quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LEGALISE?

Prezados,

Inicialmente quero acordar com vocês que o texto a seguir não será feito com fins lucrativos, elucidativos, apelativos ou outro “...tivos” que passem pela cachola de vocês. Muito menos estarei fazendo apologia, reprimindo nada ou julgando alguém. Entendo que vocês são todos adultos, cientes de suas responsabilidades, defeitos, vontades, consciência e demais orientados por isso que têm dentro de suas cachimônias. E que exatamente por isso não vão se deixar levar por minhas palavras, como se deixam levar pelas dos políticos, sem antes perder ao menos segundos pensando no seu significado.

Há tempos que tenho vontade de escrever sobre o assunto, porém, o receio de ser mal interpretado sempre me fez pensar duas vezes antes de registrar as primeiras palavras.

Entretanto elas, com pouca frequência, costumam visitar meus pensamentos. Hora em forma de apoio hora em de desagrado.

E vinha vivendo sem me preocupar em concatenar tais pensamentos em um texto.

Mas ao receber a revista desta semana me deparei com a capa ilustrando o assunto.

“MACONHA AS NOVAS DESCOBERTAS DA MEDICINA CORTAM O BARATO DE QUEM ACHA QUE ELA NÃO FAZ MAL”

Primeiro me espantou a falta de pontos, vírgulas, ou outro sinal ortográfico. Não sou nenhum expert, meus textos são uma prova de que não é raro cometer assassinatos gramaticais e/ou ortográficos. Também não sei se é regra o título de capa ou reportagem ser um amontoado de palavras cujo sentido será dado pelo humor do leitor. Talvez seja uma forma de o signatário do texto tirar o dele da reta em caso de confusão. Próprio da imprensa nacional.

Moda no Brasil de hoje.

Eles se esquecem que podem ser considerados de presos políticos. Hehehe!

Mas também pode ser um erro técnico como vários que vemos quando lemos muitos destes “proficionais” cuspidos pelas universidades de esquina.

Pensei:

“Vou deixar sobre a mesa de meu filho para ver o que acontece.”

Tenho, com meu casal de filhos, conversas abertas, francas, sem rodeios e sempre sinceras.

“Quando não sei digo que não sei e pronto.”

“Certo meu incorruptibilíssimo e virtuosíssimo guru?”

E por isso aprendi muitas coisas com eles.

Esse relacionamento se dá desde que eles começaram a se sentir gente e sempre utilizei palavras claras sem duplo significado, da forma mais simples possível. Nunca houve distinção de palavras por estar falando com ele ou com ela.

Não sou o amiguinho, permaneço e preservo minha posição de pai apesar da descontração de nossas conversas.

Confesso no início, em certos momentos, era muito difícil, mas superei e tenho meus momentos de glória.

Orgulho-me disso. Eles também.

Quando preciso bati, não tanto como apanhei. Apanhei muito. De cinto, chinelo e mão mesmo. Das que me lembro, não há dúvidas que todas foram merecidas e não sou nenhum recalcado por causa delas. Não tenho dúvidas que as mãos de minha mãe, nuas e cruas ou não, aliadas as inúmeras broncas, foram importantes na formação de meu caráter.

Obrigado mãe. Você foi uma Heroína por não ter desistido de mim.

Claro que ela teve a ajuda da seriedade e sisudez de meu hoje falecido pai.

Ele não precisava bater, apenas olhar.

Obrigado a você também, pai.

À tarde recebi um torpedo:

“Você leu ou só colocou na minha mesa?”

“Não li, ainda.”

“Eu já li. Depois você me fala o que achou.”

Ele chegou logo depois de eu voltar do passeio vespertino de @Boris Stafford e foi para a faculdade.

A leitura da matéria foi a gota d’água a me fazer tecer essas linhas.

Em tempos de apologia ao homossexualismo, de representantes dos direitos humanos se pronunciando escancaradamente a favor de bandidos, de criação de cotas em favor de minorias, de validade de Bolsas Auxílio, e outras ações populistas; nossa nobre jornalista mostra em seus primeiros parágrafos toda sua tendenciosidade.

Os caras estão se esforçando para afundar o país. Vão acabar conseguindo.

Talvez uma jovem e inebriada profissional que se esquece de umas das principais e básicas regras de uma polêmica:

“Todas discussões têm três versões; uma de cada lado e a verdadeira.”

E continua seu texto afirmando que o uso da cannabis é extremamente prejudicial a saúde do usuário que usufrui do produto apenas uma vez por semana. Mais que o álcool ou cigarro. E cita “um dos mais respeitados psiquiatras, estudiosos do assunto” Palavras dela:

“(...) Ninguém sai em passeata defendendo o alcoolismo ou o tabagismo.”

“Mas é claro ô cara pálida, ambos são liberados, vai se fazer passeata por que?”

Essas coisas me preocupam. São essas pessoas as nossas (suas) referências?

Mas ele se recupera ao afirmar que a liberação da erva não acabaria com o tráfico e seus crimes, pois não se trafica apenas maconha.

FATO!

Mas ele tropeça novamente ao insistir em afirmar que a maconha faz mal a saúde.

Com isso a repórter inicia a parte técnica da reportagem.

Cita entre treze reputadas instituições de pesquisa duas: Uma dos EUA e outra da Nova Zelândia.

As pesquisas têm como base um rol de 1000 jovens que foram monitorados pro 25 anos iniciando aos 13. Foram divididos em dois grupos, os que apreciavam a Maldita e os que não e conclui:

“Ficou evidente o dano à saúde dos adolescentes usuários da maconha que mantiveram o hábito até a idade adulta.”

E relaciona os números de cada teste feito e ilustra com um lindo e aterrorizante gráfico de fundo preto.

Não consegui terminar, juro que tentei.

Talvez por ser de uma geração que aproximadamente 100% ao menos provou da coisa e destes alguns que mantiveram um contato mais longo, permanecem normais. São licitamente bem sucedidas e que ainda usufruem da maconha em determinados momentos da vida.

Entretanto, mesmo sem chegar ao fim da reportagem, não posso negar que a erva trás malefícios à saúde. Mas ficaram algumas questões:

1 – Ainda não é normal iniciar-se em certos vícios, sejam eles quais forem em tão tenra idade. Certo? A não ser que seja uma exceção ou jovens provenientes de classes socioeconomicamente inferiores, nem todos, que infelizmente são fruto do meio em que vivem.

Que sociedade seríamos se assim não fosse?

2 – Pelo que consta, é ilegal o consumo ou incentivo de drogas, sejam elas quais forem. Bebidas e cigarros só são permitidos após os 18 anos, remédios são fiscalizados e os mais prejudiciais são marcados com tarjas pretas e vendidos apenas com autorização especial. Certo?

3 – O consumo exagerado de qualquer coisa, seja açúcar, gordura, arroz, feijão, abacate, álcool, cigarros, churrasco, macarrão, drogas, etc. não trará efeitos indesejados ao organismo?

4 – Se a venda de bebidas alcoólicas é proibida à menores, o consumo indevido de remédios é ilegal e o uso de drogas é ilícito, onde essas instituições arrumaram 500 crianças de 13 anos para iniciar suas pesquisas?

5 – Como fizeram para mantê-las fumando maconha por ao menos 5 anos quando se tornaram aptos a decidir se queriam consumir ou não a droga? Como fizeram nos 20 anos seguintes?

6 – Será que alguns ou todos não se tornaram viciados justamente devido a essa pesquisa?


7 – Iniciando-se no consumo tão cedo, as consequências não são as mesmas, ou pelo menos drásticas, independente de se está consumindo droga, álcool ou remédios?

Resumindo, uma revista dita conceituada publica essa reportagem tendenciosa e mal embasada e ninguém vai ser preso?

Isso pode Arnaldo?

É verdade que somos apenas 6% da população, capaz de discernir, mas somos nós esses 6%, os quase 100% dos leitores desta joça.

Temos sim que respeitar os valores da família e com isso mantermos algum respeito no convívio social, mas não podemos nos deixar levar por essas pessoas que nos julgam sem capacidade e idoneidade para pensar.

4 comentários:

  1. Reportagem ridícula e muito mal feita!

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    1. Pois é, isso deve ser devido a essas pseudos instituições de ensino que cospem "proficionais" que nem bunda de nenem.

      Abraço

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  2. Anônimo disse...Não resisti ao seu pedido e estou aqui de volta.. Sempre vou me interessar por tudo que vem de você, ou quase tudo hehe.. Você está escrevendo cada vez melhor! Apenas, fiquei neste texto com gosto de quero mais. Parece que podias ir um pouco mais além! 1 beijo!!! MH

    03 novembro, 2012

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    1. Sabes que também achei isso, mas não consegui fazer melhor. Tinha assunto, as coisas fervilhavam na minhja cabeça, mas essa foi mais uma vez que não obtive o resultado desejado.
      Beijo

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