quinta-feira, 20 de maio de 2010

O URUBU FERIDO


Hoje não podemos falar de outra coisa. O dia cinzento mostra a preocupação da Nação. Temos muitos problemas em curso, é a Procuradora que agrediu uma criança, é o cara que matou a mulher, enfiou o corpo numa mala e jogou no canal do Jardim de Alah, temos a repercussão do que parece ser a mal sucedida interferência de nosso governo na negociação atômica com o Irã e o segundo na ordem de importância para o povo brasileiro que é o Presidente Lula planejando dar a “benção” aos jogadores da selecinha. Já não basta a falta de craques, agora o maior pé frio da história ainda quer piorar as coisas. É brincadeira?

Mas vamos falar do que é realmente importante, vamos falar de coisas sérias. Hoje, mais uma vez, teremos o povo brasileiro dividido.

Teremos aqueles que, no que diz respeito a torcer por um time de futebol, possuem uma vida monótona, sem grandes pretensões, portanto sem muitas alegrias.

Os arco-íris são a porção negativa, a parte asquerosa dos seres. São os que hoje têm mais uma oportunidade de vislumbrar saborear o gosto de uma conquista, coisa raríssima em suas reles vidas. Eles, como sempre nessas ocasiões, estarão ao pé da televisão, estáticos, rezando, secando e amaldiçoando aquele que na maioria das vezes sai das batalhas com o objetivo conquistado bravamente.

E teremos nós, os que sabem que só seguindo o caminho do bem obteremos a certeza do triunfo final. Somos os lutadores, os descamisados, a ralé, ou seja lá como a minoria podre queira nos chamar.

Na realidade somos os iluminados, os mestres que com nossos vastos conhecimentos doutrinamos, às vezes com doloridas chibatadas, os reais desfavorecidos.

Sim, é hoje! É hoje que teremos mais uma de nossas batalhas. Hoje a de nossas vidas, amanhã outra. Essa é a nossa sina, esse é o nosso carma, esse é o nosso combustível: conquistas. Uma atrás da outra, sem cessar, sem demonstrar temor, sem nos curvar às escassas derrotas.

Desta vez em terras gélidas colonizadas pelos espanhóis. Nossos heróis estarão defendendo nossa história e porque não nossa honra.

O campo de batalha foi minuciosamente escolhido pelos infiéis com o reles objetivo de nos imputar medo, enquanto sabemos ser o medo o motivo dessa escolha.

Sim, eles estão com medo, apavorados, pois sabem que as três anteriores foram nossos aperitivos, portanto têm consciência que precisarão de toda ajuda extra que puderem angariar.

Nossos representantes serão instigados e pressionados à exaustão. Serão fogos de artifício, serão ofensas, serão gritos de ordem, serão lançadas pedras, mas nossos soldados estarão lá, firmes, na hora marcada como urubus que somos (feridos que estamos), sedentos pela carniça semi-ibérica.

À protegê-los apenas duas coisas, a lança representando o desejo, a perseverança e a grandeza da Nação Rubro-negra e o escudo representado pelo mais sagrado dos Mantos, o Manto Sagrado.

Apenas isto bastaria para a certeza do triunfo, mas o destino às vezes costuma nos pregar peças. Com certeza para acrescentar um pouco de esperança aos pobres coitados órfãos de conquistas, o que acho louvável, afinal até eles merecem momentos de alento.

Mas não dessa vez, dessa vez sairemos degustando o sabor de vitória nem que esta venha em sofridos lances penais como derradeiras estocadas de nossas lanças.

E ao final de tudo, esta noite estará escrita em uma das inúmeras páginas de nossa brilhante história. História que tem a função de mostrar ao mundo a grandeza de sua mais importante nação; a Nação Rubro-negra.

Um comentário:

  1. Só uma observacao...
    Este nao é o jogo de nossas vidas, este jogo ocorreu em 1981...
    Este seria o jogo da vida de um clube se o clube n tivesse uma liberta e um mundial...

    ResponderExcluir