O tempo estava nublado, virou para céu limpo e
fechou novamente. Tudo isso em pouco mais de uma hora. Impressionante. Saímos
de Floripa debaixo de uma garoa fina que nos acompanhou por muito tempo
Ela aumentava de intensidade, diminuía,
aumentava...
E continuou nesse vai e vem nos castigando sem
parar. A BR 101 estava movimentadíssima, carros, ônibus e caminhões em
profusão, ajudavam a chuva a nos cercar de todos os lados.
Atenção redobrada mesmo assim os sustos aconteciam
vez ou outra.
Retas sem fim ajudavam a piorar a situação. Passava
das 11:30 horas quando paramos em um Gral. O bufê recém preparado estava
convidativo e não consegui resistir. Uma salada e costela bovina. Estava bom.
Seguimos o calvário sob chuva até Guaratuba, quando
pegamos um ferry boat A chuva não nos largava.
As condições climáticas não permitiram visão total,
mas consegui vislumbrar um belo lago ou seria lagoa ou ainda baia?
Desembarcamos e seguimos em direção a Morretes.
Iríamos pela Serra da qual nome não lembro, mas como ela é pavimentada de
pedras, seria muito perigoso por causa da chuva que nos perseguia.
A 277 não nos dizia nada, mas a que pegamos à direita
para Morretes era ótima. Cheia de curvas, asfalto liso e de excelente
qualidade. Teríamos nos divertido bastante se não fosse a chuva. Mesmo sendo de
mão dupla e sem acostamentos.
Em Morretes a chuva deu um descanso, aliás, ela
fazia isso sempre que parávamos.
O restaurante estava vazio e fomos muito bem
recebidos por um simpático, falante e as vezes, engraçado garçom.
Cláudio pediu o famoso Barreado do qual havia me
falado a 2 anos, antes da minha 2ª viagem. Entretanto, não foi possível
conhecer. Trata-se de carne de 2ª, cozida em panela de pressão com vários
condimentos, por 12 horas. A origem é uma dúvida, mas nos primórdios era cozida
em panela de barro, tapada e lacrada com massa de barro mais fraca. Era feito
um buraco no chão, onde se colocava lenha que queimava até só restarem brasas. A
panela com os ingredientes dentro e já lacrada era colocada sobre a lenha e o
buraco coberto com terra. Ficava ali, cozinhando por 12 horas. Servia de
alimento aos tropeiros e demais viajantes da região. Os escravos são a segunda hipótese.
Como a feijoada.
Não devíamos, mas provamos uma dose de licor de
banana e outra de gengibre. Deliciosos e escolher o segundo para levar uma
garrafa para casa foi muito difícil.
Não importa a origem e sim que o prato é delicioso.
Não foi o caso, mas além do arroz e a farinha, acompanha frutos do mar e peixe.
No nosso, apenas camarões empanados. A carne fica desfiada e macia e é
misturada com a farinha formando uma maçaroca de aparência não muito boa. Um
pouco de azeite e arroz completam a iguaria.
Comi em demasia, mas não podia ser diferente.
A chuva voltou, estávamos em movimento novamente.
Chegamos ao hotel, um banho quente e reconfortante.
Tirei tudo da mala para ver se as roupas não estavam molhadas e uma hora de
descanso antes de partirmos para o prometido churrasco na casa do irmão de
Cláudio.
Uma recepção calorosa, excelente e descontraído
papo, um whisky para aquecer, linguicinha e nacos de ancho argentino.
Não precisava de mais nada.
O Mengão vitorioso em seu jogo na Copa do Brasil
fechou o dia com chave de ouro.
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