domingo, 12 de setembro de 2010

DE LAKE-TAHOE À VALLE NEVADO, 7 CENTÍMETROS DE NEVE




Em fim chegamos. Foram três anos e meio de espera. Você deve imaginar o que é isso. Se realmente gosta de uma coisa e fica muito tempo sem fazê-la é muito ruim.

Pois bem, eu não sou diferente e esquiar é a minha paixão (estou falando de praticar esporte, pois minha paixão nos esportes é o Flamengo). E desde Lake Tahoe (um lindo lago da Califórnia, divisa com Nevada o que nos permite acessar os cassinos deste estado) que não sei o que é esquiar. Tecnicamente não foi muito bom, mas o fato de estar com meu casal de filhos, esquiando por treze dias não tem preço. Não nevava à quinze dias assim como durante os treze, portanto as condições não estavam as mil maravilhas.

Confesso que não é simples fazer uma viagem dessas, muitos sabem minha ojeriza por aviões. Tá bom! Vou ser honesto é pavor mesmo. Acho lindo aquele monstro levantando vôo ou aterrissando, mas se fosse para eu voar eu teria nascido com asas. É uma eterna luta interna. O desejo de esquiar contra o cagaço de voar e ainda bem que o primeiro sempre vence. Ele só perde para a falta de grana, o que tem acontecido com freqüência nos últimos anos.

Anteontem, 10 de setembro de 2010 estávamos a vinte e quatro horas em território Chileno. A cidade é limpa, o povo hospitaleiro, HONESTO, educado e PATRIOTA. Sim, carros, motos, prédios, lojas, estão muitos deles com as bandeiras do país desfraldadas aos quatro ventos. 16, 17, 18, 19 e 20 de setembro, são os dias em que se comemora a independência do Chile cuja data é 18.

Quase um ano de ansiedade e uns quinze dias me preparando para o vôo.

Este, foi maravilhoso, nenhuma turbulência mesmo considerando o fato que decolamos sob chuva. Nuvens era o que não faltava nos céus. Uma indesejada baldeação em São Paulo sem problemas e contrariando as palavras do Piloto que me fizeram tomar o primeiro e único Rivotril até agora, uma última perna da viagem bem tranqüila. Consegui ver os filmes sem sobre saltos.

Chegamos, a van que nos esperava nos levou ao hotel onde deixamos as coisas e partimos em busca de um lugar para comer. Almoçamos em um restaurante de carnes onde comemos frango grelhado, salada, arroz e “papas fritas” (batatas fritas). Fomos muito bem servidos e a comida estava muito boa. Bebemos refrigerantes, o pessoal não é muito adepto ao vinho, infelizmente.

Fomos em busca de lojas de equipamentos de esqui para comprar o que faltava para completar os nossos. Eu comprei uma calça, pois lembrei que não havia provado a que estava na mala. Ela estava guardada há mais de sete anos quando eu pesava bem menos que meus quase cem quilos atuais.

Foi uma tarde de compras, parecíamos mulheres vendo preço, escolhendo casacos, pranchas e botas de sknowboard, entre outros. Um saco! Realmente não fomos feitos para essas futilidades.

Não nevava há aproximadamente uma semana. Consultávamos com freqüência os sites específicos de clima que não traziam boas notícias. Mas não era isso que ia nos desanimar.

Passamos em um supermercado para comprar água, snacks e vinho nacional, para serem degustados nos pós esqui.

Com o tradicional banho tomado, abrimos a primeira garrafa de vinho enquanto aguardávamos a hora do jantar. Nos encontramos com os demais membros do grupo, totalizando doze pessoas. Jantamos no mesmo lugar. Estávamos muito cansados, era o mais perto e o objetivo da viagem é esquiar e não conhecer restaurantes e afins.

Dormi como há muito não fazia. O que umas férias não fazem com agente.

O micro-ônibus que nos trouxe para as montanhas chegou antes da hora, paramos para tomar café e seguimos viagem. Uma estrada desconfortável, mais de quarenta curvas fechadíssimas, muitas com cento e oitenta graus. O visual devia estar muito bonito, mas preferi tentar dormir. Consegui.

Chegamos, malas no lobby cheio de outros que como nós tentavam fazer o check-in. Uma zona! Uma hora de espera e de trâmites, mas nosso quarto não estava liberado. Deixamos as malas no guarda volumes e seguimos para alugar os equipamentos. Mais quarenta e cinco minutos e tudo pronto. Fomos para as montanhas em grupos separados. Eu e mais um descemos para pegar um lift que nos levaria a uma das pistas mais longas. A nevoa ia e vinha mostrando que o primeiro dia não seria dos melhores.

Saímos do lift e encontramos outros de nosso grupo. Iniciamos a descida. Fiquei atrás, pois seria minha primeira depois de três anos e meio e com equipamento diferente (deixei o meu em casa, só levei as botas), precisava me adaptar. Foram cem metros de insegurança até o primeiro tombo. Nada demais, consegui levantar, mas cai novamente em seguida. Minhas botas haviam se quebrado na primeira queda.

Nunca tinha visto isso! Uma bota comprada na Europa, de excelente qualidade, usada apenas em três temporadas quebrar desse jeito.

O grupo estava longe e a névoa me impedia de vê-los. Estava só. Levantei-me pela terceira vez e com muita calma iniciei a descida. Não foi difícil, consegui chegar em um lift onde fui informado que deveria subir, pois estava abaixo do nível do hotel. Deixei escapar que as botas estavam quebradas e não me deixaram seguir só. Esperei o Patrol por meia hora e seguimos esquiando.

Aluguei um par de botas. Sai da locadora e fui comer algo. Encontrei parte da turma, ficamos conversando e comendo (no meu caso, frango grelhado). Tentamos voltar para as pistas, mas a névoa continuava sendo cruel. Nosso quarto ainda não estava livre, só restou ficarmos no bar conversando.

Quarto livre e depois de desfazer a mala iniciei esse texto. Já estava escuro e os lifts provavelmente já estavam adormecidos cansados do constante vai e vem. Da janela tipo bay-window só vejo a lua em foram de “U” (sim, as nuvens se foram e isso não é bom) a silueta das montanhas e as máquinas com seus potentes faróis acariciam a neve preparando as pistas para amanhã.

Os três com quem estou dividindo o quarto cochilavam enquanto a hora de jantar não chegava.

O dia seguinte prometia ser ensolarado. Preferíamos que nevasse.

Aqui no quarto, pasmem, não tem wi-fi. Pode? Um hotel com essa estrutura não ter internet nos quartos? Uma vergonha! Só podemos acessar lá embaixo, no lobby.

2º DIA

Como vê, não consegui acesso a net nem no lobby, sem comentários.

Jantamos um macarrão safado estilo Spoleto piorado, como se fosse possível. Ficamos conversando até que fomos subindo cada um a seu tempo. A noite foi tranqüila.

Acordamos, café da manhã típico de hotel. Como é a tradição já estávamos de roupa para esquiar.

O dia meio ensolarado permitia boa visibilidade. As pistas prontas nos aguardando. A neve não estava o ideal, mas prevíamos um bom dia.

O atendente trouxe os esquis, mas não encontrava minhas botas. Deu-me dois pares parecidos que estavam apertados. Meia hora depois aparecem minhas botas alugadas, as quebradas permaneciam desaparecidas. Quando estava saindo, elas apareceram.

O dia, dentro das condições das pistas, foi ótimo. O nível técnico do pessoal é muito bom o que minimizou bastante as quedas. Mas eu não escapei de um tombo espetacular. Foi filmado e tentarei “linkar” aqui no post.

Após o almoço retornamos as pistas e em um dos acessos ao lift uma senhora reclamou alguma coisa de um dos nossos. Ele estava tentando entender o motivo quando o marido chegou chamando-o de “boludo” (viado). Confusão formada, outro dos nossos se alterou o cara não se fechou e a porrada estava para rolar. Intervimos e com certo custo conseguimos evitar a merda.

Até agora não sabemos o real motivo da confusão.

As pistas melhoraram um pouco e aproveitamos bem.

No jantar degustamos uma entrada de carpaccio de salmon, como prato principal um salmon assado com molho de alcaparras, acompanhado de um risoto ao fungui e torata musse de chocolate como sobremesa. EXCELENTE!!! Bebemos um bom vinho nacional.

3º DIA

Acordamos e a névoa forte mostrava que o dia não ia ser bom. A expectativa por neve fraca se confirmou durante o café da manhã. Visitamos algumas lojas do resort, mas os preços, mesmo com o desconto de 20% para hospedes, não são convidativos.

Estamos em um bar lotado, bebendo uma cervejinha, comendo anéis de lula empanadas, com bom acesso a internet, finalizando esse post para depois publicá-lo. O filme está no computador de quem filmou. Ele não está aqui. Então vai ficar para depois.

Enquanto isso, lá fora, a neve cai tímida deixando esperançosos os esquiadores, desejosos por pelo menos 7 centímetros de neve.

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