quarta-feira, 12 de outubro de 2011

3º, 4º e 5º DIAS – CURITIBA – CURITIBA – FOZ DO IGUAÇÚ



05:47 h Acordo quando solicitei para me acordarem às 06:30 h. Sem ar condicionado que está quebrado (cara disse que ia trocar e até hoje nada), A sorte é que tem ventilador de teto e funciona bem. O hotel é fraco, amplo, mas fraco. É daqueles próximos a fronteira sendo assim, freqüentado na maioria por sacoleiros. Não tenho nada contra. Devido a nossa maravilhosa e bem feita distribuição de renda para muitas essas pessoas não deve ter havido outra opção. As outras é por esperteza meso, afinal o brasileiro é esperto por DNA.

Não vamos ficar aqui discutindo esse tipo de coisa, isso foi apenas para ilustrar a freqüência do estabelecimento. Podem me chamar de preconceituoso, não tem problema. Eu estou apenas falando de educação, ou melhor, civilidade.

Tem até piscina, mas só Deus sabe o que tem lá dentro, pois baseado na eficiência do hotel a limpeza não deve ser feita com a freqüência devida.

Os funcionários são educados, simpáticos e pacientes. Ao menos isso.

Mas deixa eu dizer como cheguei aqui.

A passagem por Curitiba foi deveras marcante. Nunca vou esquecer.

À noite resolvi jantar no hotel. O restaurante de boa qualidade, vazio e agradável. Os preços muito bons. Pedi um, esqueci o nome, aquele filé com macarrão ao molho branco. Estava muito bom. Acompanhou-me uma ½ garrafa de Miolo Seleção, único vinho que tinha na casa. Bom.

No rolé pela noite da cidade entrei em uma casa filial do Salgueiro. Estava cheia para uma segunda feira, dois aniversários estavam sendo comemorados e um grupo cantando os mais variados tipos de samba. Linda voz tinha a cantora e boa presença de palco. Em um dado momento a aniversariante é convidada a subir no palco, pega o microfone e após algumas palavras das quais não se entendi nada começa a cantar. Boa voz, boa presença de palco e a galera gostou. Eu também.

Eu estava de caipriroska de limão e com ela permaneci por mais duas doses.

Ela terminou e pediu para o namorado subir ao palco. Ele pegou o cavaquinho e a acompanhou em outra música. Normal. Mais algumas palavras das quais só entendi que ele ia tocar Brasileirinho.

Não entendo nada de música e por isso posso estar redondamente enganado, mas o cara tocava muito, ainda mais se levarmos em consideração que estávamos no Paraná terra do café e não do Choro e ele não tinha nenhuma pinta de não ser da cidade.

Voltei ao hotel para dormir. Tinha uma viagem longa me aguardando. Seria a maior perna da viagem. O Google Maps me disse que seriam 640 Km, em uma estrada desconhecida, de mão dupla, que, segundo minhas expectativas, gastaria aproximadamente 08 horas para percorrer. Eu estava preocupado.

Acordei às 04:23 h. Dessa vez não reclamei. Arrumei as coisas nas malas, o ar condicionado funcionava, vesti parte da roupa de viagem e desci para lubrificar a corrente da moto. Passei pela recepção e solicitei o fechamento da conta. Ele perguntou se iria tomar café.

“Não está cedo?”

“Não senhor, a essa hora já está tudo pronto.”

“Maravilha! Pode cobrar na conta.”

Aqui é cobrado separado. No outro também foi.

Foi de boa qualidade evitei uma parada. Estava tudo se encaixando.

Vesti o resto da roupa e equipamentos, desci com tudo e fui “montar” o quebra cabeças (colocar as coisas na moto). Tudo pronto, o céu estava nublado e eu queria sair logo para escapar da chuva prevista pelo Instituto de Meteorologia. Para o oeste previa sol. Eu ia para oeste

Meu celular estava em um bolso permeável e para não esquecê-lo lá deixei-o sobre a moto enquanto não vestia o casaco cujo bolso seria o seu destino. Fui testar o reservatório de água, estava vazio. Subi na recepção para abastecer de água e gelo. Derramei a porra toda na mesa do solícito recepcionista. Demorei um tempo ajudando a limpar, voltei para a garagem, subi na moto e fui embora. Eram 06:34 h e garoava.

Havia rodado uns 28 quilômetros quando me lembrei do celular. Voltei xingando a mim e todas as minhas gerações anteriores, os deuses, as entidades, tudo e todos que passavam na minha cabeça.

Foram duas horas perdidas no dia da maior perna e da estrada mais complicada. Eu estava feliz, muito feliz.

“CARALHOOOOO!!!!”

Voltei à estrada.

Para mudar o foco, tentava calcular sem sucesso a hora que iria chegar. Perdi as referências de quilometragem, hora e de autonomia; o calcanhar de Aquiles da moto.

Quase voltei para o Rio. A vontade era grande. Foi aí que vi que o problema com o celular seria meu fiel companheiro nessa perna. Isso seria uma distração e não seria nada bom.


A estrada se mostrava dócil e de boa qualidade. Suas quatro pistas (duas prá lá e duas pra cá) iniciais estavam cheias, mas agradável de guiar. A garoa permanecia me fazendo andar em baixa velocidade.

Aos poucos a chuva foi indo embora, a estrada esvaziando e, mesmo depois com apenas duas pistas (uma para cada lado) eu me sentia seguro. A velocidade ia aumentando conforme me certificava que a qualidade do asfalto era boa. como me informaram quando fiz a tradicional consulta preventiva em Curitiba.

As muitas e longas retas me davam a esperança de cumprir o trajeto em um tempo razoável e a perspectiva de recuperar o tempo perdido tornava-se real.

A PRIMEIRA PARADA DO DIA


A velocidade ia aumentando. As poucas curvas eram agradáveis de fazer e a aderência do asfalto semi-novo me deixava ousar.

Não tinha dificuldade nas ultrapassagens, mas estaria bem mais feliz se meu companheiro de viagem já estivesse ido embora, ele ainda estava lá, me perturbando, mas estava indo, gradativamente o prazer da tocada ia superando o problema. Seria apenas uma questão de tempo.

A velocidade média aumentou. Rodava à 140 quilômetros por hora chegando a 160 com picos de 180. Em certo momento cheguei aos 190, mas foi uma única vez. Muito bom e tenso.

Muitos pedágios até agora e isso vai me trazer outro problema. Antes de sair do Rio fui tirar grana e consegui errar a senha as três vezes que tenho direito. Tive que pegar dindim emprestado para viajar. Achei que a greve ia acabar logo e assim resolveria meu problema por aqui, mas parece que vai durar dias e a grana está acabando.

Faltando uns 120 Km para chegar começou a chover. Parei no pedágio em uma cabine fechada para vestir a capa de chuva que havia comprado em Curitiba. Paguei o pedágio e segui em frente.

A chuva parou em seguida.

Cheguei em Foz num calor absurdo. Sol a pino e a cidade fervilhando às conseqüências do turismo e comercio paralelo.

Cheguei no hotel, deixei as coisas no quarto e desci para me informar sobre as visitas de Praxe, Itaipu, Cataratas, Três Fronteiras (Brasil, Argentina e Paraguay), etc. Soube que era tarde. Paraguay para comprar um I-Phone, nem pensar. Ficou tudo para o dia seguinte.

Restou a loja da Vivo para resolver o problema. Fui muito bem atendido pela atendente. Depois das consultas e explicações necessárias, chip e telefones bloqueados, decidi comprar um aparelho baratinho e no Rio onde poderia resgatar pontos e demais vantagens compraria um melhor. Não havia chip para a área 21 (Rio).

“Não é possível! Uma empresa que atua em todo país tem um produto específico para cada estado! Com toda a tecnologia do século 21, vocês estão presos a regiões, cidades e estados. Em plena era da globalização seu produto não é globalizado?”

“Senhor, não podemos fazer nada, é assim que funciona.”

“Sei, o problema não é com você, sua empresa me manda torpedinho todo mês avisando que tenho que pagar a conta, esteja onde eu estiver, mas não resolve quando um cliente tem um problema? Você acabou de bloquear um chip que não faz idéia onde esteja e não consegue ter um que me atenda aqui dentro da sua loja.”

“O senhor pode pedir para alguém comprar no Rio e enviar por CEDEX.” Disse um outro atendente.

“Você só pode estar de brincadeira comigo! Você já tentou ser atendido por um de vocês? Se alguém for na loja verão que não é o titular da conta e não vai adiantar nada! E sua idéia é mandar pelo CEDEX. Tu ta de sacanagem!”

Diante do escândalo, em menos de um minuto apareceu um chip.

“Caraca! Precisou ser mal educado para resolver o problema?”

Descobri que um chip de uma região pode ser utilizado por outra, mas tem que ser testado um a um.

Celular na mão e mais calmo pedi as devidas desculpas, agradeci o atendimento e voltei para o hotel.

Banho, uma volta na cidade para jantar e ver o jogo do Brasil, que pelada! Saí no intervalo para o sono dos justos.

Acordei e por ser cedo iniciei esse texto.

Café da manhã fraquíssimo, o lobby parecia uma rodoviária. Lotado de turistas e sacoleiros se acomodando nos mais diversos tipos de transportes.

Chovia muito. Me restou vestir a roupa de chuva e seguir para Itaipu.

REPAREM NA CHUVA

Éramos poucos, provavelmente devido a chuva.

O passeio foi ótimo! O complexo é fantástico, uma obra monumental. Fiquei orgulhoso. O filme que passaram no início me emocionou, vale muito ver. As fotos não ficaram boas, é melhor ver as imagens produzidas por eles. Vejam os links abaixo.

COPIE E COLE NO BROUSER. AINDA NÃO SEI ATIVAR LINKS AQUI NO BLOG

http://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/video/itaipu-nova-geracao-0

Existe também um canal no You Tube específico para os outros filmes produzidos por eles. Vale visitar.

http://www.youtube.com/results?search_query=itaipu+binacional&aq=0

Saí de Itaipu com destino as Cataratas. Chovia muito ainda. Parei no posto para abastecer e me informar. Seriam uns 05 quilômetros até as Três Fronteiras e mais 25 até as Cataratas.


Cheguei às Três Fronteiras, chovia muito, tirei as fotos de sempre. Um casal incentivou minha ida às Cataratas, mas a lembrança de que amanhã vou passar o dia todo sob chuva na estrada me fez recuar. Já conhecia de infância.

OBELISCO DAS TRÊS FONTEIRAS. CADA FACE MOSTRA A DIREÇÃO DE CADA PAÍS

Na época fiz um passeio que é proibido hoje devido a segurança. Éramos uns 20 dentro de uma canoa com apenas um remador. Saímos da margem no nível superior das Cataratas, o cara remou uns 20 metros e nos deixou em uma pequena ilha à beira da cascata. Lembro que irresponsavelmente me debrucei no limite da ilha e vi aquela nuvem de gotas lá embaixo. Muito lindo!
Na volta a margem fiquei aliviado. Lembro de ter percebido o esforço do paraguayo tentando levar o barco em “segurança” até a margem. Temi pelo seu sucesso.

Vote Cataratas do Iguaçu para ser uma das Sete Maravilhas Naturais do Planeta.

http://www.youtube.com/user/itaipubinacional?ob=5

Agora vou tirar uma soneca e fazer hora para ir ao ponto de encontro dos Flamengos aqui de Foz para ver mais um jogo do Mais Querido.

Até a próxima.

2 comentários:

  1. Olhe, gostei do Blog, suas expressões e impressões, você é direto e minucioso. Vou acompanhar suas aventuras de perto!
    Mas lembre-se que Foz não é só destino de compras, temos aqui mais de 67 etnias vivendo em harmonia, na sua loucura diária e tensa, mas sem preconceito!

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  2. Marlei,

    Obrigado.

    Tem muitas coisas que não sabemos e essas que você escreveu são novidades para mim.

    Mas lembre-se, preconceito não faz parte da minha vida. Respeito as escolhas, mas não posso deixar de escrever o que penso. Escolhas são escolhas e falta de civilidade é o que não aceito. Escolhas são escolhas e devem continuar sendo, não podem se tornar obrigação como alguns estão tentando fazer por aí.

    Até breve

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