quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O PROCESSO DE CRIAÇÃO





É pessoal, sei que estou em falta. Sabem que gosto de escrever, só não sei se o faço bem. Mas não vou desistir, sou igual àquele time de futebol da camisa feiona e sem graça, tenho meus escassos dezoito leitores que sempre têm ao menos uma bela palavra de incentivo.

“Está sem o que fazer? Escreve!”

Agora, não é a primeira vez, falta-me assunto e sem ele nada posso fazer. Dessa forma, obedecendo a uma fórmula que tem dado bom resultado vou escrevendo as palavras aleatoriamente para ver no que dá.

Se você está lendo é porque em algum momento engrenei alguma coisa interessante que me fez publicar.

Geralmente o processo de criação é conseqüência de algum acontecimento e ou idéia que surge do nada e vai se desenvolvendo com o despejar de palavras prontas ou não (como essas de agora que estou usando nessa enrolação para ver se sai alguma coisa) e nesse caso se preparando em conjunções, com ou sem nexo fruto da união de adjetivos, adjuntos, preposições verbos e advérbios, substantivos e demais elementos gramaticais que a língua portuguesa nos oferece aos montes em bandejas de lata, bronze, prata ou ouro, dependendo de seu conhecimento.

É necessário lembrar que o fato de ter acesso ao conhecimento não nos livra de falar ou escrever besteiras. Besteiras sempre serão besteiras a diferença é o quanto eruditos serão os termos usados para traçá-las.

Conheço pessoas que falam nóis vai, nóis foi, mas o fazem de maneira clara, objetiva, com sentido e no tom de criticidade correto, ao contrário de muitos letrados que andam por aí.

Elementos gramaticais separados ou unidos, dependendo do sentido, pelos diversos tipos de pontos, vírgulas, pontos e vírgulas ou dois pontos. Todos cirurgicamente dispostos pelo texto dando sentido àquele que poderia não tê-lo se daquela forma não estivessem sido postos.

Embalado pelos mais diversos tipos de inspirações, em muitos momentos me pego olhando para o nada, em busca de algo, como se no meu entorno não existisse o que me faça traduzir em palavras, os sentimentos que trafegam nas estradas sinuosas e esburacadas de meus pensamentos.


São sentimentos frutos de encontros, desencontros, pores ou nasceres de sol ou lua, separados pelas vinte e quatro horas de cada dia.

Uma garrafa de vinho, uma dose de whisky, vodka ou sei lá.

Ou simplesmente um abraço, um beijo que vale por vários, uma primeira troca de olhares ou a cumplicidade de certa troca de olhares.

Corpos nus, ou semi, ao relento em um descompasso de música em busca do compasso ideal de uma possível vida desejada eterna mesmo que enquanto dure.

Sob um carinhoso abraço, o simples afago em um rosto para colher lágrimas a fim de fazê-las rega de um crescente conhecer, descobrir.

Um sorriso, maroto, comprometedor por isso revelador. A gargalhada cúmplice de alguma travessura.

Ou outros sons emitidos entre quatro paredes entremeados por toques de ternura.

O olhar observando o sono tranqüilo embalado pelo ronronar de uma respiração que traduz a segurança do leito.

As ambíguas diferenças por serem vistas por olhos distintos. As vezes sob o medo e separar outras vezes aprender, ensinar, construir e solidificar.

O estar ao lado sem mesmo lá estar, na alegria ou na tristeza sem que para isso seja necessário qualquer tipo de contrato. A não ser aquele escrito pelos, mesmo, escassos momentos vividos. Sejam maus ou bons, mas bem vividos.

Uma declaração de desejo sem a obrigação de se realizar, apenas desejo.

Uma dúzia de flores, talvez duas; possível premissa de várias outras.

Sim, momentos de inspiração, momentos de solidão onde estou muito bem acompanhado apenas de minhas lembranças e histórias. Pra que mais?

Histórias vividas sob a rigidez da razão cartesiana de um Capricorniano (como se eu ligasse para isso); assim como aquelas vividas sob o signo da emoção motivo pelo qual são mais intensas, felizes e contundentes.

Contundentes como a perfuração de um punhal bem no meio do peito matando em decepção a pessoa amiga ali guardada.

Ou apenas um corte em ferimento permitindo uma sobrevida de intensidade tal qual o desejo de ainda tê-la como pessoa, como amiga.

Agora tenho certeza, da suspeita que sempre tive, que acontecimentos são mais inspiradores do que simples idéias, mesmo que estas não sejam simples como alguns acontecimentos.

Desta forma, só me resta desejar acontecimentos para escrever, escrever, escrever . . .

3 comentários:

  1. Ler você.Inevitável não rolar assim..Leio e me sinto como em silêncio ao seu lado, percebendo no som das entrelinhas o ritmo dos acontecimentos e a essência dos seus sentimentos GG.Leio você exatamente nas estradas sinuosas e esburacadas dos seus pensamentos. Percebo além do texto e fico feliz com isto. Sei que isto é um dos frutos da nossa construção, sólida e eterna. Escreva para viver, pois é a partir do que está aqui dentro da gente, que os acontecimentos surgem e aí escreva novamente e conte para você mesmo o que acontece.E assim, neste ciclo ininterrupto, a verdade, a vida! Especial beijo..

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  2. Não poderia esperar nada diferente vindo de você. Menininha, grande beijo

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  3. Blogando em você!
    Hoje foi um dia diferente.Vivi diferente, senti diferente e me surpreendi comigo mesma. Acometida por insights constantes, vaguei e oscilei entre a criação, o medo,o desânimo, a ausência e a minha verdade, a minha vida. E aqui estou eu, blogando em você, meu amigo, meu amor do passado, não sei mais se presente e nem mesmo futuro. Só sei que queria blogar em você, pq apesar de tudo e de tantas coisas é em você que ainda me aporto,mesmo de longe, seguramente. Sei que é um porto inseguro, muitas e muitas vezes, mas não me importo, pq na medida que falo e vc me escuta e me lê, me sinto abraçada pelos seus ouvidos atentos e questionadores.E me asseguro do nosso carinho. Sei que ainda posso blogar em você.Chorar blogada em você. E sorrir ao final..aliviada. E fiz! Saudades.. MHA

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