sábado, 13 de outubro de 2012

CAU, CAOS, CAÔ, CREA ou CREU?


Prezados,

Apesar de estarmos em um país democrático, eu não acho, eles entram na sua vida sem serem chamados, permanecem nela sem contribuir com nada e você é obrigado a conviver com eles por muito tempo.

Não estou falando de parentes, cunhados, amigos, cônjuges ou filhos. Se bem que muitos deles também provêm de situação semelhante. Hehehe!

Se não é deles, então de quem estou falando?

Ora meus caríssimos e escassos leitores, você deve saber que por lei, algumas profissões têm seu órgão regulador.

Os médicos têm o CRM, os engenheiros o CREA, os economistas também têm o seu, que não faço a menor ideia do nome, bem como o dos administradores, e assim por diante.

É verdade!


Você frequentou escolas, cursos e faculdade ou curso técnico que seus pais pagaram com muito sacrifício. Fora aqueles que pagaram ou ainda pagam o Crédito Educativo.

Porém, não foram só as instituições de ensino, foram também os livros, o transporte a alimentação, etc. etc. etc.

Você passa quase 30 % de sua vida assistindo aulas, lendo, estudando, fazendo testes, provas e trabalhos e sei lá mais o que. Tudo valendo nota. Notas que mediram o SEU esforço, a SUA inteligência.

NADA mais foi medido!

Após todo esse esforço, você se forma e esses órgãos surgem do nada, como entidades de origem “duvidosa” e passam a acompanha-lo pelo resto de suas vidas profissionais.

A história se repete quando falamos dos famigerados sindicatos. Outros entes “queridos” que te acompanham pelo mesmo período.


São parasitas, sanguessugas a quem você sustenta com parte significativa de SEUS vencimentos provenientes de SEU trabalho de um emprego conquistado, outra vez, apenas COM O SEU esforço.

Mas para que servem essas anopluras servem?

Os sindicatos foram criados há décadas para, em simples palavras, proteger os empregados dos patrões.

Eram épocas difíceis, pós escravidão onde alguns patrões tratavam sua mão de obra como se escravos ainda fossem. Alguns mais corajosos se uniram e criaram os Sindicatos, instituições que a muito custo, luta e morte conquistaram significativas melhorias para a classe trabalhadora.

Passado o tempo, as conquistas consolidadas e transformadas em leis essas entidades, aparentemente sem ter o que fazer, tomaram o rumo da política.

Aí a coisa pegou! E vemos isso que se espalha pelos meios de comunicação.

Greves periódicas a fim de desestabilizar a economia, a política, mensalões e sabe-se lá mais qual outro interesse.

Especializaram-se e dividiram-se em categorias como se a lei trabalhista assim o fosse.

A indústria de fazer dinheiro se dividiu, provavelmente após verificar o grande negócio que tinham em mãos, mas isso é outra história, texto para outro post.

Sob a máscara de regulamentar ou regularizar a profissão, os Conselhos fiscalizam o profissional no exercer do conhecimento adquirido em anos de estudo e sacrifício.

Em momento algum eles tiveram acesso aos seus resultados durante seu aprendizado. Em momento algum dispenderam algum centavo em prol de seus estudos. Em momento algum se preocuparam com o seu desempenho, alimentação, segurança ou saúde para que tivesse condições mínimas de absorver conhecimento.

Mesmo assim, eles adquiriram o direito de te fiscalizar. Só Deus sabe como e por que.

Com exceção de um deles (a OAB), ninguém te avalia ou avalia as instituições de ensino que te levaram ao patamar profissional em que você se encontra.

Nem proíbem que outros que não são profissionais iguais a você, de exercerem aquilo que só você e seus iguais conquistaram com muita luta.

Se não estou enganado, o caso pior acontece com os arquitetos e engenheiros que além da anuidade são obrigados a pagar uma taxa por projeto, outra por obra e vai pagando taxas e mais taxas para a mesma instituição. Enquanto projetos e construções irregulares são erguidas a torto e a direito, sem direito e sem fiscalização, pelos cantos da cidade. Inclusive trazendo risco de vida; por profissionais desqualificados e sem escrúpulos.

Nas “comunidades” então, nem se fala.


E você, o incauto, sustenta esses órgãos e eles não te trazem PORRANENHUMA em troca.

Ops! Desculpem, trazem sim! Todo o início de ano, você encontra na sua correspondência, junto com as inúmeras contas mensais e impostos diversos a tal da Anuidade do Conselho e Sindicato de sua profissão.

Eles te acham onde quer que esteja e seus boletos se escondem como ratos nos cantos de sua caixa de correio e até caixa de entrada de seu e-mail.

E você paga.

No caso dos sindicatos, em meados de agosto, há uma segunda contribuição. A tal da Contribuição Confederativa que, se você não quiser pagar, não basta não querer, você tem de escrever uma carta de próprio punho em três vias, enfrentar uma fila gigantesca para ser mal atendido ao fazer a solicitação de não pagamento.

A lei, que deveria te proteger, te coloca cara a cara com aquele que você não quer pagar. Olha que situação legal e democrática.

Mas e se você exerce seu pseudo direito de escolha e não paga?

Você está fodido. Simples assim. Hehehe!

Tá me achando um mal educado? Pelo menos você está aqui de graça e se quiser ir embora, ninguém vai te segurar.

E se achar pouco, ainda pode descer o cacete em um comentário aí embaixo, no final do texto.

E pode ter duas certezas: uma que você vai precisar me xingar muito para me fazer não publicá-lo a outra é que vou retornar. Eu sempre respondo a todos os comentários.

Sim meu caro leitor você estará fodido de verde e amarelo.

No caso da anuidade do Conselho, você estará impedido de exercer sua profissão.

"Como assim?”

Porque para ser contratado por uma empresa esta é obrigada a te pedir o comprovante de pagamento e permanece cobrando o documento a cada ano de seu contrato.

No caso da Contribuição Sindical, se você não apresentar o comprovante de pagamento, acontece a mesma coisa. No caso da tal da Contribuição Confederativa você será descontado de seu salário o correspondente a um dia de seu árduo trabalho.

Ou seja, a lei, que deveria protegê-lo de ser ludibriado e afins, te obriga a sustentar essa indústria de vagabundos tornando-o cúmplice sem direito a questionar, pois se o fizer, como eu fiz, ha poucos anos, sofre assédio moral como sofri.

No meu caso, tive que pedir demissão.

Ou seja 2, aqueles que nada contribuíram ou nada contribuem com sua vida profissional, aqueles que só te trazem problemas, aqueles a quem você sustenta; têm o direito de te impedir de trabalhar na profissão que escolheu e tanto lutou para se qualificar.

Sim, eles adquiriram esse direito. Só Deus sabe como e por que.

Eles ficam lá, sentadinhos no ar condicionado esperando o início do ano e taxas intermediárias.

Se você não paga, as empresas fazem o trabalho de cobrador e entregam tudo de bandeja para a quadrilha.

Enquanto isso, você que correu atrás para se qualificar, rala que nem um FILHO DA PUTA, durante os 365 dias do ano para se sustentar e a essa corja sem vergonha.

Muito coerente essa merda.

Você não vai me perguntar o motivo dessa raiva toda?

Eu explico.

É engraçado como as coisas vão tomando espaço na sua vida e você vai se acostumando com suas presenças, sem reparar que muitas delas são danosas a você e as vezes a seus dependentes.

Muitos te obrigam a sustenta-los e a uma conivência danosa sem que perceba tal sacanagem.

É o caso do Conselho de Arquitetura e Urbanismo o CAU.


Teve origem em uma recente dissidência do CREA, não importa o motivo, até porque eu não faço a menor ideia de qual tenha sido. Alias, faço sim, mas como não tenho provas, deixa pra lá.

Por conta dessa nova entidade eu, arquiteto, que vinha pagando religiosamente a anuidade do CREA, não tive escolha novamente, já recebi e paguei o referente a primeira cobrança anual do novo órgão.

Passados alguns meses recebi uma correspondência que me obrigava a acessar o site do Conselho para fornecer minhas informações pessoais de contato sob pena de:

“SE NÃO O FIZER, NÃO RECEBERÁ A CARTEIRA QUE TE IDENTIFICA PROFISSIONALMENTE!”

Traduzindo:

“SEU BABACA, SE VOCÊ NÃO DER SEUS DADOS NÓS VAMOS TE SACANEAR E TE IMPEDIR DE SE IDENTIFICAR PROFISSIONALMENTE PERANTE A SOCIEDADE!”

E tem de ser TODOS os dados, pois se você negar um deles, unzinho que seja, o sistema não deixa você avançar, pois é um campo de preenchimento OBRIGATÓRIO.

E estamos em um país democrático.

Seu esforço foi para a PQP! Tudo que você fez na sua vida profissional, perdeu-se em um instante. Você está profissionalmente tolhido a não ser que passe a andar com seu diploma dentro do bolso. Como ele é muito grande, perdeu o valor.

Acessei o site após árduo exercício de adivinhação, pois endereço estava errado na correspondência, e descobri que não poderia fazê-lo via “Internet Explorer” da “Microsoft” só pelo “Mozilla Firefox”.

Os caras são muito abusados! Os caras BLOQUEARAM o Bill Gates!

Tá certo que não morro de amores pelo cara, mas daí a menosprezar tudo que ele fez?

Em segundos comecei a imaginá-los em uma de suas festas regadas a “whisky” escocês:

“Ora! Quem é Bill Gates?”

Um leve sorriso escapou de minha ira.

Preenchi cada campo e a cada informação corrigida eu imaginava as inúmeras correspondências que iria receber proveniente dessas atualizações.

Panfletos, revistas especializadas, cursos, santinhos em época de eleições internas ou não, anúncios de farmácias, produtos de beleza, carros, etc. Sim porque eles dizem que as informações não serão divulgadas, mas sabemos muito bem que isso não é verdade, há sempre um vazamento.

Ao final do preenchimento fui presenteado com um questionário com aproximadamente 30 itens dos quais alguns discursivos.

Respondi a cada uma delas pacientemente puto.

Ao terminar, cliquei em “ENVIAR”.

Adivinhem...

TRAVOU A PORRATODA!

No dia seguinte fui ao sindicato. Vejam quanto trabalho.

Confesso que já vivi um pouquinho e hoje consigo enxergar algumas coisas além entre as letras fonte 12 de um texto ou palavras de funcionários educadíssimos (mal instruídos) em te atender. Principalmente quando estas vêm no gerúndio.

No alto de meus bem mais que 25 anos, bem vividos, quando me deparo com esse tipo de situação faço todos os prejulgamentos possíveis e me apresento com todas as armas que tenho.

Inicio a conversa educadamente, contendo todos os instintos animais que carrego no meu coração de “adamantium” (ver “X-Men Origins: Wolverine”) com sacrifício extremo.


Não é raro perder a razão e nesse caso peço desculpas, viro as costas e vou embora, sem conseguir o que pretendia.

Não tenho mais paciência para lidar com esse tipo de situação e a lei não permite resolver de maneira simplificada.

Azar o meu.

Sentei em uma das cadeiras da recepção aguardando o atendimento aos dois que estavam na minha frente, jogando paciência em meu “smartphone”, gosto de cartas.

Sentei, após ser chamado e descrevi o ocorrido. A simpática mocinha consultou o sistema verificando, como eu desconfiava, que nada havia sido registrado. Levantou-se me apontando um dos três ou quatro computadores á sua esquerda onde já havia outro incauto com o mesmo problema.

Sentia o sangue subir cada centímetro de meu corpo desde as profundezas de meus ancestrais das cavernas e, engolindo toda a minha ira, ainda com o resquício de educação que meus pais se esforçaram em incutir em mim, perguntei ironicamente:

“Você está querendo que eu repita tudo, novamente?”

“Senhor (sempre o senhor), o sistema não registrou sua pesquisa.”

“E eu com isso?”

“O senhor precisa responder a pesquisa para receber a sua carteira.”

Foi exatamente aí que tudo o que escrevi acima veio à tona. A consciência de que aqueles que nada contribuíram estão com a faca e o queijo na mão, prontos para acionar a guilhotina que separará seu conhecimento adquirido em anos de esforço da boa vontade deles de permití-lo exercê-lo.

“Quem são esses caras?”

Foi a pergunta que me veio como o cintilar de uma breve chama junto ao estopim da bomba atômica prestes a explodir.

Mas o estopim dessa vez era longo o suficiente para reconhecer que aquela moreninha indefesa não era o alvo.

“Desculpe, você não tem culpa, chame alguém que decida por favor.”

Não demorou um minuto e apareceu outra menina, menor. A gerente. (?).

“Senhor...”

“QUEM SÃO VOCÊS? ...”

Todos os cachorros foram soltos, um a um sem sobrar nenhum dentro do canil. Não foi dito um único palavrão e todos foram soltos obedecendo a ordem de ideias e conceitos deste texto.

O tom é que não foi nada apropriado. A ira estava em meus olhos rubros e faiscantes assim como em minha voz.

Ela tentou argumentar sem sucesso.

“Minha filha, não há argumentos perante fatos tão cristalinos. Eu sustento vocês e vocês, baseados em um questionário não respondido de minha vida, ou seja, nem técnico avaliativo ele é, vão impedir de exercer minha profissão.”

Ela permaneceu muda e imóvel. Adoro isso.

O raciocínio é simples, os fracos quando acuados agem como ratos que quando não conseguem te enfrentar cara a cara, se esgueiram pelos cantos armando traiçoeiramente contra você.

Essa corja não se dá por vencida, não quer largar o filé e fará tudo para te calar; até...

“Ok, eu não vou responder novamente ao questionário, porque não tenho a vida mansa de vocês sendo assim eu pergunto: Qual a represália? Eu vou sofrer alguma punição ou apenas não vou receber a carteirinha do clube?”

“O senhor não vai receber a carteira.”

“Gostaria disso por escrito. Por favor, mande um e-mail.”

“O senhor informe o endereço.”

Criei um endereço eletrônico para essas situações e nunca acesso.


“Enviarei em seguida.”

“Obrigado”

Agora eu pergunto:

“Você aí, leitor, recebeu alguma coisa? Por que eu estou esperando até agora.”


2 comentários:

  1. Adorei!! O texto, é claro rsrs. É assim que é... Difícil conviver com isso. Coloque ai na sua lista o CRA - Conselho Regional de Administração - que obriga vários tipos de empresa, como a minha - de comunicação - a pagar, e pior.. preciso ser Bacharel para responder pela minha própria empresa, como não sou, recebo uma lista de "Profissionais de Administração - Bacharelados para contratar ad eterno pela "bagatela" de 1 salário mínimo. Roubo explícito!!! Eu, empresária , não sou reconhecida para administrar o meu próprio negócio.. Morri de rir!!!! com o e-mail naointeressainformar@gmail.com”

    1 beijo!
    Bonitinha...

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    1. Mais um especializado. É como neu disse:

      "(...)Especializaram-se e dividiram-se em categorias como se a lei trabalhista assim o fosse.(...)"

      Beijo

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