O verão para mim é complicado. Não sei se por ser descendente de europeus ou não, mesmo tendo sangue nordestino correndo em minhas veias, mas no dia a dia é complicado. O calor intenso não é nada agradável, de segunda à quinta (sim, porque sexta é sexta e por ser sexta tudo é diferente) o efeito é devastador ao ponto de, dependendo do momento, me deixar de mau humor. Sábados, domingos e feriados, por não ter obrigações, é mais tranqüilo, mas já deixei de fazer coisas devido ao calor.
Mas durante os dias úteis... é triste.
A situação se agrava, pois minha locomoção é quase sempre feita em cima de uma motocicleta e como um motociclista precavido, sempre uso um casaco como proteção e o vento não compensa o calor que sinto. A única coisa que me faz permanecer utilizando esse meio de transporte é o tempo economizado. Sem esquecer o conforto (não o climático), pois como não sou maluco de ir para o centro de carro, só me resta o ônibus e/ou metrô, transportes nada confortáveis aqui na terrinha do Samba e da malandragem. Só os utilizo em dias de chuva e mesmo assim quando chove ao sair de casa, pois se está nublado ou quase chovendo vou de moto e seja o que Deus quiser. Já peguei muita chuva no meio do caminho tanto na ida quanto na volta. Tudo isso para não ir sacudindo nos ônibus da vida.
Mas é claro o verão tem seu valor. O sol forte quente e aconchegante nos fins de semana e feriados, a praia, os corpos femininos, sarados ou não, as vezes quase nus, passeios na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas com @Boris Staford, a cerveja estupidamente gelada, o suco de frutas, a salada bem temperada, carnes magras, muito peixe e mais suco. Não podemos esquecer a refrescante e nutritiva água de coco e, lógico, a marca clara e sensual do biquíni contornada pela pele morena banhada pelo astro rei.
O inverno trás as pessoas mais bem vestidas, algumas de casaco ou mais, dependendo de onde estiverem. Se no Rio de Janeiro alguns corpos ainda permanecem bronzeados pelo sensual sol da estação, dando um tom especial a cidade. Se nas montanhas a neve alva permite passeios ou esportes requintados.
Trás também recordações, muitas. Lembro-me de várias coisas nos meus invernos da infância. As viagens à São Paulo, Campos de Jordão, Águas de Lindóia, São Lourenço, etc. Mas duas coisas deixaram marcas. Simples anúncios que você vê abaixo. Eles trarão lembranças aos contemporâneos e risadas aos mais jovens.
Imaginem-se comendo uma fondue (não sabia que era feminino, pelo menos o corretor do Word, meu fiel escudeiro, me corrigiu assim), bebendo um vinho, ou comendo vários tipos de queijo, degustando chocolate quente (quase fervendo) ou em barras. Pense nas viagens para o interior e as lareiras. Quartos aquecidos pelos sistemas de calefação dos hotéis de bom nível ou frios pela ausência deles nas pousadas. As aconchegantes camas com seus colchões macios repletas de travesseiros e edredons sob os quais os corpos estarão por horas adormecidos ou não.
O abraço, o carinho. As pessoas se aproximam como inebriadas pela falta do calor no ar, em busca deste nos corações mais receptivos.
Serão aproximadamente três meses, dependendo dos caprichos da natureza, onde o inverno apresentará seus belos segredos, para êxtase da parte sensível da população.
Atrás daquele friozinho maroto encontraremos coisas, atos, desejos e respectivas conseqüências que por mais que sejam conhecidas sempre trará escondida uma agradável sensação de prazer.
Prazeres tais quais segredos a desvendar, que podem ser proibidos como a alguns anos devido à forma respeitosa e nobre com que eram tratadas as ações inerentes; ou devasso e com raras surpresas devido a forma leviana e impudica como são tratados nos dias de hoje.
Saudade da inocência, nem que pseudo.
Mas ele vem, com certeza vem, resta saber a intensidade.
Se você gosta de frio como eu gosto e não quer deixar de curtí-lo, comece a pensar em uma montanha ou lugar onde, independente de qualquer coisa ele estará a sua espera. Aproveite e leve as receitas e os ingredientes dessas duas sopinhas e um bacalhau para degustar com um bom vinho, pois nada melhor do que uma bela, saborosa e quente sopa antes de um saboroso jantar.
Essas receitas são da quase sempre freqüente Lídia parceira de receitas e de trabalho.
SOPA DE ABÓBORA COM LARANJA
Abóbora – 1,5 quilos;
Cebola Grande – 2 unidades;
Batata Inglesa Grande – 2 unidades;
Azeite – Para Refogar;
Sal e Pimenta do Reino - À gosto
Laranja – 1 unidade
Croutons de gorgonzola – À gosto
Corte em cubos e Refogue a abóbora picada com cebola e um fio de azeite.
Pique e acrescente as duas batatas.
Coloque água, sal e deixe cozinhar.
Após quase ferver, retire e bata tudo no liquidificador.
Retorne à panela a sopa, acrescente o caldo da laranja e volte a cozinhar, apenas para aquecer a mistura.
Sirva com croutons de gorgonzola.
SOPA DE ABOBRINHA COM HORTELÃ
Abobrinha Média – 1 unidade;
Cebola Grande – 1 unidade;
Azeite – Para Refogar;
Caldo de Frango – 1 cubo;
Folhas de Hortelã – À gosto.
Tabletes de Polenguinho.
Sal e Pimenta do Reino - À gosto
Corte em pequenos cubinhos a abobrinha e a pique a cebola.
Refogue em azeite.
Acrescente água e o sal para cozinhar, se desejar, o caldo de frango.
Quando estiver quase fervendo apague o fogo. Sirva em potinhos cheios de hortelã picado e um polenguinho, por pote.
BACALHAU LIGHT EM FORMA DE TORTA
Ricota – 200 gramas;
Clara de ôvo – 2 unidades;
Sal – À gosto;
Farinha de trigo – 2 Colheres de Sopa;
Manteiga – à gosto para untar a forma;
Azeite – para refogar;
Bacalhau Dessalgado – 300 à 500 gramas;
Cebola Grande – 1 unidade;
Tomate Grande – 2 unidades;
Azeitonas pretas sem caroço – 200 gramas, aproximadamente;
Requeijão Light – 1 copo.
Amasse a ricota e junte com as duas claras, acrescente o sal e a farinha de trigo.Amasse e misture tudo com as mãos e reserve.
Unte uma forma com manteiga.
Estique a massa e forre o fundo da forma.
Leve ao forno por alguns minutos até a massa firmar na forma.
Desfie o bacalhau dessalgado.
Pique a cebola e o tomate.
Refogue no azeite o bacalhau, a cebola, tomate e as azeitonas.
Junte o requeijão e coloque por cima da massa, ainda na forma.
Deixe só um pouquinho mais no forno.
Sirva com arroz e brócolis, muito azeite e um pouco de pimenta do reino, calabresa, ou a de vocês.
Que lindo...adoro frio...adoro abraço...adoro sopinha...alias a sopa de abobora com gengibre e uma pitada de massala é especial
ResponderExcluirVou curtir um pedacinho de frio em B. Aires. Viajo amanhã cedinho.
Um abraço de final de Outono...
Again.. a pedidos inegáveis!! hehehe
ResponderExcluirNão vou conseguir reproduzir, mas posso resumir o que disse.
Amei o texto!Ele está recheado de coisas gostosas. Desde as lembranças da minha infância até as delicias do frio, das montanhas e de uma comidinha gostosa.. Impressionante como nunca
falamos sobre São Paulo e Águas de Lindóia.Acho que falamos, mas pouco, talvez.. Todas as minhas férias,até os 16 anos foram passadas do lado de lá. Mãe paulista.. sabe como é.. Eu adorava! Da capital, ao Guarujá, a Fazenda em Indaiatuba e Águas de Lindóia. Não posso esquecer dos copinhos de plástico das àguas saudáveis e limpidas..e das brincadeiras de criança. E aí.. vc me apresenta estes dois videos, INESQUECÍVEIS. Era na hora deste comercial que mamãe não precisa dizer mais nada. Estava na hora de dormir..crianças! Q momentos vc me fez reviver!! Muito especiais. Vindo de você então..nem se fala! Quanto a montanha.. eu já pensei GG- Vamos? 1 beijo!! Mariah Helena Araujo
Sim, Maria Helena, são lembranças que trazem saudades, saudades cada vez maiores a cada segundo.
ResponderExcluirGrande beijo
Anônimo, quem não gosta? E essa sopa deve ser ótima, mande a receita para publicação no blog.
ResponderExcluirAbraço