Caros escassos e embirrados leitores,
Pensei e muito antes de tecer essas mal traçadas linhas afinal, foram
muitos a comentar sobre o ocorrido no último sábado em São Januário após o
Portentoso Flamengo, mais uma vez e incontestavelmente, derrotar os donos da
casa.
Cenas há muito desgastadas de selvageria, ignorância e crueldade com
aqueles que realmente amam esta cidade, estado e país.
O jogo em si não foi lá essas coisas com exceção ao lance do gol, poucas
boas jogadas e o fato de os Vices terem batido muito. Normal dentro do cenário
atual com a abissal diferença “técnicadministrativaeconômica” entre os
oponentes.
O que me fez ser mais um a fazê-lo foi o fato de dos que li, vi e ouvi,
nenhum trouxe novidades ao que se vem falando faz tempo. Ninguém acrescentou
soluções efetivas, o que me fez pensar que novas catástrofes poderão ocorrer a
qualquer momento já que o pouco que se tem feito não tem resolvido.
Sendo assim, um dia após nosso embriagado ex-presidente teve efetivada
sua primeira, das muitas que virão, condenações, fato que nos fez por o assunto
deste texto em segundo plano, (VICE DE NOVO!!!), resolvi me meter
onde não fui chamado.
Li, vi e ouvi pessoas de gabarito como comandantes da polícia, doutores
do Ministério Público, similares da justiça, jornalistas, dirigentes,
jogadores, técnicos e comentaristas esportivos. Todos fizeram bonitos
discursos, muitos contundentes até, mas tudo a mesma ladainha de sempre: a
culpa é dos dirigentes que são coniventes, das torcidas organizadas, do
diminuto efetivo policial designado para o evento, da falta de estrutura dos
estádios, etc.
As “soluções” apresentadas e as poucas implementadas nada fazem para
melhorar o cenário de horrores que estamos sujeitos a cada evento esportivo.
1 - Interdição de estádio? Ora, os bandidos se deslocam para a nova
praça ou mesmo lá já há outros preparados e armados para agir impunemente. Não
se esqueçam de que bandidos que torcem pelo Flamengo, Vasco, Corinthians,
Santos e demais animais de outras agremiações já têm histórico de crimes em
vários estádios do país.
2 - Um posto avançado do Poder Judiciário em cada estádio nada adianta
se os detidos são liberados em questão de minutos. Isso quando os crimes não
acontecem fora dos estádios.
3 - Identificação biométrica? De que adianta se ninguém é identificado
ou se o é, não há equipamentos em TODOS os estádios para reconhecê-lo
4 - Revista física na porta dos estádios? Ora, poupem-me! Como revistar
criteriosamente milhares de pessoas só na patolagem?
E o que sempre digo, como em tudo neste maravilhoso e rico país, quase
sempre, querem resolver um problema com medidas anódinas. Ninguém vai ao cerne
da questão; o que para mim é um erro crasso e fato cristalino como vodca
quente.
É sabido (e está na ladainha supra citada) que hoje e há muito tempo,
com o atual nível de tecnologia que temos a disposição, já é possível
identificar um a um, cada um dos meliantes envolvidos em cada conflito. Muitos
já foram e preenchem inúmeras fichas esquecidas nos fundos de grandes gavetas
nas delegacias do país.
Fato!
A pergunta ridícula que faço é:
“O que esses marginais ainda estão fazendo perambulando pelas ruas das
cidades?”
Este é o ponto a ser discutido e, pasmem, é onde está a solução de TODO
o problema. Não só esse como muitos e mais importantes outros, dos quais este é
uma das consequências, como veremos abaixo.
É triste, mas é fato que a maioria dos baderneiros e bandidos
infiltrados nas torcidas organizadas pertence às classes menos favorecidas,
certo? Sendo assim, uma medida para AJUDAR na solução seria
termos ingressos mais caros, com isso a probabilidade desses marginais
frequentarem os estádios diminui.
“Mas aí você está discriminando os milhões que não são baderneiros, mas
também são desfavorecidos!”
Diriam os defensores dos direitos humanos e afins.
Eu poderia responder:
“Então levem os baderneiros para casa e lhes deem as condições que tanto
exigem. Quem sabe não resolvem o problema!”
Mas prefiro ser mais educado e dizer que o preço caro do ingresso
deixaria de sê-lo se esses milhões tivessem mais escolas, hospitais,
infraestrutura básica e oportunidade de trabalho que os permitisse pagar não só
pelo ingresso, mas também por casa, saúde, segurança, comida, transporte e
lazer decentes. E isso não seria difícil se prendessem os bandidos,
principalmente os políticos e empresários que roubam nossa grana desde 1500 (de
Cabral à Cabral, sem descanso).
Entretanto a história nos mostra claramente que nos últimos pouco mais
de 500 anos isso não foi possível.
Quem sabe nos próximos? Você quer esperar? Eu não!
Como ainda vivemos em um país “livre” “democrático” e capitalista, é um
direito do clube criar e implementar sua política de preços. E é claro que
privilegiar o sócio torcedor é a intenção clara e, dentro do cenário
socioeconômico em que vivemos, o correto e inteligente. Afinal, o clube de
futebol não é ONG!
Com isso, só nos resta tentar manter o sofá na sala de outra forma.
As reais soluções para este problema seriam simples e fáceis de
implementar:
1ª e principal – Vontade de resolver o problema. Vocês da imprensa, os
técnicos, os jogadores, as autoridades e sei lá mais quem vivem tecendo
tratados e mais tratados, teses e antíteses para resolver a bagunça. Criam
diversas pseudo maneiras de resolver o problema, mas ninguém realmente bota o
pau na mesa e toma uma atitude. São essas e outras que deixam os cidadãos de
bem encurralados em suas gradeadas casas, faz com que os riquinhos e seus
filhos necessitem andar acompanhados de seguranças, enquanto os baderneiros
andam de bermuda e camiseta ostentando seus fuzis 24 horas por dia, durante 365
dias por ano. E você se acha o bam bam bam porque tem uma SUV blindada.
TOLINHO!!!
Se continuar assim, eles que, covardemente ou não colocam o dito cujo em
nossas bundas, vão mandar sempre.
2ª – Perda de 15 pontos (ou mais) para os dois clubes envolvidos ou
apenas àquele cuja torcida que criou a baderna (caso do Vasco sábado). Quase
sempre quando os baderneiros agem seu clube já está mal das pernas no certame.
A retirada desses 15 pontos evitaria o possível título e quase confirmaria o
rebaixamento. Se o baderneiro realmente ama o clube como “bosteja” ou ao menos
tem respeito próprio, não vai querer ser sacaneado pelos rivais pela perda do
título ou rebaixamento. Simples não?
3ª – Mas se o baderneiro está cagando e andando para isso e continuar
fazendo merda, a solução ainda é simples e barata. Prender os bandidos! Por que
lugar de bandido é na cadeia (trabalhando, quebrando pedra, carregando sacos de
cimento, ou misturando concreto para a construção de escolas, hospitais e
presídios, sustentando sua estadia na jaula) e não solto. Quem deve andar solto
é cidadão de bem.
Acrescento ainda que, diferente do que pensam os filósofos, sociólogos e
antropólogos de plantão, culpa não é das torcidas organizadas e sim das
autoridades que inventam um monte para sanar o problema, mas prender bandido
que é bom, nada. Como os bandidos nunca foram presos, eles se infiltraram nas
organizadas, as dividiram em pelotões espalhados pelo país e as transformaram
nisso que está aí. Se tivessem feito o simples e básico, prender bandidos e
mantê-los na cadeia; hoje estaríamos ovacionando as torcidas organizadas pelos
mosaicos, faixas, bandeiras, cânticos e coreografias que é o que elas faziam e
muito bem quando as autoridades eram um pouco mais sérias e os bandidos eram
encarcerados sem dó nem piedade. Erros eram cometidos, é verdade, mas o cidadão
de bem tinha a liberdade que hoje com toda a democracia não têm.
Estou falando APENAS no âmbito sócio
esportivo. Correto? Não venham colocar palavras não escritas em meu texto. NÃO há entrelinhas aqui!!!
4ª – Medidas com resultado mais a longo prazo, mas nem por isso menos
importantes também deveriam ser tomadas. Uma que acho primordial seria por em
cheque a política antidrogas. Sim meus caros ficar de papinho furado pelos
cantos como estamos fazendo é querer segurar bosta com as mãos. Todo mundo sabe
o que vem, de onde vem, como vem e para onde vai. Todo mundo sabe e milhares
sofrem as consequências desse vai e vem desenfreado e SEM CONTROLE. Todo mundo
sabe que as medidas antálgicas que se vem tomando nada tem feito para sanar os
graves e contundentes problemas inerentes a esse comércio. Então, já passou da
hora de assumirmos o problema de frente, acabar com o mimi e resolver a
“porratoda” de uma vez por todas. Não sou expert no assunto, mas sei que como
está não vai mudar é o velho e surrado:
“SE VOCÊ QUER RESULTADOS
DIFERENTES, NÃO É FAZENDO O MESMO QUE VEM FAZENDO QUE VAI CONSEGUIR OBTÊ-LOS,
PORRA!!!”
FATO!!!
Sem me aprofundar no assunto, penso que o lógico seria regularizar todo
o processo, desde a aquisição de sementes, passando pelo o cultivo, pelo
transporte e distribuição das drogas leves. Isso geraria mais impostos, mais
empregos e com certeza diminuiria em muito a criminalidade que impera no país,
principalmente na aprazível e falida cidade do Rio de Janeiro.
Mas antes, como o câncer da violência já se encontra em estado de
metástase, é necessária uma medida urgente de contenção da doença, ou seja,
prender e manter na cadeia todos os bandidos envolvidos. Desde os de menor
escalão até os de colarinho branco, principalmente os políticos safados
(redundância).
Enjaulá-los e fazê-los quebrar pedras, carregar sacos de cimento ...
Reparem que tudo passa por prender bandidos sendo assim, é necessário
que a polícia seja bem aparelhada e bem remunerada e para isso é preciso verba.
Mas verba é o que mais temos nas milhares de contas fantasmas localizadas nos
diversos paraísos fiscais espalhados mundo a fora. É só ir lá e pegar tudo de
volta.
Sei que não é simples assim, mas para bom e inteligente entendedor, isso
basta.
É necessário também que a polícia tenha autonomia para agir independente
de direitos humanos, essas coisas que bandido adora e o cidadão de bem, que
paga imposto não tem.
É provável que erros venham acontecer nas ações dessa instituição, mas
há quanto tempo erros vêm sendo cometidos em forma de assaltos, arrastões,
assassinatos, balas perdidas e etc. enquanto ficamos presos em nossas casas
dedilhando nas redes sociais palavras de ordem sem nenhum resultado prático?.
Até a próxima!
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