quarta-feira, 28 de abril de 2010

MAIS UM DIA DE NATAL – O VALOR DO MANTO SAGRADO


Segunda feira, 26 de abril de 2010, dia como outro qualquer? Sim, trabalho e solão no quengo. As únicas diferenças eram (e hoje ainda são) a expectativa para o jogo de quarta feira contra os gambás e os ingressos para esse jogo no bolso.

As notícias que ainda chegam das trincheiras Rubronegras não são nada animadoras para aqueles imediatistas ou aqueles que não têm a história do Mais Querido na ponta da língua.

Mas é justamente isso que faz crescer a expectativa de mais uma vitória. Aliado a isto, a consciência de que estar no Maracanã (como sempre nesses momentos) é uma obrigação, traduzem a certeza na escolha da Instituição correta a defender.

Tudo se resume na celebre frase: “Deixou chegar . . .”. Mas isso é outra história.

26 de abril de 2010, véspera de uma das duas datas mais importantes da minha vida, o nascimento de meu filho. A outra, lógico, da minha filhota.

Dezoito anos, a idade da pseudo liberdade, da pseudo razão, da pseudo auto-suficiência, etc. Principais objetivos, tirar carteira de motorista e viver a vida.

Ô adolescência pra onde você foi? Que saudades! Quem diz que não sente falta é um tremendo mentiroso.

À noite o lançamento do livro de Leovegildo Gama ou Junior, ou melhor, o Capacete. Um dos vários ídolos do Flamengo. O melhor lateral esquerdo de todos os tempos que, junto com outros craques, participou de nossas maiores conquistas e em 1992 (ano de nascimento de meu filho) liderou, como maestro, um time mediano na conquista de nosso Penta Campeonato Brasileiro.

A perspectiva de poder mostrar para meu filho, ao vivo e a cores, não só ele, mas também outros craques da época que com certeza estariam prestigiando o amigo, me fez chamá-lo ir comigo. Animado, combinamos hora e lugar.

Após uns cinco minutos ele retorna perguntando por um pequeno Manto Sagrado guardado há anos com os autógrafos de Sávio e Romário. Ficou tranqüilo ao saber que estava comigo.

Ao chegarmos ao Rio Sul nos deparamos com duas filas enormes. Uma para a aquisição e outra para os autógrafos. Ele ficou na segunda enquanto fui comprar dois exemplares da obra.

Meia hora. Com os livros na mão. Já estávamos na fila papeando com dois outros que estavam à frente. As lembranças de lances, jogos, títulos conquistados, curiosidades da época faziam as horas passarem como minutos.
Como em todo lugar, os espertos se faziam presente furando a fila com o auxílio dos seguranças do local. Uma vergonha já culturalmente institucionalizada.

Mais meia hora. Uma repórter pergunta se podia fazer uma entrevista. Veja link abaixo.



Mais vinte minutos. Vemos um tumulto no fim da fila. Pelo alvoroço, só podia ser ele, o Galo. Caminhava como podia, atendia pacientemente todos os pedidos para fotos e autógrafos. Entreguei o manto para meu filho que desapareceu na multidão. Minutos depois ele volta com uma foto e o autógrafo que estava muito fraco, quase ilegível. E um sorriso no rosto. Rapidamente peguei a camisa fui e voltei com um autógrafo mais nítido.

Mais alguns momentos. Ainda batendo papo deparei com outro monstro. Julio Cesar ou Uri Gueller que prontamente atendeu nosso pedido para assinar o Manto. Como havia feito com o Zico, agradeci as alegrias proporcionadas e retornamos para a fila. Diante da emoção esqueci de tirar essa foto.

Após aproximadamente três horas desde a chegada, estávamos diante do escritor. Eram mais de onze horas. Com a fisionomia cansada pelo esforço, porém extremamente atencioso nos atendeu com fotos, valorizando o livro e mais ainda a pequena camisa.

Fomos jantar, tinha que ser rápido devido o avanço da hora. Fast food foi a solução.

Somente quando cheguei em casa, já na cama, é que reparei o quanto estava cansado.

Não sei se para meu filho já caiu a ficha. Não sei se ele já entendeu a importância daquele momento. Não sei se ele já entendeu o valor daquele pequeno exemplar do Manto Sagrado. Talvez ele seja o único ser da terra que terá o Manto autografado por personagens tão ilustres. Só espero que a tecnologia permita que ele repasse para meus netos o que pude viver e o que ele aprendeu a admirar.

FELIZ ANIVERSÁRIO MEU FILHO!!!

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