas por um cara sem rosto.

Após mais alguns momentos o povo, utilizando uma corda e roldanas, içavam o coitado deixando-o pendurado.

A parte de baixo chegou em seguida e foi encaixada na de cima. Estávamos em um galpão e como um raio tudo sumiu.

Alguém conhece um “tradutor de sonhos”?

domingo, 11 de julho de 2010

ATÉ 2014!


11 de julho de 2010, fazem mais de quatro horas que a Espanha conquistou seu primeiro título mundial. Merecido ou não, não importa (pela história acho que a Holanda merecia mais afinal já havia participado e perdido duas decisões enquanto a Espanha sempre foi conhecida como o amarelão das copas). O que importa é o que se pode constatar após esses dias de magia.

Magia? Só posso estar brincando. Foi uma das piores Copas já vistas. Mais uma vez o melhor time não levou a taça. Eu diria o menos ruim. Sim, a Alemanha, para mim, foi o melhor time, mas foi exatamente quando resolveu ser mais cautelosa, perdeu para aquela que, em um dos piores jogos da Copa, seria a campeã de 2010.

Não, não é fácil decidir qual o pior jogo dessa Copa medíocre. Se pararmos para pensar, esse torneio é disputado pelas Seleções de cada país, ou seja, compostas pelos melhores jogadores de cada um deles. Só isso deveria refletir em boa qualidade. Maximizando essa premissa, temos que as seleções que estavam na África o Sul chegaram lá após vencer várias outras. Algumas excelentes.

Mas não é isso que acontece. Estiveram em campo Seleções de renome mundial como as Coréias do Norte e do Sul, África do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia, entre outras.

Aliado a isso, assistimos a vexames da Inglaterra, França, Itália, etc. O que se esperar de uma Copa com essas particularidades? Simples, Brasil campeão!

Ledo engano. Demos vexame também. He he he!!! Também, com aquele time meia boca. . . .

O que restou então? Ora meus amigos o Polvo adivinho Paul que pela idade não estará presente na Copa de 2014 que será aqui no Brasil.

Ficam então algumas perguntinhas:

No Brasil? Aquele país onde o povo não tem hospitais descentes e as escolas “desequipadas”? Ou aquele onde o transporte é precário? Seria aquele onde as pessoas escorregam pelas encostas ou fazem “Rafting in Home” nos dias de chuva forte?

É nesse país que vão construir ou reformar estádios a custos absurdos? E alguns desses estádios estarão em cidades onde não tem pelo menos um time de futebol descente? Serão essas obras superfaturadas como quase todas as que ali são feitas?

E por falar em time de futebol. Será que teremos um para torcer?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

VAI COMEÇAR O ANO?


Dois de julho de dois mil e dez. Sexta feira, mais um dia em que os patriotas temporários acordaram cedo, na expectativa. Levantaram-se, lavaram o rosto, tomaram café e foram para seus quartos vestir a farda do dia. Como patriotas vestiram a camisa amarela, verde, ou azul. Alguns colocaram algum pequeno adereço a fim customizar a vestimenta. Outros mais confiantes vestiram perucas, óculos, luvas, penduraram laranjas ou espremedores de frutas cítricas no pescoço. Muitos desfraldavam suas bandeiras e saíram para o trabalho, animadíssimos, certos da vitória. Os carros com bandeirinhas desfilavam pelas ruas. Nos bares a animação era contagiante, o papo rolava solto acompanhado de risadas de vários tipos. A ansiedade aguardando a hora do jogo dava o tom da manhã ensolarada.

Para os cegos, a trajetória da Seleção, vitórias apertadas sobre as potências do futebol mundial (Coréia do Norte e Costa do Marfim) e um empate meia boca contra Portugal foram um sonho.

Nosso adversário, bom seria apenas a Holanda. Certeza de vitória.

Na realidade, este foi o primeiro jogo sério do Brasil nessa Copa. Hoje começou a Copa 2010 para o Brasil. O que houve antes foram peladas para esquentar os esqueletos.

E deu no que deu, não preciso contar. Outros blogs, os jornais, rádios e televisões estão contando ao mundo em diversas versões da história com o mesmo final. Brasil fora da Copa 2010.

São 21:22 horas. Passaram-se mais de sete horas do fim do jogo, certo? Você se é um desses aí de cima, já deve estar mais calmo, já enxugou as lágrimas, já parou de reclamar do juiz, do jogador “A”, do jogador “B” e do técnico; certo? Se não, por favor, chega de mi mi mi, vamos conversar seriamente. Ok?

Você realmente acreditava que ia ser diferente?

Um treinador sem experiência. Não vale considerar esses três anos enganadores.

Um time onde o melhor jogador em campo, em todos os jogos, foi o zagueiro tentando armar as jogadas, pois o meio de campo não viajou para a África do Sul.

Um lateral (esquerdo) completamente nulo.

Um cabeça de área despreparado e desequilibrado.

Um time de futebol que sente, e muito, a falta de um Elano.

Não, não podia ser diferente, por mais que nos esforçássemos, não existiria conjunção de astros, somatório de energias positivas emanadas por 190 milões de pessoas (menos, pois alguns torcem pela Argentina) que fizesse acontecer diferente.

Não pense que não estou chateado, claro que estou, mas não posso me deixar levar por essa turma de espertos. Nosso futebol há muito não é mais o mesmo. Cartolas, jornalistas, empresários, Presidentes de Federações e da CBF inescrupulosos com sua ganância não permitem uma renovação de nossos jogadores. Os melhores são vendidos a rodo em tenra idade. Cabeças fracas, sem estrutura que deixam de ser moleques dentro de campo para se tornarem robôs nos moldes do futebol europeu.

E se retornam o fazem como moleques irresponsáveis. Uma vergonha!

É isso galera, agora 2010 começa. Ufa! Vamos voltar a nossa vida de brasileiros. Temos um bando de políticos para escolher um descente. Tarefa dificílima por sinal. E temos que fazer isso logo, pois o Carnaval está chegando.