quarta-feira, 22 de abril de 2015

3ª VIAGEM – 19/04/15 – 2º DIA – CAMPINAS - CURITIBA


Café da manhã melhor do que o esperado e barato, bagagens acondicionadas e rodas na estrada. Destino? Curitiba passando pela tradicionalíssima Serra do Rastro da Serpente.


O dia claro e ensolarado prometia novidades. Seria minha 3ª vez no estado, sobre duas rodas.

A SP 075, Santos Dumont, até pouco depois de Sorocaba, é uma estrada muito bem pavimentada com duas pistas para cada lado e curvas de raio longo; foram 71 km sem nenhuma novidade.

Em Itapetininga, paramos para abastecer e um lanche. Encontramos um grupo de motociclistas. Um bom , mas não muito longo, papo voltamos para a estrada e em minutos já rodávamos na Serra do Rastro da Serpente.

Reza a lenda que são 1.200 curvas em pouco mais de 200 quilômetros e eu estava ansioso para percorrê-las.

No primeiro trecho a pista deixava a desejar, mesmo assim, iniciamos nosso relacionamento com o pé direito. Receoso, gerenciei com parcimônia a intensidade com que rosqueava o acelerador. O asfalto deteriorado pelos anos e/ou pelas obras inacabadas preocupava. Tanto que em um dado momento errei a curva e, se não estivesse bem equipado seria chão, na certa. A pilotagem moderada permitiu apreciar a vista que é fantástica.


Estava me acostumando com as dificuldades, entretanto a responsabilidade e o pequeno susto me mantiveram do lado da razão. Era uma maneira nova de curtir as curvas que se tornavam cada vez mais traiçoeiras devido a sua sinuosidade. Eu me resistia com dificuldade, na realidade queria aumentar a velocidade e bailar com elas.


Chegamos em Apiaí e eu não estava satisfeito, tinha sido agradável mas queria mais. Tinha mais adrenalina para gastar.

Uma parada para a tradicional foto sob a placa que nomeia a serra, um saco de pipoca de Dona Sandra, a rápida consulta com um motociclista que vinha em direção contrária e rodas na estrada.


E as informações dadas pelo motociclista começaram a se confirmar. Pista lisa, asfalto limpo e clima ameno foram os insumos para ótimas emoções. As muitas derradeiras das 1.200 curvas foram consumidas sem cerimônia e a minha destreza e tecnologia da moto foram postas a prova mais uma vez. Acelerando bem próximo do meu limite e gastando cada milésimo possível de borracha das laterais dos pneus, não foi raro encostar os pés no chão. A cada curva conquistada as lembranças de outras passadas vinham e eu sorria na solidão de meu capacete.

Ouvir o ronco grave do motor a cada descida de marcha para as retomadas pós-curva era como se fosse um rock progressivo do Pink Floyd. Eu estava em êxtase e era para isso que eu estava ali...

Longas, curtas, subindo, descendo ou não, entremeadas por curtas retas, ou não, as curvas não acabavam e o corpo mal preparado começava a dar sinais de cansaço. Mais duas paradas para fotos foram a desculpa para me recompor e seguir em frente e em estado de graça. Eu estava feliz, muito feliz e queria que não terminasse nunca.




Em Curitiba, hotel, banho e um jantar com o irmão de Cláudio. Simpático casal que me recebeu muito bem e nos levou a uma pizzaria tradicional da cidade.

Após excelente papo, falamos até de negócios, entradas fantásticas e uma pizza dos deuses voltamos para o justo descanso. Dormi contando as curvas que a serpente deixou nas montanhas a oeste de Curitiba. Ela devia estar com pressa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário