sábado, 31 de dezembro de 2011

ESSE SERÁ O ÚLTIMO TEXTO!




Pois é meus queridos 19 leitores esse será o último post que farei. Foram meses quando nesse humilde espaço teci muito mal traçadas linhas.

Vocês foram pacientes, foram generosos nos poucos comentários que fizeram. Muito generosos! Foram comentários positivos, elogiosos e nenhum (acho) foi crítico.

Com isso, meu lado cartesiano fica encucado, se junta com o ego (claro que existe um aqui dentro) e os dois começam a inventar história.

Hoje, verifiquei que este humilde espaço recebeu seu “octamilésimo” acesso.

Diante disto o Cartesiano, com o apoio de sua mais fiel companheira, a Matemática, iniciou seus cálculos:

• 8.000 acessos;

• 500 aproximadamente, deve ter sido o número de vezes que acessei para postar, reler algum texto ou copiar alguma informação;

• 106 é o número de textos escritos;

• 21 são os meses = 630 dias.

Então temos:

• 8.000 – 500 = 7.500 acessos;

• 7.500 / 630 = 11,90 ou 12 acessos por dia;

• São 63% de meus leitores acessando diariamente esse bloguinho sem vergonha.

Considerando que, como bem diz o meu perfil aí ao lado:

“Arquiteto, ex fumante, ex empresário, ex marido. Rubro-Negro, pai de dois filhos e dono de um cachorro. Não é nem foi político. Não foi militante estudantil nem preso político, militar ou artista de televisão”

Ou seja, um cidadão comum como você, esses são números que não devem ser descartados.

Diante dessas informações o ego inchou-se de tal forma que tive de manda-lo passear e só voltar o ano que vem.

Mas antes de sair ele deixou bem claro que não vai permitir que eu pare de escrever. Posso garantir que ele me deixou bastante impressionado com a sua determinação.

Sendo assim, meus escassos, mas frequentes leitores, só me resta agradecer a fidelidade e informar que vou continuar por aqui enchendo a paciência de vocês por pelo menos mais um ano.

Mas deixa isso prá lá, até porque, não era sobre isso que queria falar.

Estou a alguns dias pensando no que escrever para encerrar o ano e não vem nada que me agrade. Mesmo agora, estou aqui mais uma vez enrolando para ver se sai alguma coisa aproveitável.

Como toda pessoa que se propõe a escrever meu desejo é que o texto seja sempre diferente, mesmo que o assunto não seja novidade e nesse caso, que seja uma abordagem distinta e que faça com que o leitor reaja. Não importa se positiva ou negativamente.

Poderia fazer um levantamento dos acontecimentos de 2011. Com certeza seria uma maçante reunião de agradecimentos pelos bons momentos vividos, pelos amigos que mantive, os novos que conquistei e os antigos que revi e revivi. Pelos filhos que tenho, a viagem de moto que fiz e os resultados profissionais que obtive.

Os acontecimentos desagradáveis deixaria de lado e deles tiraria apenas a vontade de não repetí-los no futuro.

Se eu fosse escrever uma retrospectiva, não poderia deixar de falar nas alegrias que meu querido Mais Querido proporcionou a Nação.

Os pobres de espírito, reles membros da Arco-Íris mal vestida e invejosa, podem dizer que não e até certo ponto eu concordo que esse ano não foi dos melhores. Não foi um ano digno da História do Rubro-Negro, mas houve alegrias e foram significativas:

• Iniciamos 2011 conquistando nosso segundo título da Copa São Paulo de Juniores;

• Conquistamos de forma invicta e incontestável nosso 31º título Carioca o que consolidou ainda mais nossa hegemonia estadual;

• Mantivemo-nos no topo da cadeia “alimentar” ao não sofrer derrota para nossos pseudos rivais regionais em todas as competições em que nos enfrentamos.

• Sem muito esforço nos mantivemos entre os quatro melhores times do país.

• Etc.

Mas esse tipo de retrospectiva é algo que já deu o que tinha que dar e com certeza já não agrada a mais ninguém a não ser aos clientes há muito hipnotizados pelas diversas emissoras de televisão.

Poderia então fazer o contrário e em vez de falar do passado escreveria sobre as resoluções tomadas para o ano que está chegando. Mas eu resolvi que dessa vez não iria fazer nada disso. Resolvi que em 2012 vou deixar a vida me levar tal qual fez com Ronaldinho Gaucho e Zeca Pagodinho. Eles deitaram na sombra durante o dia e a noite rolaram pelas baladas Brasil à dentro e estão aí muito bem de vida obrigado.

Será que vai dar certo?

Para o futuro eu só tenho duas certezas.

A primeira é que está claro como cristal que há no ar uma nuvem pesadíssima, em forma de campanha e um processo “apológico” composto de: seriados; novelas; filmes; cartilhas “Educativas”; o crescimento irrisório, porém notado do Florminense Football Club no cenário esportivo; etc. que estão fazendo para que os pouco remanescentes mudem sua opção sexual.

A segunda é que mesmo com essa campanha toda não há possibilidade de eu entrar nesse barco.

Registre-se e que fique bem claro que não tenho nada contra quem faz opção diferente da minha, estão dispondo do que lhes pertence e ninguém tem nada com isso, muito menos eu.

Apenas permanecerei fiel as minhas características de família onde fui criado. Família esta naturalmente composta de Pai, Mãe e Filhos.

Mas então sobre o que escrever?

Pensando bem, não preciso escrever muito, vou deixar que cada um de vocês pense como desejar. No passado, no presente ou no futuro, não importa, fiquem livres para decidir sem dogmas, pressões ou dívidas. Sigam em frente.

Temos um ano saindo do forno quentinho e fresquinho tal qual um pão de sal tenro e crocante a espera do recheio.

Recheio este que pode ser uma simples manteiga sem sal, algumas gramas de mortadela, de presunto, queijo ou salame; outros frios mais sofisticados; salada ou molhos diversos.

A mistura disso tudo?

Qual deles ou quais deles serão quem vai decidir é você no decorrer dos dias.

A cada realização, a cada queixa; a cada conquista ou decepção; a cada abraço ou beijo, ganho ou dado; a cada gargalhada, sorriso ou lágrima de felicidade ou tristeza; a cada dúvida ou certeza; a cada batalha vencida ou perdida; a cada passo dado na direção de sua escolha; ou não.

E eu fico aqui, fazendo o mesmo, desejando que o recheio de seu pão de sal seja bem combinado. Não precisa ser entulhado de coisas, mas sim que seja equilibrado, na medida certa, com poucos exageros para que ao ficar pronto seu sanduiche tenha gosto agradável ao seu paladar e assim tenha vontade de repetir.


Ah! Não se esqueça de deixar seu pão de sal sempre quentinho.

F E L I Z A N O N O V O !

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O RESTO, É CONSEQUÊNCIA


Pois é pessoal, estamos em época de festas; Natal, “Fim de Ano” e consequentemente “Ano Novo”. Muitos estão felizes, as pessoas compram presentes para seus entes e amigos queridos, o stress do dia a dia diminui, o ritmo de trabalho também. As lojas e shoppings ficam cheios e criam promoções para incentivar o consumo. As ruas ficam mais alegres e bonitas com as luzes que compõem a decoração. As crianças estando de férias faz com que o trânsito melhore. Os turistas são vistos em quase todos os cantos, os hotéis ficam repletos, assim como bares, restaurantes e praias (nas cidades que as têm); os pontos turísticos são mais visitados, etc.





Os taxistas e motoristas de vãs fazem a festa assim como os cambistas, punguistas e demais elementos do submundo imundo de nossa sociedade.

É uma metamorfose na vida das cidades que faz com que as pessoas, mesmo as mais insensíveis, pensem ao menos uma vez de forma diferente esse momento mágico.

Os diversos canais de televisão multiplicam os anúncios temáticos com as simpáticas, mas cansativas músicas natalinas.

Papais Noéis de todos os tipos, tamanhos e cores vestem vermelho, preto com detalhes em branco para alegrar e “presentear” as crianças de todas as cores e idades.

São rituais religiosos ou não que mostram a importância desta época. Desde o simbolismo do (quase esquecido) nascimento do Menino Jesus até as festas fartas de comida e guloseimas, regadas a bebidas diversas e fogos de artifício. Não importa o nível socioeconômico, as festas estarão por todas as partes com raras exceções assim como as pessoas vestidas de branco no Réveillon.

Se a casa tem crianças os pais providenciam uma falsa visita do Papai Noel. São biscoitos comidos pela metade, copos de leite bebidos idem, o gorro vermelho com barra e pompom na cor branco “esquecido” próximo a janela ou varanda, etc. Assim as crianças vibram e renovam anualmente sua crença em tal entidade.

E essa crença faz sobreviver um dos ritos mais tradicionais. Dá se em tenra idade quando ainda acreditamos em Papai Noel. São as tradicionais cartas endereçadas ao Bom Velhinho pedindo presentes em troca de um bom comportamento durante todo ano (como se isso fosse possível).

Comigo não é diferente, mesmo sendo um capricorniano com tendências cartesianas bastante claras, também comungo com as emoções dessa época festiva; principalmente na hora em que recebo presentes, claro.

Mas também me emociono com as injustiças que se escondem por traz dessa aura de bondade e solidariedade que assola as cidades.

Injustiças tais como a distribuição de presentes e/ou cestas básicas as crianças menos favorecidas e seus inúmeros familiares. Mais uma medida paternalista atacando a consequência e não a causa.

E fica a pergunta:

“E nos outros 364 dias do ano? Como ficam essas pessoas?”

“Ah! Eles têm as ONGs e os “Bolsas” da vida.”

“É um tal de Bolsa Família pra cá, Bolsa Escola pra lá e assim eles vão levando a vida.”

Assim meus amigos é mole!

Esse ano, renovado na emoção que essa época faz brotar nos milhões de corações e consciências ávidas por ficar em paz e poder virar tranquilas o ano, resolvi fazer uma coisa que não faço há muitos anos. Não foram muitas as vezes em que fiz isso, mas ainda me lembro de alguns detalhes necessários a se obter um resultado satisfatório.

Provavelmente alguns de vocês vão achar graça, outros vão dar aquela tradicional sacaneada e a minoria entenderá o objetivo deste ato.

Para falar a verdade, eu ainda não sei qual é o objetivo e vocês sabem, não é a primeira vez que isso acontece, então, vou escrevendo aqui, você vai lendo aí e qualquer coisa comenta lá no final, ok? É só clicar em “n Comentários” embaixo de cada post.

Trata-se de escrever a minha carta para o Papai Noel. Ia escrever cartinha para manter o clima, mas achei coisa de boiola.

As coisas não são tão simples assim como eram quando ainda crianças. Nessa época, não havia dificuldade em enviar a missiva, era só escrever no envelope “Para Papai Noel, Polo Norte” e entregar para nossos pais que eles se encarregavam do resto. E funcionava, pois na manhã seguinte a noite de Natal os presentes sempre estavam todos lá embaixo da árvore me esperando.

Agora, um pouco menos novo, não faço a menor ideia de para onde enviar a minha carta.

Essa história de Polo Norte não me engana mais. Lá é muito grande e bastante frio, portanto, acho impossível alguém conseguir viver em ambiente tão inóspito, mesmo sendo o Papai Noel. Se fosse verdade, achá-lo a tempo de ele providenciar o que desejo seria praticamente impossível, até porque é praticamente desabitado. Onde o carteiro ia encontrar alguém para perguntar onde fica a casa de Papai Noel?

Pela internet seria o ideal, mas já tentei várias maneiras de encontrá-lo sem sucesso: No Twitter, não encontrei nenhum @PapaiNoel, @Papai.Noel ou @Papai_Noel. Enviei mensagens para papai-noel@gmail.com, papai.noel@yahoo.com, papainoel@polo.norte.com, papai-noel@hotmail.com, e demais variações ortográficas do nome Papai Noel e nada. No Facebook, obtive o mesmo resultado, nada.

Procurei até no Orkut.

Sem opção, resolvi utilizar o blog. Sei que se não o encontrei nas redes sociais, não é aqui, nesse humilde bloguinho sem vergonha que ele estará. Foi apenas na esperança de que um de meus 19 leitores o conheça ou saiba como encontra-lo e repasse minha carta.

Pronto, agora posso me dedicar ao objetivo principal deste post.

Querido Papai No...

Ops! Assim não né cara! Tu não é mais criança e começando assim vai manchar a sua reputação. Pô!

Caro Papai Noel,

Esse ano, apesar das dificuldades e tentações, até que me comportei direitinho. Tenho plena consciência de que não fui o exemplo a ser seguido, mas diante do comportamento de muitos dos meus semelhantes meus atos esse ano podem ser considerados próximos aos de um Santo. Hehehe!

Claro que estou exagerando, seria muita pretensão, afinal não fiz nada muito diferente do que muitos fizeram, mas nada igual ao que a maioria fez.

Por favor, Esqueça aquela avançada de sinal vermelho na segunda quinzena de março, ou o não pagamento do pedágio quando em férias me dirigia para Santos. Também não considere aquele caso no primeiro bimestre do ano, não sabia que ela era casada. Releve outras “coisitas” mais. São tão insignificantes que até já as esqueci. Hehehe!

Procure levar em conta as coisas boas que fiz:

Respeitei os mais velhos.

Não menti. Tá! Tá bom! Omiti algumas coisinhas sim, mas fique tranquilo que foram irrelevantes. Diante do que vemos todos os dias nos jornais e revistas então, nem se fala!

Não roubei. Isso seria impossível.

Sempre tratei bem aos animais. É claro que dei umas sacaneadas nos dois gatos de minha irmã, mas foi tudo brincadeira. Andei dando uns bons tapas em @Boris Staford, mas o cara cisma em ficar lambendo o chão quando sente que é xixi de fêmea. Mó porcaria!

Ah! Também andei matando umas baratas, moscas e pernilongos, mas aí, dado a asquerosidades de tais insetos, isso não deve ser muito grave.

Pisar na grama pode né?

Fui bem paciente com meus filhos, mas sem perder a autoridade. Olha que isso é muito difícil. Essa fase de aborrecente é irritante.

Profissionalmente, não tenho dúvidas que meu rendimento resultou em um ano bastante positivo.

Com meus poucos amigos fui correto, leal e sempre que pude estive junto nos momentos ruins. E reconheço a recíproca.

Assumo, sacaneei muito os que são membros da torcida Arco-Íris principalmente quando fomos Campeões Carioca. Eles mereceram, sempre merecem. Hehehe!

Não esqueci meu pai, apesar de falecido, nem da Marinha, idem.

Com minha mãe e irmã tive os atritos de praxe assim como bons momentos em família.

Revi meus conceitos com relação a mãe de meus filhos e confesso, foi um alívio.

Também revi meus hábitos alimentares e emagreci. Mas um churrasquinho ou feijoada de vez em quando eu não deixei de degustar.

Não joguei lixo no chão.

Catei todos os cocos do @Boris Staford, mesmo aqueles mais difíceis. Sabe aqueles bem molengas e cheirosos, pois é, aqueles mesmo.

Nos raros momentos em que estive de carro não tranquei os cruzamentos. Não fui muito paciente, é verdade, mas neguinho é muito abusado no trânsito. Você não passa por isso porque fica passeando no céu, de trenó puxado pelos viadinhos.


Não abusei de faxineiras, porteiros, ajudantes de porteiro, vigias, frentistas, copeiras (que servem café e água nas diversas reuniões que participei), atendentes, secretárias, recepcionistas, seguranças, vendedores, garçons e demais que me serviram durante esse ano. A todos eles eu agradeci educadamente sempre que atendido.

Aqueles cujos vencimentos são de minha responsabilidade, foram regiamente pagos com todos os benefícios a que têm direito; ao contrário de você não é Sr. Noel que mantem dezenas de duendes e anões trabalhando, sabe-se lá sob que condições, diuturnamente durante os 365 dias do ano.

Não fiz gastos exorbitantes, só comprei um presentinho nada barato, no início do ano. Mas cá entre nós, eu bem que mereci.

E você não me deu nada de Natal no ano passado! Lembra?

E não é que escrevendo esses meus atos reparei que se você considerar o comportamento de muitos por aí, verá que eu mereço um tremendo presente.

Bem mais do que as mansões que os corruptos têm adquirido, bem mais do que as viagens que os políticos têm feito, bem mais do que os carrões que os corruptores têm em suas garagens, bem mais do que os jatinhos ou helicópteros que os donos de empreiteiras têm nos diversos aeroportos do país, bem mais do que as contas em paraísos fiscais espalhados pelo mundo, bem mais do que as regalias que os empresários esportivos têm conquistado, etc.

Mas não se preocupe, o que vou pedir não é tão complicado assim, até porque, não vou pedir nada que não esteja ao alcance de você Papai Noel.
Será uma coisa muito simples que qualquer mortal é capaz de atender.

Não! Pelo amor que o senhor tem pela mamãe Noel! Eu não quero o CD dos sambas enredo desse ano.

O que desejo é que você como Papai Noel, que está presente no coração de todos nós sendo brasileiros e brasileiras, ou não; deposite um pouco de civilidade nesses corações.

O resto, é consequência.


PS.: Se der para dar uma ajudazinha para o Mengão ser Bi-Campeão Mundial seria ótimo.
Desde já agradeço,

Atenciosamente,

@Papo_de_Cozinha

E para vocês meus fiéis leitores,





FELIZ NATALl!!


domingo, 11 de dezembro de 2011

FINITUDE, O QUE MAIS QUEREMOS?



A discussão iniciou por causa das SUVs.

Foi com uma pessoa muito querida cuja opinião sobre esse assunto não se alinha com a minha. Normal. Ainda bem que é assim se todos concordassem em tudo viver não teria a menor graça.

Segue parte dos diálogos.

“Nao entendo qual o seu problema com as SUVs??? Tá ficando chato.”

“Não fique chateada comigo. Eu não tenho problemas com elas, elas já o são por si só. Até já tive uma e sei o quanto é bom dirigí-las. Dá uma sensação de poder incrível, fora o conforto. Mas acho que poderíamos guardá-las para viagens ou afins. Comparo como ter uma moto grande. Para o dia dia não é legal, mas para viajar é maravilhoso. Apenas uma questão de opinião. Quanto a ficar chato, chato é ficar no trânsito engarrafado, mesmo de moto (pequena), por conta de carros e outros veículos que ocupam muito espaço e carregando apenas uma pessoa. Beijo“

Como escrevi em minha resposta trata-se de uma opinião e exatamente por isso, é passível de discordância e erros.

Ela baseia-se no que vejo, leio e raciocino tendo como ferramentas o que aprendi durante o período compreendido entre 10 de janeiro de 1961 e a presente data.

Entenda-se presente data e hora em que você está lendo esse texto e não a que ele foi publicado.

Assim como eu, você teve sua trajetória de vida e aprendizado distribuídos em um determinado espaço de tempo, provavelmente utilizado de forma diferente, quando lhe foram apresentadas ferramentas das quais escolheu as suas.


Em casa meus pais me ensinaram a ser educado, respeitar as pessoas e seus bens. Mais ainda aos mais velhos. Ensinaram também a dispor apenas daquilo que fosse produto de minhas conquistas e de maneira correta e digna.

Na escola a História me ensinou que a humanidade pode ser grande com suas descobertas, pesquisas, invenções, etc. assim como pode ser desprezível na utilização desses e/ou com suas guerras, conchavos, egoísmo, ego, cinismo, ganância, etc.

A Geografia, entre outras coisas, me mostrou que nosso planeta faz parte de um sistema solar, é composto de elementos químicos e que sua superfície possui diferentes texturas. Não vamos esquecer das condições climáticas e suas conseqüências.

A Matemática me ensinou, aos trancos e barrancos, a utilizar números em operações diversas e a tratar dados estatisticamente de forma a obter informações de grande valor.

A Biologia me ajudou a entender os seres vivos, seus desejos, necessidades, ações e o mais importante, que é de nosso planeta que advêm os recursos para seu sustento.

A Física me explicou muitas coisas interessantes, dentre elas, duas das mais importantes: Toda ação corresponde a uma reação contrária de mesma intensidade e que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

A Química, bom, a Química não me ensinou muita coisa porque eu sempre detestei essa senhora. Mas hoje sei que ela é importantíssima.

A Religião me ensinou a tratar o próximo como a mim mesmo, mesmo que o próximo não esteja tão próximo assim. Ensinou também que todos somos iguais (eu diria semelhantes) perante o ser supremo independente de qual seja ela.

Com o passar dos tempos esses conhecimentos foram aprimorados e/ou acrescidos de outros de igual ou maior importância.

Foi sob essas diretrizes que construí minha história. E como não poderia deixar de ser acertei muito, mas também errei bastante e conforme fui afinando meus conceitos ou adquirindo mais conhecimento pude perceber alguns desses erros.

Sou muito feliz, pois a vida sempre me da a chance de consertar a maioria deles. Àqueles que não tive a oportunidade, ficaram por aí, mas também me ensinaram alguma coisa.

Outro dia estava ouvindo alguns acontecimentos e lendo outros, quando percebi que, se não está na hora, ela está bem próxima.

Não se trata de alarmismo, xiitismo ou qualquer coisa parecida, mas os recentes acontecimentos, a forma como estão sendo interpretados e tratados me fizeram ver que a hora de ceder já chegou. Se não, vejamos:


OS ACONTECIMENTOS – Faz tempo que não vemos na natureza tantos problemas juntos. São freqüentes chuvas torrenciais, tsunamis, terremotos, vulcões há muito inativos explodindo, etc., Sei que tragédias aconteceram distribuídas pelos séculos, mas não dessa forma.

Na saúde temos várias frentes de batalhas como a AIDS, o Câncer, a Dengue, obesidade, fumo, etc.. Outras já existiram, mas nunca foram tantas ao mesmo tempo.

O comportamento humano, no geral, tem sido a demonstração de um retrocesso nunca antes visto. São guerras, tentativas de subjugar semelhantes, preconceitos, inversão de valores, etc. onde o respeito pelo ser dito inteligente e ele próprio têm cada vez menos importância.

As pessoas se maltratam, se agridem, se tornam indiferentes e se matam sem nenhum motivo plausível. Os pretextos são torpes, futebol, trânsito, religião, opção sexual, raça, política, interesses econômicos, uma nota baixa na prova e muito mais.

Os outrora conceituadíssimos e respeitadíssimos professores são tratados como mercadoria podre de fim de feira.

A polícia que deveria nos proteger nos acharca mesmo quando estamos corretos em nosso exercício de ir e vir.

E por aí vai. Os que se dizem profissionais ou não agem como hienas famintas como se não houvesse carniça suficiente para todos (exemplos em ordem alfabética):

Advogados que se utilizam das leis em benefício próprio ou de seus clientes inescrupulosos mesmo sabendo que a verdade do caso pede outro tratamento cujo resultado lógico seria no mínimo a cadeia sem regalias;

Arquitetos que já ganham 10% por indicar certos produtos ainda superfaturam as respectivas notas em conchavos com os vendedores das lojas de materiais e de decoração;

Comerciantes que tentam ludibriar os consumidores vendendo produtos com defeito ou piratas e que na hora de cobrar não emitem nota fiscal sonegando imposto e aumentando o lucro;

Desempregados e/ou menos favorecidos economicamente que produzem e/ou comercializam produtos piratas a céu aberto sob os olhos corruptos da Lei.

Donos de bares e/ou, lanchonetes e/ou restaurantes que utilizam insumos vencidos ou de baixa qualidade em seus produtos;

Eleitores que se vendem por uma dentadura, par de sapatos, lanche, cargo ou sei lá mais o que.

Engenheiros que utilizam materiais de qualidade duvidosa em suas obras, principalmente as públicas, ou participam de cartéis em concorrências diversas;

Médicos que não comparecem a seus plantões e ainda passam a mão em produtos hospitalares sob a desculpa de “Salário Indireto” a fim de fazer frente a remuneração dita ridícula proveniente de um concurso que conheciam as regras e eles mesmos escolheram.

Motoristas de ônibus e/ou caminhões que infernizam o trânsito ao desrespeitar as leis em suas manobras arriscadas e egoístas.

Mecânicos que ludibriam seus clientes ao trocar peças sem necessidade e/ou colocando outras já danificadas ou por ficar.

Políticos ... Ora o que dizer dessa corja que já não sabemos. Só o que não sabemos, e acho que nunca saberemos, é o tamanho do rombo, mas que ele existe, existe e é enorme.


Quantos de vocês já não foram ludibriados por Empregadas Domésticas, Acompanhantes de idosos ou doentes, Babás, Porteiros, Peões de Obra, Enfermeiras(os), Garçons e outros representantes de nossa classe operária?

Taxistas que se juntam em cooperativas fantasmas ou não e agem como quadrilhas nos diversos pontos da cidade;

Técnicos de informática que inventam problemas a fim de vender serviço e/ou peça.

E muitos outros.

O que dizer dessa cena aí embaixo? Tirada essa manhã (sábado - 11/12/11) às 07:00 h, a foto mostra o resultado de uma provável pelada de fim de ano de alguma empresa ou colegas de profissão. Uma vergonha que nos dias de hoje não poderia mais se ver.


Como se vê, todo o segmento de nossa sociedade está envolvido em pelo menos uma falcatrua. Não são os ricos apenas ou os empresários, ou os políticos, são muitos dos membros de todas as classes, cor, credo, etc.

São muitos e todos iguais. Fazem parte da mesma corja. A diferença é o volume do engodo e este é diretamente proporcional ao poder que cada um desses safados tem nesta sociedade.

E o mais interessante é que eles são interdependentes, ou seja, SACANEIAM-SE. Eles se acham espertos, mas na realidade são mesmo umas bestas quadradas. Hehehe!!!

Estão todos na fila medindo o rabo daqueles que estão a sua frente e não perdem um segundo apenas para ver o tamanho do próprio rabo. Estão na fila aguardando a sua vez de se dar bem.

Muitos (pensam que) já estão se dando bem mesmo sem ainda terem chegado ao início da fila. Fazem isso sob a desculpa:

“Se os que estão lá na frente roubam sem serem presos porque não posso fazer o mesmo aqui no meio?”

E o problema não é de hoje, nem de alguns poucos anos atrás. Há muito ouvimos pessoas importantes ou não se referindo a ele de formas distinta. São frases, citações, piadas, músicas, etc. que muito bem ilustram essa situação (nossa História?).

Certa vez Ruy Barbosa disse:

“De tanto ver triunfar as nulidades;
de tanto ver prosperar a desonra;
de tanto ver crescer a injustiça;
de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus;
o homem chega a rir-se da honra;
a desanimar-se da justiça e a ter vergonha de ser honesto!”

O cara nasceu em 1849, escreveu essas palavras e morreu em março de 1923, com 73 anos, e até agora, mais de 85 anos depois não resolvemos a questão.

Estamos no século XXI e ainda desejamos avidamente que uma Lei da Ficha Limpa seja aprovada. Como se ter ficha limpa fosse uma exceção. E o pior é que está se tornando. Mais uma nessa imensa onda de inversão de valores que assola o país e o mundo.

E as pessoas acham isso normal, já estão anestesiadas pela História.

Elas mostram-se politicamente corretas ao assinar listas solicitando repressão às ações dos homens ditos maus, ou ao contribuírem com os “Crianças Esperanças” da vida e se satisfazem achando que com apenas isso estão cumprindo com o seu dever cívico.

Enquanto no seu dia a dia sujam as ruas com seus cigarros, etc.; fecham os cruzamentos; desrespeitam filas diversas; discriminam raça, cor ou religião; se agridem e até se matam por conta de futebol; superfaturam contratos; abusam da autoridade de ser patrão, diretor, síndico, etc.; utilizam veículos gigantes e beberrões para transportar apenas uma pessoa por percursos mínimos; desrespeitam e contestam a autoridade dos professores e mais velhos; ultrapassam pelo acostamento; não cedem lugar aos deficientes, idosos e grávidas; humilham pessoas socioeconomicamente inferiores; fazem filhos como coelhos; promovem eventos dispendiosos onde o desperdício impera sem remorsos, etc.

E assim mascaras caem mostrando que não são nada diferentes dos chamados homens maus.

Esquecem que essas e outras ações demandam recursos animais, minerais e vegetais em um ciclo de dependência originado na capacidade de nosso planeta prover.

Esquecem que essas ações trazem como conseqüência emissões diversas em um ciclo de dependência terminado na capacidade de nosso planeta digerir

Não é só isso. Há que se considerar outras ações chamadas populistas de nossos governos. São os novos incentivos para que os economicamente menos favorecidos possam adquirir carros (como se os que já temos nas ruas e estradas já não fossem bastante) e/ou eletrodomésticos da chamada linha branca (o que fazer com os velhos?).

Isso vale para os mais favorecidos também.

Sim meus caros, a Biologia, a Física e a Química me ensinaram, e devem ter feito o mesmo com vocês, que os recursos de nosso planeta são finitos assim como a capacidade de ele absorver nossas cagadas.

Portanto, está sim na hora de começarmos a pensar realmente sério e iniciar um processo de tratamento das causas e não das conseqüências, como estamos fazendo há anos sem o sucesso esperado. Está na hora de começarmos a ceder e colocar nossas regalias em segundo plano.

Não estou falando de divisão de renda ou posses, essas coisas ridículas pronunciadas por interesses da Esquerda Festiva; isso cada um tem os seus e deve mantê-los, desde que provenientes de seu trabalho. E o mais importante, devem ser proporcionais a ele.

Estou falando de consciência, civilidade. Estou falando de INTELIGÊNCIA PORRA!

Temos que usar essa merda que tem dentro de nossas cabeças e considerar que:

- Nós não estamos sozinhos nas ruas, nas cidades, países ou mundo;

- Somos interdependentes;

- Os recursos de nosso planeta são finitos;

- A capacidade de ele digerir o nosso lixo também;

- Toda ação corresponde a uma reação contrária de mesma intensidade.

- Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Pois como já disse um grande poeta:

“Nem o tudo que se tem, não representa nada.”

“O puro conteúdo é a consideração.”

(Luiz Melodia)

Isso não vale só para nós Tupiniquins, o mundo está em crise e faz tempo.

Poucos países, aqueles que são realmente sérios como a Finlândia, Suécia e outros meia dúzia, é que resistem bravamente.

Ultimamente temos ouvido satisfeitos e orgulhosos que nosso país não está em crise, que o Brasil não mais se curva aos altos e baixos da economia mundial. Sim, é possível, mas estamos em crise sim. Nossa crise existe e é séria, muito séria. Nossa crise é moral (imoral?). Há décadas somos uma das piadas do planeta e não nos indignamos com isso.

Um bom exemplo é o texto que recebi outro dia pela net. Desculpem a grosseria, mas resume muito bem nossa situação:


“Passeata do Orgulho Gay = 1.000.000 de pessoas


Passeata Contra a Corrupção = 2.500 pessoas”


“Tem mais gente lutando pelo direito de dar o rabo do que para não ser enrabado.”



E aproveitando a baixaria, mais um resumo:



Muitos acham graça afinal, nosso futebol é o melhor do mundo (será que ainda é?) assim como nosso carnaval também o é.

O que mais queremos?

sábado, 19 de novembro de 2011

A NOVA RAÇA


Sem que se perceba, há tempos está surgindo uma nova “tribo”.

São os que se dizem econômica, política e socialmente corretos.

Os antropólogos deveriam estar atentos.

Com seus atos, e forma de pensar já se tornaram dignos de estudo para teses de MBAs, Mestrado, Doutorados e até Pós-Doutorados.

Não possuem hábitos específicos como cortes de cabelo, maquiagem, acessórios ou roupas. Andam disfarçados entre as diversas tribos já existentes como ratos infiltrados a fim de minar àquele nicho da sociedade.

Se dizem preocupados com o bem estar das pessoas e do mundo.

Dependendo do nível de poder ou influência entre os seus, seja socialmente ou profissionalmente, defendem ou criam regras e procedimentos, na maioria impeditivos ao desenvolvimento da humanidade. Os demais, menos influentes concordam e insuflam como se fossem zumbis.

Claro que como de outras tribos, desta consegue-se extrair coisas e atitudes interessantes, algumas até com muito sentido e razão de ser.

Aos poucos seus atos e discurso vão criando uma onda de proporções que podem se tornar absurdas trazendo como conseqüência justamente o que eles tanto temem; o fim do mundo.

São vídeos, textos e declarações feitas nos diversos meios de comunicação e redes sociais que os mais animadinhos multiplicam sem ao menos gastar um mínimo de tempo raciocinando sobre.

São como marionetes manipuladas pela mídia vendida aos poderosos que todos os dias batem a sua porta em forma de jornais e revistas ou entram, já como membros da família, para o almoço, lanche ou jantar, antes ou depois deles através dos milhares de televisores e computadores existentes.

Criam fóruns e mais fóruns onde enormes e dispendiosas comitivas discursam sobre alternativas para diminuir a poluição, desmatamentos, emissão de resíduos, etc. Ou ainda medidas alternativas a fim de diminuir as distâncias sociais.

Gastam fortunas nesses e outros eventos de resultados duvidosos e quase nada de efetivo se aproveita.

Seu fanatismo misturado com a necessidade de se pronunciar e ego resultam em idéias estapafúrdias e incoerentes que são retransmitidas e/ou compartilhadas de tal forma que acabam virando verdades absolutas.

Em uma ação de marketing de qualidade duvidosa Chega-se a se tirar o “sutiein“ diante das câmeras a fim de obter a visibilidade desejada.

E como conseqüência, surgem indústrias com as quais muitos e verdadeiros vilões se beneficiam.

Falam de combustíveis alternativos, oriundos de vegetais como se o mundo já não se ressentisse deles para alimentar seus moradores e criações (rebanhos diversos) cujos milhões ainda morrem de fome, todos os anos.

Esquecem que outros bilhões nascerão já condenados a fome sem perspectiva de melhora desse cenário de caos gerado pela ganância e irresponsabilidade de poucos.

Falam do uso da energia elétrica como alternativa ao mesmo tempo em que discursam contra a criação de novas hidrelétricas.


Pronunciam-se como se o crescimento industrial e econômico do planeta com desenvolvimento sustentável se sustentasse com o que já temos acrescendo-se apenas os painéis fotovoltaicos (energia solar) e enormes ventiladores (energia eólica) mundo a fora.

Enquanto isso, os poucos beneficiados e verdadeiros vilões se refestelam em seus banquetes, viagens e demais “necessários” ao seu bem estar, gerando enorme desperdício em forma de restos não consumidos, dejetos provenientes de seu consumo ou espaço utilizado com seus veículos e mansões.

Por exemplo: Em São Paulo o trânsito tornou-se um problema tão grande que criaram o Rodízio. E o que fazem os paulistanos? Em uma atitude egoísta e burra, compram mais um ou dois carros para não serem afetados pelo sistema.

Os membros da nova tribo aplaudem e se derretem como frangas a cada medida populista divulgada pelos governos tais como facilitar o crédito para que classes ditas economicamente inferiores possam ter o direito a compra de carros. Como se os que já temos nas ruas e estradas já não fossem muitos.

A mais recente fala é que apenas pagar os impostos não é mais o suficiente.

Bostejam em nossas caras que precisamos fazer a nossa parte e mostram imagens de crianças ou adultos mal nutridos, consumindo drogas e outros horrores. Depois falam que a nossa contribuição vai mudar a vida dessas pessoas como nas imagens seguintes em que aparecem crianças ou adultos estudando, lendo, trabalhando, praticando esportes, etc. São sorrisos e mais sorrisos invadindo a cabeça dos mais fracos que não demoram a fazer a sua parte em uma bi-tributação consentida.

Criam ONGs, Associações, Irmandades, ações filantrópicas compostas de voluntários de boa vontade. Atitudes louváveis de alguma relevância, mas de pouca efetividade.

São medidas paliativas que atacam as conseqüências enquanto as causas são relevadas a segundo plano.

Não que seja contra esse tipo de ação, ao contrário, mas acho que muita dessa energia se fosse direcionada na causa e não na conseqüência traria melhores resultados.

Vota-se nos menos ruins como solução de um problema que permanecerá insolúvel se dessa forma continuar a ser tratado.

Anuncia-se aos quatro ventos as invasões de comunidades para que os bandidos tenham tempo de proceder sua transferência para outras pastagens sem serem incomodados.

Depois, em mais uma medida populista legalizam construções irregulares, contribuindo ainda mais com o enorme risco já existente, distribuindo títulos de posse de áreas valorizadas enquanto o incauto contribuinte é regiamente fiscalizado por suas compras e obras.

Onde fica o CREA e o Setor de Edificações da Prefeitura que não reprimem lá em cima como fazem aqui em baixo?

Concordo que os direitos têm que ser iguais, mas os deveres também.

Que se criem medidas de crédito facilitado, com juros baixíssimos ou até sem eles para a compra da casa própria, mas que se pague por ela. Que se pague pela luz, gás, telefone e televisão à cabo consumidos. Nem que com tarifas reduzidas.

Prende-se ladrões de poucas latas de óleo ou animais silvestres enquanto os ladrões de bilhões continuam livres leves e soltos se reelegendo com o seu voto.

Enquanto isso, não se discute sobre a necessidade de resolver problemas importantes tais como:


- Corrupção;


- Regularização de drogas leves;


- Gasto indevido dos impostos arrecadados;


- Obras superfaturadas;


- Taxa de natalidade e métodos anticoncepcionais,


- Violência;

- Etc.

As reais causas de todos os problemas.

Não, meus caros escassos leitores, não pensem que sou um Xiita esquerdista ou direitista, de centro ou periferia. Sou humano como vocês, talvez um pouco diferente como poucos, e possuo meus defeitos. Mas procuro estar ligado para que esses defeitos contribuam o menos possível com essa sacanagem toda.

Eu gosto de conforto, de dirigir carros e motos e tenho os dois. Gosto de comer bem e beber um bom vinho ou bom whisky, gosto de ter um “smartphone” de última geração e um “notebook”.

Agora mesmo estou bebendo um 12 anos legítimo.

Mas tudo foi conquistado com o meu trabalho. Árduo trabalho!

Também acho que as pessoas têm o direito a conquistar os seus desejos e sonhos, mas desde que à custa de seu trabalho e não do meu.

SENDO ASSIM, QUE FIQUE CLARO QUE OS IMPOSTOS QUE PAGO, E NÃO SÃO POUCOS, SÃO SIM SUFICIENTES PARA SANAR COM SOBRAS TODOS OS PROBLEMAS QUE VEMOS POR AÍ. É SÓ FAZER AS CONTAS.

Portanto, membros da nova raça, não esperem de mim nenhuma atitude em prol de qualquer dessas ações a não ser que seja um de meus desejos. Se assim for, não me furtarei a fazê-lo.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

VOLTANDO A REALIDADE


É isso aí pessoal!

Bem ao estilo Loney Tunes, estou em casa. Foram 20 dias de prazer, stress, prazer, Rock’n Roll, vinho, chuva, prazer, etc. Longe de tudo e de todos, completamente alienado de problemas e suas conseqüências a não ser aqueles inerentes a viagem.

Agora, vamos colocar os pés no chão e voltar a vidinha sem vergonha de sempre.

Está sendo meio complicado, mas a meu favor estão sendo dois feriados estrategicamente calculados para estarem exatamente onde estão quando o planejamento da viagem foi feito. Os feriados estão sendo de uma ajuda fantástica na minha readaptação a realidade.

E pelo rugir dos alces que puxam a carruagem a coisa anda preta, ou seja, permanece como antes; nada mudou.

Dos milhões que participam das passeatas pró homossexualismo apenas poucos mil saíram às ruas para mostrar sua aversão aos corruptos.

Menos ainda perderam suas vidas em uma inusitada explosão de botijões de gás de um restaurante na Praça Tiradentes onde, talvez por não conseguirem juntar as partes esquartejadas do Bravo Alferes para fazer uma estátua, colocaram uma do honrado D. Pedro I; sem espada.



Outros poucos mil saíram de casa a favor dos royalts do petróleo. Assim mesmo porquê muitos foram pegos em casa pelos diversos ônibus alugados pelos reais interessados nessa divisão monetária. Houve até distribuição de lanche. Pode?

Ontem “invadiram” a comunidade da Rocinha, como foi feito em diversas comunidades da cidade.

Dessa vez a invasão foi anunciada aos quatro cantos. O motivo está claro, é fazer com que os bandidos fujam sem necessidade de se dar um único tiro. Com isso, a imagem da Polícia fica intacta, a comunidade não presencia cenas impróprias, os bandidos seguem livres e fagueiros para outra comunidade ou município e assim todos ficam felizes.

A mídia pela notícia e conseqüente exposição;

A polícia por mais uma conquista;

O governo pelos louros da mesma;

E a comunidade ao receber as benesses conseqüentes da retomada.

A bronca não é por achar que não tenham direito, claro que têm, mas sim pela forma como os conseguem. São como esmolas da sociedade que se sente culpada pelos longos anos que aquela gente passou necessidades.

Esquece-se que a origem disso é exatamente a má utilização dos impostos recolhidos aos incautos contribuintes.

Como uma bola de neve, a falta de investimentos nas áreas realmente carentes faz com que as carências aumentem em um ciclo vicioso.

Medidas paliativas são criadas: ONGs, associações, ações filantrópicas feitas por voluntários de boa vontade. Atitudes louváveis de alguma relevância, mas de pouca efetividade.

Atacam-se as conseqüências enquanto as causas são relevadas a segundo plano. Vota-se nos menos ruins como solução de um problema que permanecerá insolúvel se dessa forma continuar a ser tratado.

É necessário que paradigmas sejam quebrados, afinal eles existem para isso. A idéia da regularização de drogas chamadas leves não deve ser descartada. Mas a irresponsabilidade e ganância de nossos políticos é o elemento preocupante nessa história. Como sempre!

As contribuições são feitas eletronicamente como bitributações disfarçadas em Crianças Esperanças da vida enquanto poucos lucram com os meios utilizados para a efetivação dessas doações.

Tudo isso sendo incentivado pelo negro véu da viúva assassina; a mídia.

Isso me faz comparar essas ações como se fossemos exércitos de resistência em uma guerra perdida.

E me faz pensar que:

“Um país onde deixa-se de ser analfabeto apenas por mal saber escrever o nome e onde é necessária uma lei do tipo “Ficha Limpa” não pode dar certo.”

Ou seríamos como personagens de cartoons?

E você? O que acha?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

LIÇÕES APRENDIDAS



Esse post é destinado àqueles que possam querer fazer alguma coisa parecida com o que andei fazendo nos últimos 23 dias.

Você pode achar chato, pois conterá informações técnicas e/ou aprendizados obtidos nessa aventura. Nesse caso, pode ser que não queira ir até o final do texto. Isso é compreensível ainda mais se você for uma menina e detesta esse tipo de coisa.

Mas pode ser também que eu me inspire e consiga transformar essa chatice em um texto interessante até mesmo para você que não está nem aí para esse assunto, mas gosta de dar umas boas risadas ou até está a fim de aprender coisas novas. Nesse caso, se você não for até o final não vai poder saber se consegui ou não.

Caso eu não consiga e você fique aborrecido(a) no final, ainda pode fazer suas críticas nos “comentários” e assim me xingar a vontade. Apenas lembro que já sou bem grandinho para assumir meus atos e omissões, portanto, tudo que escolhi, fiz, escrevi e disse depois de 10 de janeiro de 1972 foram minha culpa, minha máxima culpa. Sendo assim, minha progenitora não tem nada a ver com isso.

Nem todos vocês sabem que essa viagem teve origem em outra maior na qual teria a companhia de outros motociclistas que no decorrer do planejamento foram tirando da reta um a um a cada passo dado.

Pois foi nesse planejamento que tive a ajuda de Marcos um motociclista com vasta experiência nesse tipo de viagem e conhece como poucos nossa América do Sul.

LICÃO 1 - Posso dizer que a maioria dos procedimentos que utilizei como alimentação, intervalo entre as paradas, estadia, combustível, etc. foi informação obtida com ele. E a mais importante delas todas foi com relação ao conforto. Até agora não citei nada sobre o assunto nos textos que escrevi.

Trata-se de um acessório simples, um pouco caro, mas de extrema utilidade. Afirmo sem dúvidas de errar que foi a informação mais importante em todo o processo de consulta em que estive com ele.

Lembro bem que entre os 02 dias de conversa, decidindo o roteiro, falando sobre alimentação, trâmites legais, reservar ou não hotéis, segurança, etc. num dado momento ele elevou o tom de voz como se lembrando de algo importantíssimo e disse mais ou menos assim:

“Geraldo, você tem que comprar o Air Hawk! Você não pode deixar de levar esse acessório! Você vai ver como ele é importante! É um conjunto de gomos tipo câmaras interligadas ...”

E desandou a tagarelar maravilhas do produto. Eu estava preocupado, pois algo tão importante assim deveria custar os olhos da cara e meu orçamento em comparação com o dele era e ainda é bastante limitado.

Ele pegou o telefone e continuou:

“Não, você não vai comprar eu vou encomendar agora, vou ligar para um amigo de uma loja em sampa e você fala com ele e já acerta a compra.”

Fiquei sem opção e só 03 dias depois quando chegou é que pude ver exatamente do que se tratava. É uma almofada que você mesmo enche (com o ar da boca), mas não muito e ela se molda de tal forma que você chega a seu destino, mesmo após pilotar muitos quilômetros, inteiro, sem nenhum desconforto ou dor.


Foram 23 dias em que encontrei vários motociclistas e todos, sem exceção, reclamavam de dores pelo tempo que passavam sentados pilotando e quando viam a minha almofada tiravam fotos e faziam perguntas sobre o resultado, o preço e onde encontrar.


Se você vai viajar não deixe de adquirir esse equipamento. Sabendo do resultado eu pagaria bem mais do que os R$ 450, que paguei.

LICÃO 2 - Ainda sobre conforto, minha moto é uma “Big Trail” e por isso a postura de pilotagem é menos agressiva do que a de uma “Bike” (tipo de corrida onde o piloto fica desconfortavelmente deitado sobre o tanque de gasolina). Lembro que indo de Sampa para Curitiba encontrei em um posto com uma turma e um deles estava com as costas no chão com as pernas apoiadas em uma parede urrando de dor nas costas. Ele estava com uma “Bike” e não tinha nenhum equipamento para proteger/apoiar as costas.

Marcos me falou de uma cinta em forma de “T” invertido onde a parte horizontal “te abraça” na altura da base da coluna e a parte vertical acompanha a espinha até a base do pescoço.


Eu já tinha uma cinta, para segurar os órgãos abdominais, que uso quando faço trilhas de moto e a utilizei com excelente resultado nesta viagem. É bom salientar em alguns momentos tenho dores nas costas e nesses 23 dias nada parecido foi sentido.


LICÃO 3 – Essa é minha mesmo. Certa vez, logo quando peguei a moto, eu não estava acostumado com seu peso e ela tombou. Eu não quis largar e fui fazendo um esforço enorme para amortecer a queda a fim de reduzir ao máximo os danos. Consegui, mas todo o peso incidiu sobre meu pulso direito e depois disso ele nunca mais foi o mesmo. É engraçado que quando você tem uma parte do corpo “danificada” todo esforço diferente incide sobre ela e é isso que está acontecendo com meu pulso e por causa disso sempre que estou de moto eu utilizo munhequeiras nos dois pulsos. Isso tem ajudado bastante a não piorar o direito e nem danificar o esquerdo.

LICÃO 4 – Alguns meses antes faça um trabalho para melhorar suas condições físicas. Exercícios específicos para os braços e pernas são importantes assim como para melhorar sua condição aeróbica. Aqui cabe um agradecimento especial ao Samuel.

LICÃO 5 – Hidratação – Nesse tipo de viagem você estará vestindo uma roupa especial, pesada com proteções semi rígidas internas nas articulações, capacete, luvas, botas, meias, segunda pele, etc. Em muitos momentos estará sob sol as vezes escaldante. É necessário que se preocupe com a hidratação, mas não vai querer ficar parando toda hora. Leve um recipiente próprio (como uma mochila) para água e ao enchê-lo faça-o com pedras de gelo e só depois acrescente a água e de preferência estupidamente gelada.


Não encha e coloque no congelador, pois o gelo expande e pode rasgar o recipiente que é de plástico. Também não deixe na metade e coloque no congelador, ele pode grudar e você vai ter que desligar a geladeira para soltar, pois se tentar puxar pode rasgar. Aconteceu comigo em Curitiba, mas eu não puxei, desliguei a geladeira.




LICÃO 6 – Está em um dos textos, mas não custa lembrar. Você vai comprar luvas, casaco, calça, botas, malas, etc. impermeáveis. Vai exigir que sejam intransponíveis e vai sair das lojas convencido que comprou o equipamento correto e ao pegar a primeira chuva vai ver que não é nada disso. E não é mesmo! O material pode até ser impermeável, mas existem costuras e/ou emendas que não há controle de qualidade, por melhor que seja, que te garanta essa estanqueidade. Aconteceu comigo. Peguei uma chuva forte de São Paulo para Curitiba, outra de Curitiba para Foz do Iguaçu e outra pior ainda de Foz para Caçador – SC. Resultado, em Curitiba comprei um conjunto de capa, calça e polainas contra chuva (mesmo assim passou água) e passei a utilizar saco de lixo para cobrir a mala de roupas.

Portanto, se você não vai utilizar aqueles bauletos rígidos (eu não comprei porque não teria onde guardar aqui em casa) não se envergonhe de envolver sua bagagem com um bom e preto saco de lixo.

LICÃO 7 – Ao chegar a seu destino (parcial ou não), posto de serviços, restaurante, cidade, etc. não se esqueça que mesmo que não pareça você provavelmente estará de alguma forma cansado. Abra o descanso da moto apóie no chão e só depois de se certificar que ela está bem apoiada desmonte e só depois, se desejar, a coloque no descanso central.

Foram umas 04 ou 05 vezes em que eu fui estacionar a moto ou colocá-la no central e ela tombou. Eu sentia que ela ia tombar, mas não tinha forças nem raciocínio para segurá-la, muito doido isso. A última delas foi no Chuí e isso me custou a entrada no Uruguai. Não perca oportunidades por besteira.

LICÃO 8 – Não se prenda ao planejado, alguns imprevistos ruins ou bons podem fazê-lo repensar. O roteiro é um deles, foi o que aconteceu comigo depois de Foz do Iguaçu quase tudo foi diferente. Os motivos foram vários, bons e ruins e ninguém está livre disso.

LICÃO 9 – Defina bem o objetivo de sua viagem. Lembre-se você não é o Super homem nem a Mulher Maravilha. Se você pretende ir para a balada vá, mas saiba que no dia seguinte não deve pegar estrada. Reserve um dia para recompor as energias da noite anterior. A relação é um dia para cada noite na gandaia.

LICÃO 10 – Nunca se esqueça que a moto é sua companheira de viagem. Ela que vai te levar ao objetivo e levar você de volta são e salvo para casa. Ninguém mais vai fazer isso por você. Trate-a muito bem. Cuide dela como se fosse a única. Periodicamente veja a calibragem (a frio, antes de rodar) e estado dos pneus, verifique a folga e lubrifique a corrente a cada 300 km rodados ou a cada perna viajada, verifique o nível do óleo e as lâmpadas.

Combustível, sempre o melhor possível se não for possível, certifique-se da procedência para isso, abasteça a cada meio tanque dessa forma você consegue diluir a gasolina de procedência duvidosa caso seja a última opção.

LICÃO 11 – Atenção à sinalização, não ache que é conhecedor de tudo e dono do mundo, ela é muito importante. Tenho certeza que num certo dia eu tive muita sorte, pois poderia ter sofrido um acidente grave.


Foi indo para o Chuí, quando passava na Reserva de Itaim. Eram várias placas indicando que poderia haver animais atravessando a pista.


Eu vi vários mortos inclusive uma enorme capivara, todos estavam ou no meio da estrada ou na beira dela. Lembro que por ser uma reta enorme estava me dando sono. Não havia onde parar para beber um café ou algo que tirasse o sono. Não tendo o que fazer só me restou “brincar’ com a velocidade. Tudo certo se não fosse a possibilidade de aparecer um bicho atravessando a pista. Minha sorte é que não apareceu nenhum pois nessa “brincadeira” eu cheguei a rodar a 200 km/h. E pegar uma capivara de frente a essa velocidade não deve ser muito legal.

Essa placa aí embaixo deve ser muito importante. Na BR 116 são duas. Não me perguntem o motivo, mas estão colocadas na entrada e na saída do Rio Grande do Sul.


LICÃO 12 – Sob o casaco viaje com uma camisa de “dry-fit” ela é fácil de lavar e seca muito rápido. Em caso de frio, use a 2ª pele diretamente sobre o corpo e sobre ela a camisa de “dry-fit”. Lave as duas. A 2ª pele pode não secar então tenha uma reserva.

No caso da calça, a minha tem um forro e esse forro é removível, fácil de lavar e seca muito rápido.

Leve uma ou duas barras de sabão de coco elas fazem milagres.

Sob a bota, use meia de cano longo, essas de futebol e dobre a barra sobre o cano da bota. Você vai evitar pequenos ferimentos do roçar da borda do cano da bota com sua canela.

Lave a meia com o sabão de coco acima e tenha um segundo par de reserva. Você pode e DEVE lavar outras coisas dessa forma.

LICÃO 13 – Essa, depois da almofada é a melhor de todas. A mulherada vai adorar! Como planejado, enquanto estava nas estradas fazia paradas a cada 01:30 horas aproximadamente e em cada uma delas eu me alimentava com uma barra de cereais e bebia um café. Raras as vezes em que saía dessa rotina para comer um feijãozinho com arroz caseiro.


Pois bem, eu saí do Rio pesando redondos 100 quilos e cheguei pesando redondos 94 quilos. Foram 06 quilos perdidos em 23 dias sem esforço. Quando digo sem esforço é porque em nenhum momento pensei nessa possibilidade e em nenhum momento deixei de comer o que queria por conta disso.

O melhor é que diminuiu exatamente onde precisava, ou seja, o pneu de caminhão que me acompanhava e já estava incorporado e bem assumido se transformou em nada mais nada menos que um simpático e singelo pneuzinho de bicicleta.

Sendo assim, principalmente vocês meninas, revejam esse negócio de que moto é isso, é aquilo. Moto é sinônimo de emagrecer e isso é fato.

Acho que é isso, se lembrarem de mais alguma dúvida ou sugestão coloquem nos comentários.

Até.

domingo, 30 de outubro de 2011

21º, 22º E 23º (ÚLTIMO) DIAS – SÃO PAULO – PARATY – RJ – RIO DE JANEIRO


São Paulo é aquilo que todos nós sabemos, cheia de paulistanos mal humorados, solitários dentro de suas SUVs tumultuando o trânsito ou como sardinhas em lata nos diversos tipos de transporte público ou ainda como pedestres apressados e estressados. Todos em busca de algo que nunca vem. Nunca vem mesmo, pois se viesse eles com certeza seriam mais humanos.

Mas como ser diferente se para onde se olha, independente se você é motorista, usuário de transporte público ou pedestre, só se vê prédios e mais prédios. O céu quando se vê é uma nesga entre concreto, ferro e vidro e algumas árvores que só deus sabe como sobrevivem com tanta poluição.

É sabido que a chamada locomotiva do país é movida a lenha provida pelos demais estados da nação. Fato.

São Paulo é a síntese da miscigenação que é o nosso povo, por isso tem suas qualidades. E não são poucas. A gastronomia, arte e entretenimento são incomparáveis. Encontra-se de tudo, ou quase. O que não tem eles mandam buscar.

As ruas são muito bem sinalizadas, o único problema é que você não precisa saber apenas para onde quer ir, mas também o caminho que te leva para lá.

Hoje eu queria ir para Santos foi necessário saber que precisava pegar a Imigrantes, pois não existe placas indicando “SANTOS” e sim “IMIGRANTES”. E por aí vai. Se você quer ir para Curitiba tem que saber que se vai pela Regis Bitencourt, etc.

Falando nisso, a malha rodoviária do estado é outra de suas qualidades. As estradas são largas e limpas. A manutenção é muito bem feita fazendo dessas vias as melhores do país.

Eram 07:37 h quando “entrei” na Imigrantes. Se não estou enganado são 05 pistas para cada lado e não estava cheia, apesar do sol. Eu ia pela pista da direita, sem correr, passando por quase todo mundo porque eles preferem andar abaixo da velocidade limite nas pistas da esquerda. Aliás, isso não é privilégio só dos paulistanos.

Estava tranqüilo seguindo o meu caminho quando surgiu o primeiro aviso do pedágio.

Eu estava acostumado com o sul onde no Rio Grande do Sul moto não paga pedágio, em Santa Catarina o valor é no máximo R$ 0,70 e no Paraná, R$ 0,80.

Devido a isto eu comecei a procurar um aviso específico para motociclistas.

Havia um e dizia mais ou menos assim:

“Veículos isentos, motos, etc. cabine à direita.”

Embiquei na direção da cabine à direita, atrás de um carro e segui despreocupado.

Ele passou e a cancela desceu na minha frente, desviei e passei no pequeno espaço entre a ponta da cancela e o limite da pista. A sirene tocou, eu olhei rapidamente para a esquerda, depois para a direita e, com certo receio, acelerei aos poucos, para não dar bandeira e sumi entre os carros.

Continuei, enquanto olhava o mais discretamente possível para ver se não estava sendo seguido por uma viatura da concessionária ou mesmo da Polícia Rodoviária.

Fiquei mais tranqüilo após alguns minutos ao verificar que não havia nada diferente acontecendo.

Segui em frente.

Aos poucos o número de pistas foi diminuindo.


Passei por uma placa informando o início de um declive com 15 quilômetros de extensão. Quando eram 03 (ou seriam 04) pistas estava dentro de um enorme túnel. Uns 50 metros ao ar livre e outro túnel. Desta vez marquei no velocímetro:

“03 quilômetros.”

Mais 50 metros e outro túnel perfazendo 05 quilômetros no total dos 02. Achei interessante ainda mais por ser em declive acentuado.

Agora eram 02 pistas e o número de curvas aumentava tornando o passeio mais agradável.

Passei pela entrada de Santos e entrei em Guarujá. Beira mar segui em frente. Nada que mereça comentários. No final, após pedir informação, dobrei à esquerda para após alguns quilômetros acessar uma estradinha de mão dupla bastante simpática. Foram alguns agradáveis quilômetros, os quais fomos acompanhados bem de perto por um bonito rio à esquerda, até chegar à balsa.


Uns 10 minutos aguardando e outros 10 atravessando. Ao desembarcar, estávamos em Bertioga. O mar estava um pouco revolto e suas ondas eram usufruídas pelos poucos e bons surfistas da região. Segui minha viagem.

As praias foram passando à minha direita enquanto o sol, que desde ontem se tornara parceiro de viagem, mostrava sua força.

Eram extensas ou curtas algumas bem pequenas, com pedras, coqueiros e/ou vegetação fechada; em linha reta ou curvas; ao meu lado ou lá embaixo; cheias, vazias ou desertas; elas desfilavam diante de meus olhos cada vez mais perplexos com tanta diversidade e beleza.

O mar não. Esse se mantinha igual durante todo o tempo. Tanto na cor turquesa quanto na ferocidade de suas ondas ele mostrava com personalidade e clareza como se sentia.

São Lourenço, Maresias, São Sebastião, Ubatuba, Baleia, Cambori, Trindade e diversas outras cujos nomes não consigo lembrar; até chegar em Paraty.

As fotos, apesar de não mostrar a realidade das sensações podem ajudar na compreensão de minhas palavras.










Em Paraty, já havia decidido pernoitar, estava cansado. A busca por uma pousada não foi trabalhosa. Queria um quarto no térreo e consegui, não estava a fim de subir e descer escada carregando a bagagem que não é leve. Estavam arrumando. Deixei as coisas e fui almoçar.

Calor infernal potencializado pela roupa preta que ainda vestia que contrastava com as bermudas, camisetas e demais de verão que passavam.

Paraty continua impressionante, o casario do centro histórico não cansa a vista apesar dos séculos. Seu tradicional calçamento trás história, mas também a possibilidade de uma bela torção no tornozelo. Exatamente por esse motivo não é uma cidade própria aos que gostam de beber um pouco acima do "socialmente", pois o risco de quebra de uma perna ou outro osso qualquer é enorme.




Encontrei um simpático restaurante de frutos do mar. Descobri que possui sua própria peixaria que lhe fornece peixes e frutos do mar sempre frescos.

Um delicioso chope e uma gostosa casquinha de camarão me ajudaram a escolher o prato princial.


Estava na dúvida entre peixe ou camarões e como sou fascinado escolhi os camarões. Vieram fritos na chapa ao alho e óleo acompanhados por nada mais nada menos que gnhoques de batatas ao pesto e nozes. Exatamente os pequenos pedaços de nozes é que conferem ao prato um sabor especial.


Merecia um belo e fresco vinho branco, mas o calor não permitia.

“Quem sabe à noite?“

Voltei, troquei de roupa e fui para a piscina para um rápido mergulho. Depois um banho, esse texto (até aqui) e uma soneca a fim de recuperar energias.

Em Paraty os pertencentes a melhor idade são muitos e se equilibram como podem pelas pedras disformes dispostas de maneira etereogenea.

Nova busca desta vez para o jantar e após várias tentativas, a cidade está cheia, encontrei um restaurante um pouco mais sofisticado.

Na TV um DVD do Scorpions de um show com uma Filarmônica. Estava baixo, mas me pareceu muito bom. Anotei e vou procurar se for bom eu divulgo.

O prato escolhido, após minuciosa busca no variado cardápio não poderia deixar de ser camarões.

Eu juro que saí da pousada certo de que desta vez seria peixe, mas “Camarões Flambados na Cachaça” me pareceu mais apetitoso do que as demais opções.

Vieram grandes, rosados acompanhados de palmitos tipo Pupunha grelhados e uma folha de alface envolvendo um molho de folhas bem conhecidas que esqueci o nome. Excelente!


A caipirinha de cachaça da terra foi o toque de época ao conjunto.

Mais uma trôpega volta pelo pequeno e fervilhante Centro Histórico e cama a fim de acordar cedo para matar as saudades de meus filhos.

O café da manhã seria às 07:30 h, não tinha porque acordar antes de 06:30 h e foi essa hora que o despertador tocou. Levantei arrumei as coisas e ainda era cedo. Decidi sair sem café. Fui até o estacionamento e vi que estava cercado sem possibilidade de sair. Um gênio que acha que está só no mundo estacionou seu carro bloqueando minha saída. O pior é que havia outra vaga bem a frente da que ele parou e nesse caso não atrapalharia ninguém.

“Estou no Rio de Janeiro.”

A dona da Pousada mesmo sabendo de quem era o carro não se dispôs a chamá-lo.

O café foi antecipado e sem opção sucumbi. Com a ajuda de um funcionário passei com a moto sobre o jardim, montei as coisas e saí.

Antes de chegar na BR (estrada) reparei em algo que não havia notado ao entrar na cidade. Não contei os primeiros, mas os que contei foram 05. 05 postos de gasolina. Para que uma cidade tão pequena como Paraty tem no mínimo 07 postos de gasolina na mesma via que deve ter uns 04 quilômetros.

“Coisas de Brasil.”

BR 101 à direita, rodei uns 200 metros e, pasmem, a estrada me lembrava os áureos tempos da década de 70 quando viajava Brasil a dentro de fusquinha com meus pais. A foto fala por si. O susto foi grande, quase caí, mas com muito custo (lembrem-se são mais de 200 quilos entre moto e bagagem para segurar) consegui me equilibrar.


Após esse pequeno problema com uns 500 metros o cenário voltou ao normal,

Muitas curvas suaves e piso liso. A paisagem mudou um pouco. O céu agora estava cinza e a manhã ainda estava úmida; resquício das chuvas da madrugada e isso não me deixava desenvolver como desejava.










Eu estava ansioso e por isso preocupado. É no final que as coisas acontecem, relaxamos e pronto lá se vai toda a análise de riscos por água abaixo.

Parei de ver a paisagem e tirar fotos, foquei na estrada e aumentei a velocidade.

Foram quase 130 quilômetros de curvas, subidas e descidas antes de chegar a monotonia e insegurança da Avenida Brasil. Muito prazeroso.

E foi quando entrei nesta avenida que considerei encerrada a viagem.

Pensei em continuar pelo litoral, passar por Marambaia, Sepetiba, Recreio, Barra, Leblon e Jardim Botânico, mas recentemente fiz esse trajeto, voltando de Angra, e sofri um pouco ao sair de Santa Cruz por causa das obras. Eu estava cansado e ansioso demais para mais esse perrengue.

Cheguei em casa, tirei as coisas, lavei o que tinha que lavar, uma ducha no terraço e fui buscar uma cerveja gelada. Não havia uma única para dar um gostinho.

Meu caríssimo filho bebeu todas.

“Gente boa esse moleque!”