As coisas vão acontecendo, muitas chegam às primeiras páginas dos jornais e capas de revistas em forma de manchete. As pessoas se revoltam ou se comovem. Poucas se dispõem a fazer algo efetivo e com o passar dos dias a manchete vira notícia, depois uma nota até virar uma vaga lembrança em nossas cabeças sem memória.
Reparem que em todos os seguimentos da sociedade há uma situação nebulosa, sem explicação plausível. Não importa o nível socioeconômico. Os problemas vão desde a falsificação de CDs, DVDs e cigarros até os grandes roubos políticos ou coorporativos; sem deixar de passar pela saúde, ou pelo esporte.
E são tratados como poeira ao serem varridos para debaixo dos tapetes do esquecimento a cada fala de amigos, correligionários ou advogados de defesa.
E mais uma vez, para mim, fica a sensação de termos perdido uma ótima oportunidade de fazermos a diferença. Mais uma das muitas oportunidades que surgem devido a irresponsabilidade daqueles que se julgam acima de tudo e de todos.
É nessas horas que me pego pensando em como poderíamos ter uma existência melhor, mais consistente. E no meio de um emaranhado de idéias e pensamentos inicio um exercício para tentar decifrar o que seria o meu mundo ideal.
Uma das primeiras coisas que penso é que esse mundo não teria muito a ver como que desejou John Lennon em sua linda, mas utópica Imagine.
Essa história de não existir países, religião, posses, etc. soa demagogia, portanto impossível para mim. Mas não existir pessoas passando necessidades e fome ou menos ganância e mais respeito entre nós é bem possível.
Tenho certeza de que não sou o único que perde tempo pensando nisso.
Perde tempo? Você vai perguntar.
Sim, perdemos tempo sim; afinal são infinitas as variáveis que influenciariam na conquista desse mundo ideal.
A começar pelas diferenças por que o meu mundo ideal pode não ter nada a ver com o seu e com certeza não tem nada a ver com o que seria o mundo ideal para os políticos.
Não dizem que a unanimidade é burra?
Outra variável seria o fato de desejarmos, mas não fazermos nada para que ele se torne realidade. Nem mesmo pequenas ações que em conjunto com outras transformariam nosso mundo em algo melhor, mesmo que ainda não fosse o ideal.
Afinal, o ótimo é inimigo do bom.
Algumas situações, se vistas por seres de outro planeta, os deixariam em dúvida com relação a existência de vida inteligente na Terra.
O que dizer daqueles que não catam o cocô que seus cães deixam nas calçadas que eles mesmos ou seus familiares transitam diariamente?
E dos ditos profissionais que passam o dia todo na rua em seus veículos, taxis, ônibus, vans, caminhões, etc. que fecham os cruzamentos que transitam todos os dias?
Isso me deixa impressionado. E olha que não sou de outro planeta. Acho.
Não podemos deixar de citar as diversas advertências que nos atingem, como um pé na bunda tentando nos levar adiante, todos os dias através dos diversos meios de comunicação.
Não desmatem!
Não poluam!
Não fumem!
Não desperdicem!
Reciclem!
Economizem!
Compartilhem!
Em resumo, usem aquilo que têm dentro de suas cacholas! Aquela massa cinzenta que existe ali não foi feita apenas para calcular o troco de uma compra de shopping, o lucro de uma transação, ou a forma de se dar bem em uma situação. Ela foi feita para algo maior e se você não consegue vislumbrar esse poder está na hora de rever algumas coisas.
Que tal rever conceitos? Ainda há tempo!
O simples fato de não jogar o lixo na rua, mesmo que um simples papel de bala, já seria uma ajuda.
Alguns poucos já estão tendo consciência e efetivamente fazem algo positivo. Outros muitos, disfarçados, se aproveitam dessas bandeiras e agem em proveito próprio. São os piores. São empresas com seus programas de Responsabilidade Social implementados visando apenas diminuir sua carga tributária, ou pessoas físicas que administram instituições e/ou ONGs fazendo-as de fachadas para negócios escusos.
Essas são as causas de estarmos perdendo tempo ao vislumbrarmos um mundo melhor.
As vezes me sinto um privilegiado por poder perceber essas coisas e com isso cobrar de mim e de meus filhos ações que podem ajudar a transformar nosso mundinho.
Mas essa consciência me aborrece ao deparar com aqueles que agem só pensando em si e mais ninguém. Esses acabam prejudicando a si mesmos ou seus descendentes sem perceber. E dessa forma, sendo menos inteligentes eles têm uma existência mais tranqüila, por não se importarem com problemas que não dizem respeito a seu bolso ou sua estética.
As vezes me pergunto se não seria melhor ser egoísta e ignorante e direcionar minha responsabilidade apenas para não perder a hora das festas, baladas, cervejas, churrascos, etc. Sim talvez eu fosse mais feliz, talvez tivesse mais “amigos”, mais grana, mais popularidade.
Mas algo mais forte insiste em manter viva essa parte de minha consciência.
Que bela merda!
E assim sigo minha vida com minhas cobranças internas, mas também bebendo algumas cervejas, whisky, vodka cachaças, saquê e vinhos, degustando uma boa comida, fazendo algumas viagens e conquistando meus objetivos.
Meu mundo ideal não seria muito diferente deste que vivemos, não seria sem chuvas ou trovoadas.
Continuaríamos com diferenças sociais, culturais e econômicas, mas com certeza não teríamos gente se matando por torcer por um time diferente ou escorrendo pelas encostas dos morros a cada chuva mais forte.
Nossas posses não teriam limites desde que obtidas licitamente, sendo fruto do trabalho realizado.
Esse trabalho seria dignamente remunerado. Mas conservando-se as diferenças devido ao esforço despendido por cada um de nós para obtê-lo.
Teríamos ladrões, bandidos e afins, mas seriam presos quando descobertos e quando na cadeia, não ficariam comendo e dormindo ocupando a mente com coisas sem valor. Eles produziriam durante as oito horas diárias como nós fazemos todos os dias e seriam remunerados por isso.
Haveria hospitais o suficiente para os necessitados. Esses seriam poucos, pois as ações de prevenção seriam uma realidade.
O controle de natalidade aconteceria naturalmente devido ao conhecimento mínimo e consciência de toda a população do planeta por saber que controle da natalidade não significa controle de sexo como muitos pensam.
“Muitos? Como assim?”
Sim se você acha que isso é sabido por muitos, está enganado. Você e os outros que sabem disso somam apenas 6% da população deste país. O percentual pode aumentar um pouco se considerarmos o mundo, mas muito pouco.
Ficou surpreso? Talvez você esteja passando muito tempo na internet inutilmente. Que tal ler um livro? Mesmo que virtual
Se nesse assunto (sexo) que talvez seja a única unanimidade no mundo (quem não gosta? Independente de OPÇÃO sexual.), poucas pessoas têm o real conhecimento, imagina se falarmos de política, esporte, ecologia, ética, civilidade, educação, etc.
Como tenho poucos leitores creio que todos entenderam o que quis dizer. Até por que são leitores.
Os impostos continuariam sendo uma realidade assim como passaria a ser o seu correto destino.
Também existiriam políticos, mas gastariam seu tempo fazendo aquilo para o qual realmente foram eleitos. E seriam presos quando descobertos em suas falcatruas. E se presos, como presos viveriam, sem distinção.
Como hoje, haveria diferentes regimes políticos, mas seriam respeitados por que seguiriam seu principal discurso de existirem do povo, para o povo e pelo povo.
As ações pró-ecológicas seriam necessárias, mas não seriam baseadas em “xiitismos” como se aventurar em barcos minúsculos contra imensos navios de pesca clandestina, pois isso não leva a nada.
As religiões, extremamente necessárias, seriam ... religião.
No meu mundo ideal a ética, a ordem e a civilidade seriam o tripé de sustentação da civilização.
Alguns acham que isso seria muito difícil de se conseguir, eu concordo, até porque do jeito como as coisas andam é possível que não escapemos, mas não consigo achar que é impossível.
Não acho que estamos totalmente perdidos ou que o fim do mundo é uma questão de tempo. Até porque há uma parcela da população fazendo alguma coisa. Pequena parcela eu sei, mas já é uma realidade.
Não são aqueles que ladram aos quatro ventos palavras de ordem em prol do “ecologicosocioeconomicapoliticamentecorreto” e nada fazem. Esses estão apenas em busca de votos, benesses, isenções e outros interesses escusos.
Estou falando dos cientistas que correm contra o tempo na busca de alternativas menos contundentes ao ecossistema. Ou daqueles que realmente fazem coleta seletiva do lixo ou não sujam as ruas e se comportam como gente ao freqüentá-las.
São aqueles que ao menos cumprimentam uns aos outros ou pedem licença para passar.
Usar o “por favor” deveria ser obrigatório. Obrigatório? Não, caro leitor, deveria ser usual.
Atitudes simples que possuem o poder de mudar uma situação. Um simples, mas sincero, sorriso, ou um obrigado promovem milagres.
Se você na faz, tente, vai se surpreender com o resultado. E custa barato.
Algumas pessoas ainda se assustam ao ouvir um “Bom dia!”. As vezes engasgam ou emitem sons incompreensíveis ao tentar retribuir.
Outro dia me contaram que um motorista bateu de propósito (de leve) no carro da frente pelo simples fato de este ter parado, mesmo com o sinal verde, pois se continuasse iria parar sobre a faixa de pedestres.
Os valores estão mudando não há mais respeito entre os seres, não há mais respeito com as intimidades mesmo com o desfraldar de bandeiras contra a homofobia, contra a pedofilia, contra as irresponsabilidades, etc.
E o incentivo a essas mudança é latente ao vermos os meios de comunicação fazem apologia ao homossexualismo (até na novela das sete tem um), ao banditismo, ao sexo acima de tudo e ensinando as pessoas a enganarem umas as outras.
Nem tudo que vemos por aí é natural. Algumas coisas são anomalias, defeitos genéticos, uma forma de protesto, ou até mesmo uma bela de uma sacanagem. Mas algumas são opções e como tais devem ser aceitas e respeitadas, mas não devem ser obrigatórias; devem permanecer opcionais.
Artificiais estamos nos tornando a cada batalha “vencida” na guerra pela “beleza”, “perfeição” e “vida” eterna. Os seios, as bundas e demais partes de nossos corpos feitos de silicone são o início de nossa viagem, sem volta, ao improvável.
Estamos brincando de Deus faz tempo e está ficando cada vez mais chato descer para o play.
Deve ser por isso que perde-se tempo precioso em conversas pela internet e nesse ambiente as pessoas não se auto-respeitam. Nesses contatos abrem-se as páginas das vidas indiscriminadamente. Oferecem-se imagens animadas ou não sem critério. Expõe-se segredos, intimidades, desejos e opiniões a exmo. Com isso “conquistamos amigos e mais amigos muitos dos quais nunca veremos, nunca tocaremos, nunca olharemos olhos nos olhos, nunca veremos um sorriso.
Nas ruas, onde isso ainda é possível, não nos toleramos. Discutimos por um simples esbarrão ou aceno de cabeça. Nos escondemos atrás dos vidros pretos. Na rua os beijos são roubados a força o que mostra a cada vez maior incapacidade de diálogo.
Na rua não nos consideramos semelhantes, não nos respeitamos, falta-nos paciência.
Ou somos amigos virtuais ou somos inimigos mortais.
Pois é, algo está errado. Diziam isso da minha geração e das anteriores. Diziam que estávamos perdidos, mas a maioria mesmo que fora de si se respeitava. Paz e Amor era o slogan, o problema era a alienação.
Reclamamos das gerações que estão chegando, sempre foi assim e provavelmente sempre será, mas agora estamos lhes dando muita liberdade e pouco exemplo, pouca civilidade. E por isso vemos que as pessoas estão se distanciando. A evolução as está afastando. Se permanecer dessa forma não nos reproduziremos em número suficiente e não é esse o mundo que imagino ser o ideal.
Veja o clip abaixo, segundo informaram trata-se de uma música do Michael Jackson que não deixaram divulgar por motivos óbvios.
Até o próximo e que seja breve.
Sim, o clipe é um recado e tanto, mas eu já tinha visto, inclusive no youtube.
ResponderExcluirLinda iniciativa de colocá-lo aqui. Um beijo.
Josi,
ResponderExcluirObrigado pela informação e elogio. Realmente o clip é muito bom e ilustrativo espero que faça algum efeito.
Beijo