PAPO RETO, CURTO, IRÔNICO, AS VEZES GROSSO, MAS NUNCA MAL EDUCADO. LÊ AÍ E DÊ SUA OPINIÃO E QUE SEJA SINCERA, POIS DE GENTE BOAZINHA O INFERNO ESTÁ CHEIO.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O PODER DA NAÇÃO VERSUS A KRIPTONITA
Caros Rubro-Negros,
Já se passaram alguns dias desde a confirmação de nossa milagrosa permanência na elite do futebol brasileiro. E, de cabeça mais fria, tentando ser o menos passional possível, acho que já podemos discutir o assunto sem os naturais devaneios que nos tomam quando o assunto envereda para os verdes gramados do cada vez mais violento esporte bretão.
Sim senhoras e senhores, foi um ano difícil. Para muitos são situações a serem esquecidas, depositadas nas profundezas onde devem esvair-se com o passar dos tempos.
Não para mim! Não podemos nos dar a esse luxo. Não foi a primeira vez que passamos por isso e se relevarmos essa experiência mais uma vez, com certeza não será a última.
Esse não foi um ano negro a ser esquecido esse foi sim, um aviso dos Deuses (mais um) e se formos realmente os inteligentes que julgamos ser, vamos aproveitar cada tenebroso segundo deste 2010 para humildemente aprender que não é assim que se faz futebol. E com isso transformá-lo de fatídico em um divisor de águas entre a mediocridade e um futuro digno de nós, a grande Nação.
As outras chances não aproveitadas todos conheceram:
- Durante a existência do melhor e mais potente time de futebol do mundo, o Flamengo Multicampeão da década de 80. Quando poderíamos aproveitar que estávamos todos embevecidos e colocar em prática todos os sonhos que tínhamos;
- Há alguns meses quando nosso maior Ídolo tentou administrar o futebol e foi traído, pasmem, por aquele que outrora deve ter sido um de seus mais fervorosos fãs.
Se não aproveitarmos mais essa chance não sei se os Deuses e Santos estarão dispostos a nos dar outra e, nesse caso só nos restará viver do passado sendo motivo de risadas para a arco-íris nojenta e mal vestida.
Não adianta esquecermos os culpados e partirmos para o Planejamento de 2011 como fazem as equipes das empresas espalhadas por aí. A situação é diferente, o Flamengo não é um projeto que tem começo, meio e fim, o Flamengo deve ser eterno e para termos certeza de que o será é necessário identificar os culpados direitinho, um a um, fotografá-los, fichá-los e arquivá-los para que depois de expulsos nunca tenham a menor possibilidade de chegarem se quer perto das calçadas que circundam as dependências Rubro-Negras.
Esses indivíduos ainda deverão ser expostos em praça pública para que a Nação tenha sempre em mente que os tempos nem sempre foram de glórias.
Se isso não for feito nada mudará.
Não adianta nos fiarmos no Manto Sagrado se não o ajudamos a se manter forte. Seu poder tem que ser renovado e reforçado continuamente. Como o Super-Homem, o Manto também tem a sua “Kriptonita” e apenas a Nação tem o poder de destruí-la.
São poucos os culpados nessa história toda. São doze ou treze sanguessugas que vivem à custa do Flamengo e extraem dele tudo o que é possível e impossível.
Eles são maquiavélicos! De tempos em tempos fazem parecer que estão atuando a favor dos bons ventos com a apresentação de Projetos tais como parcerias, shoppings, Centros de treinamentos, etc.
Só de estádios o Mais querido já deve ter umas doze maquetes jogadas nos depósitos da Gávea.
E a Nação se enche de orgulho patriótico imaginando o futuro. E o futuro se torna presente que de presente não tem NADA, restando apenas mais uma grande mancha para o passado.
É deles a culpa de não termos mais jogadores feitos em casa, é deles a culpa de passarmos anos sem um título expressivo e é deles a culpa de ainda não termos um estádio ou um Centro de treinamento (por mais modestos que sejam).
Não meus amigos a culpa não é dos Klebersons, Juans, Vals Baianos, Diegos, Diogos entre outros bondes que estamos aturando há anos. Esses coitados não têm culpa de não terem nascido com técnica suficiente para jogar futebol, o real futebol. A culpa de termos que ver essas nulidades vestindo o Manto Sagrado é dos vagabundos que gerenciam o Flamengo e de mais ninguém.
Esses idiotas são as nossas kriptonitas e devem ser destruídas e só a Nação tem esse poder.
Registra-se a parte da culpa da mídia que se vende aos poucos trocados e insiste em tentar nos convencer que aquilo que vemos nas TVs, ouvimos nos rádios ou lemos nos jornais e revistas “especializadas” é futebol.
Mas contra esses sem caráter não podemos fazer nada diretamente a não ser não nos deixar levar por tão absurdas informações restando a eles falar para os insignificantes como suas existências.
O tempo, o senhor da verdade, os farão ser abocanhados, mastigados e engolidos pela fúria dos fatos quando o Poderoso Flamengo ressurgir, tal como Fênix, das cinzas apocalípticas dessas administrações tão contundentes.
Mas não podemos ficar apenas escrevendo ou falando nas resenhas da vida regadas a cervejas geladas. Nada acontecerá se continuarmos a manter nossas bundas confortavelmente sobre os sofás diante das TVs e/ou cadeiras dos diversos bares do mundo.
As férias estão começando, as festas de fim de ano estão na esquina e o Carnaval está logo ali, depois da próxima curva.
Eventos que tentarão diminuir a importância do momento. Farão-nos perder o foco daquilo, com exceção da família, que realmente importa na vida terrena, o Flamengo.
Não é complicado, é simples até demais. Por mais incrível que possa parecer, a solução está em nossas mãos. Não será uma mudança notada no dia seguinte, mas se bem feita, será consistente ao ponto de influenciar positivamente aqueles que realmente amam o Manto Sagrado.
Serão pequenas atitudes que em conjunto farão uma revolução.
Mas como tudo, será necessário correr o risco. Termos que ceder antes de receber correndo o risco de não sermos em número suficiente e assim sucumbirmos como outros de outrora, pela ausência dos fracos.
Temos que deixar as fanfarronices de lado e efetivamente adquirirmos o poder que em apenas três anos, nos fará arrancar essa canalhada do sagrado solo Rubro-Negro.
Não existe outra forma, outra atitude, outra situação, qualquer entidade (por mais especial que seja) que possa agir de forma contundente e definitiva.
Não adianta fantasiar, organizar eventos ou qualquer coisa parecida.
Não será protestos, ameaças, bombas de fabricação caseira, chantagens ou qualquer outra manifestação, por maior que seja que resolverá nosso problema.
Esse tipo de coisa só gera mais problemas e o que precisamos nesse momento é tudo menos isso.
Apenas esse poder pode fazer alguma diferença e para adquirir esse poder é muito simples. É só comparecer à Gávea, munido de alguns documentos e tornar-se sócio.
Existem várias opções com custos acessíveis a quase todas as classes. E de acordo com essas opções você tem direito a diversas modalidades de acesso. Uma delas e a mais importante é votar naquele que você acha ter a capacidade e consequentemente a Honra de ser o Presidente do Clube de Regatas do Flamengo a partir de 2014. Sim por quê quem se associar em um mandato só vota dois mandatos depois, portanto, 2012 ainda estaremos nas mãos desses bandidos.
Se você não é do Rio, acesse o site e se informe. Com certeza haverá uma solução para o seu caso.
Ah! Mas você acha que esperar até 2013 é muito tempo, lembre-se que você esperou 17 anos para ser novamente Campeão Brasileiro (com certeza não gostou nada disso) e, dependendo da sua idade ou sua sorte, poderá não estar presente no próximo, daqui a outros 17.
Saudações.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
FALTA POUCO, MUITO POUCO
Porque eu nunca escrevi sobre motos, aqui? Como pode, eu uma pessoa que gosta muito desse meio de transporte, ainda não ter feito um único texto sobre esse assunto? A situação torna-se mais estranha ainda se considerarmos que minha infância foi quase toda percorrida sobre duas rodas. Está certo que era uma bicicleta, mas já era um começo.
Morava em uma rua sem saída em Botafogo e entre as peladas, pique esconde, pique bandeira, pique pega, vôlei, etc. andar de bicicleta era nossa brincadeira preferida.
Não posso esquecer que, já morando no Jardim Botânico, meus primeiros metros dirigindo uma dessas máquinas foram feitos quando tinha apenas uns 13 anos.
Não era bem uma motocicleta, mas uma bicicleta motorizada, ou seja, uma Velosolex.
Era de um então grande amigo que com mais outros dois alternávamos voltas pelas ruas do bairro.
Foi nela que conheci o dor de um bom tombo, mas foram apenas algumas escoriações, nada de grave. Era comum me machucar nas brincadeiras e as diversas marcas em meus joelhos são a prova de uma infância muito bem vivida.
Coitadas das crianças de hoje que não possuem essas marcas.
Os anos foram passando e com aproximadamente quinze anos, aos trancos, percebi a diferença entre o ter e não ter marchas, o porque de manter a embreagem acionada quando desejar ficar parado e a intensidade com que se deve soltá-la para iniciar o movimento.
Era uma Yamaha RD 50 azul de outro amigo que os pais irresponsáveis permitiam usar sem ter idade para tal.
A vontade de ter a minha própria moto crescia, mas as circunstâncias econômicas e severidade de meus pais não me permitiam sonhar tão alto.
Enquanto isso, via desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro máquinas possantes. As japonesas importadas por serem mais populares, eram as mais freqüentes em meus sonhos.
Não era um amor incondicional ao ponto de me tornar cego as outras opções, portanto, os carros ocupavam a outra metade de meu coração assim como do cérebro e os sonhos produzidos por ambos.
Apenas nos anos 80, já na faculdade de Arquitetura, que consegui realizar meu desejo. Trabalhava como inspetor em um colégio em Ipanema e troquei meu Chevette (um grande companheiro de aventuras) por uma Yamaha DT 180, a primeira moto trail lançado no Brasil..
Era branca com detalhes em azul e vermelho. Os pára-lamas altos e sua suspensão traseira com apenas um amortecedor eram a sensação da época.
Foram anos de muita diversão. Foi nessa época que iniciei minhas aventuras “off-road” e me tornei um trilheiro mediano.
Ir às festas, bares, praias e demais compromissos da juventude tinha ficado mais agradável e rápido. As meninas na garupa era outro ganho. De negativo apenas o risco de uma queda o que para seres desprovidos de razão não chegava a ser algo a se considerar. Vide meus joelhos.
Foi exatamente aí que me estrepei pela segunda vez.
Voltava da faculdade, umas 23 horas e aproximava-me de um cruzamento. O sinal estava aberto para mim. Vi que na calçada a esquerda uma mulher se preparava para atravessar a rua. Pensei:
“Se ela for daquelas pessoas que gostam de atravessar tirando um “fino” do veículo, estou ferrado.”
Joguei o máximo que pude para a direita e enfiei o dedo na buzina, na esperança de fazê-la perceber minha presença. Ela poderia:
1 – ter se assustado, paralisado na calçada e me xingado;
2 – não ter tomado conhecimento, continuado andando, deixando espaço mínimo suficiente para a minha passagem e me xingado;
3 – qualquer uma das opções acima e não ter me xingado.
Mas não, a FILHA DA PUTA, desculpe, mas não tem outro adjetivo, escolheu a única opção cujo resultado seria trágico.
ELA CORREU!!!!!
Ela correu e me atingiu, ou seja, me atropelou. Ela LITARALMENTE me atropelou!
Ela “parou” a moto com o corpo, eu saí voando por cima, caí arrastando a cara no asfalto, a moto (após uma cambalhota no ar) caiu por cima de mim e ela ... Ora! Sei lá dela!
Deve ter sido uma queda de uma plástica inigualável.
Resumo, hospital, alguns poucos pontos, outras escoriações, o prejuízo da moto e o pior, o susto que minha mãe levou ao me ver chegar em casa, todo rasgado e sujo de sangue.
Os dias continuaram passando e logo melhorei.
Nas férias seguintes conheci uma gaucha linda. Curtimos muito os quase três meses deste período de folga letiva. Fizemos passeios, viagens, fomos a diversas praias, saímos nas noites, etc. Aquele seria seu último dia na Cidade Maravilhosa.
Voltávamos da noite que havia sido maravilhosa e já era dia. No Cosme Velho, descendo em direção ao Flamengo, conversávamos tranquilamente. A velocidade era baixa, queria curtir aqueles últimos momentos juntos.
Curva pra lá, curva pra cá e ZAPT! A moto sai de baixo de nós e vai parar junto ao meio fio.
Levantei com a lateral da perna esquerda totalmente em carne viva. No joelho da mesma perna um buraco com aproximadamente 4 centímetros de diâmetro e meio de profundidade.
Ela estava menos machucada, mas chorava de dor.
Levantamos com dificuldade, verificamos os estragos e seguimos calados até onde estava hospedada. Ela não quis ir para o hospital, eu também não.
Para ela seriam quase 48 horas de sofrimento em uma viagem de ônibus até Porto Alegre.
Para mim, alguns dias de cama cuidando dos ferimentos.
Para minha mãe, mais um susto.
Moto consertada, volta as aulas e a rotina de sempre.
Até que enchi o saco, vendi a moto e comprei outro Chevette.
Passaram-se anos, eu já estava casado e com filhos quando no aniversário de um amigo que não via há anos ele, junto com outro amigo, me convenceu a arrumar uma moto para acompanhá-los pelas delícias das trilhas da vida.
Seqüestrei uma outra DT 180 que meu irmão mantinha em Niterói e junto com os dois amigos e um vizinho (esse, tarado por motos) de prédio retomei os prazeres de trilheiro.
O equipamento providencialmente adquirido me salvou em várias situações e minha prudência natural ajudou bastante.
A moto, além do resgate no tempo, me proporcionava um prazer indescritível, apesar de pequena para meu tamanho. Sua leveza permitia manobras mais radicais e seu motor devidamente “envenenado” era muito potente.
Foram fins de semanas fantásticos ao ponto de, em um ano, me fazer buscar um up-grade e partir para uma Suzuki DR 350.
Vender a DT 180 não renderia nenhum dinheiro significativo, pois o valor de mercado era bastante inferior ao excelente estado em que se encontrava. Isso me fez antecipar a apresentação do esporte a meu filho que iniciou suas primeiras travessuras nessa moto, aos 14 anos.
Nesse meio tempo, uma mudança de local de trabalho me “obrigou” a comprar uma Honda XR 250 Tornado, para ir ao trabalho, já que me recusava terminantemente a sacudir diariamente dentro de um ônibus pelas ruas esburacadas da cidade do Choque de Ordem.
A presença de meu filho e sua evolução técnica me incentivavam, aumentando nossa freqüência pelas trilhas de Vargem Grande e adjacências.
A Suzuki era uma moto excepcional que em baixas rotações ultrapassava com facilidade os obstáculos como um trator. Mas era pesada e não tinha partida elétrica o que me deixava extenuado ao fim de cada trilha percorrida.
Em uma repentina oportunidade adquiri uma Honda CRF 450 com partida elétrica, o real motivo dessa compra.
Não demorei a me adaptar, mas um problema no motor de arranque me deixava na mão com freqüência. Isso me aborrecia bastante e a demora em encontrar a solução aliado a gradativa desistência de meu filho em praticar o esporte foi minando minha vontade e em um ano me aposentei.
Mas não desisti das motos, apenas direcionei o foco para outro tipo de utilização. Sempre gostei de viajar e sempre desejei fazer viagens de aventura. Sonho em comprar um caminhão médio e adaptá-lo, com cama, banheiro, uma pequena cozinha e lógico, um espaço para uma moto. Sair por aí sem destino, curtindo a vida.
Com o tempo, tive acesso mais detalhado as BMWs, principalmente as GS 1200 largamente utilizadas em longas expedições pelo mundo a fora e esse se tornou meu mais recente sonho.
Já combinamos, eu e aquele meu vizinho, o tarado por motos citado no início desse texto, que no máximo quando nos aposentarmos vamos cada um comprar uma e realizar mais esse sonho. Falta pouco, MUITO POUCO!
Morava em uma rua sem saída em Botafogo e entre as peladas, pique esconde, pique bandeira, pique pega, vôlei, etc. andar de bicicleta era nossa brincadeira preferida.
Não posso esquecer que, já morando no Jardim Botânico, meus primeiros metros dirigindo uma dessas máquinas foram feitos quando tinha apenas uns 13 anos.
Não era bem uma motocicleta, mas uma bicicleta motorizada, ou seja, uma Velosolex.
Era de um então grande amigo que com mais outros dois alternávamos voltas pelas ruas do bairro.
Foi nela que conheci o dor de um bom tombo, mas foram apenas algumas escoriações, nada de grave. Era comum me machucar nas brincadeiras e as diversas marcas em meus joelhos são a prova de uma infância muito bem vivida.
Coitadas das crianças de hoje que não possuem essas marcas.
Os anos foram passando e com aproximadamente quinze anos, aos trancos, percebi a diferença entre o ter e não ter marchas, o porque de manter a embreagem acionada quando desejar ficar parado e a intensidade com que se deve soltá-la para iniciar o movimento.
Era uma Yamaha RD 50 azul de outro amigo que os pais irresponsáveis permitiam usar sem ter idade para tal.
A vontade de ter a minha própria moto crescia, mas as circunstâncias econômicas e severidade de meus pais não me permitiam sonhar tão alto.
Enquanto isso, via desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro máquinas possantes. As japonesas importadas por serem mais populares, eram as mais freqüentes em meus sonhos.
Não era um amor incondicional ao ponto de me tornar cego as outras opções, portanto, os carros ocupavam a outra metade de meu coração assim como do cérebro e os sonhos produzidos por ambos.
Apenas nos anos 80, já na faculdade de Arquitetura, que consegui realizar meu desejo. Trabalhava como inspetor em um colégio em Ipanema e troquei meu Chevette (um grande companheiro de aventuras) por uma Yamaha DT 180, a primeira moto trail lançado no Brasil..
Era branca com detalhes em azul e vermelho. Os pára-lamas altos e sua suspensão traseira com apenas um amortecedor eram a sensação da época.
Foram anos de muita diversão. Foi nessa época que iniciei minhas aventuras “off-road” e me tornei um trilheiro mediano.
Ir às festas, bares, praias e demais compromissos da juventude tinha ficado mais agradável e rápido. As meninas na garupa era outro ganho. De negativo apenas o risco de uma queda o que para seres desprovidos de razão não chegava a ser algo a se considerar. Vide meus joelhos.
Foi exatamente aí que me estrepei pela segunda vez.
Voltava da faculdade, umas 23 horas e aproximava-me de um cruzamento. O sinal estava aberto para mim. Vi que na calçada a esquerda uma mulher se preparava para atravessar a rua. Pensei:
“Se ela for daquelas pessoas que gostam de atravessar tirando um “fino” do veículo, estou ferrado.”
Joguei o máximo que pude para a direita e enfiei o dedo na buzina, na esperança de fazê-la perceber minha presença. Ela poderia:
1 – ter se assustado, paralisado na calçada e me xingado;
2 – não ter tomado conhecimento, continuado andando, deixando espaço mínimo suficiente para a minha passagem e me xingado;
3 – qualquer uma das opções acima e não ter me xingado.
Mas não, a FILHA DA PUTA, desculpe, mas não tem outro adjetivo, escolheu a única opção cujo resultado seria trágico.
ELA CORREU!!!!!
Ela correu e me atingiu, ou seja, me atropelou. Ela LITARALMENTE me atropelou!
Ela “parou” a moto com o corpo, eu saí voando por cima, caí arrastando a cara no asfalto, a moto (após uma cambalhota no ar) caiu por cima de mim e ela ... Ora! Sei lá dela!
Deve ter sido uma queda de uma plástica inigualável.
Resumo, hospital, alguns poucos pontos, outras escoriações, o prejuízo da moto e o pior, o susto que minha mãe levou ao me ver chegar em casa, todo rasgado e sujo de sangue.
Os dias continuaram passando e logo melhorei.
Nas férias seguintes conheci uma gaucha linda. Curtimos muito os quase três meses deste período de folga letiva. Fizemos passeios, viagens, fomos a diversas praias, saímos nas noites, etc. Aquele seria seu último dia na Cidade Maravilhosa.
Voltávamos da noite que havia sido maravilhosa e já era dia. No Cosme Velho, descendo em direção ao Flamengo, conversávamos tranquilamente. A velocidade era baixa, queria curtir aqueles últimos momentos juntos.
Curva pra lá, curva pra cá e ZAPT! A moto sai de baixo de nós e vai parar junto ao meio fio.
Levantei com a lateral da perna esquerda totalmente em carne viva. No joelho da mesma perna um buraco com aproximadamente 4 centímetros de diâmetro e meio de profundidade.
Ela estava menos machucada, mas chorava de dor.
Levantamos com dificuldade, verificamos os estragos e seguimos calados até onde estava hospedada. Ela não quis ir para o hospital, eu também não.
Para ela seriam quase 48 horas de sofrimento em uma viagem de ônibus até Porto Alegre.
Para mim, alguns dias de cama cuidando dos ferimentos.
Para minha mãe, mais um susto.
Moto consertada, volta as aulas e a rotina de sempre.
Até que enchi o saco, vendi a moto e comprei outro Chevette.
Passaram-se anos, eu já estava casado e com filhos quando no aniversário de um amigo que não via há anos ele, junto com outro amigo, me convenceu a arrumar uma moto para acompanhá-los pelas delícias das trilhas da vida.
Seqüestrei uma outra DT 180 que meu irmão mantinha em Niterói e junto com os dois amigos e um vizinho (esse, tarado por motos) de prédio retomei os prazeres de trilheiro.
O equipamento providencialmente adquirido me salvou em várias situações e minha prudência natural ajudou bastante.
A moto, além do resgate no tempo, me proporcionava um prazer indescritível, apesar de pequena para meu tamanho. Sua leveza permitia manobras mais radicais e seu motor devidamente “envenenado” era muito potente.
Foram fins de semanas fantásticos ao ponto de, em um ano, me fazer buscar um up-grade e partir para uma Suzuki DR 350.
Vender a DT 180 não renderia nenhum dinheiro significativo, pois o valor de mercado era bastante inferior ao excelente estado em que se encontrava. Isso me fez antecipar a apresentação do esporte a meu filho que iniciou suas primeiras travessuras nessa moto, aos 14 anos.
Nesse meio tempo, uma mudança de local de trabalho me “obrigou” a comprar uma Honda XR 250 Tornado, para ir ao trabalho, já que me recusava terminantemente a sacudir diariamente dentro de um ônibus pelas ruas esburacadas da cidade do Choque de Ordem.
A presença de meu filho e sua evolução técnica me incentivavam, aumentando nossa freqüência pelas trilhas de Vargem Grande e adjacências.
A Suzuki era uma moto excepcional que em baixas rotações ultrapassava com facilidade os obstáculos como um trator. Mas era pesada e não tinha partida elétrica o que me deixava extenuado ao fim de cada trilha percorrida.
Em uma repentina oportunidade adquiri uma Honda CRF 450 com partida elétrica, o real motivo dessa compra.
Não demorei a me adaptar, mas um problema no motor de arranque me deixava na mão com freqüência. Isso me aborrecia bastante e a demora em encontrar a solução aliado a gradativa desistência de meu filho em praticar o esporte foi minando minha vontade e em um ano me aposentei.
Mas não desisti das motos, apenas direcionei o foco para outro tipo de utilização. Sempre gostei de viajar e sempre desejei fazer viagens de aventura. Sonho em comprar um caminhão médio e adaptá-lo, com cama, banheiro, uma pequena cozinha e lógico, um espaço para uma moto. Sair por aí sem destino, curtindo a vida.
Com o tempo, tive acesso mais detalhado as BMWs, principalmente as GS 1200 largamente utilizadas em longas expedições pelo mundo a fora e esse se tornou meu mais recente sonho.
Já combinamos, eu e aquele meu vizinho, o tarado por motos citado no início desse texto, que no máximo quando nos aposentarmos vamos cada um comprar uma e realizar mais esse sonho. Falta pouco, MUITO POUCO!
terça-feira, 16 de novembro de 2010
EXPERTEZA x ESPERTEZA x INTELIGÊNCIA
Prezados,
Como outros postados aqui, esse veio pela internet e é um texto que resume o que discutimos nos últimos meses enquanto decidíamos em quem votar.
Ele é simples e direto, não tem aquelas entrelinhas que estamos acostumados a ouvir nos discursos dos candidatos a cargos eletivos. Ele mostra que para que as ações tenham um resultado descente, não é necessário grandes invenções. Muito menos a criação de novos impostos, taxas ou afins. E o que é melhor, o bom resultado independe de religião, partido, sistema de governo, time de futebol, escola de samba, etc.
Tenham uma boa leitura quem sabe daqui a quatro anos estejamos mais maduros.
Investigações demonstram que a diferença entre os países pobres e os ricos não está na idade. Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que têm mais de 2.000 anos e ainda são muito pobres. Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que apenas 150 anos atrás eram desconhecidos, hoje são países desenvolvidos e ricos
A diferença entre países pobres e ricos tampouco está nos recursos
naturais disponíveis. O Japão possui um território limitado, 80% montanhoso portanto inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. Este país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o mundo e exportando produtos manufaturados.
Outro exemplo é a Suíça, que não produz cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, produz lacticínios da melhor qualidade. É um país pequeno que oferece uma imagem de segurança, ordem e trabalho, transformando-o no caixa-forte do mundo.
Executivos de países ricos que se relacionam com países pobres evidenciam que não existe diferença intelectual realmente significativa. A raça, a cor da pele tampouco é importante: imigrantes qualificados como preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos
Onde está, então, a diferença?
A diferença é a atitude das pessoas, moldada no decorrer dos anos pela educação e pela cultura.
Ao analisar a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:
A ética, como princípio básico.
A integridade.
A responsabilidade.
O respeito às leis.
O respeito pelos direitos dos demais cidadãos.
O amor pelo trabalho.
O esforço para economizar e investir.
O desejo de superar.
A pontualidade.
Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária. No nosso caso, não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco (muito pelo contrário, o Brasil é o país mais rico em recursos naturais do planeta). Somos pobres porque nos falta atitude. Falta-nos vontade para cumprir e assumir esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.
SOMOS ASSIM POR QUERER LEVAR VANTAGEM SOBRE TUDO e TODOS
SOMOS ASSIM POR VER ALGO QUE ESTÁ MAL e DIZER: “DEIXA COMO ESTÁ”
Devemos ter atitude e memória viva, só assim mudaremos nosso país.
Se você faz pare da minoria, provavelmente é uma dessas pessoas que faz a diferença e luta para mudar nossa sociedade corrupta e sem princípios. Mas apenas isso não basta, não esqueça que ainda existem muitos necessitando entender que a falta de princípios é a raiz da miséria.
Mas se você não fizer parte dessa minoria, reflita sobre isto e tente mudar. Sabemos que é difícil, não é para qualquer um, mas tente, quem sabe você não consegue. MUDE!!!
Os pensamentos geram atitudes.
Atitudes geram hábitos.
Hábitos geram um estilo de vida.
Estilo de vida é o reflexo do caráter.
O caráter de um povo é o reflexo daquilo que ele pensa.
E seus representantes no governo, por isto, não pensam diferente.
Nós somos o que pensamos e não o que pensamos que somos.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O FUTEBOL DE PIRATAS
Há muito tenho ouvido, lido, etc. a cerca da qualidade do futebol brasileiro. Ao mesmo tempo em que assisto a quase todas as partidas do Mais Querido, a tecnologia me permite ver jogos de outros times. Mas sinceramente nenhum deles tem sido atrativo ao ponto de me fazer despender algumas horas nessa tarefa.
O que tenho visto não me agrada nem um pouquinho. Parece que os jogadores do Flamengo fazem tudo durante a semana, menos treinar. A quantidade absurda de bolas perdidas, mal dominadas, gols levados bisonhamente, faltas cometidas desnecessariamente, gols perdidos entre outras sandices é absurda ao ponto de, com certa freqüência, me questionar se não tenho nada melhor para fazer.
Apenas uma coisa me faz assistir a essas verdadeiras batalhas; meu amor pelo Flamengo. Por causa desse sentimento inexplicavelmente inabalável ainda fico na frente da televisão vendo uma partida de “futebol”. Torço, vibro a cada raro gol feito e praguejo e grito palavrões a cada um levado. Não há nenhum outro motivo, racional ou não, que explique essa minha perda de tempo.
A insensatez aumenta quando me vejo em uma imensa fila para a compra de ingressos e, dias depois me deslocar desconfortavelmente em um ônibus a fim de, por volta das vinte horas estar mal sentado em uma cadeira imunda aguardando ansioso uma pelada que terá início duas horas depois. E, como se não bastasse, retornar ao lar por um trajeto desprovido de segurança e chegar em casa faltando apenas umas quatro horas para acordar e ir para o trabalho.
Meus sentimentos me habilitam como um dos mais fervorosos membros da Nação e como tal, não posso deixar de estar presente, física ou mentalmente.
Mas confesso, vem sendo cada vez mais árdua essa tarefa e a cada jogo tento desvendar qual seria a verdadeira causa da decadência de nosso futebol.
Nas resenhas ao fim de cada rodada procuro, vislumbrar, nos melhores momentos de cada jogo, alguma jogada brilhante, algum gol exuberante ou algo que faça despertar em mim um simples sorriso.
E nada. O que vejo são chutões, botinadas, gols perdidos, passes errados, faltas violentas, treinadores mal educados, árbitros e bandeirinhas sem competência, torcidas violentas, etc.
Uma ou outra “jogadinha” medíocre (no real sentido da palavra) acontece. Mais como “forçação” de barra dos novos jornalistas esportivos, tentando vender um produto há muito ultrapassado, do que pela técnica daqueles que deveriam ser os primeiros interessados em manter o mínimo de qualidade do há muito violento esporte bretão.
O nível de exigência dos que “admiram” o esporte está caindo vertiginosamente transformando peladeiros como Klebers, Mirandas, Carlos Albertos, Dentinhos, etc. em craques quando na visão de quem teve a oportunidade de conhecer o Verdadeiro Futebol Brasileiro, não passam de jogadores medianos.
A busca quase que solitária pela resposta me faz divagar pelos tempos de outrora quando assistia desfilar no agradecido gramado dos estádios o belo melhor time de todos os tempos do Flamengo nos anos oitenta. Mas não era só ele. Anos antes não era difícil me pegar em frente à televisão ou nos estádios para assistir aos jogos do botafogo dos anos sessenta, o fluminense dos anos setenta, o internacional e o cruzeiro da mesma década, etc.
Não me envergonho em afirmar que, mesmo sendo considerado nostálgico, essas oportunidades permitiam ver desenhar com a bola nos pés jogadores do quilate de Rivelino, Paulo Cesar Caju, Tostão, Gerson, Pelé, Domingos da Guia, Falcão, Paulo Cesar Carpegianni, Geraldo, Junior, Leandro, Mozer, Aldair, Julio Cezar (Urigueler) Andrade, Adílio, Lico, Sócrates e o mais importante deles todos, o estupendo Zico. Não podemos esquecer os poucos, mas excelentes jogadores estrangeiros de qualidade semelhante.
A história é testemunha de outras centenas de craques que infelizmente não tive oportunidade de ver, mas que a mídia inteligente tenta nos fazer conhecer. Obrigado!
No penúltimo Campeonato Brasileiro tivemos um jogador estrangeiro eleito o melhor do certame: Carlito Teves pelo corinthians e hoje temos como virtual craque, o também argentino Conca pelo fluminense seguido de perto pelo cruzeirense Montillo. E aceitamos isso como normal quando na realidade é um tremendo absurdo.
Aparecem e somem promessas de craques pelos quatro cantos do país, nas mãos criminosas de “agentes”, “empresários” e afins. Outros nem isso, pois são relevados em prol de meninos de menor técnica, mas que conseguem sobreviver exatamente por terem inescrupulosos “agentes”, “empresários” e afins. E são exatamente esses gananciosos “agentes”, “empresários” e afins que os vendem em tenra idade para o exterior onde, a fim de se adaptar, perdem o pouco da técnica que possuem.
Sim meus poucos leitores, o futebol está acabando. O Futebol Brasileiro está acabando. Isso está acontecendo ali, na nossa cara, no que resta dos campos de várzea e ninguém está fazendo nada para evitar.
Ninguém não! Há poucos meses ressurgiu uma pessoa sem interesses que com uma proposta simples e conhecida de todos tentou relembrar a tão conhecida e esquecida frase “Craque o Flamengo Faz em Casa”.
Mas não foi feliz. As forças “pensantes” incrustadas como parasitas nas dependências da Gávea venceram mais uma vez. Foram covardes, cruéis a extremo e em uma jogada insana, irresponsável e BURRA e, contra os desejos de quase totalidade da Nação, conseguiram chutar para fora O MAIS IMPORTANTE E QUERIDO PERSONAGEM DE NOSSA HISTÓRIA.
Mas a recém empossada diretoria do clube PRETENDE, APARENTEMENTE, por em prática o desejo da Nação. E, repetindo administrações anteriores, com mais uma Campanha do Tijolinho PARECE que vai, finalmente, construir o tão sonhado CT.
Pretende, Aparentemente e parece, são palavras que tem acompanhado bem de perto as últimas sei lá quantas administrações passadas que falam, prometem e na hora do “vamo vê”, nada.
E assim caminha o Futebol Brasileiro, passos curtos de pernas de pau.
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