terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COM ATRASO, MAS DE CORAÇÃO


Não estava conseguindo transformar em palavras como gostaria meu registro do primeiro aniversário de nosso Hexacampeonato. Hoje lendo o Blog “A Palavra da Salvação Rubro-Negra” - http://igrejaflamengo.blogspot.com – (Muito bem escrito por Jeff) e estava começando a digitar meu comentário, vi que meu texto daria um bom post. Recortei e trouxe para cá as primeiras linhas e continuei a colocar palavras para ver no que daria o que poderia vir a ser a minha humilde homenagem.

Magníficas lembranças. Sem me achar melhor do que ninguém. Orgulho-me de ter estado em todos os seis títulos. E, sem querer diminuir nenhum dos outros cinco (como se isso fosse possível) afirmo que para mim, o mais emocionante foi o de 92.

Vínhamos claudicantes percorrendo as rodadas do campeonato em uma trajetória medíocre, na concepção da palavra. Para muitos inclusive a minúscula parte incrédula de nossa enorme Nação seria mais uma campanha frustrante.

A mídia, tal qual a de hoje, invejosa descrente de nosso poderio, deleitava-se valsando por seus textos embalados pela Arco-Íris mal vestida.

A importância deste 1992 também se dá pelo nascimento de meu filho @vinisperandio. O primogênito e único que poderá dar seguimento aos Sperandios do ramo que faço parte.

Recém nascido, eu o vestia de Rubro-Negro a cada batalha. Deixava-o protegido pelo Manto Sagrado em seu berço sob os sonhos dos Anjos enquanto ia aos jogos.

Como neste aniversariante de anteontem, iniciamos nossa jornada em busca do Pentacampeonato arrancando a fórceps uma vitória que nos deu a última vaga dos dezesseis a ter o direito a disputar o título.

Os demais quinze nos olhavam lá do alto de sua soberba como se fossemos o resto e, com certeza, se perguntavam:

“Como pode esse timinho infecto estar junto de nós, a elite?”

E continuavam:

“Depois de Zico e Cia esse timeco nunca mais vai conquistar algo grande. Aquilo foi sorte.”

E as batalhas seguintes foram épicas. Estão tão bem sedimentadas na mente de cada um de nós da Nação bem como na de cada um dos componentes da Arco-Íris subjugada por aqueles dias que a história sabiamente não os deixará esquecer.

Foram tão contundentes os fatos que desses tempos surgiu a famosa frase sempre proferida pela Nação para relembrar aos infiéis do que o Flamengo é capaz, assim como pela Arco-Íris mal cheirosa mostrando todo o seu temor:

“Deixou chegar...”

Derrotamos cada um de nossos inimigos com a técnica de apenas um solitário soldado que, como General (e que General) regia nosso exército de guerreiros munidos de muita raça. Raça que era renovada a cada segundo pelos fluidos emanados pela Nação irmanada em apenas um objetivo.

A cada largo passo que dávamos em direção ao nosso destino, alguns poucos incrédulos se dobravam e o faziam por respeito, pois já eram capazes de vislumbrar o futuro.

Os menos esclarecidos, aqueles que teimavam em permanecer infiéis e cegos à verdade que se apresentava cada vez mais cristalina, iam sendo engolidos pela fúria de nossos Heróis. Eles caiam como dominós sob nossos pés na marcha de retorno ao nosso verdadeiro lugar. De onde não deveríamos ter saído.

E assim chegamos a 1ª das duas últimas batalhas. Seria contra o chamado melhor time da temporada.

A Nação, como sempre, se fazia presente em maioria esmagadora. Éramos tantos que alguns transbordaram como cascata em conseqüência das, como sempre, insanas atitudes das “outoridades”.

O sol de verão sorria sem jeito, com uma ponta de inveja em respeito a tal contingente. As praias, seu território, com certeza estavam vazias.

Foi um jogo inesquecível quando apenas no primeiro tempo nossos Heróis os fizeram engolir, sem mastigar e sem piedade três gols que nos trouxeram a tranqüilidade de poder cozinhar a cachorrada e demais membros da Arco-Íris como canja para então jantá-los no segundo jogo. Este, um empatezinho maroto que aos dez minutos do segundo tempo ainda vencíamos tranquilamente por 2 x 0. Devido a impossibilidade de reação dos vencidos relaxamos e eles conseguiram seus ineficases dois gols.

E o final daquele inesquecível 19 de julho de 1992, todos sabem, levamos mais um caneco para o Sagrado Solo da Gávea.

Parabéns Hexacampeões.

Um comentário:

  1. Meu comentário também está sendo postado com atraso. Já tinha lido o excelente #post, mas não havia comentado.

    Em primeiro lugar agradeço a citação. Muita honra!

    O post proporcionou-me ótimas lembranças. Para mim, todos os seis títulos foram marcantes. O primeiro pelo inedistismo e a final histórica contra as Galinhas do Reinaldo que insistia em calar nossos gritos de "bichado". Nem preciso falar da emoção do gol do Nunes.
    O segundo valeu pela vitória na casa do advsersário. O terceiro pelo sacode num time da moda. O quarto pelo jogos inesquecíveis. Foi o primeiro que fui a quase todos os jogos no Maraca. Para mim, o melhor de todos os 6 (se tivesse que escolher um só), pela qualidade e todos os adversários. E é justo este de 87 que insistem em dizer que não vencemos. Como não? Sou testemunha da grande vitória de um timaço que tínhamos. O quinto foi muito bem descrito por você. Lembro de ter ficado secando advsersários no Maraca pelo radinho com o Placar eletrônico anunciando o tempo das outras partidas. Com nosso jogo já encerrado. Já o sexto, valeu pela reconquiosta, pelo tempo de espera.

    Parabéns.
    FLAmém
    @IgrejaFlamengo

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