Acordei cedo, antes do de costume. Café da manhã em
excelente companhia, bagagem sobre a moto, tanque cheio e rodas na estrada.
Estava só pela primeira vez nessa viagem, o que me trouxe
recordações das duas anteriores. A responsabilidade na escolha de onde ir e o
trajeto a percorrer era exclusiva e, mesmo considerando a excelente companhia
de Cláudio, eu estava gostando disso.
Os critérios a respeitar seriam, novidade e passar
longe de rodovias principais como a Dutra e demais tediosas de nossa malha rodoviária
nacional.
Ainda no posto peguei o mapa e iniciei os estudos.
Sabia de onde saia, onde ia e qual seria o último trecho, mas o primeiro era a
dúvida o que possibilitava coisas novas.
Estava decidido, Jaguariúna, Amparo, Águas de
Lindóia, Ouro Fino, Pouso Alegre, Lambari e São Lourenço, onde seria a
pernoite. Daí em diante seria por rodovias já conhecidas e de bons momentos
rodados.
O clima estava sensacional, sol, raras nuvens,
temperatura amena; isso aliado ao novo trajeto; tudo conspirava para um dia
fantástico.
A saída de Campinas foi meio confusa, mas chegar a
Jaguariúna, o real início, foi rápido. Daí em diante apenas prazer, asfalto de
primeira em todos os trechos, mesmo os mais antigos com exceção, claro, nos
limites urbanos onde o piso sempre deixa a desejar.
Curvas entremeadas por pequenas e médias retas
fazendo do “circuito” planejado uma bela escolha. Eu estava em casa. Acelerando
perto do limite sem comprometer a segurança, em um novo estilo de pilotagem,
adquirido nos últimos anos devido o avançar da idade e consequente
responsabilidade. Mas isso em momento algum fez diminuir a adrenalina e
satisfação.
A borracha quase lateral dos pneus e o tempo estavam
sendo gastos como previsto e tudo estava valendo a pena ser vivido.
Passei por Amparo e em Serra Negra resolvi parar
para me orientar e um simpático senhor indicou a estrada para Socorro como
belíssima e quase que obrigatória. Segui as instruções e não me arrependi. Era
a Rota Turistica Rural do Bairro da Serra.
Voltei de Socorro para Serra Negra por onde não fui, o que foi outra boa decisão, mesmo “perdendo” tempo. Tudo o que menos tinha era pressa.
De Serra Negra retornei para Lindóia e daí para Águas de Lindóia, onde almocei em um bufê à quilo sem nada a comentar a não ser a simpatia do atendimento e o tradicionalmente fraco café mineiro.
Queria voltar o quanto antes para as estradas, tudo
estava correndo muito bem, as novidades estavam sendo incríveis e ainda faltava
a maior parte do caminho o que prometia emoções.
E a diversão continuou, as estradas continuavam com
o asfalto em muito bom estado e com grau de sinuosidade alto. O clima
permanecia como antes e os quilômetros já rodados formavam o energético que deu
asas a confiança e a velocidade.
Até Pouso Alegre tudo era novo e foi aproveitado da
melhor maneira possível. Daí em diante o caminho já era conhecido e por isso
mesmo escolhido. Fazia tempo que queria voltar, havia passado bons momentos em
minha segunda viagem.
As memórias voltaram e estiveram me acompanhando por todo esse trecho. Algumas curvas foram reconhecidas com saudades.
São Lourenço estava cheia e o hotel escolhido
mais ainda. Os trâmites de sempre, jantar, um pequeno rolê a pé pela cidade e cama.
Dormi ao sabor das curvas e paisagens do dia.
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