Como disse no anterior, com a
situação do jeito que está e as perspectivas que se apresentam o pensar em ir
embora se tornou constante companheiro. Mais que meu cachorro Boris, mais que
qualquer outro ou outra.
Destino, Alemanha sem dúvida. Não
por conta dos 7 x 1, mas não vou esconder que o fato de vestirem Rubro-negro
nesta ocasião de gala corrobora.
Então, porque esse país?
Ora meus caros membros do
Povindemerda, não sou melhor do que ninguém, mas gosto de ordem. Gosto de ver
as coisas funcionando próximos de um relógio suíço. Gosto de saber que o fruto
de meus impostos será doce, tenro e saboreá-lo será ao menos satisfatório.
Muitos perguntariam por que não
França, Itália, Inglaterra ou até mesmo Portugal por conta da língua? Já que meu
Inglês é triste e a “refratariedade” com línguas é enorme, inclusive o
Português brasileiro.
Meus textos são a maior prova
disso.
França e Itália são lindos países,
mas entendo que seria o mesmo que morar no Rio de Janeiro, você está tão
engajado na vida profissional, social e econômica que se esquece de aproveitar
a cidade. Qualquer turista de fim de semana aproveita o Rio melhor do que
muitos nativos. Até porque o estado de calamidade em que a cidade se encontra é
de doer.
O Rio de Janeiro encontra-se na
fila da UPA pelo SUS faz tempo.
Inglaterra chove muito e quando
não chove tem o fog é melhor ser turista. Portugal seria uma opção, mas falta
grana, aliás, grana é um fator primordial que reduz minhas opções de exílio
forçado a zero. Não sou como alguns que se sujeitam a subempregos só para morar
no lugar dos sonhos. Aqui, em seu país, sua pátria, não fazem isso, têm
vergonha, rsrsrs.
Por que essa lenga-lenga toda?
Mais uma vez lendo as páginas
amarelas da Veja (nº 2472, não se preocupem, essa não é minha única fonte de
consulta, há outras, poucas confesso, mas há), me espantei com o fato do
entrevistado, o Sr. Bruno Speck, cientista político alemão, ter trocado sua
terra natal pelo Brasil, para residir. O espanto tornou-se menor ao verificar
que o fato ocorreu há 20 anos, época bem distinta da atual. O Brasil tinha
comportamento sutilmente positivo no cenário econômico mundial e com boas
perspectivas de futuro. Internamente as coisas começavam a entrar nos eixos, a
maioria dos brasileiros estava empregada, comia e se vestia razoavelmente bem e
o PT era só mais um bando de loucos na oposição.
Então, não seria nada demais essa
troca. Ainda mais se o cara se derretesse todo ao ver uma afrodescendente; o
que convenhamos, é quase uma tradição por lá.
Com certeza não veio entregar
pizza ou fazer faxina em casa de madame, veio lecionar na Unicamp e depois na
USP.
Ele defende a tese de que o
dinheiro injetado nas campanhas políticas fortalece a democracia, mas que é preciso
reduzir o percentual do incentivo de origem privada. Depois ele diz que tanto
na Alemanha como no Brasil, no início, quando era privilégio só da elite
disputar um pleito eleitoral, as campanhas eram custeadas pelo bolso dos
candidatos e que o caixa de campanha era gasto no transporte do fiel eleitorado
até o local de votar.
Esquece-se Bruno que há uma
grande diferença entre a Alemanha e o Brasil. Lá, mesmo que haja uma parcela do
povo com caráter duvidoso, esta parcela é ínfima, a lei é justa e soberana ao
investigar e julgar o réu que, se condenado, vai para a cadeia e lá permanece
por grande parte da pena.
Ele, por estar aqui a tanto tempo
já devia saber que as coisas funcionam de maneira diferente, que o Jeitinho
Brasileiro é o soberano e o caixa de campanha dividiu-se em dois e era gasto em
pés de sapatos, meias dentaduras e afins. Hoje esses itens foram substituídos
pelas famigeradas bolsas assistencialistas que são ofertadas a muitos ao custo
dos impostos pagos por poucos e que por isso, dão margem ao caixa de campanha
ser desviado para o bolso ou cueca da corja corrupta do país. Quando não vai
para suas contas no exterior.
Na entrevista, o jornalista
pergunta:
“Se as doações privadas são a
solução, por que então estão relacionadas a tantos casos de corrupção?”
Bruno responde que não acredita
em mágica e que defende a melhoria do sistema de fiscalização, na capacidade
punitiva desse sistema e na informática para melhorá-lo. Diz ainda que em todos
os países democráticos existem escândalos, etc.
Perfeito!
Se estivéssemos na Alemanha.
Aqui as leis existem, o sistema é
que é falho, é corrupto assim como a política e outros setores socioeconômicos.
Sendo assim, não adianta melhorar o sistema se quem vai fazê-lo rodar é podre,
são todos membros do povindemerda inculto, muitos dos quais desdentados,
esfomeados, mas espertos “bagarai”.
É um ciclo vicioso que interessa
aos mesmos manter o povo como gado marcado, mantido a pão e circo, feliz com
samba, cerveja, futebol, Funck, Facebook e Big Brother.
Um gado que se, por exemplo,
gasta grandes somas em tecnologia embarcada nas enormes, beberronas e
inconvenientes SUVs espalhadas pelas cidades, tecnologia que raros realmente
usufruem, não pode ser chamado de inteligente.
O Jornalista pergunta se apenas o
financiamento público não resolveria o problema. E Bruno responde
positivamente, pois dessa forma não haveria a necessidade de retribuir o favor,
mas que mesmo assim, não seria o ideal por afastar os eleitores do processo
além de possibilitar a criação de carteis pelos grandes partidos.
Mais uma vez vejo que vinte anos
não foram suficientes para ele alcançar a realidade dos fatos.
Estamos acostumados em
identificar o problema, mas trata-lo para uma solução definitiva é uma
dificuldade muito grande para nós. Os entendidos e os papagaios de pirata têm
como principal ação tratar a consequência, muitas medidas anódinas são tomadas
em vão, com isso, milhões são gastos e desviados, alimentando a roda da
incompetência que deixa a maioria votante do povo, ignorante encabrestado pelos
sem caráter.
A entrevista continua sem
novidades. Em dado momento Bruno deixa claro que não é contra a doação privada
desde que não se transforme em trafico de influência e consequente corrupção. Entretanto,
suas pesquisas identificaram que há mais de 2 milhões de empresas registradas
no Brasil, mas que apenas 20 mil fazem doações a caixas de campanha e só mil
doam mais de 60% destes caixas. Ele diagnostica que limitar o montante a ser
doado seria uma solução, pois reduziria o poder de influência das empresas
obrigando ao partido buscar mais parceiros o que diluiria a divisão de favores.
No final Bruno diz que o sistema
na Alemanha não difere muito do nosso e que a necessidade de divulgar as
doações recebidas, por termos o TSE como órgão fiscalizador e por este ser
independente estamos mais avançados.
Com todo respeito, mas esse rapaz
é um tolinho.
Ele esquece que somos mais de 200
milhões, que 96% destes não teve oportunidade de uma vida no mínimo normal com saúde, escola de qualidade e boa alimentação e que só a metade vota . Que dos apenas
4% restantes, que têm condições de ler um texto simples e interpretá-lo de
forma satisfatória, é que saem a maioria dos corruptos safados sem caráter que
governam e que então resta muito pouco para manter esse imenso e rico país em
trilhos seguros de Ordem e Progresso.
Sendo assim, meus raros e fiéis
leitores não é a origem dos Caixas de Campanhas, não é a gestão da coisa
pública ou mesmo particular que são os nossos problemas; é quem doa, quem
recebe, quem gere, quem determina, quem manda, etc. Estes são os culpados. E
eles não são ETs, não são entidades que surgiram do nada. São, como eu e você,
membros do povindemerda e como tais, por interesse próprio, sómerdafazem.
Antônio Gois, no O Globo de
11/04/16 cita vários percentuais que, a mim pelo menos, confundem mais do que
esclarecem, mas apresenta um dado interessante, diz que apenas 22% dos que
chegaram ao ensino superior, têm nível proficiente de alfabetismo.
Para vocês que podem não estar
nesse rol, a pessoa proficiente é aquela que lê, interpreta e consegue redigir
um texto sobre aquilo que leu; ou ainda consegue interpretar gráficos e tabelas
com duas ou mais variáveis.
Talvez eu não esteja nesse rol,
por isso o texto de Gois não está claro para mim.
Porém, seria interessante se ele
informasse quantos dos 200 milhões de brasileiros, conseguiram chegar ao nível
superior e quantos deles chegaram ao nível proficiente de alfabetismo. Com
esses dados, em uma simples regra de três chegaríamos ao percentual de
brasileiros com nível proficiente de alfabetismo.
Pelo convívio diário que tenho
tido com porteiros, vendedores, gerentes, empresários, trocadores e motoristas
de ônibus, taxistas e “uberistas”, médicos, atendentes, profissionais liberais
e o baixíssimo nível do ensino básico e superior que temos aqui, eu chutaria nos
4% citados mais acima ou apenas 8 milhões de brasileiros.
Se meus modestos cálculos
estiverem corretos e se considerarmos o rebuscado dos textos elaborados por
nossos políticos, podemos afirmar que 96% dos brasileiros não entendem
porranenhuma do que esses caras dizem e escrevem.
E me pergunto, baseado em que
esses 96% votam?
Acredito que, infelizmente, só
nós, a parte honesta e arguta do povindemerda temos condições de mudar a
porratoda, e os safados sabem disso e por isso tudo fazem para que o status quo
permaneça inalterado.
Contudo, somos poucos, seria
necessário que mais tivessem as mesmas oportunidades que tivemos para poderem
discernir o que é melhor para o País.
Dinheiro para isso não falta,
pois é sabido que somos a nação com maiores percentuais pagos em impostos, assim
como também somos a nação onde mais se rouba, fica complicado resolver.
É o que chamo ciclo de
interdependência que não roda porque somos espertos demais.
Mas não basta só educação, saúde
e boa alimentação, é preciso caráter e isso meus caros, não é como um cabide,
não se vende em supermercado, feira, mercearia, delicatessem ou na internet,
isso está no DNA de poucos.
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