quarta-feira, 4 de maio de 2011

NO NEWS IS A GOOD NEW



Como sempre, a cada conquista, aguardo uns dias para esfriar a cabeça e iniciar meu texto correspondente com mais isenção. Dessa vez não foi diferente, mas o que causou a demora foi a falta de vontade em escrever sobre o assunto. Estava em dúvida devido a importância do fato, pois considerando as atuais condições de temperatura e pressão não vejo o que comemorar. Mas levando-se em conta o respeito que devemos ter para com a história entendi que seria de bom tom tecer algumas poucas palavras.

Não se trata de desdém ou fanfarrice é apenas a constatação do óbvio.

Há tempos a NAÇÃO não vê motivos para comemorações após conquistas como a obtida nesse último fim de semana. A verdade é que não temos oponentes no estado. Todos se esforçam e vemos méritos nisso, mas os resultados obtidos provenientes desse esforço não têm sido nada condizentes com a história do certame. Vou fazer uma análise fria, técnica e superficial sobre o atual momento do futebol (?) carioca. Essa análise não passará pela corja administrativa e seus pares:

ÁRBITROS – São as figuras mais estranhas de todo o Projeto. São pessoas que consideram essa profissão um bico para completar os vencimentos de cada quinto dia útil de mês. Não têm tempo para se reciclar ou manter a forma, itens importantíssimos para o bom desempenho da função. Não investem nada a não ser algumas horas em vôos, hotéis com piscina e jogos. Mesmo assim são as “otoridades” máximas do jogo. Nada coerente. Suas ações podem determinar o resultado de uma partida e dependendo, de um campeonato.

Devido a forma como o jogo acontece é quase impossível que essas falhas sejam direcionadas a um favorecimento específico, elas acontecem aleatoriamente pela falta de preparo ou simplesmente incompetência do “profissional” do apito. Mas algumas dessas falhas ganham mais importância por terem sido cometidas “em favor” do time que está mais presente na mídia. Como aquele que está em evidência é aquele que está sempre disputando algo importante as falhas “em favor deste”, são as mais visadas.

Todos sabem qual o time brasileiro que está sempre disputando algo importante.

BOTAFOGO – O pessoal de Soldado Severiano teve seus anos de glória. Os anos 60 e parte dos de 70 foram significativos para essa agremiação. Era um time quase perfeito, repleto de excelentes jogadores, mas tinha como maior adversário o Santos de Pelé que conquistava quase tudo restando pouca coisa para o então chamado Glorioso.

Hoje, possui talvez a administração mais séria entre os do Rio de Janeiro, mas não decola. Não decola porque seu ativo mais passivo (a torcida) além de ser pequena, não acredita. Não há apelo, o que temos é um clube médio que vence um Carioca a cada intervalo de 5 a 10 anos e isso é pouco para quem se acha grande.

Em termos de patrimônio possui um shopping Center quase deficitário instalado sob um campo de futebol, um “complexo” de piscinas (mas não tem tradição no esporte), uma garagem de barcos velhos na aprazível Lagoa Rodrigo de Freitas e nos últimos anos foi agraciado com uma concessão de um estádio destinado a provas de atletismo que por acaso também tem um campo de futebol. É uma bela obra de arquitetura construída nas coxas mas que, como várias obras do governo, não serve para o que foi construído. Por motivos óbvios é conhecido como Vazião.

Sua maior conquista é saber que a FIFA considera seu escudo o mais bonito do planeta e nos gramados um título nacional ironicamente conquistado sobre o Santos, mas dessa vez sem Pelé.

Esteve recentemente no submundo das divisões inferiores.

Seus torcedores (dizem ser 18) costumam chorar ou queimar camisas após uma derrota. Haja camisa e lenço.

FLUMINENSE – A agremiação mais antiga do estado teve no biênio de 1975/76 seu ápice. Não há dúvidas que era um excelente time. Composto de jogadores oriundos de vários outros clubes, não possuía estrutura para criá-los. Montado em uma operação articulada pelo seu então presidente Francisco Horta, a Máquina, como era “overcalled” conquistou nessa época 2 Cariocas e uns 2 torneios internacionais.

Na sua não tão significante história constam dois Brasileiros conquistados no campo e um conquistado em 2010 no que é considerada a maior xepa de Natal com fins politiqueiros já realizada pela CBF, no cada vez mais decadente futebol brasileiro. Outro fato de mácula foi a utilização de pó de arroz para esconder seus negros.

Como patrimônio possui uma linda sede cujos vitrais franceses (?) são os itens de maior valor. Um modesto estádio compatível com o tamanho de sua torcida e três piscinas completam o complexo esportivo desta agremiação cujos maiores freqüentadores tem sido os parentes distantes dos conhecidíssimos Mickey, Ligeirinho, Chumbinho, Jerry, Pink, Cérebro entre outros.

Outro freqüentador das fétidas divisões inferiores, mas desta vez descendo ao 3º nível o que, na saída, consideram seu quarto título nacional. Endividado, como todos os clubes brasileiros, a maior delas é uma com a sociedade que seria cumprir a regra e sair do 2º nível de forma honrosa, ou seja, no campo com jogo jogado.

Conquistou o último Campeonato Brasileiro, mas o que mais os honra é a “brilhante” luta contra o rebaixamento em 2009.

São o que podemos dizer de melhor exemplo do que seria “Cavalo Paraguayo”. Nos últimos anos, tem feito elogiáveis campanhas de recuperação, mas na hora da “onça beber água” eles abrem o bico.

VASCO DA GAMA – O clube da colina, ex-trem bala, teve um belo time em pequena parte da década de 90. O apogeu de sua história foi a conquista da Taça Libertadores da América em 98 com um belo time também composto por jogadores vindos de diversos clubes. Em 2000 conquistou seu 4º título brasileiro em um jogo onde a inexistência de segurança quase causa uma tragédia. Mesmo assim, sob as vistas grossas das “otoridades” o jogo prosseguiu desrespeitando-se as regras. Daí em diante obtiveram poucos êxitos, a última uma Taça Rio nos últimos 8 anos e as mais significativas, alguns vice-campeonatos. Há poucos anos também esteve freqüentando as rasteiras divisões inferiores de onde saiu com mais um item em sua vasta coleção de vices.

Seu patrimônio consta de um complexo sócio esportivo bem montado em São Januário cujo ponto forte é um bonito estádio de futebol com capacidade para aproximadamente 35 mil pessoas. Como o Botafogo e no mesmo lugar, também mantém uma garagem para barcos com os quais, após montar suas equipes de maneira escusa, obtém algumas conquistas, mas a maior serventia é a realização de festas de casamento.

Seus torcedores cultuam como maior ídolo um de seus recentes presidentes que, justiça seja feita, TUDO fez pelo seu time do coração. O segundo maior ídolo, o atual presidente, já foi expulso das cadeiras sociais do estádio pelo primeiro em uma das páginas mais negras da curta história do clube.

ARCO-ÍRIS – Essa é a mais nojenta, ridícula e ordinária agremiação existente no Rio de Janeiro. O Lado Negro da Força é composto pela grande maioria dos torcedores dos clubes acima que, por já não terem mais esperanças em obter novas conquistas com seus times juntam-se como ratos com a única intenção de tentar impedir as conquistas do Mais Querido. Seu poder é nulo, mas mesmo assim seus membros se multiplicam como coelhos e hoje já possui representantes em todos os clubes e estados do país. Não é dotado de patrimônio (mas já foram vistos pelos cantos em Laranjeiras, sede do Fluminense) nem uniforme, só possuem torcedores. Por não ter uniforme essa corja veste a camisa dos times que vão disputar algo com o Flamengo. Exatamente por isso que é mundialmente conhecida como a “Arco-Íris Mal Vestida” entre outros nomes menos pomposos.




FLAMENGO – O Banco do País, aquele que sustenta os demais com a sempre constante e esmagadora presença de sua torcida “undercalled” NAÇÃO. São mais de 35 milhões de pessoas dos mais diversos tipos, classes, religiões, etc. Uma verdadeira e democrática miscigenação de raças e credos.

Admirado e reconhecido pelos poucos seres inteligentes (sim, eles existem) torcedores das demais agremiações é o inimigo a ser batido em qualquer competição que participa, mesmo quando por razões inexplicáveis não está entre os primeiros colocados de um certame.

Teve na década de 80 e parte da de 90 seu período mais fértil. Suas conquistas foram obtidas por diversos jogadores oriundos de suas divisões de base entre eles o 2º maior jogador do país, qui ça do mundo Arthur Antunes Coimbra o popular Zico.

Mas, diferentemente dos demais sua história não se resume a esses quase 20 anos; ela se estende sem limite de datas. Seus títulos estão espalhados em décadas fazendo de sua sala de troféus um dos ambientes mais movimentados do planeta. A conquista obtida nesse último fim de semana apenas consolidou sua bastante conhecida, invejada e incontestável hegemonia estadual. É o único Hetero-Hexacampeão Brasileiro. Dentre os diversos títulos internacionais destaca-se um Mundial Interclubes e Uma Taça Libertadores da América, ambos obtidos em 1981. Todas, sem exceção, as suas conquistas são obtidas no campo de jogo respeitando-se as regras.

Seu imenso patrimônio é composto pela Moderna sede da Gávea situada as margens da Linda Lagoa Rodrigo de Freitas onde está construído um dos maiores centros poliesportivos do país de onde saem campeões de várias modalidades, o Ninho do Urubu localizado em Vargem Grande onde está sendo construído o melhor e mais moderno CT do país, o MANTO SAGRADO, como é mundialmente conhecida e temida a mais bonita camisa esportiva do mundo, a NAÇÃO como é chamada sua imensa torcida espalhada pelos quatro cantos do planeta, que proporciona ao Flamengo jogar em casa onde quer que esteja, a RAÇA com que conquista as mais impossíveis vitórias e os jogadores formados em suas divisões de base.

Nunca freqüentou as masmorras das divisões inferiores.

Feitos os devidos esclarecimentos, esclarecimentos estes que deixam novos e antigos torcedores equalizados com um resumo da verdadeira História do futebol do estado do Rio de Janeiro; entendo que está explicado, em poucas e simples palavras, o motivo pelo qual essa nossa última conquista perdeu valor. Que venham outras, mais importantes.

Saudações.

Um comentário:

  1. Beleza, Geraldo. Humor e informação na medida certa!

    Que venha a Copa do Brasil!
    FLAmém!

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