Pois é,
Já se passaram dois anos e cá estou no início dos
preparativos para mais uma aventura. É uma sensação muito boa saber que não é
apenas um desejo e sim o início de sua concretização.
Já ouvi muitos dizerem que:
“A vontade de realizar é meio caminho para que se realize,
a dúvida não impede acontecer, mas dificulta e a negativa é meio caminho para
não dar certo.”
Dando muita importância ao poder da mente sobre
nossas vontades e desejos.
Acredito nessa força, até porque já aconteceu
comigo, mas como bom capricorniano racional e pragmático, não consigo apostar
todas as minhas fichas neste poder. Entendo que a maneira como conduzimos nossa
existência deveria ser mais relevante do que o chamado poder da mente.
Contudo, não é assim que a coisa funciona e
infelizmente vemos pessoas sem caráter e/ou afins com melhores resultados do
que aqueles que fazem da lei e ordem o norte de suas ações.
Paciência, é assim desde que o homem deixou de
andar de quatro. O mais forte sempre venceu e vencerá, independente de qualquer
coisa.
Essa é, talvez, a primeira lei da sobrevivência.
Claro que há exceções e exatamente por serem
exceções devem ser tratadas como tais (está certo isso Arnaldo?). Não devem ser computadas nos números
origem dos indicadores da vida.
E como meus desejos de justiça não valem
“porranenhuma” vamos voltar ao assunto principal que é mais leve, portanto,
mais agradável.
Sim meus escassos, porém fieis leitores, estou em
processo de planejamento de minha mais nova aventura ou minha nova viagem de
moto por terras “brasilis” e/ou não outras.
Como em todo Projeto, as restrições existem e estou
trabalhando todas elas da melhor maneira possível.
1ª Restrição – Não sei se por ser descendente de
europeus ou algum defeito genético, tenho muita dificuldade com o clima,
principalmente o calor.
Nasci na Cidade Maravilhosa e durante a infância,
adolescência, juventude e fase seguinte a esta (que não sei o nome, mas tenho
certeza absoluta que não é velhice) fui frequentador assíduo das diversas
praias que ornam nosso inigualável e imenso litoral. Do Amapá ao Chuí poucas
são as boas praias que não conheço. Porém, o calor dos verões sempre foi um
problema.
Nem todos sabem que qualquer aventura sobre duas
rodas necessita de precauções. Usar equipamentos de proteção é uma necessidade
e quem não os usa arrisca a vida. São luvas, capacetes, casacos, calças, botas,
protetores de joelhos e cotovelos, etc. que depois de acomodados sobre o corpo
fazem você se sentir como uma pizza em pleno processo de cozimento.
Sendo assim,
não há como isso não influenciar no Projeto e fazer com que eu escolha lugares
onde o clima me seja favorável. E não há outra região que atenda a essas
premissas a não ser a Sul.
Sendo assim, vou repetir. E é na direção sul que
vou e não há quem me faça mudar.
2ª Restrição – A vontade é de terminar esse
planejamento, juntar as coisas, subir na moto e sumir estradas a dentro e se
possível, não mais voltar. Contudo, por motivos profissionais não tem como ser
no primeiro semestre. Mudei de contrato no início de setembro e só posso
agendar férias a partir deste mês.
3ª Restrição – Considerando as lições aprendidas na
viagem anterior, setembro não seria o ideal. Desde que saí de são Paulo até
chegar a Santa Catarina, só peguei chuva. Foram alguns dias em que só não
estive molhado quando nos hotéis ou fazendo as refeições. Em alguns momentos
enfrentei chuvas torrenciais pilotando em estradas péssimas. Principalmente
quando na serra do Paraná ainda indo para Curitiba e no trecho entre Foz do
Iguaçu e Lages, SC. Um absurdo. Mas sobrevivi e isso não me tirou o gosto por
aventuras em duas rodas.
Poderia, então, adiar a partida em um mês, mas isso
iria contra as duas primeiras restrições. Não seria interessante.
4ª Restrição – Consequência da primeira, por ter
decidido ir para o sul, a atratividade seria restrita por já ter visitado os ditos
melhores lugares há dois anos, não havendo muitas novas opções. Mas,
consultando amigos conquistados na viagem anterior, fui informado que há outros
menos divulgados e até melhores que os anteriores.
Meus amigos fizeram várias sugestões e acatei
algumas. O Roteiro já elaborado vai sofrer um afinamento, mas também estou
considerando aquela descida ao Uruguai abortada na primeira viagem assim como
uma chegadinha à Buenos Aires a fim de dançar um Tango.
Vocês verão e lerão tudo quando lá estiver, nas
postagens do Diário de Bordo.
5ª Restrição – Também consequência da primeira,
muitas estradas serão repetidas, mas a quarta restrição minimiza este problema.
Fiz outras modificações no trajeto original, mesmo
que tendo de passar em lugares pouco atrativos. Sendo assim, como exemplo,
iniciarei pela Dutra até pouco depois de Itatiaia e pegar à direita com destino
a São Lourenço. Uma estrada maravilhosa com paisagens únicas. E de São Lourenço
para Campinas cuja estrada não conheço e espero que seja melhor que a Dutra.
Outra modificação será não passar pela rodovia 116
quando estiver indo para o Uruguai. Irei pelo interior, de Porto Alegre à
Santana do Livramento. Isso evitará aquela sonolenta e indigesta reta da 116. O
lado ruim é que não passarei em São Lourenço do Sul onde comemos um peixe dos
Deuses e os donos da pousada foram muito simpáticos e atenciosos.
6ª Restrição – Provavelmente terei de fazer uma
revisão na moto e dependendo de quantos quilômetros vou rodar de hoje até o
início da viagem, vou ter de trocar os pneus. Preciso pensar nisso, mas só
poderei fazê-lo quando estiver mais próximo da partida.
À princípio serão 20 dias mas estou pensando
seriamente em esticar esse prazo. No decorrer do afinamento do roteiro eu vejo.
Mas o Planejamento não passa apenas por identificar
as restrições e determinar o roteiro, a lista de itens necessários está pronta, também
aguardando apenas seu refinamento.
Agora, estou verificando as ofertas de hotéis e
nesse caso tenho que considerar além do custo, garagem, internet e café da manhã. Tendo
esses itens, água quente, aquecedor/ar condicionado e limpeza deve ser consequência.
Espero.
Mas como no sul as pessoas são mais sérias, isso
não deve ser problema.
A relação das prováveis despesas também está sendo elaborada
e os números iniciais mostram um gasto diário em torno de R$ 350,00 computados apenas
o básico: gasolina, pedágios, lanches durante a viagem, o custo das barras de
proteína, jantar e diária de hotel.
Também preciso mexer o corpo a fim de adquirir condicionamento físico. Confesso que isso será um saco, mas é preciso.
Bom pessoal, por enquanto é só, assim que tiver novidades significativas posto aqui.
A ansiedade começa a bater na porta e preciso fazer
um trabalho de auto contensão para não pirar na batatinha.
Até a próxima.
Até a próxima.