UMA PARTE DA JUVENTUDE, FUTURO E LEGADO

 

Criada nos Estados Unidos em 1969, sob o nome de Arpanet, com a função interligar laboratórios de pesquisa.

Eram anos tensos quando pairava no ar as possíveis consequências de uma interminável Guerra Fria entre os países chamados de Ocidentais, “liderados! pelos Estados Unidos da América e os Orientais “liderados” pela então União das Repúblicas Socialistas soviéticas. E a Arpanet passou a ser uma enorme aliada nas comunicações entre as forças militares, cientistas e membros da cúpula gestora dos Ocidentais.

Em 1982 deixou de ser de uso exclusivo dos americanos e dominou parte do mundo, passando a se chamar Internet, mas seu uso ainda era restrito aos meios acadêmico, científico e militar. Foi só em 1992 que seu leque de usuários começou a se multiplicar.

De lá até hoje somos mais de 4 bilhões de usuários espalhados pelo mundo quase 200 milhões só no Brasil.

Somos usuários de todas as idades, mas não é errado afirmar que os jovens tiram da Internet melhor proveito, não só pela velocidade de acesso como conteúdo oferecido, mas muito devido a sua facilidade em se adaptar a tecnologia que lhes permite executar várias tarefas ao mesmo tempo.

Não é raro ver pessoas de mais idade muito bem adaptadas, mas a maioria ainda claudica ao adentrar o ambiente virtual. Inclui-se nesse rol pessoas com menos conhecimento e consequentes dificuldades de acesso a esse mundo cada vez mais abrangente e ao mesmo tempo restritivo.

E convenhamos, os que fazem as atualizações de softwares e hardwares acham que só existem eles no mundo e não se preocupam com os menos favorecidos tecnologicamente. As versões cada vez mais se multiplicam com tantos recursos e opções que alijam de maneira definitiva aqueles que viveram a história ao vivo e a cores e não através de uma tela multicolorida de um smatphone, como fazem os jovens de hoje.

Não estou condenando o avanço tecnológico, isso seria uma idiotice, mas ainda existem pessoas com bastante conteúdo histórico e cultural, além de energia suficiente que deixam de usufruir de um simples editor de texto, um editor de tabela, ou uma plataforma de streaming pelo simples fato de não saber transitar no sistema operacional de um computador, tablet ou celular.

Conheço pessoas vividas, viajadas, cultas e inteligentes, com muito a ensinar ou mostrar que desistiram devido a essa dificuldade. Com isso limitam-se a televisão tradicional e emburrecem, pois não criam, não se comunicam e com isso são deixadas de lado pelos seus em um quarto qualquer da casa.

A cada nova versão de um sistema operacional eu pergunto: Qual a dificuldade de incluir na versão mais nova uma opção para que os idosos possam sobreviver nesse mundo virtual fazendo o básico?

Mas os jovens que produzem as versões são os mesmos que adoram expor seu pensamento inclusivo das diversas classes de seres humanos que eles criam, mas excluem vergonhosamente a classe que deveria ser a mais respeitada. Aquela que deu os primeiros passos para que as coisas sejam tecnologicamente como são, eles adoram e não vivem sem.

Sim, grande parte da vida de um jovem passa por uma touchscreen. Se sentem satisfeitos com as informações colhidas na Internet ao ponto de nem considerar os relatos de quem viveu na carne os fatos. Prendem-se a narrativas criadas por quem não viveu os fatos e as multiplicam sem dó nem piedade influenciando a outros incautos.

Neste método, muitas mentiras foram repetidas tantas vezes que acabaram se tornando verdade na cabeça dessa molecada.

Eles vivem a vida através de suas telas multicoloridas. Viajam, vão à praia, fazem churrascos, têm seus momentos de lazer, mas estes são ínfimos em relação ao tempo que ficam com a cara grudada em uma tela trabalhando, se comunicando, vendo filmes, jogando e até fazendo sexo.

Juventude que pouco conhece a realidade de alguns fatos, porque onde estudaram e deveriam ter ouvido e aprendido as verdades e a pluralidade de ideias para, depois do aprendizado, escolher livremente qual caminho seguir; teve sua mente destruída por um método criado justamente para não permitir tal liberdade.

Eles acham que sabem de tudo apenas porque o que não sabem está há segundos de um digitar no teclado de qualquer hardware.

Mas a culpa é toda nossa!

Demos-lhes muita liberdade, chamamos nossos filhos de amigos, tiramos seus limites e com isso perdemos respeito.

Não conseguimos mais fazê-los ver que vivemos em um mundo tecnologicamente avançado, mas habitado por muitas pessoas sem escrúpulos, sem caráter e nada interessadas no bem estar das pessoas, que eles tanto defendem.

Sim, a culpa é nossa, não há dúvida e estamos tentando reverter tentando fazê-los ver, DEMOCRATICAMENTE, como SEMPRE fizemos, mostrando fatos e verdades.

Mas o serviço feito pelos c😠munist💩s foi tão bem feito que nossos jovens viram-se contra nós, seus pais, tios e avós, MUITOS DOS QUE VIVERAM NA PELE OS FATOS, que os ama INCONDICIONALMENTE e com certeza tudo o que queremos é o seu bem; o melhor.

Só porque possuem acesso a inúmeras informações ao teclar de meia dúzia de botões, imaginam que apenas isto é o suficiente.

Não meus caros isso não basta!

É preciso saber ler e principalmente saber interpretar o que foi lido, compará-lo com informações contrárias, ter discernimento para entender qual é a verdade e assim trilhar caminhos baseados nesta verdade. Saber diferenciar entre a verdade dos fatos e a verdade construída por meia dúzia cuja intenção é justamente esconder os fatos contra os quais não há argumentos.

Nada mais nada menos do que a famigerada guerra de narrativas.

Mas seria incoerente esperar isso que deveria ser ato contínuo na vida desses jovens se por décadas seu conhecimento foi construído sobre alicerces duvidosos.

Tiram suas dúvidas nas redes, lendo, vendo e ouvindo a opinião dos mesmos que os ensinaram ou seus pares indicados.

Nas raras vezes em que tentam conversar não aceitam o contra ponto mesmo que você tenha vivido os fatos. Eles não querem aprender com você, pensam que só porque você não baseia suas opiniões nas mesmas fontes que eles você não sabe de quase nada.

Não que eu não entenda a natural rebeldia dos adolescentes. Ao contrário, não esqueço que fui um deles. Lembro muito bem de minhas diferenças com meus pais, mas também não esqueço como respeitava suas opiniões não só pelo respeito que devia aos mais velhos como por saber que eram parte da história viva e que eu devia aproveitar o fato de ter pais, tios e tias de vasta cultura e principalmente vivência dos fatos.

Riem quando mencionamos nossas brincadeiras, nossos brinquedos feitos em casa tais como pipas, peões, bolas de gude etc.

Se citamos um carrinho de rolimã, eles vão buscar na internet o esquema de como fazer e vão encontrar ferramentas e materiais de última geração para utilizar ou até comprar um pronto na internet. Mas dificilmente vão ter o prazer de juntar os amigos, percorrer as oficinas mecânicas do bairro atrás das escassas rolimãs como se de ouro fossem. Catar caixotes de feira e implorar pedaços de madeira nas serrarias próximas. Carregar tudo em nossas bicicletas até chegar a nosso reduto de brincadeiras. Pegar escondido os pregos, parafusos, arruelas, porcas e ferramentas do ciumento pai que as guardava como tesouro. Escolher e serrar as peças de madeira mais resistentes para os eixos, afinar suas pontas para que coubessem no furo das rolimãs e martelar as cunhas de restos de madeira para fixa-las, depois pregar o eixo traseiro no assento.

Martelar o cabo da chave de fenda para fazer o furo que com um grande e grosso parafuso, duas arruelas e uma porca proporcionariam o giro do eixo da frente para controlar a direção do bólido. Não quebrar o cabo da chave de fenda era uma ciência que determinava o tamanho da bronca que levaríamos de nosso pai por ter pegado suas preciosas ferramentas e acessórios. A martelada em um dos dedos (polegar ou indicador) era praxe e alvo do sarcasmo dos amigos que, dependendo da intensidade seria motivo de uma boa briga. Lembrar a ausência do freio após perder a tampa do dedão do pé era regra. O freio era um pé de sandálias Havaianas velha ou pedaço de pneu pregado no eixo dianteiro ou ainda, em uma versão mais rudimentar uma simples alavanca de madeira pregada na lateral do carrinho. Itens cuja tecnologia da época não lhes proporcionava vida útil suficiente que durasse dois ou três acidentes.

Não meus caros não é só saudosismo, mas também saber reconhecer que a maioria de nossas brincadeiras era um evento no nosso sagrado território. Algumas eram mais prazerosas de preparar do que brincar. Desde comer uma banana em duas bocadas a fim de obter a casca para, junto com as meninas, brincar de amarelinha até a confecção de um tabuleiro de teleco-teco, passando pelo ato de cavar as búlicas para o jogo de bolinhas de gude ou se esconder do porteiro a fim de “roubar” as espadas de São Jorge dos jardins do prédio que seriam o objeto de desejo do barulhento Pique Bandeira. O golzinho da pelada feito de duas Havaianas e a corda que esticávamos entre os postes para o vôlei da tarde.

E após a escola e feito o dever de casa, passávamos incontáveis e memoráveis tardes com os amigos rindo, correndo, brigando, brincando até escurecer. Televisão, nem pensar. Ninguém queria ficar enfurnado em casa. Quando havia um evento de família que nos abrigava a abandonar os amigos era uma guerra dentro de casa.

Fico imaginando se inventassem uma quarentena naquela época. Se os pais de hoje já não aguentam os filhos em casa, os de ontem iam gastar vários cintos e chinelos em nossas pernas, com certeza. Mas podem ficar certos que não iam perder a moral.

Quando já crescidos, os amigos eram companhia constante. Para à praia, peladas (futebol, vôlei...), o chope, a boate ou quando íamos ao barzinho para conhecer a amiga da nova namorada do amigo. Passávamos o dia ou o fim de semana na casa deles; seja na cidade ou em cidades vizinhas, mas estávamos sempre juntos.

A proximidade de feriados eram dias de pura ansiedade, pois sabíamos que no Rio não íamos ficar, havia sempre um a juntar amigos em seus sítios no interior ou casas de praia.

Hoje não; se comunicam pelas redes sociais... triste!

Alguns são imediatistas que acham que a vida sempre passou por smartphones, entregue em aplicativos de delivery da vida e chegam a desdenhar as gerações anteriores.

Criticam as ações dos antigos que hoje governam o país, mas não apresentam uma solução para os problemas.

Outros dizem que querem chocar o mundo e para isso se comportam e se vestem como seres tirados dos quadrinhos de terror tentando impor novos costumes, pintando seus cabelos com cores incomuns. Direito deles é claro, mas não nos obrigue a achar bonito.

Entre estes há os radicais que mantém relações escatológicas entre si ou com itens e imagens religiosas de outrem, ou ainda fotos de oponentes. Em vez de tentar mudar a história pelos caminhos legais, com argumentos que, pelos seus atos e ataques nas redes sociais, parece não ter.

 

Sabemos, como eles, que há problemas sérios a serem resolvidos urgentemente, assim como temos certeza que a ordem, o emprego e acesso a infraestrutura básica são parte significativa da solução. Assim como não há dúvidas de que o ser humano é um só, independente de raça, religião, opção sexual, ideologia etc. e que este ser humano precisa, e ainda não tem, de um mínimo decente para viver com dignidade como eles também desejam.

Mas eles usam a proteção de minorias que dizem sofrer com atos classificados em termos que criam, deturpando ou invertendo a ordem natural das coisas, apenas para se manterem vivos nos guetos que criam, cujo critério para isto são likes e seguidores nas redes sociais. E deixam de lado aqueles, também de minorias, com os mesmos problemas, mas que não concordam com seus métodos.

Contestam a biologia ao criar gêneros diversos, mas exigem a ciência como argumento para aquilo que não querem aceitar ao mesmo tempo em que a renegam ao aceitar aquilo que entendem como salvação, como por exemplo, as vacinas ainda mal testadas nesta pandemia.

São tão toscos que defendem o aborto e não conseguem enxergar que se este ato já fosse legalizado eles poderiam não estar fazendo essa defesa.

Quanta incoerência! Ou seria ignorância?

Claro que em tudo há exceções, sempre há, mas elas não podem se tornar regra apenas porque uma minoria mal educada, chata e barulhenta quer. Há trâmites previstos na lei para isso. Cumpram-nas, tornem-se maioria e vençam os respectivos pleitos democraticamente.

Eles não conseguem enxergar que ao tentar chocar a nós, a maioria, apenas porque não aceitam nosso modo de vida, não conseguirão atingir seu objetivo e não trará benefício nenhum para a humanidade, apenas belicosidade.

Portanto, de que adianta tanto esforço?

Por que não fazer como fizeram Galileu Galilei, Albert Einstein, George Orwell, Olavo de Carvalho entre outros que ao chocar o mundo trouxeram algo positivo para todos nós?

Mas não...

E os negacionistas somos nós, velhos que vivemos a história ao vivo e à cores e não no YouTube ou em um cenário de videogame.

Hoje já se nota sem muito esforço que o nível de inteligência dessa geração está involuindo em relação aos seus genitores (nossa geração) o que confirma que erramos em algum momento. Normal, todos erram, não há perfeição no ser humano, mas será que erramos tanto assim?

Parece que sim...

Mas vejo pais tentando recuperar esse erro, muitos em vão. Eles não nos ouvem, mesmo com diálogo e tantos argumentos claros e irrefutáveis.

Diante disso, já que pelo andar claudicante da carruagem parece que não há conserto, qual será seu futuro?

E pior:

Qual será o seu legado?