segunda-feira, 10 de outubro de 2011

2º DIA - SÃO PAULO – CURITIBA

ISSO EXISTE?


Ainda o primeiro dia. Após uma mais que merecida soneca, fomos ao Salão Duas Rodas. Houve um desencontro com meu irmão e nessa perdemos preciosas horas. Chegamos uma hora antes de fechar, não restou alternativa a não ser andar o mais rápido possível a fim de, pelo menos, visitar os stands mais importantes, portanto, não há muitas informações e sim fotos que falam por si. São 45, mas só coloquei 10, acho que já dá para mostrar o clima do evento. Depois das fotos relato do dia de hoje. Adianto que foi complicado.

Saímos no apagar das luzes e devido ao avanço da hora sugeri um Burguer King ou Mc Donald´s. Ambos estavam lotados (programa de paulista, hehehe!!!), desistimos e fomos para casa comer pipoca com Coca Cola. Um último papinho com minhas primas e fui dormir.




ESSAS DEVEM SER PELOS NOVOS TEMPOS. APOLOGIA?







Mais uma vez acordei às 03:05 h e depois às 05:25 h. Iniciei a arrumação das coisas. Tudo pronto, despeço-me de minha prima e parto para mais um dia de estrada.

A noite de sono, mesmo curta, renovou minhas energias.

O céu nublado me agradava, sinal de temperatura amena durante a viagem. Ledo engano.

Paro em uma padaria para o café da manhã. O tradicional pão paulistano, quentinho e torradinho, manteiga, queijo e suco de goiaba. Acho que já deu para notar que é o preferido. Muito bom!

Marginal Pinheiros, desobedecendo a dica de minha prima, terceira ou quarta ponte, cruzo a marginal, sigo em frente. 60 quilômetros é o limite. Meia hora para rodar 18 quilômetros até a rodovia. Nesse trajeto encontro dois motociclistas no mesmo destino, menos uma preocupação, errar o caminho.

“Vou com vocês.”

Já na estrada seguíamos tranqüilo quando surgem os primeiros pingos. Paramos, eles iam colocar a roupa de chuva, eu não precisava confiei quando comprei meu casaco e calça e me falaram ser a prova d’água. Não deveria, mas não foi tão ruim assim, passou uma umidade; sobrevivi. Mas preciso comprar uma roupa de chuva com urgência. Vi outros em pior estado.

Segui em frente sozinho. Não fui longe, a chuva aumentou e tive que parar para cobrir a mala sobre o tanque. Parei mais uma vez para trocar as luvas de calor pelas de frio.

Regis Bitencourt, a chamada Rodovia da Morte, com chuva! Fiquei preocupado. No início o tráfego estava intenso. Muitos caminhões em baixa velocidade, outros não. Baixei o ritmo.

E os pingos aumentando, de quantidade e tamanho.

Em minutos os encontrei já eram três e seguimos. Muitos caminhões e um deles por estar com uma moto maior (uma Goldwing da Honda, um monstro, uma Tiger 600 da Triumph e uma Kawasaki 650, essas normais) tinham dificuldade em ultrapassar.

O casal da Kawasaki não agüentou muito tempo a baixa velocidade e foi embora. Íamos muito devagar, cheguei a aproveitar as decidas em ponto morto. Também não estava a fim de seguir nesse trem e após me segurar o máximo, me despedi, acelerei e fui embora. Passei uns trinta veículos e em aproximadamente 01:45 h fazia minha primeira parada.

A essa altura já havia perdido o controle de tempo, quilômetros rodados, consumo de combustível; essas besteiras todas.

Beber café, comer a barra de cereal e vestir a segunda pele (camisa de mangas longas própria para o frio) foram minhas atividades. Não completei o tanque, pois não tinha gasolina Pódium.

REPAREM NA CHUVA

Vamos combinar o seguinte, não há necessidade de dizer que nessas paradas e durante a viagem todas as necessidades fisiológicas e de higiene estarão sendo cumpridas, portanto, atividades como tirar água do joelho, tomar banho, trocar óleo, lubrificar a corrente, etc. estão sendo realizadas dentro da normalidade. Fica tudo subentendido, afinal eu não sou uma máquina.

Mais motociclistas voltando do Salão, o tradicional papo enquanto a chuva caia sem cerimônia.

De volta a estrada após a chuva diminuir. Acelero mais cada vez que sinto a chuva diminuir. Até que ela pára. Volto ao ritmo normal, mas sem stress. Estava tranqüilo sem a chuva.

Aos poucos que se preocupam registre-se que meu limite é 120 Km/h com picos de 140 km/h e muito raramente, com a estrada limpa, seca e desimpedida chego a 160 Km/h, por alguns segundos, apenas para curtir.

A estrada de boa qualidade, os raros e pequenos buracos dão confiança.

Nova parada para abastecer. Apenas isso e uma foto sobre o viaduto de retorno.


Sigo em frente em um bom ritmo. Passo por uma serra sinuosa e bastante agradável de dirigir. Nela dois carros capotados. A chuva recomeça. Desta vez mais forte. Diminuo a velocidade mais uma vez.

A umidade permanece a mesma e a segunda pele segura bem o frio. Botas secas, mas a luvas começavam a incomodar.

As vezes é no perrengue que você descobre coisas, muitas vezes agradáveis e dessa vez não foi diferente. O pau comendo lá fora do capacete e eu lá dentro em um conforto inesperado. Apenas um leve frio nas mãos.

“PORRA! Eu tenho aquecedor de punho!”

Clico o botão à direita no guidão e um doce e agradável calor começa a emanar das manoplas sob minhas mãos. DELICIAA!!!

Não sei se outras têm isso, mas lembro quando comprei a moto que algumas pessoas comentaram o alto preço pago. Hoje vi o valor de cada suado centavo pago.

“Isso não tem preço, mas não tem mesmo!”

A chuva insistia em participar de minha aventura. Nessa altura ela não era tão mal vinda assim. O céu cada vez mais negro (ou seria afro descendente?) assustava e deixava claro que esse seria o cenário até Curitiba. Só restava tirar algum prazer disso tudo.

Lembrei do cagaço de minha última viagem de avião, à trabalho e me animei. Foram 90 minutos de pavor. Foi nesse vôo que desisti de voar. Pretendo voltar, preciso voltar, mas confesso que não estou fazendo questão nem força para isso.

Arrumei minha fonte de prazer. Eu estava bem melhor rodando como estava do que dentro daquela lata de sardinha voadora. Pelo menos as minhas barras de cereais são de boa qualidade.

Mais um carro capotado, em ambos o pessoal de socorro já estava trabalhando. Não parei.

Estava curtindo, mesmo com a chuva pesada me obrigando a andar devagar. Mas precisava parar. Mas só após a divisa é que surgiu um posto. Simples tipo pé sujo que emanava um cheirinho conhecido e agradável.

As pessoas que ali estavam eram camioneiros ou o pessoal que trabalhava no estabelecimento. A simpatia do paranaense estava presente.

Não resisti e quebrei as regras. Como é bom fazer isso! O cheirinho do feijãozinho caseiro carregado no alho me obrigou a isso.

Fiz um prato pequeno: feijão, arroz e um naco grande de frango assado. Saudades da Marinha! Quem conheceu sabe de quem estou falando quem não conheceu, compre o livro, não vai se arrepender.

Nem havia terminado e a dúvida se repetia ou não já estava presente. Levantei-me rapidamente para não sucumbir. Com os R$ 15,00 pagos, saí.

A chuva me esperava.

Chegaram 4 motociclistas, dessa vez de Santa Catarina. Um café, um papo mais longo sobre o meu roteiro, as dicas de praxe e seguimos juntos. Dessa vez não paguei o pedágio. R$ 0,85 não é nenhuma fortuna, certo?

Nos despedimos com acenos e buzinadas ao chegar na entrada de Curitiba. Uma reta sem fim. A chuva, de sacanagem como se acompanhando minha velocidade, começava a diminuir.

No sinal perguntei a um taxista onde poderia ser o hotel. Eu não sabia o endereço e não sabia o nome. Estava tudo anotado no celular e pretendia parar em um lugar coberto para verificar antes de perguntar, mas a ansiedade não me deixou esperar.

Eu só sabia que era no bairro Batel e começava com “M”.

Ele estava de folga, pois tinha uma mulher ao seu lado e a intimidade entre eles era latente.

O CARA ME LEVOU ATÉ A PORTA DO HOTEL!

“Você saiu de seu caminho, certo?”

“Um pouco.”

“Obrigado! Valeu mesmo! Um abraço!”

“Sem problemas. Boa viagem e cuidado!”

“Valeu”

Cariocas e paulistas aprendam! Não precisa Levar na porta, mas sejam mais simpáticos e educados.

Mas nem tudo é perfeito.

Cheguei no hotel e a reserva não estava “reservada”.

Esse assunto é um capítulo à parte. Vou tomar café e volto para terminar o post.

Café de hotel é algo indescritível. Alguns se superam e esse foi um deles. Essa eu não tinha visto. Havia uma banana em rodelas frita na manteiga que me fez recordar a infância. Marinha sempre fazia para minha sobremesa e fazia na hora,

Fui conferir para ver se era feita mesmo com manteiga e me surpreendi com a receita. Não perguntei as quantidades até porque as de um hotel são bem diferentes. Divirtam-se descobrindo.

Ferva certa quantidade de suco de laranja com um pouco de açúcar;
Ferveu? Acrescente as bananas e mexa devagar;
Desligue o fogo coloque em um recipiente para esfriar a gosto. Eu prefiro quente;
Acrescente canela em pó, a gosto e sirva.


Ainda em Sampa acessei o Decolar.com a fim de reservar o hotel de Curitiba. Fiz a pesquisa e encontrei um no Bairro Batel como a dica de um Curitibano que trabalha comigo. R$ 159,00 “comprei!”. Compra efetuada vi que o preço a ser pago seria de R$ 175,00. Também me lembrei que seriam duas noites e não uma como havia “comprado”. Liguei para o tel do SAC e fui informado que não podia mexer na reserva nem cancelar e o aumento do preço se devia ao fato de a compra ter sido feita em um site argentino (sempre eles) e por isso em dólar. Caraça, estou no Brasil, em um site em português, adquirindo um produto no meu país. Porque tenho que pagar em dólar. Claro que ela não soube explicar, elas nunca sabem, e claro que não ia chamar alguém que pudesse resolver. Perguntei se a conversa estava sendo gravada diante da afirmativa solicitei o envio por e-mail.

“Só enviamos sob solicitação judicial!”

Ao chegar no hotel, a reserva não havia sido feita, ligaram para o site que confirmou, mas mesmo assim tive de passar o cartão como uma espécie de Caução, para garantir minha noite.

Resumo da ópera ...

Quase tudo resolvido, perguntei onde os Flamengos se reúnem para ver os jogos do Mais Querido (todo lugar na face da terra tem um e aqui não seria diferente). Faltavam vinte minutos, o sol começava a surgir timidamente como se com medo de levar um esporro pela demora.

Não foi difícila achar o local. Cerveja geladíssima, a galera animada e o show ficou por conta do Esculachador de Arco-Íris Mal Vestidos. Uma virada sensacional.

“A História começa a se repetir. Mengão esculachador! A Arco-Íris já está ficando preocupada. Mais uma vez.”

Hoje vou aproveitar para conhecer um pouco dessa cidade que me parece bem agradável. Vou tentar comprar a capa de chuva e ainda mudar de hotel porque aqui a diária sobe para R$ 250,00 nos dias úteis. Vou para outro, aqui do lado quase tão bom quanto por R$ 110,00. São quase 03 tanques de gasolina e não estou fazendo essa viagem para curtir hotéis.


Até o próximo.

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