O
café da manhã foi a melhor coisa de Pelotas. Ao contrário do quarto o café
estava maravilhoso. As diversas opções me fizeram gastar alguns minutos na
escolha do que comer e muitos para degustar as iguarias.
Nem
pelas frutas que estavam muito doces nem pelos pães e frios que eram muitos,
mas sim pelas diversas geleias e bolos variados.
Dona
Maria, a chefe da cozinha do hotel, é uma senhora bastante simpática, educada e
feliz com o que faz e o resultado disso. Ao receber meus elogios se emocionou,
não se conteve e contou seu segredo na confecção de seus quitutes. Pediu para
mantê-lo como está e em respeito a sua confiança assim ficará e como não sou de
doces, provavelmente esquecerei com o tempo.
O
atendimento da recepção não foi dos melhores e sair de Pelotas foi um alívio.
A
chuva e o frio foram companheiros durante quase toda a viagem. A estrada estava
ótima, mas molhada e no começo, cheia de caminhões. Estava puto. Não podia
relaxar para ao menos curti-la. Afinal, esse é o principal objetivo da viagem.
Andar de moto pelas estradas do sul e adjacências.
Rever
amigos também está neste nível de prioridades, mas outros objetivos são
secundários. Conhecer lugares, novas experiências, etc. são itens de segundo
plano. Importantes, sim, mas o mais importante é pilotar de forma segura em
duas rodas e de preferência em pista sinuosa.
Não,
não estou fazendo desfeita apenas colocando cada item em seu lugar nas
prioridades deste grande rolê.
Quanto
mais rodava e via a persistência da chuva, mais chateado ficava. A estrada era
daquelas que gosto, asfalto confiável, poucas retas e boas curvas.
Cabe aqui uma observação; pelo menos
até agora, poucos foram os trechos mal conservados. O problema é a insegurança
das pistas duplas e irresponsabilidade de alguns motoristas.
Outra observação é que como no
Uruguai, as concessionárias do Rio Grande do Sul não cobram pedágio de motos e
olha que moto é o que não falta nessas bandas do país. Grande parte da
população, principalmente os chamados trabalhadores se locomovem em duas rodas;
inclusive no interior.
O sul sempre ensinando ao resto do
país e o resto do país insiste em desconsiderar tais ensinamentos. Hehehe!!!
E
foi assim até que a chuva deu um refresco. Tinha de esperar a pista secar, mas
já era muito bom não ter água batendo na viseira. Com isso, a temperatura subiu
poucos e agradáveis graus.
E
quando já vislumbrava alguns momentos de prazer a chuva voltou, e forte. Junto
com ela o frio.
E
foi assim, nesse chove, molha, não chove, mas não seca que cheguei em Santa
Cruz do Sul. Apesar de concentrar a indústria tabagista, é uma cidade bonita,
bem movimentada, com boas e belas casas. Como verão, passei poucos momentos na
cidade, mas me pareceu bastante acolhedora e o contato com as pessoas honesto.
A
chuva ainda caia quase imperceptível. Parei em frente a catedral cujas torres
alcançam os 80 metros ou mais. Lembra e muito as grandes e famosas construídas
na Europa. Belíssima.
Estava
24 horas adiantado então resolvi ligar para Marcelo a fim de saber de um bom
hotel. Durante a conversa, prevendo que a chuva não ia me largar sugeri que, já
que era meu caminho, eu continuar para Garibaldi. Não havia motivo para ele,
Marcos e as respectivas saíssem de suas casas debaixo de chuva. Iríamos nos ver
em Garibaldi.
Subi
na moto, abasteci em um posto próximo e retomei a estrada.
O
cenário permaneceu o mesmo uma pista maravilhosa, mas molhada.
Eu
congelava, mesmo com o aquecedor de punho o frio nas mãos era insuportável. As
luvas molhadas e quase congeladas pela natureza não permitiam que a tecnologia
fizesse efeito. Os pés estavam secos, mas o frio passava através do couro da
bota, o neoprene da meia a prova d’água e o algodão da meia interna. Estava em
uma situação muito ruim. A fome veio com força e o entardecer só piorava a
coisas.
Demorou
a aparecer um local agradável para tentar recuperar calor e energia. Foi em um
típico da região que procurei abrigo, que vendia os chamados produtos coloniais
que consegui.
Estava
vazio, mas fui muito bem atendido. O ambiente era grande e não estava quente.
Pedi um sanduiche de queijo com salame em um pão tipo italiano. Para beber, pensei em uma vodca, mas pedi uma taça de vinho da casa.
Liguei
para Marcos e nos encontramos no seu escritório. Um bom papo com recordações da
viagem de dois anos atrás.
Fomos
para sua casa. Um banho e fomos a um jantar realizado a cada dois meses cujo
menu é escolhido e feito por oito chefs ou pretensos, residentes na cidade. Não
lembro todo o cardápio, mas tinha uma salada, um rocambole de carne e a famosa
Vaca Atolada. Muito bom,
Voltamos para casa e cama, cada um na sua, lógico.
Não fosse o frio que estás passando, estaria cheia de inveja. A estrada é linda, mesmo com chuva e a aí está a vantagem das quatro rodas: mesmo com chuva e frio, dentro do carro vc fica protegido das intempéries e pode ligar o aquecedor.Com certeza a tecnologia vai funcionar. Nestas condições é possível apreciar a névoa e outras belezas que o frio oferta a quem tem olhos de ver.
ResponderExcluirBjs
Ivana,
ExcluirÉ tudo uma questão de gosto. Você sabe que gosto e muito de dirigir 4 rodas, mas nunca me viu com vontade de me aventurar com um carro por estradas desconhecidas ou não. Há pouca emoção nisso e o conforto não vale o sacrifício de ficar engarrafado pelas cidades, mesmo que pequenas ou atrás de filas enormes de caminhões pelas estradas.
Beijo