quinta-feira, 29 de abril de 2010

NOVAS PROMESSAS?



As eleições estão chegando . . .

Continuo sendo um brasileiro apaixonado pelo meu país, mas crítico com relação a muitas coisas que aqui acontecem. Por exemplo:

Já escrevi em outra oportunidade e creio que muitos de vocês concordam, que nosso país é único no mundo, devido ao clima, riquezas e perspectivas. Da mesma forma temos conhecimento de que não sabemos aproveitar essa oportunidade que o grande criador nos proporcionou. Somos muito espertos para tal, afinal:

“Deus é brasileiro e gosta de samba e futebol.”

Certa vez estava lendo uma notícia referente à urbanização de favelas e comecei a fazer algumas considerações:

Os habitantes desses “guetos” deixaram as cidades onde nasceram por ausência de esperança devido à falta de perspectiva de melhorar de vida.

As cidades de origem eram (são) pobres devido ao pouco investimento feito, mal gerido e desviado. Confirmando nossa fama de espertos.

Como todos nós, independente de raça, cor, religião, escola de samba, orientação sexual e time de futebol, essas pessoas têm direito as oportunidades, está escrito na Constituição. Mas na realidade ...

Como todos nós, independente de raça, cor, religião, escola de samba, orientação sexual e time de futebol, essas pessoas têm obrigações, está escrito na Constituição. Mas na realidade ...

Entendo que a falta de investimento ou sua ingerência não permite que tenham seus direitos impedindo-os de aprender a exercer seus deveres deixando-os sem perspectiva, tirando toda sua esperança.

O que lhes resta então a não ser apear em um pau-de-arara e arriscar a vida na busca quase sempre infrutífera de uma melhor. De uma esperança.

Chegam às grandes cidades, se aboletam com parentes ou amigos em casas de papelão, madeira ou com sorte, de alvenaria, erguidas só Deus sabe como, em morros, encostas e baixadas.

Quando conseguem, muitos são subempregos. Muitos viram camelôs outros seguem o chamado caminho do mau, perambulam pelas ruas em busca de bebida, cola ou drogas diversas, às vezes comida. Para isso, o crime é um dos caminhos. Ou o único.

A informalidade da economia é a regra. Não pagar imposto lei. Multiplicam-se desordenadamente o que significa que a solução está longe de acontecer.

Enquanto isso o cidadão de origem nos grandes centros, na sua grande maioria aquele que gera emprego e consome, fica preso à taxas e impostos mal geridos e desviados, com isso vivem a mercê de suas conseqüências. São fiscalizados nos seus atos, nos seus investimentos, nas suas empresas, nas suas obras.

Órgãos, Instituições, Conselhos, Sindicatos ou afins, que sobrevivem a suas expensas, estão sempre criando mais dificuldades gerando as famosas taxas de urgência que ajudam a emperrar o verdadeiro crescimento.

Ah se um desses cidadãos for pego com um animal silvestre! É preso em um crime hediondo. Enquanto que assassinos e traficantes são sustentados em cadeias com regalias mil.

Ah se for pego com uma lanterna do carro queimada no ato da vistoria! É obrigado a voltar no dia seguinte. Enquanto milhares de carros em péssimo estado ou o que resta deles circulam livremente pelas ruas da cidade. Ônibus piratas, aos montes.

Ah se um desses cidadãos for pego cortando uma árvore! Enquanto depois de cortarem várias para seus assentamentos, suas favelas, ainda recebem energia de graça e em alguns anos o título de posse.

Mas cair constantemente nas armadilhas da cidade tais como buracos nas ruas, seqüestros relâmpagos, assaltos, flanelinhas, balas perdidas, cambistas, “valets parking”, etc., existentes devido à falta de investimentos sérios, virou rotina.

O investimento é feito erradamente em forma de facilidades como PACs, Bolsa Escola ou Bolsa Família ou Bolsa Sei Lá Mais o Que, urbanização das favelas com doação de Certidões de Propriedade, com a construção de praças, postos de saúde e escolas que, infelizmente, além da baixa qualidade das obras, serão abandonadas pelo poder público após as eleições, para, mais uma vez, serem controladas pelo poder paralelo.

Veja o Rio de Janeiro, por exemplo, onde cada esquina é uma Brasília: gastamos uma fortuna “equipando” a cidade sob o pretexto do Pan-americano de 2007 e hoje já sabemos que o gasto não justificou o investimento. A frota de carros da segurança, mal se vê. Os equipamentos esportivos não são usados ou quando são, como no caso do Engenhão e a Arena Multiuso, são subutilizados. Enquanto que o transporte, hospitais e escolas descentes, nem pensar.

As UPPs são implementadas nos morros após invasões anunciadas permitindo a fuga dos marginais que diversificam suas ações transferindo-as para as ruas onde os cidadãos que pagam impostos deveriam transitar com segurança.

Deixemos de ser espertos, sejamos inteligentes...

Somos um povo sem educação. Continuamos tapando o sol com a peneira aumentando nossos índices com aqueles que se dizem alfabetizados porque apenas sabem escrever o próprio nome, ou quando lêem não sabem o quê.

Mas a educação que nos falta não é o B+A = BA. A educação que nos falta é sabermos nos comportar em sociedade, saber que não devemos fechar os cruzamentos, superfaturar as obras, construir nas encostas, produzir e vender CDs piratas, usufruir de mensalões, respeitar as filas, superfaturar a compra de remédios ou equipamentos médicos, jogar lixo nas encostas ou rios, etc. Apenas civilidade.

Saber que devemos lavar as mãos após sair do banheiro, jogar o lixo na lixeira, utilizar os acostamentos apenas quando com o carro enguiçar, criar ONGs sérias, conservar nossas matas, fiscalizar seriamente ... Respeitar a Constituição.

O investimento deve ser feito nas cidades de origem proporcionando melhoria de vida, com as perspectivas renovando a esperança dos que ficaram para que possam chamar de volta os que se foram.

Sim, muitos gostariam de voltar. Os saudosos, que não se adaptaram ou aqueles que não conseguiram emprego ou uma vida descente, mas são dignos para se manter lutando contra a atratividade do crime. Até quando?

Fazer investimentos sérios nas cidades que os acolheram a fim de criar oportunidades verdadeiras para aqueles que permanecerem possam aprender a viver em sociedade, sair das áreas de risco e pagar (sim, pagar) uma moradia descente. Para que possamos reconstituir nossas matas e usufruí-las passeando a pé, bicicleta, moto e não em carros blindados.

Deus está nos dando mais duas oportunidades, mais duas chances. Vêm aí a Copa em 2014e as Olimpíadas em 2016.

Novas promessas?

Um comentário:

  1. não tenho mais comentado nas suas postagens, mas esteja certo que estou lendo tudo....

    continua escrevendo que estou gostando...

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