quarta-feira, 31 de março de 2010

O CACHORRO ENGARRAFADO


Bom dia!

Não estranhem eu estar escrevendo a essa hora, estou apenas cumprindo uma determinação médica de ficar quarenta e oito horas em repouso por ter feito uma micro cirurgia a fim de colher material para uma biópsia. Como todo mundo, estou ansioso aguardando o retorno do exame. Rsrs.

São momentos difíceis que nem sempre é possível contar com os amigos e ou parentes. Aqui estou, só curtindo mais esse perrengue. As pessoas trabalhando, estudando, vivendo . . .

Mas tudo bem, estou tranqüilo, tenho um parceiro ao meu lado também para esses momentos.

É certo que não podemos discutir qualquer assunto, pois ele não fala, talvez uma de suas melhores qualidades, rs, mas ouve sem reclamar, outra.

Boris é um Staffordshire Bull Terrier negro, (ou seria afro-descendente, mas ele é inglês, ou seria afro-descendente-inglês? Desculpem, não faço a menor idéia de como escrever para ser politicamente correto.) de peito branco (olha a dúvida aí novamente!) como as pontas de suas quatro patas e olhos castanhos.

De porte médio, por ser ascendente do Pit Bull parece muito com ele, inclusive pela proeminência da massa muscular, isso faz alguns leigos se afastarem quando cruzam com ele na rua.

Porém como podemos ver na foto, é mais baixo que o Pit, nada agressivo e muito brincalhão. Adora gente, principalmente crianças com quem rola no chão sem cerimônia. Nunca faria comigo o que o cão (Sharpei) do Maradona fez com ele.

Não gosta de dividir brinquedos com outros cães muito menos ouvir um rosnado provocador. Mas estou controlando isso e suas confusões estão ficando cada vez mais raras.

Forte, muito forte, pelos exercícios que fazemos juntos: andar em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas de bicicleta, idas aos parques próprios para cães e brincadeiras em casa.

Tem Orkut, para se comunicar com as cachorrinhas que conhece nos passeios e tomar conhecimento dos eventos de sua raça: exposições, encontros, etc.

Em casa demonstra toda sua afetividade e carência. Não pode ver alguém chegar que apóia-se nas duas patas traseiras, agitado, balançando a cauda, com a bocarra aberta e “linguão” para fora, arfando desesperadamente como se aquela pessoa fosse a única no mundo. Depois se acalma e fica rondando de cabeça baixa, aguardando um carinho.

Quando estou lendo, no computador ou vendo TV ele fica em um canto, me observando aguardando meus movimentos. Se me levanto, logo chega junto e fica esperando minha próxima ação.

Claro, como todo cão, vira um esfomeado quando vê e/ou sente o cheiro de nossas comidas, mas fica nisso, não dou nada além de ração com raríssimas exceções e somente fora de casa. Estão nessas exceções ossos de boi (canela) que ganho nos açougues do bairro. Ele adora e fica roendo o dia todo até tirar o máximo do tutano. O que sobra eu tiro e misturo com a ração.

Quando pequeno, estava muito longe de ser um Marley, mas deu seus prejuízos. Tais como, algumas mijadelas impróprias nos tapetes, no sofá novo de uma semana, no banco do carro, etc.

Hoje, com um ano e oito meses (nasceu em 31/07/08) está mais tranqüilo, só roe alguma coisa quando ouve sons que não conhece e não identifica a origem.

Adora meus filhos, mas tem uma predileção pela menina, vai entender, dos dois o menino é o que dá mais atenção embora seja pouca, rsrs.

Como tudo, Boris tem um lado chato, confesso é minha culpa. Não consegui ensiná-lo a fazer suas necessidades no jornal, como a maioria dos cães. Sendo assim, tenho que levá-lo à rua duas vezes por dia e nem sempre estou a fim de fazê-lo, mas faço sem reclamar, suas qualidades superam e muito esse pequeno problema. A situação piora quando chove. O cara não sai na chuva e quando chove dias seguidos ele prende e só solta em último caso, mas sempre no mesmo lugar. Um alívio para mim e para ele. As vezes, nesses casos, diminuo a quantidade da ração ou dependendo, até deixo de alimentá-lo. Isso não passa de vinte e quatro horas.

Em dias normais ele fica só em casa. Nos primeiros dias ficava trancado no banheiro com uma grade de metal no lugar da porta. Com o tempo foi crescendo e ganhando minha confiança passou a ficar no terraço, foi aí que começou a comer o reboco das paredes. Tentava deixá-lo solto na casa toda, mas sempre que chegava do trabalho havia um estrago. E lá estava ele, no seu canto, olhando com aqueles olhos de sonso. Um dia foi o pé da mesa de jantar, em outro os pés de um banco, depois alguns tapetes, e assim foram sua cama, algumas almofadas, pés da mesa da varanda, pés das cadeiras do mesmo conjunto, toalhas, persianas, sua nova cama, o fundo de poltronas, etc.

Boris é um tremendo confidente. Ele sabe da minha vida amorosa, dos meus raros amigos, dos meus vários colegas, dos meus problemas na empresa, das minhas alegrias, das minhas tristezas, do meu amor pelos meus filhos e minha paixão pelo mais querido.

Outro dia estávamos no ParCão da Lagoa quando, por ele estar muito cansado, não foi buscar uma bola que eu havia jogado. Chamei-o para me acompanhar para pegá-la quando outro cão chegou primeiro. Seu dono tirou a bola de sua boca e jogou para mim. Seu cão acompanhou e chegou segundos depois. Virei o dorso da mão com a bola para que o cão cheirasse, mas ele rosnou baixinho, alto o suficiente para que Boris pulasse travando sua bocarra na garganta do infeliz. Foi difícil separá-los, até porquê o dono do outro cão ficou imóvel com medo. Detalhe, o cão era o dobro do tamanho do Boris e ele me defendeu sem medo.
É por tudo isso que ele é o verdadeiro exemplo da frase:

“O cachorro é o whisky de quatro patas e cachorra é a cerveja”

Um comentário:

  1. Hahahaaa...
    Adivinha o que mais gostei até agora???
    Amoooo estes dois! Uma dupla boa pra cachorro! Kkkk...
    Bom, tenho que acrescentar que ele (o dono) não conta com a família (priminha querida: a predileta!) porque não quer! Prefere dar uma de durão independente. E mal sabe: "Que fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho!"
    Não vale rosnar!!! Postou, Publicou, se lascou: qualquer um comenta!!!
    Amooo os dois profundamente!!!

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