quinta-feira, 13 de julho de 2017

BUNDA LÊ LÊ...


Caros escassos e embirrados leitores,

Pensei e muito antes de tecer essas mal traçadas linhas afinal, foram muitos a comentar sobre o ocorrido no último sábado em São Januário após o Portentoso Flamengo, mais uma vez e incontestavelmente, derrotar os donos da casa.

Cenas há muito desgastadas de selvageria, ignorância e crueldade com aqueles que realmente amam esta cidade, estado e país.

O jogo em si não foi lá essas coisas com exceção ao lance do gol, poucas boas jogadas e o fato de os Vices terem batido muito. Normal dentro do cenário atual com a abissal diferença “técnicadministrativaeconômica” entre os oponentes.

O que me fez ser mais um a fazê-lo foi o fato de dos que li, vi e ouvi, nenhum trouxe novidades ao que se vem falando faz tempo. Ninguém acrescentou soluções efetivas, o que me fez pensar que novas catástrofes poderão ocorrer a qualquer momento já que o pouco que se tem feito não tem resolvido.

Sendo assim, um dia após nosso embriagado ex-presidente teve efetivada sua primeira, das muitas que virão, condenações, fato que nos fez por o assunto deste texto em segundo plano, (VICE DE NOVO!!!), resolvi me meter onde não fui chamado.

Li, vi e ouvi pessoas de gabarito como comandantes da polícia, doutores do Ministério Público, similares da justiça, jornalistas, dirigentes, jogadores, técnicos e comentaristas esportivos. Todos fizeram bonitos discursos, muitos contundentes até, mas tudo a mesma ladainha de sempre: a culpa é dos dirigentes que são coniventes, das torcidas organizadas, do diminuto efetivo policial designado para o evento, da falta de estrutura dos estádios, etc.

As “soluções” apresentadas e as poucas implementadas nada fazem para melhorar o cenário de horrores que estamos sujeitos a cada evento esportivo.

1 - Interdição de estádio? Ora, os bandidos se deslocam para a nova praça ou mesmo lá já há outros preparados e armados para agir impunemente. Não se esqueçam de que bandidos que torcem pelo Flamengo, Vasco, Corinthians, Santos e demais animais de outras agremiações já têm histórico de crimes em vários estádios do país.

2 - Um posto avançado do Poder Judiciário em cada estádio nada adianta se os detidos são liberados em questão de minutos. Isso quando os crimes não acontecem fora dos estádios.

3 - Identificação biométrica? De que adianta se ninguém é identificado ou se o é, não há equipamentos em TODOS os estádios para reconhecê-lo

4 - Revista física na porta dos estádios? Ora, poupem-me! Como revistar criteriosamente milhares de pessoas só na patolagem?

E o que sempre digo, como em tudo neste maravilhoso e rico país, quase sempre, querem resolver um problema com medidas anódinas. Ninguém vai ao cerne da questão; o que para mim é um erro crasso e fato cristalino como vodca quente.

É sabido (e está na ladainha supra citada) que hoje e há muito tempo, com o atual nível de tecnologia que temos a disposição, já é possível identificar um a um, cada um dos meliantes envolvidos em cada conflito. Muitos já foram e preenchem inúmeras fichas esquecidas nos fundos de grandes gavetas nas delegacias do país.

Fato!

A pergunta ridícula que faço é:

“O que esses marginais ainda estão fazendo perambulando pelas ruas das cidades?”

Este é o ponto a ser discutido e, pasmem, é onde está a solução de TODO o problema. Não só esse como muitos e mais importantes outros, dos quais este é uma das consequências, como veremos abaixo.

É triste, mas é fato que a maioria dos baderneiros e bandidos infiltrados nas torcidas organizadas pertence às classes menos favorecidas, certo? Sendo assim, uma medida para AJUDAR na solução seria termos ingressos mais caros, com isso a probabilidade desses marginais frequentarem os estádios diminui.

“Mas aí você está discriminando os milhões que não são baderneiros, mas também são desfavorecidos!”

Diriam os defensores dos direitos humanos e afins.

Eu poderia responder:

“Então levem os baderneiros para casa e lhes deem as condições que tanto exigem. Quem sabe não resolvem o problema!”

Mas prefiro ser mais educado e dizer que o preço caro do ingresso deixaria de sê-lo se esses milhões tivessem mais escolas, hospitais, infraestrutura básica e oportunidade de trabalho que os permitisse pagar não só pelo ingresso, mas também por casa, saúde, segurança, comida, transporte e lazer decentes. E isso não seria difícil se prendessem os bandidos, principalmente os políticos e empresários que roubam nossa grana desde 1500 (de Cabral à Cabral, sem descanso).

Entretanto a história nos mostra claramente que nos últimos pouco mais de 500 anos isso não foi possível.

Quem sabe nos próximos? Você quer esperar? Eu não!

Como ainda vivemos em um país “livre” “democrático” e capitalista, é um direito do clube criar e implementar sua política de preços. E é claro que privilegiar o sócio torcedor é a intenção clara e, dentro do cenário socioeconômico em que vivemos, o correto e inteligente. Afinal, o clube de futebol não é ONG!

Com isso, só nos resta tentar manter o sofá na sala de outra forma.

As reais soluções para este problema seriam simples e fáceis de implementar:

1ª e principal – Vontade de resolver o problema. Vocês da imprensa, os técnicos, os jogadores, as autoridades e sei lá mais quem vivem tecendo tratados e mais tratados, teses e antíteses para resolver a bagunça. Criam diversas pseudo maneiras de resolver o problema, mas ninguém realmente bota o pau na mesa e toma uma atitude. São essas e outras que deixam os cidadãos de bem encurralados em suas gradeadas casas, faz com que os riquinhos e seus filhos necessitem andar acompanhados de seguranças, enquanto os baderneiros andam de bermuda e camiseta ostentando seus fuzis 24 horas por dia, durante 365 dias por ano. E você se acha o bam bam bam porque tem uma SUV blindada.

TOLINHO!!!

Se continuar assim, eles que, covardemente ou não colocam o dito cujo em nossas bundas, vão mandar sempre.

2ª – Perda de 15 pontos (ou mais) para os dois clubes envolvidos ou apenas àquele cuja torcida que criou a baderna (caso do Vasco sábado). Quase sempre quando os baderneiros agem seu clube já está mal das pernas no certame. A retirada desses 15 pontos evitaria o possível título e quase confirmaria o rebaixamento. Se o baderneiro realmente ama o clube como “bosteja” ou ao menos tem respeito próprio, não vai querer ser sacaneado pelos rivais pela perda do título ou rebaixamento. Simples não?

3ª – Mas se o baderneiro está cagando e andando para isso e continuar fazendo merda, a solução ainda é simples e barata. Prender os bandidos! Por que lugar de bandido é na cadeia (trabalhando, quebrando pedra, carregando sacos de cimento, ou misturando concreto para a construção de escolas, hospitais e presídios, sustentando sua estadia na jaula) e não solto. Quem deve andar solto é cidadão de bem.

Acrescento ainda que, diferente do que pensam os filósofos, sociólogos e antropólogos de plantão, culpa não é das torcidas organizadas e sim das autoridades que inventam um monte para sanar o problema, mas prender bandido que é bom, nada. Como os bandidos nunca foram presos, eles se infiltraram nas organizadas, as dividiram em pelotões espalhados pelo país e as transformaram nisso que está aí. Se tivessem feito o simples e básico, prender bandidos e mantê-los na cadeia; hoje estaríamos ovacionando as torcidas organizadas pelos mosaicos, faixas, bandeiras, cânticos e coreografias que é o que elas faziam e muito bem quando as autoridades eram um pouco mais sérias e os bandidos eram encarcerados sem dó nem piedade. Erros eram cometidos, é verdade, mas o cidadão de bem tinha a liberdade que hoje com toda a democracia não têm.

Estou falando APENAS no âmbito sócio esportivo. Correto? Não venham colocar palavras não escritas em meu texto. NÃO há entrelinhas aqui!!!


4ª – Medidas com resultado mais a longo prazo, mas nem por isso menos importantes também deveriam ser tomadas. Uma que acho primordial seria por em cheque a política antidrogas. Sim meus caros ficar de papinho furado pelos cantos como estamos fazendo é querer segurar bosta com as mãos. Todo mundo sabe o que vem, de onde vem, como vem e para onde vai. Todo mundo sabe e milhares sofrem as consequências desse vai e vem desenfreado e SEM CONTROLE. Todo mundo sabe que as medidas antálgicas que se vem tomando nada tem feito para sanar os graves e contundentes problemas inerentes a esse comércio. Então, já passou da hora de assumirmos o problema de frente, acabar com o mimi e resolver a “porratoda” de uma vez por todas. Não sou expert no assunto, mas sei que como está não vai mudar é o velho e surrado:

SE VOCÊ QUER RESULTADOS DIFERENTES, NÃO É FAZENDO O MESMO QUE VEM FAZENDO QUE VAI CONSEGUIR OBTÊ-LOS, PORRA!!!”

FATO!!!

Sem me aprofundar no assunto, penso que o lógico seria regularizar todo o processo, desde a aquisição de sementes, passando pelo o cultivo, pelo transporte e distribuição das drogas leves. Isso geraria mais impostos, mais empregos e com certeza diminuiria em muito a criminalidade que impera no país, principalmente na aprazível e falida cidade do Rio de Janeiro.

Mas antes, como o câncer da violência já se encontra em estado de metástase, é necessária uma medida urgente de contenção da doença, ou seja, prender e manter na cadeia todos os bandidos envolvidos. Desde os de menor escalão até os de colarinho branco, principalmente os políticos safados (redundância).

Enjaulá-los e fazê-los quebrar pedras, carregar sacos de cimento ...

Reparem que tudo passa por prender bandidos sendo assim, é necessário que a polícia seja bem aparelhada e bem remunerada e para isso é preciso verba. Mas verba é o que mais temos nas milhares de contas fantasmas localizadas nos diversos paraísos fiscais espalhados mundo a fora. É só ir lá e pegar tudo de volta.

Sei que não é simples assim, mas para bom e inteligente entendedor, isso basta.

É necessário também que a polícia tenha autonomia para agir independente de direitos humanos, essas coisas que bandido adora e o cidadão de bem, que paga imposto não tem.

É provável que erros venham acontecer nas ações dessa instituição, mas há quanto tempo erros vêm sendo cometidos em forma de assaltos, arrastões, assassinatos, balas perdidas e etc. enquanto ficamos presos em nossas casas dedilhando nas redes sociais palavras de ordem sem nenhum resultado prático?.

Até a próxima!


quinta-feira, 6 de julho de 2017

SER BRASILEIRO É...


Outro dia estava levando Boris para esvaziar quando ocorreu uma insólita confusão.

Perto da minha casa há um cruzamento que foge todas as regras de trânsito. Os carros circulam em quase todas as direções e é preciso muita atenção aos que passam por ali. Principalmente dos pedestres que raramente são respeitados nessa luta desleal e diária contra as bicicletas, motos, carros, ônibus e caminhões.

Eu aguardava pacientemente minha vez de atravessar quando uma senhora com seus quarenta e poucos anos, em seu carro importado, mesmo me vendo quase no meio da rua continuou em frente buscando, onde não existia, espaço para passar entre mim e a calçada. Assustei-me e como aquele não havia sido um bom dia despejei parte da minha ira sobre a dita cuja, porém sem utilizar palavras de baixo ou alto calão.

A discussão pouco durou, mas o curioso é que um motorista dessas vans que transportam crianças para a escola resolveu se meter tomando as dores da madame. Com este fui menos polido, mas nem tanto. O pior adjetivo que utilizei para qualifica-lo foi:

“Ignorante!”

A discussão terminou quando ela apontou o carro para a garagem de um prédio próximo e eu segui em frente, chateado.

Chegando em casa, após o banho e as devidas tarefas caseiras, sentei no sofá e enquanto aguardava mais um jogo do meu querido Flamengo revi toda a história e verifiquei que daria um belo texto.

Redigi as seguintes palavras com a intenção de deixar na portaria daquele prédio para ser entregue a dita cuja.

“Senhora,

Após o pequeno imbróglio em que estivemos envolvidos e ainda surpreso com suas palavras resolvi voltar a cena do “crime” a fim de verificar se eu estava errado como você insistiu em dizer. Chegando lá constatei o que não era novidade já que passo por ali quase todos os dias, alguns deles duas vezes para levar meu cão Boris para esvaziar.

Trata-se de um cruzamento de vias atípico, pois os carros surgem de várias direções e exatamente por conta disso há placas e faixas de “PARE” em todas as direções; o que ilustra o alto grau de periculosidade do local. Essa periculosidade se agrava, pois não há em nenhuma das direções sinal luminoso ou faixa para a travessia de pedestres o que é surpreendente já que por lá passam diariamente, além dos moradores, algumas centenas de trabalhadores que labutam na região. Região que dispõe de inúmeras empresas, de vários portes entre elas dois supermercados, vários restaurantes além de alguns prédios das organizações Globo.

Ou seja, gente é o que não falta.

Na situação em que estivemos envolvidos eu aguardei a passagem dos carros e quando achei seguro iniciei minha travessia. Foi aí que a senhora surgiu e mesmo me vendo insistiu em passar entre mim e a calçada. Assustei-me e recuei ficando exposto aos demais carros que vinham de outra direção.

Encurralado e vulnerável, o que justifica o tom de voz bastante alterado, porém tentando não ser mal educado, entre outras coisas citei a lei de que o pedestre por ser mais fraco tem a preferência, assim como bicicletas, motos e carros a têm entre si na relação menor x maior. Ou seja, o mais fraco tem a preferência.

Básico!

A senhora insistiu argumentando que isso não existia e ainda recebeu o apoio de um motorista de van escolar a quem chamei de ignorante por também não conhecer tal lei.

Argumentou ainda que era moradora de um prédio próximo, como se este fato a abonasse das besteiras que faz ao volante ou a pé. Eu repliquei citando o óbvio, eu também moro na região e nem por isso fico fazendo besteiras por lá.

Em casa fui ao pai dos burros, o Google e em poucas tecladas achei o seguinte texto, grifos meus:




A preferência ao pedestre não é absoluta, como alguns pensam. Embora exista uma regra de responsabilidade, segundo a qual os condutores de veículos são responsáveis pela segurança dos pedestres (artigo 29, § 2º, do CTB), o próprio Código também prevê as situações em que, efetivamente, os pedestres terão a prioridade de passagem na via: quando estiverem realizando a travessia nas faixas delimitadas para esse fim (as faixas de travessia de pedestres, zebradas ou paralelas, são tipos de marcas transversais, constantes da sinalização horizontal de trânsito, conforme previsão do item 2.2.3.d. do Anexo II do CTB). 

Além disso, faz-se a ressalva de que, nos locais em que existir sinalização semafórica, tanto o condutor do veículo quanto o pedestre devem atender às luzes respectivas, para alternar o direito de passagem (neste aspecto, destaca-se que a sinalização semafórica tem como função, justamente, controlar os deslocamentos – item 4.1. do Anexo II). Como prevê o parágrafo único do artigo sob comento, caso o pedestre já tenha iniciado a travessia, os condutores deverão aguardar que ele chegue com segurança até o passeio, mesmo após a mudança do sinal semafórico, liberando a passagem dos veículos.
A desobediência ao artigo 70 pode configurar uma das infrações de trânsito previstas no artigo 214, que amplia o direito de passagem do pedestre também ao condutor de veículo não motorizado, nas seguintes situações:
I – que se encontre na faixa própria;
II – que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;
III – portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes;
IV – quando houver iniciado a travessia, mesmo que não haja sinalização;
V – que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo.





Ou seja, eu estava correto em quase tudo que disse e onde não estava o bom senso, a educação, a civilidade e o respeito substituem em muito a ausência de uma lei especifica citando o absolutismo da preferência.

Sua arrogância insistindo em um possível erro de alguém não a autoriza a mata-lo.

Sim, afinal quem joga o carro sobre um pedestre não pode estar querendo fazer outra coisa a não ser mata-lo e mesmo que tenha razão em seus argumentos isso é crime.

Substitua o carro por uma arma...

Provavelmente eu não estaria aqui escrevendo...

Até por que, a senhora não deve ser o suprassumo da ordem e obediência às leis, como todo o brasileiro não o é. Assim como seu comparsa (quem apoia assassino é o que?) motorista da van, também abusado, ignorante e arrogante. Ele, de nós três provavelmente é o que mais infrações comete. Só no embarque e desembarque das crianças, parando quase que 80% das vezes em local proibido, fila dupla, muitas vezes tripla diariamente em frente aos prédios e escolas da cidade.

Mas não para por aí! Supondo que seu argumento de que por morar no local está isenta de se submeter à lei e da ordem, informo que sou proprietário na região faz mais de 30 anos, provavelmente mais tempo do que a senhora e mesmo que não, não é um e sim DOIS imóveis que sou proprietário nesta rua sendo assim, se não for por longevidade, será por mais posses que, nesta absurda lei criada pela senhora, tenho mais direitos.

Provavelmente a senhora e seu comparsa passam bons momentos preocupados com o rabo dos outros criticando, por exemplo, a corja de políticos e empresários que usurparam e ainda usurpam nossas riquezas, ou à segurança do estado (que estão contribuindo para piorar) sem reparar no próprio rabo.

Seu comportamento e de seu comparsa ilustram bem a tese de que o brasileiro é um povinhodemerda que só sabe viver sob o cinismo do jeitinho, câncer que corroe as entranhas deste maravilhoso e rico país.

Resumindo, a senhora ao volante é mais contundente do que uma bala perdida e pior, não é a única e ainda por cima, vota.

Passar bem!”

Prezados e escassos leitores, não sei se a missiva chegou a seu destino, vou aguardar os próximos capítulos e se houver novidades retorno para mantê-los atualizados.

Obrigado pela paciência!