quinta-feira, 26 de março de 2020

AS OVELHAS E O TRABALHADOR, ESSA ETERNA VÍTIMA DO SISTEMA...



Prezados e escassos leitores, saudades!

Confesso que está me estressando essa onda alarmista oriunda do #víruschinês e por isso, vou mudar um pouco de assunto para voltarmos a pensar no nosso maior e real problema.

Vou direto ao assunto, pois, como sempre, esse vai ser mais um longo texto...
Peço paciência de todos e que se forem tecer comentários, que leiam na íntegra e degustem minhas palavras antes disso. Desde já agradeço.

Há poucos dias em um dos meus poucos acessos ao Facebook me deparei com um post de um colega de escola de época de ginásio. O post tem como título o seguinte:

“Cuban doctors head to Italy battle coronavirus”

ou

“Médicos cubanos vão à Itália para combater o corona vírus”

Com esse título aliado a alguns poucos comentários ao post não foi necessário muito esforço para entender que estavam apoiando tal atitude e eu fiz os seguintes comentários:

“Se forem só médicos, maravilha de ação. Não há o q falar a não ser coisas boas de uma atitude como essa. É o q precisa ser feito independente de ideologia, temos de resolver o problema e apenas isso no momento...”

e

“Mas aguardemos as tradicionais 72 horas...”

As 72 horas se passaram e o assunto morreu, muito por conta do alarde que a grande mídia está usufruindo ao lavar diuturnamente as mentes fracas do país, com a pandemia.

Voltando ao Facebook. Fiz meus comentários em alusão ao fato de que, em meados do governo Dilma foi criado o Programa Mais Médicos que em resumo admitia profissionais cubanos da área de saúde para suprir nossas deficiências em regiões ermas de nossas imensas terras de Cabral, Pero Vaz de Caminha e Rondon.

Um Projeto interessante já que a Medicina naquele país é mundialmente conhecida e nossos profissionais da área, não sei o motivo, não não se interessavam por esse generoso espaço. Vivíamos o início de uma crise. Crise esta que gerou entre outras coisas quase 14 milhões de desempregados.

Tudo estaria perfeito se com o passar do tempo não se descobrisse que, segundo o Globo.com (https://g1.globo.com/bemestar/noticia/mais-medicos-cubanos-entram-na-justica-por-salario-integral-e-direito-de-ficar-no-pais.ghtml),  os médicos cubanos foram contratados por salários na época de R$ 10.570,00, mas recebiam algo em torno de R$ 3.000,00 apenas. E o saldo, ou seja, os R$ 7.570,00 restantes eram enviados diretamente para o governo de Cuba. Mais de 70% do salário do profissional eram retirados dele “democraticamente”, na mão grande.

Eu e grande parte dos brasileiros nunca entendemos direito essa relação trabalhista entre Brasil, médicos cubanos e Cuba. No meu caso, sempre imaginei ser uma forma “adiministrabalhista” criada especificamente para viabilizar o belo Projeto de cooperação entre as duas nações. E nem questionei a necessidade ou não de equalização profissional, o REVALIDA, para que os muito benvindos médicos cubanos se inteirassem das peculiaridades regionais onde iriam atuar. Entendi que falava mais alto o ato de cooperação em si e nossa deficiência de décadas; era preciso agilizar o processo. E assim, os médicos cubanos majorariam seus esforços e aprenderiam em campo, como nas guerras.

Creio, esse era o lado romântico do Projeto

O tempo passou e com ele veio o impeachment (alguns poucos chamam de Gópi) de nossa Presidente que, devido seus tradicionais discursos já havia adquirido, entre outras, a alcunha de Dilmanta. Assumia para governar o país nos últimos dois anos antes das eleições de 2018, seu vice, chamado carinhosamente de Vampirão devido suas estampa e postura similares ao do Conde da Transilvânia.

Houve as eleições e de forma democrática foi eleito o Sr. Jair Messias Bolsonaro que ao iniciar seu governo, uma das primeiras medidas foi cancelar o Programa alegando entre outros que:

1 – havia entre os médicos agentes cubanos infiltrados;
2 – os médicos cubanos além de ter mais do que 70% de seu salário retido, viviam em condições nada humanas já que seus entes queridos haviam sido “democraticamente” forçados a ficar em cuba. Mulheres, filhos etc.

Não foram necessárias muitas horas para haver uma debandada de dezenas deles o que pode (tem de ser investigado) vir a confirmar o item 1 acima.

Em pouco tempo o novo Presidente apresentou uma solução e em um novo Mais Médicos ofereceu as mesmas vagas com melhores rendimentos e condições humanas de trabalho onde os médicos cubanos que desejassem permanecer em nosso país poderiam e estariam autorizados a fazer parte e trazer seus familiares.

O tempo passou, veio a pandemia do #víruschinês e estamos tendo que ficar de quarentena em casa. Apenas os serviços essenciais “funcionam” e a grande mídia bombardeia os incautos diuturnamente nas TVs e a cada centímetro das páginas de suas publicações virtuais ou não, com notícias e mais notícias trágicas dos acontecimentos. E como em A Revolução dos Bichos, de George Orwell, as ovelhas repetem e repetem em uni som...


Criou-se uma histeria sem fundamento, ao menos para muitos técnicos da área médica e econômica. Outros discordam e apresentam seus argumentos. Tudo normal para uma democracia em época de crise.

Baseado no que tenho ouvido e lido, penso que estão corretos (ou menos errados) os primeiros, por dois motivos:

A – Entendo tratar-se sim de um simples resfriado que os números mostram afetar a muitos, mas fatalmente apenas aqueles de idade avançada e/ou com a saúde debilitada em função de algum outro mal. É um problema? Claro que é! Mas se analisarmos os números com calma e sem pânico veremos que o percentual de mortos em relação a população de cada país é um número irrisório, apesar de humanamente significativo.

A Itália, por exemplo, país mais afetado, tem essa relação MUITO MENOR que meio por cento. E se abrirmos o leque de opções, veremos que há outros males que levam a óbito um número maior de pessoas, de todas as idades e nunca se parou o mundo por conta deles.

As consequências do #víruschinês são preocupantes? Sim. Devemos tratar com responsabilidade? Claro. Mas temos de considerar que:

B – O mundo, certo ou não, sobrevive em função das relações econômicas. Pouquíssimos vivem “autosuficientemente” de seus esforços em um pequeno sítio no interior de um estado qualquer, fumando um baseado. Os outros quase 8 milhões vivem da economia e pará-la é um suicídio. Mas os técnicos renegaram a matemática e resolveram que só seria possível solucionar o problema isolando toda a humanidade em suas casas por semanas, quinzenas e até meses seguidos. Não levaram em consideração aqueles que vivem da informalidade, portanto precisam de movimento para vender suas balinhas ou seus eletrônicos de origem duvidosa e seus malabarismos nos sinais de trânsito das cidades. Ou ainda as empadinhas, pastéis (tem um delicioso no Leblon), cervejas, refrigerantes, camarões, sucos, mates, sorvetes, biscoitos de polvilho, roupas, cangas, biquínis, óculos de diversas cores nas praias do mundo onde é permitido.

Junto com os micro, pequenos e médios empresários são milhões de quem outros milhões são dependentes.

Não podemos esquecer dos da logística que transporta, distribui e vende os produtos das grandes empresas, principalmente os de 1ª necessidade como comida, remédios, higiene, limpeza etc. Há toda uma cadeia de valores composta por fabricação, expedição, transporte, recebimento distribuição e entrega ao consumidor final. São estruturas, máquinas, caminhões, galpões, camionetes, motos etc. que não se mexem sem a presença de pessoas, os famosos trabalhadores.

São pessoas que têm suas necessidades mínimas para poder fazer seu trabalho em condições de atender as necessidades, principalmente em período de crise.

E como em um círculo de interdependências se pararem em algum momento tudo faltará. Além de perderem seus salários, poderão perder seus empregos, afinal nenhum patrão por maior ou melhor que seja consegue manter funcionários sem produzir e vender.

O Governo então se pronunciava, desde o início da pandemia, que se isolasse aqueles que fazem parte dos grupos de risco e os demais voltassem ao trabalho, lógico que respeitando-se algumas regras, mudando-se alguns procedimentos tais como: evitar aglomerações, redobrar as ações de limpeza e higiene etc.

Mas muitos não entenderam dessa forma, acharam um absurdo, quase fizeram uma revolução e permanecem nessa pendenga sem solução até a hora em que postei esse texto.

Vislumbrando esse problema, algo deveria ser feito. E o atual Governo que não fica se escondendo ou desviando de assunto sugeriu que houvesse uma negociação entre as partes e edita a MP 927 de 22/03/20 que entre outros diz, grifos meus:

“Art. 2º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregado e o empregador poderão celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir a permanência do vínculo empregatício, que terá preponderância sobre os demais instrumentos normativos, legais e negociais, respeitados os limites estabelecidos na Constituição.”

E também, com novos grifos meus:

” Art. 18.  Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o contrato de trabalho poderá ser suspenso, pelo prazo de até quatro meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador, diretamente ou por meio de entidades responsáveis pela qualificação, com duração equivalente à suspensão contratual.”

Aí todo mundo pulou. A esquerda, os isentões, a grande mídia e até alguns ainda fiéis ao Governo pularam nas tamancas.

É PHODA!!!!

Mexeu no bolso neguim perde as estribeiras. Para de raciocinar, esquece as aulas onde a Tia Marikota nos ensinou a interpretar textos e sai xingando todo mundo a torto e a direito sem restrições e sem fundamentos.

Vamos desenhar:

“...PODERÃO CELEBRAR UM ACORDO...”

- ou seja 01 - poderão do verbo ficar a critério das DUAS partes;
- ou seja 02 - poderão do verbo quem quiser faz quem não quiser não faz acordo e nesse caso ou o patrão assume os custos ou manda o funcionário embora, tudo dentro da lei. Tudo normal.

“...PODERÁ SER SUSPENSO...”

- ou seja 03 - poderá do verbo se não houver acordo não suspende e nesse caso ou o patrão assume os custos ou manda o funcionário embora, tudo dentro da lei. Tudo normal.

“...PRAZO DE ATÉ QUATRO MESES...”

- ou seja 04 - pode ser um, dois, três ou no máximo quatro meses, isso se o acordo acontecer e em acontecendo, é porque acertaram a forma de cumpri-lo (banco de horas, férias, curso ou outro) o que iria gerar a redução nos vencimentos. Se não, ou o patrão assume os custos ou manda o funcionário embora, tudo dentro da lei. Tudo normal.

Mas não é esse o objetivo do texto.

Voltemos a matemática.

O que são 4 meses de salário? Se distribuirmos durante um ano, período teoricamente (precisamos de um critério) suficiente para que todos os problemas estejam resolvidos e a economia já esteja voltando ao normal, são no máximo pouco mais de 33% dos ganhos desse período.

É pesado? Claro que é, mas como foi oriundo de um acordo é porque as duas partes saíram satisfeitas. O patrão por reduzir custos diretos e indiretos e o trabalhador, essa eterna vítima do sistema, por manter o seu emprego e mínimas condições de subsistência. Tudo certo, tudo normal.

Mas a chiadeira foi enorme, gritos e panelaços encheram o saco e mantiveram pessoas sãs, crianças e idosos acordados sem necessidade. E como sempre, a esquerda se descabelou:

“O pobre trabalhador, mais uma vez pagará para favorecer a burguesia!”

Quanta vitimização! Quanta hipocrisia! Tô de saco cheio dessas ditaduras:

- do politicamente correto;
- da vitimização do trabalhador, como se TODOS fossem santos;
- do achincalhamento do empregador, como se TODOS fossem os carniceiros da humanidade;
- das vítimas da sociedade, os bandidos;
- da divisão de povo em minorias
- etc.

Lembram-se do Mais Médicos lá no início do texto? Pois é, eram mais de 70% de descontos dos vencimentos dos pobres médicos cubanos e ninguém falou porranenhuma! E para piorar nem a família poderia estar com eles.

É meus caros, ninguém está preocupado com a vida de ninguém, nem do trabalhador, membros das minorias ou com o povo em geral. Essa corja está preocupada em fazer de você mais um idiota útil que vai às janelas zurrar frases de efeito e bater panelas e para tal, oferecem nada mais do que alimentar seus dois neurônios com insanidades e seu estômago com um sanduiche de mortadela e sem manteiga.

Eles determinam, não importa o que falam ou fazem o que importa é quem fala e/ou quem faz. Fato!

E você obedece direitinho como as ovelhas do livro.

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