domingo, 11 de dezembro de 2011

FINITUDE, O QUE MAIS QUEREMOS?



A discussão iniciou por causa das SUVs.

Foi com uma pessoa muito querida cuja opinião sobre esse assunto não se alinha com a minha. Normal. Ainda bem que é assim se todos concordassem em tudo viver não teria a menor graça.

Segue parte dos diálogos.

“Nao entendo qual o seu problema com as SUVs??? Tá ficando chato.”

“Não fique chateada comigo. Eu não tenho problemas com elas, elas já o são por si só. Até já tive uma e sei o quanto é bom dirigí-las. Dá uma sensação de poder incrível, fora o conforto. Mas acho que poderíamos guardá-las para viagens ou afins. Comparo como ter uma moto grande. Para o dia dia não é legal, mas para viajar é maravilhoso. Apenas uma questão de opinião. Quanto a ficar chato, chato é ficar no trânsito engarrafado, mesmo de moto (pequena), por conta de carros e outros veículos que ocupam muito espaço e carregando apenas uma pessoa. Beijo“

Como escrevi em minha resposta trata-se de uma opinião e exatamente por isso, é passível de discordância e erros.

Ela baseia-se no que vejo, leio e raciocino tendo como ferramentas o que aprendi durante o período compreendido entre 10 de janeiro de 1961 e a presente data.

Entenda-se presente data e hora em que você está lendo esse texto e não a que ele foi publicado.

Assim como eu, você teve sua trajetória de vida e aprendizado distribuídos em um determinado espaço de tempo, provavelmente utilizado de forma diferente, quando lhe foram apresentadas ferramentas das quais escolheu as suas.


Em casa meus pais me ensinaram a ser educado, respeitar as pessoas e seus bens. Mais ainda aos mais velhos. Ensinaram também a dispor apenas daquilo que fosse produto de minhas conquistas e de maneira correta e digna.

Na escola a História me ensinou que a humanidade pode ser grande com suas descobertas, pesquisas, invenções, etc. assim como pode ser desprezível na utilização desses e/ou com suas guerras, conchavos, egoísmo, ego, cinismo, ganância, etc.

A Geografia, entre outras coisas, me mostrou que nosso planeta faz parte de um sistema solar, é composto de elementos químicos e que sua superfície possui diferentes texturas. Não vamos esquecer das condições climáticas e suas conseqüências.

A Matemática me ensinou, aos trancos e barrancos, a utilizar números em operações diversas e a tratar dados estatisticamente de forma a obter informações de grande valor.

A Biologia me ajudou a entender os seres vivos, seus desejos, necessidades, ações e o mais importante, que é de nosso planeta que advêm os recursos para seu sustento.

A Física me explicou muitas coisas interessantes, dentre elas, duas das mais importantes: Toda ação corresponde a uma reação contrária de mesma intensidade e que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

A Química, bom, a Química não me ensinou muita coisa porque eu sempre detestei essa senhora. Mas hoje sei que ela é importantíssima.

A Religião me ensinou a tratar o próximo como a mim mesmo, mesmo que o próximo não esteja tão próximo assim. Ensinou também que todos somos iguais (eu diria semelhantes) perante o ser supremo independente de qual seja ela.

Com o passar dos tempos esses conhecimentos foram aprimorados e/ou acrescidos de outros de igual ou maior importância.

Foi sob essas diretrizes que construí minha história. E como não poderia deixar de ser acertei muito, mas também errei bastante e conforme fui afinando meus conceitos ou adquirindo mais conhecimento pude perceber alguns desses erros.

Sou muito feliz, pois a vida sempre me da a chance de consertar a maioria deles. Àqueles que não tive a oportunidade, ficaram por aí, mas também me ensinaram alguma coisa.

Outro dia estava ouvindo alguns acontecimentos e lendo outros, quando percebi que, se não está na hora, ela está bem próxima.

Não se trata de alarmismo, xiitismo ou qualquer coisa parecida, mas os recentes acontecimentos, a forma como estão sendo interpretados e tratados me fizeram ver que a hora de ceder já chegou. Se não, vejamos:


OS ACONTECIMENTOS – Faz tempo que não vemos na natureza tantos problemas juntos. São freqüentes chuvas torrenciais, tsunamis, terremotos, vulcões há muito inativos explodindo, etc., Sei que tragédias aconteceram distribuídas pelos séculos, mas não dessa forma.

Na saúde temos várias frentes de batalhas como a AIDS, o Câncer, a Dengue, obesidade, fumo, etc.. Outras já existiram, mas nunca foram tantas ao mesmo tempo.

O comportamento humano, no geral, tem sido a demonstração de um retrocesso nunca antes visto. São guerras, tentativas de subjugar semelhantes, preconceitos, inversão de valores, etc. onde o respeito pelo ser dito inteligente e ele próprio têm cada vez menos importância.

As pessoas se maltratam, se agridem, se tornam indiferentes e se matam sem nenhum motivo plausível. Os pretextos são torpes, futebol, trânsito, religião, opção sexual, raça, política, interesses econômicos, uma nota baixa na prova e muito mais.

Os outrora conceituadíssimos e respeitadíssimos professores são tratados como mercadoria podre de fim de feira.

A polícia que deveria nos proteger nos acharca mesmo quando estamos corretos em nosso exercício de ir e vir.

E por aí vai. Os que se dizem profissionais ou não agem como hienas famintas como se não houvesse carniça suficiente para todos (exemplos em ordem alfabética):

Advogados que se utilizam das leis em benefício próprio ou de seus clientes inescrupulosos mesmo sabendo que a verdade do caso pede outro tratamento cujo resultado lógico seria no mínimo a cadeia sem regalias;

Arquitetos que já ganham 10% por indicar certos produtos ainda superfaturam as respectivas notas em conchavos com os vendedores das lojas de materiais e de decoração;

Comerciantes que tentam ludibriar os consumidores vendendo produtos com defeito ou piratas e que na hora de cobrar não emitem nota fiscal sonegando imposto e aumentando o lucro;

Desempregados e/ou menos favorecidos economicamente que produzem e/ou comercializam produtos piratas a céu aberto sob os olhos corruptos da Lei.

Donos de bares e/ou, lanchonetes e/ou restaurantes que utilizam insumos vencidos ou de baixa qualidade em seus produtos;

Eleitores que se vendem por uma dentadura, par de sapatos, lanche, cargo ou sei lá mais o que.

Engenheiros que utilizam materiais de qualidade duvidosa em suas obras, principalmente as públicas, ou participam de cartéis em concorrências diversas;

Médicos que não comparecem a seus plantões e ainda passam a mão em produtos hospitalares sob a desculpa de “Salário Indireto” a fim de fazer frente a remuneração dita ridícula proveniente de um concurso que conheciam as regras e eles mesmos escolheram.

Motoristas de ônibus e/ou caminhões que infernizam o trânsito ao desrespeitar as leis em suas manobras arriscadas e egoístas.

Mecânicos que ludibriam seus clientes ao trocar peças sem necessidade e/ou colocando outras já danificadas ou por ficar.

Políticos ... Ora o que dizer dessa corja que já não sabemos. Só o que não sabemos, e acho que nunca saberemos, é o tamanho do rombo, mas que ele existe, existe e é enorme.


Quantos de vocês já não foram ludibriados por Empregadas Domésticas, Acompanhantes de idosos ou doentes, Babás, Porteiros, Peões de Obra, Enfermeiras(os), Garçons e outros representantes de nossa classe operária?

Taxistas que se juntam em cooperativas fantasmas ou não e agem como quadrilhas nos diversos pontos da cidade;

Técnicos de informática que inventam problemas a fim de vender serviço e/ou peça.

E muitos outros.

O que dizer dessa cena aí embaixo? Tirada essa manhã (sábado - 11/12/11) às 07:00 h, a foto mostra o resultado de uma provável pelada de fim de ano de alguma empresa ou colegas de profissão. Uma vergonha que nos dias de hoje não poderia mais se ver.


Como se vê, todo o segmento de nossa sociedade está envolvido em pelo menos uma falcatrua. Não são os ricos apenas ou os empresários, ou os políticos, são muitos dos membros de todas as classes, cor, credo, etc.

São muitos e todos iguais. Fazem parte da mesma corja. A diferença é o volume do engodo e este é diretamente proporcional ao poder que cada um desses safados tem nesta sociedade.

E o mais interessante é que eles são interdependentes, ou seja, SACANEIAM-SE. Eles se acham espertos, mas na realidade são mesmo umas bestas quadradas. Hehehe!!!

Estão todos na fila medindo o rabo daqueles que estão a sua frente e não perdem um segundo apenas para ver o tamanho do próprio rabo. Estão na fila aguardando a sua vez de se dar bem.

Muitos (pensam que) já estão se dando bem mesmo sem ainda terem chegado ao início da fila. Fazem isso sob a desculpa:

“Se os que estão lá na frente roubam sem serem presos porque não posso fazer o mesmo aqui no meio?”

E o problema não é de hoje, nem de alguns poucos anos atrás. Há muito ouvimos pessoas importantes ou não se referindo a ele de formas distinta. São frases, citações, piadas, músicas, etc. que muito bem ilustram essa situação (nossa História?).

Certa vez Ruy Barbosa disse:

“De tanto ver triunfar as nulidades;
de tanto ver prosperar a desonra;
de tanto ver crescer a injustiça;
de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus;
o homem chega a rir-se da honra;
a desanimar-se da justiça e a ter vergonha de ser honesto!”

O cara nasceu em 1849, escreveu essas palavras e morreu em março de 1923, com 73 anos, e até agora, mais de 85 anos depois não resolvemos a questão.

Estamos no século XXI e ainda desejamos avidamente que uma Lei da Ficha Limpa seja aprovada. Como se ter ficha limpa fosse uma exceção. E o pior é que está se tornando. Mais uma nessa imensa onda de inversão de valores que assola o país e o mundo.

E as pessoas acham isso normal, já estão anestesiadas pela História.

Elas mostram-se politicamente corretas ao assinar listas solicitando repressão às ações dos homens ditos maus, ou ao contribuírem com os “Crianças Esperanças” da vida e se satisfazem achando que com apenas isso estão cumprindo com o seu dever cívico.

Enquanto no seu dia a dia sujam as ruas com seus cigarros, etc.; fecham os cruzamentos; desrespeitam filas diversas; discriminam raça, cor ou religião; se agridem e até se matam por conta de futebol; superfaturam contratos; abusam da autoridade de ser patrão, diretor, síndico, etc.; utilizam veículos gigantes e beberrões para transportar apenas uma pessoa por percursos mínimos; desrespeitam e contestam a autoridade dos professores e mais velhos; ultrapassam pelo acostamento; não cedem lugar aos deficientes, idosos e grávidas; humilham pessoas socioeconomicamente inferiores; fazem filhos como coelhos; promovem eventos dispendiosos onde o desperdício impera sem remorsos, etc.

E assim mascaras caem mostrando que não são nada diferentes dos chamados homens maus.

Esquecem que essas e outras ações demandam recursos animais, minerais e vegetais em um ciclo de dependência originado na capacidade de nosso planeta prover.

Esquecem que essas ações trazem como conseqüência emissões diversas em um ciclo de dependência terminado na capacidade de nosso planeta digerir

Não é só isso. Há que se considerar outras ações chamadas populistas de nossos governos. São os novos incentivos para que os economicamente menos favorecidos possam adquirir carros (como se os que já temos nas ruas e estradas já não fossem bastante) e/ou eletrodomésticos da chamada linha branca (o que fazer com os velhos?).

Isso vale para os mais favorecidos também.

Sim meus caros, a Biologia, a Física e a Química me ensinaram, e devem ter feito o mesmo com vocês, que os recursos de nosso planeta são finitos assim como a capacidade de ele absorver nossas cagadas.

Portanto, está sim na hora de começarmos a pensar realmente sério e iniciar um processo de tratamento das causas e não das conseqüências, como estamos fazendo há anos sem o sucesso esperado. Está na hora de começarmos a ceder e colocar nossas regalias em segundo plano.

Não estou falando de divisão de renda ou posses, essas coisas ridículas pronunciadas por interesses da Esquerda Festiva; isso cada um tem os seus e deve mantê-los, desde que provenientes de seu trabalho. E o mais importante, devem ser proporcionais a ele.

Estou falando de consciência, civilidade. Estou falando de INTELIGÊNCIA PORRA!

Temos que usar essa merda que tem dentro de nossas cabeças e considerar que:

- Nós não estamos sozinhos nas ruas, nas cidades, países ou mundo;

- Somos interdependentes;

- Os recursos de nosso planeta são finitos;

- A capacidade de ele digerir o nosso lixo também;

- Toda ação corresponde a uma reação contrária de mesma intensidade.

- Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Pois como já disse um grande poeta:

“Nem o tudo que se tem, não representa nada.”

“O puro conteúdo é a consideração.”

(Luiz Melodia)

Isso não vale só para nós Tupiniquins, o mundo está em crise e faz tempo.

Poucos países, aqueles que são realmente sérios como a Finlândia, Suécia e outros meia dúzia, é que resistem bravamente.

Ultimamente temos ouvido satisfeitos e orgulhosos que nosso país não está em crise, que o Brasil não mais se curva aos altos e baixos da economia mundial. Sim, é possível, mas estamos em crise sim. Nossa crise existe e é séria, muito séria. Nossa crise é moral (imoral?). Há décadas somos uma das piadas do planeta e não nos indignamos com isso.

Um bom exemplo é o texto que recebi outro dia pela net. Desculpem a grosseria, mas resume muito bem nossa situação:


“Passeata do Orgulho Gay = 1.000.000 de pessoas


Passeata Contra a Corrupção = 2.500 pessoas”


“Tem mais gente lutando pelo direito de dar o rabo do que para não ser enrabado.”



E aproveitando a baixaria, mais um resumo:



Muitos acham graça afinal, nosso futebol é o melhor do mundo (será que ainda é?) assim como nosso carnaval também o é.

O que mais queremos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário