segunda-feira, 7 de março de 2011

FLAMENGO – O ANO PROMETE


Meus escassos leitores que consigo identificar nas ruas da cidade andam um pouco chateados. Essa meia dúzia de dois ou três que acompanham meus textos fielmente, diz que sempre que não encontram novidade a cada clikada, se sentem órfãos de palavras.

Sei que estou devendo e como em todo seguimento socioeconômico desse imenso país, a maioria dos componentes desse nosso grupo é de RubroNegros. E, na intenção de me reconciliar com o maior número de leitores possível vou escrever sobre o Mais Querido.

Aproveitando minha última aquisição dos mais lindos uniformes esportivos do planeta. Sim, o Manto desde seus primeiros dias de vida sempre foi considerado o mais belo, mas esse último lançamento supera qualquer expectativa.

E eu comprei os dois. Mais uma vez quis aproveitar e adquirir meus seis tijolinhos, mas o sistema estava fora do ar. E não há uma opção, tipo uma ficha ou algo parecido. Vocês vão falar que eu poderia fazer a compra pela internet. Ora meus caros leitores, sou daqueles que caem na grande rede como peixe a cada aquisição. São vários exemplos, ou a compra não se concretiza, o sistema cai, o cartão é bloqueado ou clonado, etc.

Confesso que essa compra foi impulsionada pelos últimos acontecimentos e a título de homenagem coloquei o número oito sobre meu nome, homônimo de um dos maiores craques que eu vi desfilar. Com a bola grudada aos pés, cabeça erguida traçando lindas linhas no gramado; Geraldo Assobiador.

Parece que essa diretoria está percorrendo caminhos menos tortuosos e está começando a colher os frutos dessa escolha. E nós, como verdadeiros membros da grande Nação já estamos saboreando algumas pequenas conquistas.

De janeiro para cá foram alguns eventos importantes. Em apenas três meses obtivemos conquistas que alguns “inimigos” já com cinco ou seis anos de vida nem imaginam a sensação.

Dentre eles, um dos mais importantes, no dia dois de março, comemoramos mais um Natal.

E com certeza, o menos importante, foi o reconhecimento de nosso Campeonato Brasileiro de 1987 pela CBF. Menos importante pelo simples fato de que uma entidade que por motivos políticos para se manter no poder distribui títulos nacionais sem o menor critério e pudor, como se fosse uma xepa de fim de feira, não merece nenhum respeito.

Como disse no dia nosso grande Zico:

“Eu sempre me considerei Campeão Brasileiro de 1987”.

Como poucos, tenho a oportunidade de conviver em meu ambiente de trabalho com um senhor de mais de sessenta anos. Extremamente lúcido, ele, em sua adolescência e juventude foi freqüentador dos campos de várzea do Rio de Janeiro e São Paulo. Antes de se tornar um profissional da área de engenharia, conheceu, conviveu e viu nascer diversos de nossos craques de antigamente. Flamengo de carteirinha, sempre que o assunto é futebol, duas coisas ele repete sempre:

“Isso que vemos hoje é tudo menos futebol.”

“Os times de São Paulo ganhavam mais os torneios ditos nacionais porque os times do Rio compareciam a esses torneios com seus times reservas ou até de categorias inferiores.”

Colocados os pingos em seus respectivos is, voltemos ao presente que se desenha um futuro promissor.

Conquistamos nossa primeira tacinha, mas que tem um significado maior. É a conquista do lado romântico do futebol. Sim meus caros, para aqueles que gostam de cultivar a história, a Taça Guanabara nos remete aos tempos em que o futebol tinha um quê de romantismo.

Era época dos bondes, da televisão em preto e branco e das partidas narradas ao pé dos ouvidos pelos rádios prestes a se transistorizar.

Nossa primeira conquista profissional, já que no início do ano obtivemos uma brilhante conquista pelos nossos moleques das divisões inferiores.

Os ventos que sopram de Vargem Grande e passam aqui perto, na Gávea, têm nos trazido boas novas. Apesar de lenta, é latente a evolução de nossas mais recentes aquisições e consequentemente de nosso esquadrão.

Botinelli, assim como Wanderley estão vindo de contusões, mas já mostraram a que vieram e a que vieram não é pouco.

Thiago Neves tem se mostrado um bom Rubro Negro e já se nota que veio para fazer história. Ainda recente de uma consistência, mas é perfeitamente compreensível já que sua origem pobre de emoções e conquistas e repleta de fiascos deixou chagas profundas. O que nos tranqüiliza é que o antídoto nato proveniente do Manto sagrado é potentíssimo e em breve o veremos como mais um membro de nossa sempre crescente Nação.

Nosso novo Ronaldo, sim, pois o original é o Angelim, tem se mostrado um verdadeiro Puro Sangue, não falta treinos ou jogos. Seu empenho nas partidas tem sido elogiável. A técnica é que anda meio lenta, mas já mostra lampejos de que está chegando, em passos lentos, porém consistentes e duradouros. Suas aparições na mídia são extremamente positivas. Sempre ostentando um largo e natural sorriso o que significa que o sangue que corre em suas veias não é qualquer um.

Não podemos nos esquecer de nossa garotada, a safra mais nova do sagrado vinho Flamengo que está sendo preservado em barris de Raça, Amor e Paixão, prometendo um futuro promissor e consistente.

Para mim, a triste notícia é a possível volta do Imperador. Triste devido aos problemas causados durante suas últimas férias passadas aqui na Cidade Maravilhosa. Ele foi recebido como um Deus, jogou algumas peladas, fez alguns gols que ajudaram nosso Flamengo a conquistar o HEXACampeonato Brasileiro, mas deixou tristezas e mais tristezas ao se achar maior do que realmente é.

Sua técnica e capacidade de decisão são inquestionáveis, mas sua falta de inteligência e responsabilidade pode por abaixo o que está se construindo sob alicerces firmes.

Temos um grupo de jovens vencedores, cheios de confiança e até um pouco de marra, eles conquistaram a Copa São Paulo e querem conquistar o mundo, estão com as baterias repletas de energia, dúvidas e sonhos. Com o caráter em formação, etc. A remota possibilidade do convívio com essa figura decadente me preocupa e eu não gostaria de correr o risco de termos mais uma geração desperdiçada de Paulo Nunes e Dijalminhas da vida.

Mas não adianta ficarmos elucubrando, só quem tem o poder pode decidir e quem pode decidir tem feito boas escolhas, só espero que continue assim.

Saudações!

Um comentário:

  1. Geraldo,
    Com atraso, mas sempre presente, aqui estou.
    Belo texto!
    Em reação ao Adriano, ele tem uma doença séria. Precisa de tratamento. Sem este tratamento, fica difícil saber quando contaremos com ele. Pode-se apostar, no entanto, em comprar o pacote para contar com ele em alguns jogos e em outros não.
    Pouco? Talvez! Mas, mesmo no fatídico 2010, ele fez quase um gol por jogo. O problema é que se ausentou de jogos importantes. É o pacote! Se compensa ou não cabe a diretoria decidir. Eu sinceramente estou dividido e contente por não ter que tomar esta decisão.
    No entanto, não considero ele uma laranja podre que irá contaminar o saco, especialmente as mais verdes. Ele é um cara querido pelo grupo. Sempre foi. Nunca foi de ter problemas de relacionamento. O próprio grupo atual parece estar intercedendo por ele.

    No entanto, é verdade que ele tem privilégios, regalias concedidas por dirigentes paternalistas, que sempre passam a mão em sua cabeça e não o deixam crescer e enfrentar sua séria doença. Isto pode influenciar os mais jovens. Pode, claro! Mas, também terão o contra-peso de verem o R10 treinando. Cabe a eles escolherem. São jovens e não sabem distinguir o certo do errado. Desculpe, estes serão novos Adriano, com ou sem ele por perto.

    Em relação a Djalminha, Paulo Nunes, Marcelinho, etc, eles tinham no elenco um Renato Gaúcho aprontando, mas não creio que tenham se disvirtuados pelo mau exemplo. Chegaram a estarem próximos de alguns da geração de ouro.

    Enfim, a questão é bastante complexa e não existe um caminho único. Não há um certo ou errado. O certo pode dar errado e o errado dar certo.

    FLAbraços,
    @IgrejaFlamengo

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