sábado, 23 de outubro de 2010

VISITANDO O VAZIÃO


Faltam um pouco menos de vinte e quatro horas para o primeiro Clássico dos Milhões a se realizar no Engenhão. E eu não vou!

Como pode, um frequentador assíduo dos jogos do Mengão não poder estar presente? Isso é uma heresia das grandes.

Como eu gostaria de estar lá!

Mas é impossível! Racionalmente impossível! Podem me chamar de elitista, de reacionário, etc. fôda-se! O que importa é minha segurança, meu conforto, etc.

Queria muito de ir, meu filho também. Estou com saudades de ver ao vivo e a cores o Mais Querido desfilar pelos gramados, ainda mais em uma situação que promete uma vitória sobre, como muito bem define um Rubro-Negro de responsa (Arthur Muhlenberg) os sempre Vices, nossa eterna “Baranga de Fé”.

O jogo promete e minha vontade de ser mais uma “testemunha ocular da história” é grande, mas minha porção racional e inteligente não me permite fazer tal idiotice.

Vou ter de me contentar com uma LCD de quarenta e duas polegadas pendurada em uma das paredes do boteco aqui perto de casa. Não tenho PFC, pois como disse sou freqüentador assíduo dos jogos do Flamengo. Menos mal que vou ter a companhia do meu filho e de uma loura geladíssima, mas vou ter de ficar ouvindo muita besteira dos presentes.

Há outro agravante, a possibilidade de ficar a menos de três metros de um dos poucos torcedores do freguês que terão coragem de botar a cara. Coisas da vida.

Mas qual o motivo dessa impossibilidade? Bom, vou contar uma das maiores e decepcionantes aventuras da minha vida:

Há dias procurava informações. Nunca havia ido lá e, devido à qualidade da segurança de nossa cidade, estado e país. Ir ao Engenhão ver um jogo do Flamengo não ia ser uma das tarefas mais fáceis.

Por diversos motivos, profissionais, sociais etc., andei por vários bairros da cidade e municípios do estado e sempre me saí bem. Me perdia em alguns momentos e quando isso acontecia, logo me encontrava pois, ao contrario do que dizem da maioria dos homens não vejo nenhum problema em parar para perguntar onde estou.

Dessa forma, chegar eu sabia chegar. Restava escolher uma das opções:

Linha Vermelha e depois Linha Amarela seria talvez a mais rápida e segura. Segura?

Av. 24 de Maio a mais conhecida para mim.

O problema seria onde parar o carro. Perguntei a alguns que sabia já terem ido, mas as informações não foram animadoras. Um havia ido à época dos Jogos Pan-americanos. Sei que nessa época tudo funcionava de maneira satisfatória para atender aos turistas e jornalistas estrangeiros que não poderiam sair com uma imagem negativa da Cidade Maravilhosa.

Não estávamos mais em época de Pan muito menos de eleições.

Outro esteve lá logo após o Pan, no primeiro jogo depois que o estádio fora arrendado, portanto ainda havia algum resquício de segurança daquela época.

O terceiro havia ido de metrô e depois trem ver um jogo do time arrendatário do Estádio contra outro time pequeno. Ou seja, jogo de uma torcida só e essa, cabe em uma Kombi.

O quarto, meu parceiro de Maraca que foi levar seu único filho (que se continuar como está, vai solicitar sua vaga na Kombi), deixou o carro num terreno da Cia de trem por módicas vinte pilas.

Não queria perder a oportunidade de conhecer o tão falado Engenhão. O jogo ia passar na TV, mesmo assim, me enchi de coragem, fomos, sem ingressos, que normalmente compro com antecedência. Seguimos para o ponto de ônibus iniciar o que imaginava ser uma oportunidade de mostrar na prática a meu filho que o Brasil não se resume apenas à zona sul do Rio de Janeiro. Coisa que ele já sabia na teoria.

O tempo não era dos melhores, apesar de meio nublado o calor era infernal. A umidade do ar piorava a situação. Havíamos almoçado em casa aquele tradicional arroz, feijão, bife com batatas fritas, feitos pelas doces mãos de minha Babá. Há muito meu filho não aparecia o que a fez cozinhar com mais amor.

O ônibus do metrô chegou em seguida o que me deixou menos receoso. Estava começando bem.

Era Carnaval e algumas pessoas fantasiadas entraram indicando a possibilidade de sermos atrapalhados por um bloco de foliões o que poderia piorar nossa situação, pois estávamos no limite de tempo.

Chegamos à estação de Botafogo e entre idas e vindas de diversos foliões em variados níveis alcoólicos entramos no primeiro vagão enquanto as portas fechavam à nossas costas.

Notei que não éramos os únicos loucos diminuindo minha preocupação.
Os vagões sempre limpos em dias normais estavam irreconhecíveis, fruto da falta de educação de certos elementos.

Não lembrava onde seria a melhor saída da estação Central do Brasil então resolvi ir trocando de vagão até o centro onde estaria eqüidistante das extremidades e se tivesse sorte a saída seria no meio.

Estava dando tudo certo. Subimos a escada rolante e logo nos encontrávamos em um enorme saguão lotado onde os funcionários da empresa que administra (?) aquilo davam informações incorretas mostrando seu preparo.

Sempre na dúvida e com uma enorme sorte deduzimos que não deveríamos perder tempo consultando o painel que informava as horas e plataformas das chegadas e partidas daquelas coisas que chamam de trens.

Preocupado em não furar filas, escolhemos a plataforma onde havia mais pessoas com o Manto Sagrado. À esquerda repousava aquilo que restava de uma composição que como um Trem Fantasma, inexplicavelmente abria e fechava as portas. As pessoas entravam e saíam como que perdidas. Foi aí que percebi que não havia ninguém num raio de cinqüenta metros que não estava buscando desesperadamente por uma informação.

Nos aproximamos de um grupo que parecia saber onde estava. Ledo engano. Conversamos um pouco e, vendo que não ia resolver me virei em busca de pelo menos uma bússola. Voltar para casa ainda não havia passado pela minha cabeça.

A uns vinte metros avistei um funcionário da limpeza, sim havia um e educado.
“Hoje todos os trens são paradores (param em todas as estações) o senhor pode pegar qualquer um e descer na Estação Engenho de Dentro.”

Voltei, informei ao grupo de perdidos como eu que o funcionário havia sido bastante convincente.

Eles entraram em seguida naquele resquício de trem. Nos sentamos próximo a porta e logo descobri como se sentiam os patês em suas latas. Há muito, desde a época de estagiário, não me sentia assim.

Em pé, à nossa frente estava uma senhora para quem em condições normais ofereceria meu lugar, mas não seria naquele dia que seria politicamente correto. Não sou perfeito. Não iria correr o risco de perder meus poucos pertences em um possível furto. Ela demonstrava estar familiarizada com aquela situação.

Na porta, literalmente, que mantinham aberta um grupo de não mais que sete (conta de mentiroso) rapazes (?) entoavam cânticos de sua facção de uma das torcidas organizadas. As letras eram extremamente educativas, incentivavam a violência contra torcidas de times rivais, passando pelo incentivo à quebra do estádio (apenas por ter sido arrendado por um Clube rival esquecendo-se, demonstrando sua inteligência, que foi construído com seu próprio dinheiro), culminando com o incentivo a violência contra outra torcida organizada, pasmem, do próprio Flamengo.

Próximo, uma foliã, que voltava para casa acompanhada de sua turma cantava e bebia aquela que parecia ser sua centésima cerveja da tarde. Assim continuou mesmo depois de jogar, as gargalhadas, a latinha, ainda com líquido, pela janela do trem em movimento.

Mas eu estava achando ótimo, meu filho estava tendo a oportunidade de aprender coisas que não conseguiria fazê-lo entender nem com semanas de papo. Várias aulas de matemática, português, etc. não fariam tanto efeito quanto aquela aventura que estava começando.

A vida, ou melhor, a verdadeira vida estava passando nua e crua diante de seus olhos azuis sem que eu precisasse mencionar se quer uma palavra. Só o fazia quando ele ficava, na sua inocência, encarando os sete “Poetas”.

“Não fique olhando muito, você não sabe o que pode sair da cabeça dessa turma.”

Mas não era só ele que estava tendo aulas, eu estava fazendo uma reciclagem em alguns de meus conceitos. Aquele workshop estava me permitindo esclarecer, por exemplo:

“Por que os policiais são tão estúpidos e ignorantes quando nos abordam?”

Eles têm que conviver com esse tipo de gente toda hora e muitos não tem inteligência suficiente para distinguir o cidadão que trabalha e paga imposto do vândalo. E têm muito medo do segundo.

“Por que as pessoas que moram longe estão quase sempre com os nervos a flor da pele?”

Eles têm que acordar de madrugada, adivinhar e esperar o trem, e dentro deles, como sardinhas, viajar por horas para, muitas vezes, aturar aquele patrão manda chuva que chega de carrão com ar-condicionado e motorista e, como se não fosse suficiente, ao final do expediente fazer o caminho inverso para chegar sei lá que horas em casa.

Etc.

Depois descobri que a opção ônibus não teria sido é mais confortável.

Chegamos, aceitamos a sugestão do funcionário e compramos os bilhetes da volta. Recusei a primeira oferta de um cambista, mas não recusei a segunda após avistar a confusão que reinava na bilheteria.

Essa outra atitude incorreta se mostrou providencial ao atravessamos a roleta, ao mesmo tempo em que a torcida denunciava a entrada em campo do Mais Querido.

O estádio é muito bonito, um verdadeiro monumento que como tal perde a função do seu objetivo.

A visão é péssima. Talvez, do nível superior a visão seja melhor, mas deve ser desconfortável pelo grau de inclinação da laje. Nesse local as cadeiras tem uma barra na frente destinada a pessoa se segurar para não sair rolando arquibancada abaixo.

Mas é lindo! Como se essa fosse a função mais importante dessa construção. Aliás, no Brasil existem muitas obras cuja função não é mais importante que a necessidade de ser belo. E assim nossa grana vai sendo gasta com essas porcarias.

O jogo, contra o América, transcorria dentro da normalidade; gols perdidos, as tradicionais incompetências da arbitragem, calor, cerveja quente, banheiros bem acabados, porém imundos, água das torneiras com uma coloração especial, marrom... calor...

A normalidade permanecia até a entrada de Obina, que depois de algumas trapalhadas conseguiu fazer três gols. Juan, que jogava mal, também fez o dele, fechando a parte anormal do jogo.

Saímos após o terceiro gol a fim de poder chegar ao trem sem tumulto.

O funcionário da estação ficou olhando para mim com cara de bobo quando perguntei qual a plataforma ir. Sem resposta, já escolado, perguntei para uma funcionária que me parecia mais ativa e responsável.

“Plataforma B2”

“Obrigado”

Por mais de trinta minutos permanecemos junto a outros aguardando nosso transporte para casa.

A chuva fina dava o ar de sua graça e era bem vinda.

Enquanto isso na B3 um trem nunca saía.

Ele saiu, na direção da Central, nosso destino...

Outras composições partiam da B3 no mesmo sentido...

Ao ser abordado um funcionário não soube explicar a causa daquilo e após alguns minutos ao celular informou que a próxima composição para a central iria sair de lá, B3.

Trocamos de plataforma não sem antes verificar que a funcionária da primeira informação havia desaparecido estrategicamente.

Após vinte minutos chegou o trem que partiu após uns quinze.

Menos cheio nos permitiu vislumbrar o entorno da linha limitada pelos altos muros que escondiam os efluentes da “civilização”. Entulho de diversas obras, lixo variado, restos de feiras e mato alto era o cenário e bichos errantes seus habitantes.

Uns dormiam embalados pelo gingado do trem enquanto outros discutiam os lances do jogo.

Nós conversávamos sobre a experiência que dificilmente será repetida...

O parador nos deixou próximo a civilização em aproximadamente 40 minutos.

Descemos as escadas rolantes que estavam desligadas e em quanto aguardávamos nosso metrô, o que seguia na direção oposta chegou e abriu suas portas como de praxe. De dentro as pessoas saiam com violência em quanto outras caiam pela plataforma como bananas podres empurradas por seus pares de bloco. Os que empurravam riam como hienas. Desculpem hienas pela comparação. A aula continuava, mas estava por terminar.

O ar condicionado se mostrava especialmente frio, o vagão agradavelmente vazio e nos sentamos sem problemas. A sujeira ainda presente agora quase sem ser percebida e em menos de meia hora o ônibus do metrô nos aguardava no ponto.

Chegamos em casa passando pelo imponente Parque Laje quando comecei a agradecer pelas minhas conquistas. Meu filho fez o mesmo agradecido pela experiência.

Saúdo, mas não invejo os Heróis que farão essa jornada. Talvez as coisas tenham melhorado, mas o risco de presenciar uma briga entre torcidas “organizadas”, de ser confundido com um dos membros educadíssimos de uma delas ou de ser alvo de um de nossos preparadíssimos representantes da lei, não me animam a sair de casa.

Àqueles que forem fortes, desejo boa sorte, que vão em paz e que o Senhor vos acompanhe. Vão precisar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DIA DAS CRIANÇAS




12 de outubro, dia da Padroeira do Brasil. Não tenho dúvidas que o Brasil tem uma. Alias, deve ter mais adeptos lá pelas cercanias do céu. Não podemos nos esquecer do Olimpo e demais estados sacros que abrigam as várias entidades das diversas religiões de tantos devotos que temos.

Alguém duvida? Ora vocês vivem duvidando. São infiéis. Mas que país sobreviveria tantos anos a essa corja de ladrões de riquezas e sonhos.

Daqui a alguns dias estaremos escolhendo entre mais dois destes, qual deles irá nos usurpar nos próximos quatro, quem sabe oito anos. É repetitivo, é triste, mas merecemos termos essas opções. Somos o povo da fila. Estamos nela aguardando nossa hora de se dar bem. Chegou a hora deles e certamente chegará a sua. Resta saber o que você vai fazer quando ela chegar.

Hehehe!!!

Mas voltando a 12 de outubro de 2010, mais precisamente anteontem, dia das crianças. Passei o dia com meu filho; a filha estava em Búzios com uma amiga e sua família.

O feriado teve início no dia anterior quando passamos em uma loja de tatuagens a fim de me inspirar e desenhar uma. Faz tempo que ele me pediu para fazer esse desenho e talvez devido a meus sonhos roubados, minha inspiração tenha se tornada tímida. As idéias não fluem como antes. Quem sabe não seja a falta de combustível apropriado?

Lembro que quando me fez o pedido disse que faria o desenho e a tatuagem em mim também. Seria a marca de nossa amizade e carinho.

Vimos vários desenhos e de alguns deles surgiu algumas idéias. Expus, conversamos e fomos para casa.

Ao chegar levei Boris para um passeio rápido para que fizesse suas necessidades. Voltei, enchi as cumbucas de água e ração e após o banho iniciei o desenho, sob seu olhar ansioso. Me perdi no tempo voltando a minha juventude quando desenhava ao som de muito rock.

As horas passaram.

Acordei, tomei o meu café e, enquanto meu filho dormia, levei Boris ao ParCão para sua tradicional social de fins de semana e feriados.

Como sempre ele se divertiu bastante. Correu, brincou com alguns cães, roubou brinquedos de uns e filou água de outros.

Após uma breve parada na barraca de cocos de Dona Maria e Seu Rosildo, onde “discuti” com um amigo a receita do almoço, fomos para casa. Ele de banho tomado descansava sob o agradável sol de primavera.

Chamei meu filho e fomos ao supermercado comprar o que faltava, ou seja, tudo!

Mas o tudo era pouco. Aproveitei e comprei outras coisas que haviam acabado e retornamos.

Como sempre fazemos, dividimos as tarefas. A primeira coisa que pedi foi uma Caipiroska que ele faz muito bem. Isso ajuda e muito naquelas tarefas sacais necessárias ao cozinhar.

Enquanto “trabalhávamos” íamos conversando assuntos diversos. Ele é um ótimo garoto, meio abusado e preguiçoso nos estudos (ninguém é perfeito), mas muito gente boa (puxou ao pai, hehehe!!!), um grande Rubro-Negro (não podia ser diferente) e por isso um cara feliz (leiam Papo de Cozinha, o livro).

Como sempre, o rango ficou ótimo e nossa amizade fortificada.

A comida, ora isso é secundário, mas passo a receita com prazer do:

“Arroz com Corações de Galinha ao Vin”

Para 04 pessoas

Arroz – 2 xícaras de chá;
Corações de galinha – 3 bandejas de supermercado (aquelas de isopor);
Batata palha – muita (não sei você, mas eu gosto muito)
Vinho branco (bom, nunca cozinhe com um vinho que você não beberia) - ½ garrafa;
Queijo ralado – à gosto;
Caldo de Galinha - 2 tabletes
Cebola – à gosto;
Alho – à gosto;
Azeite – à gosto;
Sal – à gosto.

Limpe e lave (bem) os corações, tempere com sal grosso e reserve;
Descasque e pique a cebola, reserve;
Descasque e pique o alho, reserve;

Em uma panela pode ser a que vai fazer o arroz, sempre em fogo baixo, refogue os corações com a cebola e o alho. Se desejar acrescente sal.
Após uns 3 a 4 minutos, sempre mexendo, acrescente o vinho até cobrir os corações e os tabletes de caldo de galinha. Mexa, tampe a panela e aguarde até os corações ficarem “al dente”.
Tire a tampa e deixe até os corações cozinharem
Coloque os corações em uma vasilha e reserve.

Faça o arroz, mas utilize o caldo dos corações. Utilize apenas a quantidade necessária como se fosse água para fazer um arroz normal.

Quando o arroz estiver ficando pronto acrescente parte do queijo ralado e os corações, misture bem até ficar homogêneo.

Sirva com azeite, batata palha e queijo ralado.

OBS.: Se você não souber o que significa “al dente” e não souber fazer arroz, leia Papo de Cozinha, o livro. Você pode encontrá-lo nas boas livrarias, apenas nas boas! Ou então comente este “post” deixando seu endereço eletrônico (e-mail) que eu retorno informando como obtê-lo. Esse dado não será divulgado.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DELICIOSO COMO UM RELACIONAMENTO

Essas duas últimas semanas tem sido tensas devido aos últimos acontecimentos ocorridos na Gávea, Vargem Grande e mundo. Sim, pois em se tratando de Flamengo o mundo é o lugar onde os acontecimentos repercutem.

Mas não foi apenas de péssimas notícias que vivi essas semanas. Falo mais precisamente desse último fim de semana.

Fazia um bom tempo que andava meio que de relações estremecidas com a mulher que mais amo e, sem dúvida nenhuma, amarei na vida.

Na sexta saímos para jantar em um restaurante que ela adora. Comemos como entrada camarões empanados, com molho tártaro e o prato principal, lulas, também empanadas, com arroz de brócolis, só que tudo junto que é mais gostoso.

Conversamos muito e chegamos à conclusão que não depende de mais ninguém mantermos um relacionamento de amor, carinho e proximidade, como era há alguns meses.

Não depende de mais ninguém porque até uns dois anos atrás ela era uma menina, sem muitas responsabilidades e noção de certas prioridades.

Minha eterna filhotinha, hoje uma mulher, linda por sinal, no alto de seus quinze anos já tem condições de saber que deve estar em contato com o pai com freqüência. Não é mais necessário que alguém a lembre disso.

Sei que não está acostumada e por isso não será fácil, já que quem deveria fazê-lo quando ela era uma menina, nunca o fez. Talvez por não saber separar as coisas. Mas isso já não importa mais.

O que importa é que chegamos à conclusão que agora só depende de nós e por isso nossa relação será a melhor do mundo.

Desde pequena converso com ela como se moça já fosse. Falamos de todos os assuntos sejam eles do dia a dia, escola, assuntos de menina, de mulher, de meninos, etc. Não escolho tema nem palavras. O papo é franco, direto e reto como gostam os homens e sem rodeios como fazem as mulheres. Nos orgulhamos disso.

Fui o primeiro a saber de seu primeiro namorado assim como o segundo quando deixou de ser menina. E, com certeza, não serei o terceiro a saber quando se tornar uma mulher de verdade.

Mas nossas cabeças duras criaram uma barreira que acabaria sendo definitiva se não fossemos inteligentes em nos apressar em derrubá-la. E o fizemos neste fim de semana, que teve início no jantar de sexta e não terá fim.

Passamos por sábado quando comemos macarrão com lingüiça, igual aqueles de quando fomos esquiar nos EUA (Leia Papo de Cozinha – o livro) dessa vez feito por meu filho um excelente gourmet.

Mas ela não almoçou, pois tinha agendado anteriormente um almoço com amigas.

No final da tarde foram para casa onde organizaram uma social com amigos.

Fui buscá-los na manhã seguinte e iniciamos os preparativos para o almoço. Camarões no bafo com arroz de brócolis e batatas assadas no azeite sob um manto de muzzarella e orégano.

UMA DELÍCIA!!!!!!!!

Depois, uma sobremesa (foto) criada por mim. Ainda não achei um nome para ela, mas a receita é facinha, facinha como a amizade e carinho dos meus filhos.




Para 04 Unidades

Morangos - 6 à 8 unidades (dependendo do tamanho;
Chocolate ao leite – ½ barra média - 170 gramas;
Chantilly Spray - 1 unidade;
Calda de Chocolate – à gosto
Massa folheada em forma de copinhos – 4 unidades.

Corte os morangos em pedaços médios, reserve na geladeira;
Quebre a barra de chocolate em raspas, reserve na geladeira;
Prepare os 4 copinhos conforme mandam as instruções do fabricante;

Com os copinhos prontos coloque a raspa do chocolate, o chantilly e os pedaços de morango, nesta ordem;
Coloque em um prato de sobremesa;

Decore o prato com a calda de chocolate, um montinho de raspas de chocolate e outros dois de chantilly;
Sirva com garfo e faca (de sobremesa) ou não, dependendo do tamanho que ficar. Deixe guardanapos à mão.

Também pode Ser servido após alguns minutos na geladeira.

Ela repetiu três vezes, eu duas. Estava maravilhoso como, com certeza, será nosso relacionamento.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A PARTE IGNORANTE DA ARCO-ÍRIS MAL VESTIDA


Prezados(as),

Foram algumas horas após, hoje de manhã, receber a triste notícia. E ao recebê-la, misturado a tristeza, lá no fundo, vinha um sentimento das conseqüências traduzidas nas gozações que iria ouvir da parte ignorante da Arco-íris mal vestida.

A tristeza natural pela certeza que a desistência do Galo em administrar o Departamento de Futebol do Mais Querido se traduz em uma das maiores (qui çá a maior) perdas desta entidade.

A esmagadora maioria dos hoje trinta e cinco milhões de seguidores depositava neste senhor todas as suas fichas; alguns dispostos a empenhar parte de seus bens a fim de cobrir as apostas.

Este senhor, de passado indelével (até provarem o contrário) tornara-se a esperança desses milhões permitindo seus sonhos mais delirantes.

As manifestações de alegria, apoio e de certeza de novos tempos inundavam os meios de comunicação e sites de relacionamento.

Movimentos foram criados e manifestações de apoio aconteceram.

Diante dos diversos devaneios dessa enorme torcida uma única meta foi efetivamente traçada, a construção do Centro de Treinamento. Projeto que com certeza em alguns anos traria resultados excepcionais.

Nada mais foi dito, nada mais foi prometido. Não era um político fanfarrão que estava ali, portanto não seriam ouvidas promessas mirabolantes, nem palavras de ordem. Esta certeza alimentava os corações dos corretos.

Parecia que este senhor, que tantas glórias deu ao Clube de Regatas Flamengo e proporcionou a Nação suas maiores alegrias, seria o nome de consenso, de união de todas as facções políticas ou não, existentes; em favor de algo maior.

Ledo engano. Os sanguessugas, os desprovidos de caráter, os impuros como em vários seguimentos de nossa sociedade, não conseguiram vislumbrar o que esse momento representaria para a história.

Artimanhas foram tramadas, insinuações foram covardemente espalhadas aos quatro ventos objetivando o fracasso do Líder que surgia e os incomodava.

Em detrimento desses trinta e cinco milhões, meia dúzia de canalhas, em fim conseguiu aniquilar com a única possibilidade de nos tornarmos vitoriosos e únicos.

Não que fossemos ganhar todos os jogos disputados. Não que fossemos ser os eternos campeões de tudo, mas com certeza em alguns anos teríamos um CT, um estádio ... um Estado.

Mas não é só isso. Mesmo já sendo grandes não podemos relevar outras conseqüências. Não podemos ser egoístas.

Ao menos para mim, que vejo o mundialmente idolatrado Futebol Brasileiro sucumbir em doses homeopáticas a cada negociata, a cada deportação de jovem promessa a cada virada de mesa, a cada sem-vergonhice reinante nas Confederações e Federações deste imenso celeiro de milhares de ex-promessas e poucos cada vez mais milionários inescrupulosos dirigentes, agentes, técnicos, árbitros, etc.

Não! Não quero transformar Zico em Deus, santo ou qualquer outra entidade ele é humano e tem direito a errar, mas a sua correção em aceitar e assumir essa possibilidade, sua integridade e o mais importante, o seu amor pelo Flamengo não podem ser colocados sob suspeita, enquanto outros seres inferiores se aproveitam de situações.

É aí que entra a parcela ignorante da Arco-íris mal vestida. Na sua incapacidade de ver que junto com a saída desse senhor esvai-se a possibilidade de seus dirigentes aprenderem a importância de uma administração correta e sem desvios.

Sim meus amigos, de uma maneira ou outra essa corja vai voltar e com sua chegada irão nossos sonhos.

E ninguém será preso.

Zico, obrigado por ter tentado. Não considero sua saída abandono. É latente em todos os seguimentos de nossa sociedade o poder desses vagabundos, não seria diferente no futebol.

Vá em paz e quem sabe, até breve.