terça-feira, 2 de outubro de 2012

NOSSO QUINTAL



Rio de janeiro, Cidade Maravilhosa, de janeiro à janeiro ...

As coisas estão voltando ao seu devido lugar. Estou em casa, junto com filhos e cachorro.

@Boris Stafford já mostra confiança que não vou abandoná-lo como estava fazendo.

Sim, eles sentem.

Está mais solto, menos desconfiado e consequentemente, mais alegre. Minha fechadas de porta não são mais problema. Ele sabe que vou voltar em pouco tempo.

No tempo dele.

Dizem que os cães não tem noção de dias, horas, minutos, etc. eles sentem falta, mas se você voltar em dias ou em horas para eles é o mesmo tempo e eles vão te receber da mesma forma.

Alias, é por isso que eles sempre te recebem bem.

De onde se conclui que, ao contrário dos humanos, o amor dos cães não se modifica com o tempo. Muito menos tem como referência sua condição socioeconômica.

Nossa relação há muito não estava tão bem. Os passeios voltaram a ser constantes e ele não estranha mais andar de moto.


Meus filhos com os problemas naturais da arborrescência são presença constante a cada dia. São conversas, jantares, lanches, discussões, cervejas, sucos para ela, pizzas, camarões, galetos e tudo o mais que o intervalo de suas agitadas vidas permitem espaço para os pais.

Normal para quem vive em uma cidade como o Rio.

Tudo isso bem fundamentado na educação dada e estrutura da família. Nisso sou um felizardo e a mãe tem muita importância nesse resultado.

O trabalho está bastante interessante, mesmo sendo uma atividade que venho desempenhando há muito tempo e na mesma empresa. As diferenças, sempre existem diferenças, são consideráveis o que torna mais atrativo mesmo tendo que por dois dias trabalhar em instalações precárias, distantes e calorentas.

Outro ponto bom é que mesmo estando em um bairro distante e mal tratado o rango é de boa qualidade. O tempero é muito bom e a variedade de pratos é aceitável. O ruim é que são apenas dois estabelecimentos, com o tempo deve enjoar.

Ambos são “self service” sendo um, um pouco mais sofisticado, com ambiente climatizado e decoração agradável. O outro é mais simples com mesas na calçada e sem o aparelho de ar condicionado, mas seu tempero é melhor.


As viagens de moto têm sido mais longas pelo fato de a semana não estar pesando tanto quanto antes. Isso tem me dado oportunidade de conhecer novos lugares, pessoas, tipos de comida e bebida.

Outro dia bebi uma cerveja bastante honesta em Minas Gerais. Nunca tinha ouvido falar. Vejam a foto. Estava geladíssima.


Como sempre, não faço distinção de com ou sem companhia. Só, tem a vantagem de não ter que dividir decisões ou abrir mão de alguma opinião ou desejo. Com amigos, é mais animado pelo papo solto, piadas e troca de experiências.


Não posso esquecer de escrever da oportunidade de fazer parte, nem que por minutos, de cenários deslumbrantes, como esse por do sol aí em baixo. Foi na baixada de Caxias, voltando de Teresópolis.


De ruim apenas a claudicante campanha do Mais Querido nessa temporada. Entretanto, o tempo mostrará a verdade dos fatos e o Mengão “Vice Maker” vai voltar ao normal.

Já está voltando.

Muitos nos acham soberbos por estarmos sempre dizendo aos quatro ventos que somos isso, aquilo ou aquilo outro, contudo não poderia ser diferente, pois além de Mais Querido por uma imensa Nação composta de quase 45 milhões espalhados pelo mundo, somos os mais odiados pela Arco-Íris Invejosa e Mal vestida.

Ou seja, não passamos despercebidos como outros times médios frequentadores das imundas divisões inferiores do futebol brasileiro.

Nossas notícias mais comuns não são meras notas de pé de segunda página. Nossas notícias são manchetes, mesmo sendo negativas. Essas então viram escândalo com uma facilidade de dar inveja a qualquer socialite dondoca por aí.

Com isso, sustentamos essa imprensa esportiva falida e facilmente manipulável.

Enquanto que os outros, ora, como bem disse a linda poetisa:

“(...) os outros são os outros e só.”

Outra coisa ruim é que estamos em vésperas de eleições municipais e a tendência é que o cenário político de nossa cidade e adjacências não mude.

Considerem adjacências o território limitado pela nascente do Rio Moa à Ponta do Seixas e Monte Caburai ao Arroio Chuí. Esse é nosso quintal.


Passadas as eleições, com raras exceções, os mesmos estarão fazendo o mesmo, ou seja, roubando muito e realizando pouco. E agora, tempos de propaganda eleitoral, voltaram a fazer promessas que dificilmente irão cumprir.

“Não Geraldo, você está enganado agora já temos o nosso Maluf. Não é careca, não usa óculos nem tem aquela voz peculiar devido a mistura de dialetos provavelmente proveniente de sua ascendência, mas ele existe.

Tal qual dizem que faz o Maluf original, dizem que o nosso também rouba, mas faz, nas cochas mas faz.

É fantástica a semelhança de atuar.

Ele está aí, todos os dias na televisão, não só no horário político “gratuito” pedindo voto para uma provável reeleição, como também em horários nobres. Possivelmente à custa dos cofres públicos ou de uma das empreiteiras que estão fazendo as obras para a Copa de 2014 ou Olimpíadas de 2016.

Sim, aqueles eventos que muitos de vocês aprovaram vestindo a camisa comemorativa ou colocando panos nas janelas na época das suas escolhas.

Tudo certo. Agora vocês terão mais eventos para torcer, os esportivos e não necessitar que alguém de sua família precise de um hospital ou escola pública.

Bobinhos!

Enquanto isso, nós, os 6% da população que, as vezes, conseguimos diferenciar o joio do trigo e deveríamos fazer alguma coisa ficamos de mãos atadas justamente porque somos apenas 6% e esse número de votos não decide PORRANENHUMA. Fato.

Não se esqueçam que entre nós, esses 6%, também tem muito safado. Ora se tem.

Somos apenas 6% porque ao poder não interessa ter a maioria consciente, a maioria com nível escolar digno, possuidor de um teto descente provido das infraestruturas básicas, transporte de qualidade, com a saúde em dia e demais necessidades garantidas. Tudo fruto de trabalho digno e descente.

Se a maioria assim fosse não iria se deixar levar pela lábia dessa corja de governantes sem vergonha. É assim nos países civilizados do primeiro mundo e lá os bandidos, quando descobertos são presos. Lá essa cambada não se cria.

Mas somos apenas 6%.

E os outros 94% sem discernimento para ver que estão sendo ludibriados em troca de pés de sapatos, dentaduras, Bolsas Isso, Bolsas Aquilo, urbanização de áreas de risco, asfalto de baixa qualidade, UPPs, PQPs, UPAs, farta distribuição de imóveis de baixa renda e demais “Projetos” (tudo bancado por poucos que pagam muitos impostos); que não conseguem entender que têm o poder de mudar, mudar realmente.

“Mas como assim? O país não está crescendo? A economia, ao contrário do resto do mundo, não vai de vento em popa?”

Sim cara pálida é verdade e só Deus sabe qual é o lastro.

Simplificando. Entendo que a economia é um ciclo de interdependências onde o indivíduo precisa estar empregado para consumir. Em consumindo provoca aumento da produção que gera mais emprego.

Tudo certo!

Entretanto, aqui no Brasil, diferentemente de países sérios, quanto maior o consumo maior os preços. Os safados não cansam de querer mais e mais pelo mesmo.

Isso quando não diminuem a quantidade como as atuais embalagens de refrigerantes, ou o fazem consumir mais alargando as bocas de suas embalagens como fizeram com as pastas de dentes.

Somos todos espertos!

Aqui o que reduz preço é a concorrência, mas ela é “fake” devido aos inúmeros cartéis formados sob os olhos hermeticamente vendados da justiça.

Alimentando essa ciranda elíptica o governo da moda engana o povo “pseudoaumentando” sua renda com medidas paliativas.

Oferece cotas para as minorias reduzindo ainda mais sua dignidade.

E o brasileiro o que faz?

Hem?

Esperto como sempre, faz filho como coelhos. Cada filho no colo equivale a uma ou mais Bolsa Auxílio nas mãos.

E com o dinheiro ratifica sua condição de esperto e inteligente como só ele o é, compra produto pirata ou vindo do Paraguay e adjacências.

Pronto, está quebrado o ciclo econômico.

O problema se agrava porque somos um povo onde a corrupção espalha-se por todos os seguimentos socioeconômicos. E é aí que nosso lastro se perde, fica quase tudo nos bolsos dos ladrões.

Nossa sorte é que o país é maravilhoso, como bem disse nosso John Walker, Pero Vaz de caminha:

“(...) essa é uma terra onde tudo que se planta dá.”


Nosso solo é mais fértil, nosso clima mais ameno. Temos petróleo a rodo assim como minério de ferro e pedras semipreciosas. Nossas matas são mais belas assim como nosso litoral cujo mar nos alimenta com fartura.

Não há na terra nada semelhante.

Não canso de dizer que se fossemos um povo mais sério, seríamos a maior potência do mundo.

Mas Deus nos pôs aqui, talvez para ter a certeza de que nunca seríamos.

Sim, caros escassos leitores, contrariando meus desejos, aqui na Cidade Maravilhosa, bem como em nosso quintal, as coisas continuam na mesma.

Para a sorte de poucos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário