segunda-feira, 18 de abril de 2016

TÂMARAS


Prezados e escassos leitores,

Após esses três últimos textos tenho recebido diversas críticas. Tudo bem quando são construtivas e, mesmo que não, estamos em uma democracia e todos têm o direito de se expressar, desde que com educação, respeitando o meu espaço, minha integridade moral e física.

Mas o que tem me deixado apreensivo, não são as críticas e nem de onde vêm. São desconhecidos, conhecidos, amigos ou mais. O que tem me deixado triste é a forma. Alguns chegam a me chamar de fascista ou reaça.

Das duas uma ou não sei escrever (o que é bastante possível) ou meus críticos não entendem o que escrevo.

Leio e releio meus textos durante e depois que escrevo e tirando algumas pouquíssimas palavras, me parecem bastante claros e objetivos. Dirão vocês e principalmente os críticos:

“Claro, é você que está escrevendo!”

Mas eu tenho que partir pelo menos de um critério e, tentando ser o mais justo possível, vou partir de dois interdependentes:

Que eu não sei escrever e por isso meus críticos não conseguem entender.

É a velha história do biscoito que vende mais porque é mais fresquinho...

Mas há os que aprovam, apoiam e até compartilham minhas palavras. Aí eu vejo que não escrevo tão mal assim e concluo que meus críticos não me entendem. E como toda unanimidade é burra eu fico tranquilo. Mas, mesmo assim, vou tentar ser mais claro em minhas ideias para ver se consigo angariar mais alguns simpatizantes.

Como se fosse possível, considero-me um “Democratasociocapitalista de direita”:

- Democrata porque acredito que todos têm o direito de se expressar, desde que, educadamente e respeitando a integridade física e moral do outro. Que as decisões devem ser tomadas, sempre que possível, em prol da maioria e levando em consideração que não se deve fazer ao outro o que não gostaríamos que fizessem conosco.


Foi assim que anos antes de Cristo os gregos criaram a democracia e mesmo após tanto tempo ainda não sabemos como aplica-la.

- Socialista porque acredito que todos devem ter as mesmas oportunidades e condições de infraestrutura, educação, alimentação, saúde, habitação e segurança.

- Capitalista porque, considerando que se os dois itens acima forem atendidos, acredito que o resultado de alguém deve ser proporcional ao seu esforço. Portanto, se você se preparou melhor, trabalhou mais e/ou foi mais inteligente (não esperto, há uma tênue, mas importante diferença, ok?) seu resultado e consequentemente seu poder econômico devem ser superiores aos daqueles que não foram tão eficientes.


E, o mais importante, se o dinheiro é seu e foi ganho honestamente, você tem todo o direito de fazer o que quiser, desde que respeitando os itens anteriores e ninguém tem porranenhuma a ver com isso.

Claro que há o fator sorte, mas se pensarmos bem esse fator não é tão aleatório assim. Mas isto é outra história, deixemos para outra oportunidade.

- De direita, é que gosto de ordem. Bagunça só no Carnaval e estádios de futebol, mas sem violência, ok?

Minha certeza é que não seriam necessárias grades nos prédios, pois quem estaria enjaulado seriam os verdadeiros bandidos. Você poderia atravessar os sinais de trânsito tranquilamente porque os animais que hoje ficam acelerando ou avançam estes sinais, por estar claro que não podem viver em sociedade, estariam todos enjaulados.  As filas seriam poucas ou quase não existiriam porque os vagabundos que as criam com sua preguiça e pouca vergonha, estariam enjaulados. O cidadão de bem poderia ir aos estádios ver seu time do coração tranquilamente porque os baderneiros e brigões estariam enjaulados como devem ficar os animais.

E assim por diante.

Haja cadeia!

Levando o exposto em consideração, voltemos no tempo e vamos rever um pouco de nossa história. Aqui, novamente tenho que obedecer a um critério e este é que vou ter que generalizar, se não esse texto vai ficar longo e chato. Portanto, saibam que sei que em tudo há exceções e como tais devem ser tratadas.

Certo?

Antes de nosso primeiro Cabral os índios, mesmo que valentes, hábeis e destemidos, por viverem em terras tropicais não tinham muitas preocupações para sua subsistência. A caça e pesca eram abundantes, a mandioca idem assim como tudo mais que a natureza oferecia. O Clima era quase sempre quente o que permitia viverem desnudos, não sendo necessárias grandes migrações.


A falta de desafios tornava seu desenvolvimento lento.

Vieram os portugueses que com sua ganância baixaram a porrada nos índios e como não conseguiram escravizá-los trouxeram os africanos para trabalhar por eles.

Iniciou-se o extrativismo que mina nossas riquezas até os dias de hoje. Levaram nosso ouro, o Pau Brasil, a borracha, derrubaram nossas matas e com isso quase dizimaram nossa fauna. Mas o Brasil é um país rico, eu diria o mais rico do planeta, pois como bem disse nosso John Walker, Pero Vaz de Caminha:

“(...)Nessa terra tudo o que se planta dá!(...)”

Temos excelente clima, petróleo, minério de ferro, pedras preciosas e semipreciosas, nossas matas são únicas assim como nossa fauna e a biodiversidade é impar. Não há dúvida para mim que o Brasil é sim o mais rico do planeta.

Com Dom Pedro II fomos a segunda nação a utilizar o telefone, nossas primeiras ferrovias foram construídas, foi criado o hoje Instituto Nacional de Propriedade industrial - INPI entre outros.


Uma guerra contra o Paraguai aqui, outra contra os holandeses acolá, mas nada que contribuísse com a elevação de nosso patriotismo e caráter.

Depois disso, vivemos séculos de extrativismo, roubalheiras, nepotismos e falsas histórias. Nosso Rei chegou fugido com as calças borradas com medo de Napoleão, nossa independência foi no grito, a República proclamada por um moribundo, etc.

Nos anos 50 Juscelino Kubitschek construiu Brasília (só Deus sabe a que custo) e iniciou nossa tardia revolução industrial. Surgiram as primeiras montadoras e outras indústrias iniciaram suas atividades. Ele entrou, não se produzia botões para camisas, ele saiu e produzíamos navios e até aviões.


Vivemos umas duas ou três ditaduras, intercaladas por alguns governos meia boca onde a roubalheira era o objetivo principal fazendo o extrativismo perene.

Surgiram e morreram os Caras Pintadas, mas deixaram legado razoável: as Eleições Diretas. Nada relevante já que as opções a se votar eram as mesmas que antes.

Ledo engano.

Depois de surrupiar a grana dos brasileiros, dizem que por querer roubar sozinho, Fernando Collor, o Caçador de Marajás, foi impedido de governar.

A inflação era absurda quando o governo Fernando Henrique Cardoso conseguiu certa estabilidade, algumas controversas privatizações e poucas, mas importantes medidas sociais foram implementadas. O País rumava para um futuro promissor. Ao passo de cágado, mas seguia em frente, enquanto no resto do mundo pipocavam diversas crises econômicas.

Internamente o governo sofria uma oposição ferrenha, principalmente dos partidos de esquerda liderados pelo Partido dos trabalhadores. O poder aquisitivo das pessoas aumentava lentamente, mas outras necessidades ainda precisavam ser providenciadas.

Aos trancos e barrancos estávamos caminhando.

Dois mandatos se foram a economia estabilizada e o país, mais uma vez, pronto para assumir seu verdadeiro lugar no mundo. Não afirmo que o continuísmo iria nos fazer alcançar essa meta, mas o terreno estava semeado.


Vieram os primeiros quatro anos do inédito mandato do fanfarrão Partido dos Trabalhadores. O grosso das medidas econômicas do governo anterior foram mantidas, projetos sociais ampliados e a até então esquecida indústria naval foi revivida tendo a Petrobras como principal cliente com suas várias plataformas, navios de transporte e de serviços.

Se no mar a petrolífera iniciava um significativo processo de crescimento, em terra não era diferente, algumas instalações eram revitalizadas, outras ampliadas e novas construídas. E não parava por aí, novos poços foram descobertos e o pré-sal tornou-se viável nos fazendo autossuficientes (?).

O dinheiro da Petrobras era o lastro do pseudo crescimento. Seus diversos projetos alimentavam os índices de emprego e a economia ia de vento em popa.

Essa grana juntava-se aos sempre crescentes impostos pagos e alimentavam também os Projetos Sociais. A Proliferação de Bolsas Assistencialistas junto com a baixa dos juros propiciou um crescimento interno, pois mais podiam consumir, mesmo que em 10 prestações sem juros, sendo a primeira depois do Carnaval.

Carnaval, o eterno marco de nossa história.

PQP!

A popularidade do PT cresceu e nosso presidente tornou-se O Cara em esfera mundial.

Tudo ia bem, o conceito das medidas sociais e de crescimento econômico eram excelentes, como sempre.

Mas a farra acabaria sendo descoberta e, posso estar errado, mas tudo começou com a multiplicação das Bolsas Assistencialistas, pois os espertos não queriam mais trabalhar, só queriam mamar as custas da Nação, como seus eleitos sempre fizeram. Estava implementada a tão sonhada divisão de renda. Com isso institucionalizou-se a roubalheira e a vagabundagem. Agora ela não era mais privilégio só dos poderosos. Passou-se a roubar em todos os níveis socioeconômicos deste país. Desde míseros centavos nos trocos das compras, passando pela economia informal, as Ongs, pelas já citadas Bolsas Assistencialistas chegando aos altos escalões de todas as áreas.

“Ora! Se eles lá em cima roubam eu posso roubar aqui em baixo também!”

“Nunca em tão pouco tempo roubou-se tanto neste país!”

Não precisou mais do que três mandatos para surgir a tona a Farra dos Anões da Previdência, o Mensalão, o Petrolão, etc.

E muitos outros estão por vir, podem esperar.

Grandes empresários foram enjaulados e a expectativa é de que, se tudo correr corretamente muitos políticos graúdos ou não serão condenados e presos. Faltará jaula.

Como veem, nossa história de extrativismo irresponsável é repleta e tudo acontecendo sob as barbas de nosso povo frouxo que nunca nada fez para evitar.

Ok, uma inconfidência aqui, uma revoluçãozinha alí, uma passeata em prol de mudanças acolá, mas os safados permaneciam os mesmos. Só mudavam de lado.

E a ideologia ó! Que se foda!

Desde 1500 a situação permanece.

Não posso negar que somos um povo muito criativo. Tivemos diversas verbas destinadas a minimizar os impactos da seca no Nordeste - SUDENE, ou para melhorar as condições da região Norte - SUDAN, investimentos em excelentes Projetos para a educação, como o Crédito Educacional, os CIACs, CIEPES, PROUNIs e sei lá mais o que. Fantásticos Projetos para a melhoria do sistema de saúde, tais como postos avançados, UPAS entre outros, a grande quantidade de obras de melhorias do nosso sistema habitacional como BNH, financiamento da CEF e Minha Casa Minha Vida ou de melhoria de nossa infraestrutura, etc. Todos Projetos excelentes no conceito e que se implementados de forma correta com certeza já teríamos alcançado nossa eterna meta de ser a maior potência do planeta.

Entretanto, todos esses e outros projetos foram deturpados durante suas implementações. Superfaturamento de obras, a existência de cartéis de empreiteiras e fornecedores, o próprio sumiço de verbas, desperdícios, etc. corroboraram com a falência de cada um deles.

Não consigo vislumbrar nada neste país que para funcionar não precise de um jeitinho, do pagamento de uma taxa de urgência ou de vencer uma burocracia absurda criada para que se vendam a facilidade de transpô-la.


É uma vergonha!

E tudo sob nosso consentimento.

“Como assim, Geraldo?”

Ora meus caros e escassos leitores, não precisa mais do que o famoso e desbotado mantra de que: “No Brasil tudo acaba em pizza!” para explicar.

Nós sabemos que as pizzas virão e sempre as comeremos...

Nossos governantes e técnicos sabem dos problemas, conhecem as soluções, mas seu caráter amoral não os permite resolvê-los de verdade. Medidas anódinas são tomadas apenas para inglês ver e a ideologia que todos enchem o peito para “defender” não passa de historinha pra boi dormir e enganar trouxa.

A ideologia dessa corja está na profundidade de seus bolsos ou elasticidade de suas cuecas.

Estando nossa História esclarecida de forma genérica e sendo a maioria do exposto verdade, não posso acreditar que mais medidas paliativas irão solucionar nossos problemas.

Não tenho e não preciso de mais 1500 anos do mesmo para ver que, se continuarmos nesse passo de lesma, trocando seis por meia dúzia não chegaremos a lugar nenhum.

É esse pensamento que me faz chamar carinhosamente o povo brasileiro de povindemerda, pois não consigo entender como ao menos os 4% deles que têm condições de discernir (onde acredito e espero, estão muitos de meus críticos) não percebem isso.

Não vejo outra maneira a não ser um choque de ordem para colocar as coisas nos eixos. Muitos precisam ser identificados, julgados, presos e banidos da vida pública do país. Não será necessário excessos, paus de arara e afins para identificar e após os devidos trâmites legais, enjaulá-los eternamente junto com os bandidos, ladrões, traficantes e assassinos que eles criaram com suas ações.

Não estou falando só de poderosos, estou falando de todos os que de alguma forma, direta ou indiretamente contribuíram para que a situação chegasse aonde chegou.

Hoje temos uma grande chance se as operações da Lava Jato continuarem contundentes, isentas de pressões e que suas consequências sejam mantidas doa a quem doer, independente de raça, cor, religião, time de futebol, partido político ou ideologia.

Não acho que o Impeachment de nossa Presidenta, ops! Desculpem, Presidente, seja a solução, pois sabemos que sem uma grande mudança, quem virá depois, também não é flor que se cheire, mas não podemos deixar as coisas como estão, pois como estão já sabemos o resultado.

Algo deve ser feito para mudar!

Não é porque os do passado roubaram e não foram punidos que vamos perdoar quem ainda rouba. Temos que dar um basta nessa zona toda e se o Impedimento desta senhora é a opção que a Constituição nos oferece, agora, e é mais um degrau, vamos a ele.

Mas não podemos ficar só nele, é preciso avançar, caçar as bruxas sim, sejam do PT, PDT, PCB, PP, PV, PSDB e da PQP! E alijá-las definitivamente de qualquer tipo de convívio com a sociedade que labuta e paga impostos honestamente.

Não vejo outra forma de isso acontecer alimentando ONGs, Projetos sociais ou afins. São iniciativas válidas, mas não vão resolver nossos enormes problemas de falta de moral, consciência e civilidade. Essas são ações de manutenção, pois atendem a poucos.

É preciso ser contundente. Agir diretamente na causa, fazer reviver as alquebradas escolas, fazer o mesmo com hospitais e nossa infraestrutura. Implementar programas sérios de financiamento habitacional e não essas espeluncas que estão construindo e desmoronando país a fora. Mas para isso meus amigos ou críticos é necessário dinheiro e para tê-lo é preciso fazer os ladrões da coisa pública devolver o fruto de seu “trabalho”; com juros e correções e depois enjaulá-los eternamente sem direito a regalias, recursos ou similares.

Serão presos e irão quebrar pedras, construir casas populares, ou exercer outra atividade qualquer que banque suas subsistências na cadeia.

Se continuarmos fazendo como estamos fazendo desde 1500, contrariando o que dizia Altemar Dutra, o tempo passará e nada mudará.

Mas se os grandes roubos forem realmente investigados e os culpados punidos severamente, os pequenos delitos não mais ocorrerão, por dois motivos:

1 – O dinheiro de nossos impostos será gasto corretamente provendo a TODOS condições de existência ao menos mínimas;

2 – E mesmo os que desejarem continuar no caminho da mal, pensarão duas vezes, ou mais, pois conhecerão o peso da Clava Forte da Justiça; no lombo.

E eu estou muito a fim de comer tâmaras. Principalmente na forma de balas que são, diferentemente de nossa História, docemente amargas.


Recebi essa no Whats App outro dia:

Há um ditado árabe diz:

“Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!”

Isso porque antigamente essas árvores levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Hoje, com novas técnicas esse prazo ficou menor, mas o ditado é antigo e consta que em priscas eras um velho senhor plantava tamareiras quando um rapaz perguntou:

“Mas por que o senhor planta se não vai colher?”

Como em todas histórias similares, o senhor ergue os olhos lentamente, depois a cabeça, o corpo e ainda de joelhos, enxuga o suor da testa e responde:

“Ora gafanhoto, se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras!”

Ou seja, não importa o que você vai ter e sim o que vai deixar...

Se continuarmos como estamos nada deixaremos para quem vier, nem tâmaras.


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