domingo, 3 de abril de 2016

BONS TEMPOS?




Prezados,

É público e notório que brilha no céu desta Pátria neste instante tempos nunca vistos.

Nunca se ouviu às margens plácidas do Ipiranga ventos tão auspiciosos.

Parece até que o sol da liberdade brilha em raios fúlgidos.

Sim membros do Povimdemerda, somos privilegiados por termos nascidos nesta época.

Não mais do que a 3, 4 ou 5 anos o Judiciário junto com a Polícia Federal e o Ministério Público vêm conseguido vitórias homéricas em batalhas  que nunca pensávamos seriam travadas. Transformando em realidade um sonho intenso, fazendo com que um raio vívido de amor e de esperança desça em terras brasileiras.

Iluminando como o sol um novo mundo?

Talvez.

Claro meus caros, como membros vitalícios do Povimdemerda temos curta memória, pouca cultura e quase zero civilidade. O que temos é esperteza em demasia. Outra coisa que temos excedente é pouca paciência.

Os resultados precisam ser imediatos assim como conquistas amorosas ou sexo. Advém dessa urgência a correria desenfreada em que ainda tenros profissionais se submetem a fim de atender a patrões cada vez mais ávidos por lucros absurdos esquecendo-se de aproveitar aquilo que o dinheiro pode comprar deixando de viver.

Não é diferente com nossos desejos político-sociais.

Como assim?

Ora meus caros, sei que para muitos de vocês é complicado entender, mas a história é cruel em mostrar que não conseguimos aguardar os resultados de qualquer coisa. Esmorecemos na lentidão das ações jurídicas ou investigações diversas. CPIs são instauradas na gritaria da população esperançosa e são rapidamente esquecidas pela mesma, sob o véu da impaciência que nos é própria.

Mais uma vez temos a chance de mudar nosso comportamento. Mais uma vez poucos se levantam e mostram a cara para defender a Pátria Mãe Gentil. Mais uma vez poucos vão as ruas enquanto muitos aguardam outros fazerem o mesmo, deitados em berço esplêndido digitando nas redes sociais.


Mas, diferente do passado já temos resultados concretos, muitos foram julgados, condenados e permanecem presos. Certo que nenhum político, mas sua hora há de chegar. E, pelo andar da carruagem, não vai demorar.

Entretanto, para que isso ocorra é necessário que façamos a nossa parte. Não podemos nos deixar levar pela nossa impaciência, não podemos mais deixar a responsabilidade apenas nas mãos dos que se propuseram a buscar a verdade doa a quem doer.

Com certeza que, como nos velhos tempos, os canalhas ao serem descobertos não se furtarão a recorrer a artifícios e artimanhas vis para se safarem da merecida punição. Faz parte do enredo, está em nossa história. É assim que a corja se defende, usando o sistema contra o sistema a fim de, no mínimo, dificultar o tramite da Lei.

Já são vistas nomeações de última hora, passeatas ao custo de camisetas, sanduiches de mortadela (nada contra o sanduiche, gosto muito) e um punhado de reais. Criaram a Bolsa Passeata, rsrsrs!
  
Porém, hoje a situação é distinta. Hoje há homens e mulheres dispostos as últimas consequências para puni-los sem dó ou piedade.

Mesmo com esse cenário, infelizmente já se ouve pelos cantos do país discursos de insatisfação.

Como a maioria, participo de vários grupos no Whats app, Face, etc. e vejo que muitos já estão falando que estão de saco cheio dessa história de política, corrupção, etc.

Mais uma vez o brasileiro esmorece frente às artimanhas da corja, ou seja, frente aos problemas do país.

Claro que todos têm todo direito de não mais querer discutir política. Entendo até porque nossa história é recheada de fracassos muito bem exemplificados no já desbotado bordão:

"No Brasil tudo acaba em pizza!"

Mas isso é um erro crasso! Que estamos cometendo desde 1500.

Donatella Della Porta, socióloga estudiosa da Operação Mãos Limpas, que devassou a corrupção na Itália; nas páginas amarelas da revista Veja 2471, diz:

“Essa é uma lição que tem que ser aprendida. A atenção da opinião pública é normalmente curta. Para mantê-la, em casos assim, deve haver a percepção da esperança. As pessoas precisam acreditar que algo pode mudar. Caso contrário, tendem a se distanciar do assunto e a se tornar mais cínicas.”


Por que isso? Por que essa preocupação em manter a atenção da opinião pública?

Ora meus caros pelo simples fato de que ao esmorecer damos espaço para que ações escusas na tentativa dos charlatões se livrarem das investigações e tornarem-se invisíveis aos olhos daqueles que devem coibi-los.

Ela usa as palavras de Piercamillo Davigo, um dos juízes da Mãos Limpas que disse:

“A repressão de criminosos tem o efeito provocado pela ação de um predador; melhora as habilidades da presa.”

Ou seja, a ações da Lava Jato com certeza farão com que os corruptos se sofistiquem e evoluam suas habilidades de corromper o sistema.

Portanto, é nosso dever manter viva a chama do descontentamento, pois já q não temos coragem de realmente lutar e até (se necessário) pegar em armas para defender nosso país que ao menos incentivemos aqueles que têm coragem de botar a cara para bater como o Moro e sua turma; pressionando os maus mesmo que só através das redes sociais.

Mas é preciso mais! É preciso que além das investigações, julgamentos, condenações e suas consequências, que outras importantes medidas sejam tomadas.

E Donatella diz que o grande erro da Mãos Limpas foi acreditar que o Poder Judiciário conseguiria resolver a porratoda sozinho. Mas a chamada Revolução dos Juízes não tinha toda essa força.

E sugere, para não acontecer o mesmo aqui, que além dos esforços de Moro e da PF, uma grande reforma política seja implementada, com significativas mudanças na Constituição.

Imagino mudanças que permitam, por exemplo, retirar a Imunidade Parlamentar; acabar com os partidos nanicos, que crimes contra o país e suas instituições nunca prescrevam, que julgados e condenados fiquem impossibilitados de retornar a vida pública e entre mais outras, uma grande reforma fiscal.

E antes de tudo isso, que haja uma grande reforma moral.

É aí, meus caros, que mora o grande problema. Essa seria a maior das reformas e a mais urgente, mas depende de nós, o povimdemerda, mudar nosso comportamento no dia a dia e isso é impossível.

E quando chamo de povimdemerda, não eximo cor, credo, time de futebol, religião ou posição socioeconômica. São todos aqueles que de alguma forma prejudicam outros de qualquer forma. E são muitos meu amigo, MUITOS!

Eu inclusive.

É necessário que, antes de criticar o rabo de outro olhemos para o nosso próprio para ver se não estamos fazendo o mesmo ou semelhante.

Alguns por falta de caráter, muitos por falta de saúde, educação, merenda e civilidade; que deveriam ser fartos de tantos impostos que pagamos.

E pensar que Isso não é novidade, pois todas as religiões, a sua maneira, têm como princípio o seguinte:

“Não faça ao outro o que não gostaria que fizessem a você.”

Simples, não?

É meu amigo, “the chose is black!”

“Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão”

Se até os ditos politizados e em totais condições de discernir, como artistas e compositores têm suas bocas caladas e olhos vendados pelos incentivos culturais do governo, o que exigir dos 92% do povo desnutrido, desdentado e capenga sustentado pelas diversas Bolsas assistencialistas bancadas pela corja.

Compositores que passaram a juventude furtando Kombis para abandoná-las após destruí-las em brincadeiras nas areias das praias da cidade. Kombis que com certeza pertenciam a trabalhadores que hoje “defendem” em suas peças, músicas, livros, etc.

Pura hipocrisia!

“É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão”

E vocês acham que com as investigações e primeiras prisões os gananciosos deixaram de agir? Tolinhos! Basta ler e ouvir as últimas gravações feitas pela Polícia Federal. Não precisa buscar muito, quase todo dia tem uma novidade de estarrecer

“Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão”

Muitos gostariam de ir embora, mas poucos podem e menos ainda conseguem. Conheço quem já foi, quem está se preparando para ir e outros que iriam sem pena ou saudades. Eu sou um deles, iria, mas estou no grupo que não tem dinheiro nem cidadania de outro país. Fica difícil.

“Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus.”

Só nos resta torcer para virarmos um povo heroico com o brado retumbante, o Brasil se tornar realmente Gigante pela própria natureza pois é belo, forte, impávido colosso e nosso futuro espelhar toda essa grandeza.

Ou cantar:

“Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança e não conheço a verdade”

Para sobreviver entre a corja que com atos baixos mina a justiça da clava forte...

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