Todo ano é a mesma coisa. Com a aproximação das festas de fim de ano, assistimos revoltados ou não a montagem da Árvore de Natal na Lagoa Rodrigo de Freitas aqui no Rio de janeiro. Revoltados porque a presença desse elemento em um dos mais belos cartões postais da cidade trás problemas devido à falta de educação das pessoas que saem de seus lares para apreciá-lo.
Os transtornos são vários, vai desde o engarrafamento provocado por aqueles que estacionam seus carros nas calçadas e canteiros danificando os jardins e matando as plantas, as pessoas que surgem em grupos grandes ou não e resolvem parar para conversar e/ou tirar fotos no meio da ciclovia e a presença ilegal de diversos ambulantes com suas carroças de milho, cachorro quente, qualhada, cuscuz, churros, pastel, cocada, mariola, etc., também no meio da ciclovia. Não podemos esquecer aqueles que, de carro, contornam a Lagoa em velocidade reduzida com seus ocupantes pendurados nas janelas tirando fotos e mais fotos... A situação piora quando, do nada, eles resolvem parar e descem todos para uma foto de todo o grupo, no meio da ciclovia e se deparam com um dos ambulantes acima. É o caos total.
Detalhe para o amontoado de lixo proveniente do consumo de bebidas, milho, cachorro quente, qualhada, cuscuz, churros, pastel, cocada, mariola, etc. Eles jogam o lixo no chão como se estivessem na sala de estar de suas casas, transformando o local um verdadeiro chiqueiro.
E o Prefeito, em casa tomando seu whiskynho, comendo seu caviar enquanto computa o re$ultado da sua criação: a Indú$tria do $hoque de Ordem. Uma vergonha!
Mas, como tudo, o elemento tem seu lado interessante. É uma bela árvore, que com a dança de suas luzes coloridas e músicas natalinas contagiam os muitos que vêm de fora e poucos dos que próximo residem, transportando-os, nem que por parcos minutos para sonhos repletos de alegria e fraternidade.
Muito louvável, mas o benefício não compensa a bagunça gerada.
Para nós, donos de cães, que utilizamos o ParCão (parque dos cachorros) e para os atletas de Baseball que utilizam o campo ao lado, a situação é crítica porque temos “nossos” locais de lazer invadidos pelas instalações do palco e demais itens utilizados nos diversos eventos ligados ao elemento. Como a cidade não oferece espaços próximos similares além desses, ficamos por um mês sem tão necessárias atividades.
Um mês não! Mais que isso! São quase quatro meses, pois tem o período de montagem e o de desmontagem que, diferente do Japão que reconstrói parte de uma estrada danificada por um terremoto em apenas uma semana, aqui para montar ou desmontar um palquinho de madeira sobre andaimes coberto por uma lona de quinta leva-se semanas.
E é exatamente aí que nossa história começa.
Não sei se vocês sabem, mas o evento “Árvore de Natal da Lagoa” é patrocinado por um banco, mas na realidade, é contemplado com os benefícios da Lei Rouanet que, em resumo diz:
“As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado poderão deduzir do imposto de renda devido, os seguintes percentuais dos valores efetivamente destinados, no período de apuração, a projetos culturais:
I - 40% do somatório das doações;
II - 30% do somatório dos patrocínios.
A dedução não poderá ultrapassar a 4% do imposto devido.
(Fonte: http://inforum.insite.com.br/arquivos/29291/O_QUE_E_A_LEI_ROUANET_-_incentivos.htm)”
Ou seja, quem patrocina é você, pelo menos 30% do valor do evento é você. O incauto contribuinte que paga e o banco leva a fama de bonzinho por incentivar a cultura. Nós os bobinhos acreditamos e nos tornamos clientes de uma “instituição” politicamente “correta”.
Para quem não conhece, isso se chama marketing. O raciocínio vale para as demais instituições e “Projetos Culturais”. Então meu caro, aqueles eventos gratuitos que você admira que as empresas dizem estar investindo, na realidade, parte é pago por você.
Mas por que é você quem paga? Ora, porque se o governo não vai deixar de receber essa dinherama e o banco não vai pagar; adivinhe então de onde vai sair o rico dinheirinho?
Isso quando não cobram ingressos; quando isso acontece, você paga duas vezes. Ai, isso se chama bi-tributação. O que é proibido por lei.
Mas você sabe que como tudo no país do samba e futebol, existem as nuances e é sob essas grandes nuvens de incertezas e leis de textos rebuscados inteligíveis apenas aos “Experts” que as empresas escapam aumentando seus já absurdos lucros facilmente e fartamente denunciados nos diversos meios de comunicação espalhados por aí.
Veja o vídeo abaixo. Trata-se se Salete Lemos, reporter da TV Cultura, canal 2 de São Paulo. Jornalista de coragem que foi demitida sumariamente após essa reportagem. UMA VERGONHA.
Você que reclamava do PROER em tempos não tão distantes agora se depara com mais uma ponta de iceberg. E esse é dos grandes! Hehehe!!!
Cientes dessas benesses o banco deveria ao menos se comprometer a consertar qualquer dano causado por essa bagunça e segundo informações, o fez. Mas na realidade o efetivo conserto não aconteceu até agora.
Estamos às portas de junho, os carros já trafegam a meses nas estradas do Japão enquanto no ParCão, consertos paliativos foram feitos, e isso só aconteceu depois que resolvemos (alguns donos de cachorros) Twittar que o banco estava devendo isso.
Mas ainda é necessário o conserto de alguns POUCOS itens. Poucos, porém importantes.
Após dois dias da Twittada recebi uma “DM” (mensagem direta) do que seria um SAC do banco informando que iriam mandar especialistas analisar a situação para posterior conserto.
Passaram-se dias até receber novas “DMs” relatando a presença dos “Experts” e o resultado de seus estudos. Citavam o Campo de Baseball quando havíamos sido claros com relação aos problemas do ParCão. Até porque, o conserto do campo de Baseball já havia sido feito, “nas cochas” como fazem todo ano, mas havia sido feito. Retornei ratificando a informação.
Mais algumas semanas, novas “DMs” com o diagnóstico parcial. Citavam apenas as telas danificadas, mas não se referiam aos portões de acesso.
Agora, eu pergunto:
Como pode os “Experts” se utilizaram dos portões para adentrar aos ambientes e não reparar que alguns estão capengas, fixos por arames o que prejudica VIZIVELMENTE o seu funcionamento?
Foi aí que iniciaram a fixação ou substituição de algumas telas danificadas. Melhorou.
Enquanto isso, no Japão...
Verificando o péssimo trabalho executado pelos “Experts” ou a má vontade do banco, ofereci-me para fazer um Mini Laudo (SEM CUSTOS!) a fim de agilizar o processo. Solicitei um endereço eletrônico para o envio e recebi a informação.
No fim de semana seguinte, visita feita, fotos tiradas, Mini Laudo pronto. Enviei para o endereço informado e...
“Maill Delivery Subsystem”
Para quem não sabe isso é uma mensagem emitida pelo sistema (?) informando que a mensagem não foi recebida. Na maioria das vezes isso se deve a um preenchimento errado do endereço. Copiei o endereço da mensagem recebida e colei-o em uma nova mensagem, anexei o arquivo e...
“Maill Delivery Subsystem”
As “DMs” que mandava confirmando o envio eram respondidas por “DMs” informando o não recebimento por parte do banco.
Após várias tentativas solicitei em uma nova “DM” que verificassem seu “Fire Wall” (sistema antivírus de uma empresa). Responderam que estava tudo funcionando bem. Mas é lógico, se não a minha mensagem teria passado.
Quando solicitei para verificar era para "informar" ao sistema que iria receber uma mensagem minha e que ele (o “Fire Wall”) liberasse a passagem da mesma. Simples assim.
Eles ofereceram um número de fax, mas argumentei que as fotos coloridas e o próprio Mini Laudo não ficariam legíveis, o que poderia confundi-los.
Ainda assim recebi uma última e pretensiosa “DM”
”Geraldo, estamos tentando auxiliá-lo através dos canais disponíveis (fax e e-mail)...”
Para a qual respondi prontamente.
“ERRADO, eu estou ajudando, a imagem em questão é a sua”
Diante do impasse veio a idéia de dispor nesse espaço o Mini Laudo informando por uma “última e derradeira” “DM” o link de acesso.
Agindo assim, estaria dando uma última chance de eles resolverem o problema mantendo sua imagem menos maculada.
Sendo assim, segue o Laudo:
LEVANTAMENTO DE SITUAÇÃO
OBJETIVO
Apresentar as avarias em conseqüência da montagem e desmontagem da infra-estrutura que compôs a festa de inauguração da Árvore de Natal do Bradesco, em novembro e dezembro de 2010.
O LOCAL
Parque dos Cachorros – PARCÃO – situado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas – Rio de Janeiro – RJ. – Próximo ao Corte de Cantagalo.
Área do Município, mantida através de Concessão por uma empresa de Pet Shops, destinada ao lazer de cães. Composta de três ambientes utilizados de maneira a manter os animais separados por tamanho, grau de sociabilidade e quando possível raça. A foto localiza os portões (1 e 2) danificados.
OS DANOS
As avarias provocadas pelo evento foram:
- Quebra, desmontagem ou retirada das telas que compõem as cercas limítrofes e divisórias do complexo;
- Quebra de alguns portões de acesso aos “ambientes”;
- Não retirada dos specs de fixação dos cabos de estaios da cobertura de lona.
OS SERVIÇOS REALIZADOS
Após insistentes reclamações feitas o Bradesco subcontratou empresa para avaliação e conserto das avarias:
- As telas soltas, porém em bom estado foram fixadas;
- Algumas telas em péssimo estado foram substituídas;
- Outras telas em péssimo estado foram invertidas e re-fixadas mostrando falta de critério.
- Os specs foram retirados;
OBS – Os “profissionais” deixaram o ponto de amarração dos arames utilizados na fixação das telas voltados para cima provocando ferimentos como o que tive em uma das mãos. Ver foto “2”, abaixo
AS PENDÊNCIAS
- Os portões permaneceram danificados como mostram as fotos:
Ao Banco:
Espero, sinceramente que agora V. Sas. não arrumem outra desculpa e resolvam as pendências.
Aos frequentadores deste espaço agradeço a compreensão.