segunda-feira, 26 de março de 2012

NOVIDADES, DELICIOSAS, DE SAMPA





“Então as coisas estão melhorando?”

“Pois é, foi só passar um tempinho e as coisas começaram a entrar nos eixos.”

“Que ótimo, fico feliz por você. Gostaria de saber detalhes, mas estou atrasada para um compromisso. Depois nos falamos com calma. Beijo no seu coração.”

“Obrigada, Sim, nos falamos depois. Outro beijo.”

Duas dessas pequenas e aparentemente inofensivas frases são algo de mais escroto que eu conheço.

Elas estavam na parte, que ouvi sem querer, de um diálogo no Metrô de Superfície indo para o trabalho.

“Ótimo, fico feliz por você.” e “Um beijo no coração.” soam como Metrôs de Superfície.

Não entenderam? Então me deixem esclarecer. Ele está lá, “age” como se metrô fosse, mas na realidade nada mais é do que um ônibus safado, metido a besta; só porque tem ar condicionado e pára em menos pontos (estações, ridículo!).

E você que já se acostumou com mais essa e fica vendo os Big Brothers da vida, nem repara que está sendo enganado, mais uma vez.

Hehehe!

Por mais que a pessoa queira a sua felicidade, “fico feliz por você” soa como se o real sentimento seja de inveja ou:

“Isso não acontece comigo! Sua sem vergonha!”

Pior é “Um beijo no coração!” Essa me parece de uma falsidade gigante.

Como esse é um ato fisicamente impossível de ser feito a não ser que você mate a pessoa e retire seu coração para beijá-lo; esse sim passa a ser o verdadeiro desejo daquele que manda “um beijo no seu coração!”; matá-lo e ter seu coração nas mãos para ter certeza que você não vai voltar.

Mas foi exatamente esse diálogo que me ajudou ver que nem sempre as coisas são tão ruins e que mesmo sendo, um dia elas começam a melhorar.

“Sob que pretexto essa metamorfose acontece?”

Ora meus caros aí vocês já estão querendo que eu saiba demais. Eu não faço a menor idéia de como nem porque essas coisas acontecem só sei que acontecem e está acontecendo comigo agora.

É sabido que não estava gostando nada de estar “morando” três depois quatro dias em São Paulo. Algumas situações no ambiente de trabalho, a falta de outras no âmbito social me faziam desejar estar sempre em casa junto de meus queridos filhos, minha mãe e de @Boris Staford em detrimento da necessidade de labutar por Reais quase que inexpressivos diante dessa dor.

Mas o tempo foi passando, as coisas acontecendo e foram entrando nos eixos. A saudade existe e não é finita, mas agora é compreendida.

Há algumas semanas após o aniversário desta enorme metrópole, quando escrevi em sua homenagem aqui nesse humilde bloguinho, vejo que minha maneira de vê-la deixou de ser apenas crítica para adquirir ainda escassos percentuais de admiração. Escassos sim, não sou facinho como muitos, mas já é alguma coisa!

Os atendidos pelo metrô, mesmo sendo número pequeno, são muitos. Dependendo da hora parecem formigas entrando e saindo das quase que centenas de estações espalhadas pelos bairros da cidade. Ainda falta muito para o ideal, mas São Paulo, nesse quesito, está muito à frente de qualquer outra cidade deste enorme país.

Não vou discutir de onde vem a grana para bancar isso e outras cositas mais. Não interessa se o progresso de Sampa ocorre em detrimento do de outras cidades. Isso para mim é conseqüência de administrações corruptas e vendidas que deixam escapar por entre seus dedos as oportunidades que surgem em forma de investimento interno ou externo. Dedos de mãos imundas com os inúmeros conchavos que acabam em roubos milionários e oportunidades que acabam em São Paulo devido a isto.

Não que Sampa não seja corrupta. Não senhores, nesse ponto ela é tão suja ou mais quanto qualquer outra, mas aqui se rouba, mas se faz. É correto? Não, mas é menos incorreto. Já que só temos essas duas opções é menos ruim ficar com a segunda. Há uma terceira, mas vocês não votam corretamente, fazer o quê?

Mas essa cidade está me surpreendendo. O taxistas são atenciosos e corretos, salvo uma minoria meio carrancuda. Nos bares e restaurantes, mesmo com nossa característica descontração, somos bem tratados e os paulistanos com quem convivemos profissional ou socialmente estão mais agradáveis do que os que encontrei há pouco mais de quatro anos atrás. Eles estão mais simpáticos e acessíveis.

Os motoristas respeitam a faixa de pedestres e não fecham os cruzamentos. Acreditam?

Tirando o trânsito caótico, a sujeira nas ruas e os sistemas de refrigeração que não foram concebidos para aturar essa onda de calor que assola a cidade; o resto, aliado a já conhecida maravilhosa diversidade culinária e cultural, está se configurando uma agradável surpresa.

Isso fruto de incursões feitas só ou não pelas milhares de avenidas, ruas e travessas da terra da garoa.

Posso dizer, sem medo de errar, que, com exceção da beleza e brilho dos mares, lagos e lagoas; da sinuosidade das curvas das montanhas e das mulheres e a temperatura e o tamanho do colarinho do chope, São Paulo não deixa nada a desejar a Cidade Maravilhosa.

E foi em uma dessas incursões que conheci, na rua Pascal em Campo Belo, um dos mais agradáveis ambientes da cidade.

Sob o número 1.195 uma construção unifamiliar foi transformada em um imóvel comercial e devido a divisão de espaços muito bem projetados e decorados nos transporta para momentos inesquecíveis de prazer.

A simpatia e simplicidade de Renata fazem com que esqueçamos sua importância no cenário culinário nacional e até internacional.

Iniciou suas atividades amadoristicamente quando ainda jovem ao brincar com os ingredientes para, de forma artesanal, esculpir bombons e derivados que com o tempo passaram a ser comercializados na faculdade e depois em cafeterias e afins.

Fez faculdade, enquanto “insistia” em seus dotes culinários. E após se formar em engenharia essa se tornou sua principal fonte de renda, mas por pouco tempo.

Não vou me alongar, pois as diversas reportagens espalhadas pelos vários meios de comunicação especializados ou não dissertam muito bem a trajetória vitoriosa desta grande empresária.

Sua irmã, uma colega de trabalho aqui em Sampa, foi quem me apresentou.

Filhas de japoneses preservam os fortes traços da descendência.

Foi à Cláudia que solicitei autorização da visita explicando que o motivo seria dar a vocês, meus escassos leitores, a oportunidade de conhecerem tão sofisticada e agradável atividade.


Teve início pela loja, ambiente agradável com certo ar solene, acompanhando a qualidade e sofisticação dos produtos ali comercializados.

Dispostos nas vitrines sem embalagens ou em embalagens transparentes, os itens possuem um brilho intenso, que em alguns deles, fazem o desavisado pensar estar em uma joalheria.


Moldados em fôrmas especiais vindas do exterior; mas a maioria é finalizada artesanalmente e/ou decorados a mão.

Alguns itens parecem esculturas que podem ser presenteados a pessoa especial em datas importantes ou ser o principal elemento da ornamentação de eventos.


Outros são realmente esculpidos como em argila com forma e acabamento de acordo com a encomenda do cliente que desejar maior exclusividade.

As delícias se espalham pelas vitrines e prateleiras deixando os clientes indecisos na escolha de qual consumir. Acaba sendo quais.

Destinados a todo tipo de público, sem discriminar idade há itens em forma de bichos, outros decorados com desenhos de bonecas, caras de palhaços, etc. Todos frutos da criatividade de Renata.


O sabor é, ou melhor, os sabores são resultado de experiências bem sucedidas em que ela mistura o ingrediente principal com iguarias da culinária mundial. Desde frutas, licores e pastas a itens como manjericão, outros tipos de folhas e até pimenta.

Os sabores se multiplicam quando ela diversifica com percentuais distintos de chocolate “amargo”.


Sim meus caros, estamos falando de chocolate e de Renata Arassiro a Embaixadora no Brasil da maior fabricante desse produto no planeta; a Barry Callebaut da Bélgica.



O local onde são feitos os produtos é composto de dois ambientes que não passam de oito metros quadrados cada e possuem equipamentos simples o que valoriza ainda mais o esforço e criatividade da Chef Chocolatière.

Duas funcionárias, uma na limpeza e outra na produção forma a equipe operacional e auxiliam no atendimento aos clientes, na limpeza e no atendimento as diversas encomendas recebidas de vários cantos do país.

Dos mesmos lugares são seus alunos que participam de cursos específicos no segundo andar da casa em uma ampla e muito bem montada sala.


Além da participação em diversos programas de TV ela presta consultoria para várias empresas ou empresários da área.

A primeira vista o manuseio do chocolate não perece complicado, um equipamento aquece à temperatura suficiente para ser moldado. Algum tempo depois são facilmente retirados das formas e então partem para serem decorados ou não.

Simples, não é? Também achei e essa simplicidade é que dá valor ao trabalho de Renata.

Mas o talento não está só na decoração ou em esculpir as peças, ele aparece também ao determinar a temperatura ideal para que os bombons tenham um acabamento diferenciado daqueles que você vê por aí escondidos em embalagens coloridas.


Morram de inveja, provei vários e todos estavam ótimos. Gostos distintos desde o tradicional até o mais exótico.

Não vou escrever mais, fiquem com vontade e não percam a oportunidade de conhecer e degustar tais iguarias. Não vão se arrepender.

www.renataarassiro.com.br
11-5092-49-77

Se fizerem contato, citem o blog, obrigado.

sábado, 3 de março de 2012

ENTRE ANÉIS E FERRADURAS



Prezados, após os festejos de Momo nos quais me diverti muito, temos um novo texto.

Século XXI, início do. O avanço tecnológico e descobertas científicas são notícias quase que diárias misturadas a nossas mazelas nas “páginas” dos diversos meios de comunicação. O conhecimento do ser humano é alimentado à velocidade quase que intangível, por notícias, oriundas das mais diversas partes do planeta.

Acredita-se nelas. Normal.

A informação parte de onde menos se espera e rapidamente é disseminada e absorvida como se fosse o último gole de água fresca e pura do cantil.

Junto com a informação verdadeira e teoricamente incontestável vêm as versões sensacionalistas produzidas pelos diversos interesses que povoam o planeta.

Essas versões chegam a você através dos filmes, propagandas, notícias plantadas, novelas, minisséries, etc.

Tudo direcionando o seu entendimento para aquilo que é de interesse daqueles que dominam um grupo, classe ou um estado. O Sistema.

Isso não é de hoje, Hitler foi um dos que melhor se utilizou dessa artimanha no mundo dito moderno.

Antes dele, Joseph Pulitzer – 1847 à 1911 - já previa:

"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma"

E aqui estamos.

Naquele tempo, com certeza, ele não imaginava as possibilidades que a invenção de Johannes Gutenberg – 1400 à 1468 – poderia nos oferecer.

A diversidade de opções de mídia hoje criadas pelo homem era como ficção científica inimaginável em épocas de piratas e caravelas. Mas com certeza Pulitzer já sabia das consequências.

Piratas que ficariam envergonhados diante dos montantes surrupiados hoje em dia sob a autorização de vistas cansadas da justiça que hoje é cega, às vezes surda e muitas vezes muda; mas que enxergava muito bem na época em que foi criada.

Sabe-se que os romanos a criaram para defender os mais abastados e seus bens dos ditos inferiores, a plebe. Esclareça-se que cá estamos falando do Direito e não da Justiça propriamente dita. Essa existe desde que o primeiro ser pensante surgiu evoluindo dos girinos e, diga-se de passagem, desde que se encontraram Justiça e Direito, muitas vezes, são conflitantes.

Talvez, tudo que se refere a este assunto é muito nebuloso, tenha sido durante o intervalo de tempo transcorrido entre o inocente invento de Gutenberg até os dias em que a cegueira da justiça tornou-se pública e notória, que o homem criou uma de suas mais devastadoras armas.

Criou?

Não sou profundo conhecedor da matéria, mas imagino que o marketing surgiu como forma de divulgar ações e produtos para um determinado número de pessoas; Público Alvo. E exatamente por essas características que entendo que ela surgiu muito antes.

Talvez antes mesmo dos tempos em que o homem começou a andar para frente, mijar em pé e beber água de quatro (muitos hoje libertos vão gostar desse último).

Meus escassos conhecimentos da história me lembram que a primeira campanha que se tem notícia foi o anúncio de que Adão comeu a Eva, ops! A maçã! Iniciando toda essa cagada em que vivemos até hoje. Surge aí a logomarca da “Apple”.

Em pouco tempo Caim matou seu irmão Abel, o primeiro fraticínio (está certo isso?) que se tem notícia. Surgiu a seção policial.

Depois, tivemos, outros e o anuncio dos Dez Mandamentos um dos principais.

Neste caso, a estratégia utilizada foi impressionante. Pegaram um dos humanos, deram-lhe poderes especiais, com isso uma credibilidade impressionante. Por um determinado espaço de tempo tiraram-lhe a credibilidade e lhe entregaram duas tábuas contendo o que deveriam ser as leis de todas as leis (olha a justiça aí); o que para muitos seria o ápice da campanha.

Mas na realidade, surpreendendo a todos e a todas, elas tornaram-se um meio para os humanos cruzarem desertos e mares de maneira sensacional e assim atingir o real objetivo que seria divulgar a Terra Prometida.

O segundo condomínio de luxo que se tem notícia (o primeiro foi um tal de “Éden”).

Todos sabem que devido aos problemas que lá ainda se multiplicam, essa foi uma das mais famosas propagandas enganosas de que se tem notícia. Até que resolveram criar a CPMF, mas aí é outra história e que história!

E assim, de evento em evento o Sistema vem manipulando os incautos com suas mentes desprovidas de conhecimento e consequente discernimento necessário para saber separar o joio do trigo.

As mentes mais esclarecidas, aquelas que não se dobravam a troco de uma dentadura ou pé de sandália, necessitavam de uma estratégia específica e uma das táticas utilizadas pelo Sistema foi prover diversão.

Até hoje é assim.

Pão e circo...

Quando no deserto David abateu Golias, Hércules arrancou as cabeças da Medusa e deu porrada no Minotauro surgiu o MMA mas estava complicado ver as batalhas então resolveram juntar as areias do deserto e os mais de mil cômodos do Labirinto em um único ambiente onde as pessoas estariam em volta degustando cada luta.

Ao ser desalojado do labirinto, Ícaro, influenciado por seu filho aborrecente frequentador de baladas, bebeu Red Bull, criou asas e voou.

Dessas unificações, o Coliseu foi o mais famoso deles.

Não satisfeitos (o Sistema nunca está), juntaram alguns animais quadrúpedes aos animais bípedes que já praticavam o esporte e criaram a carnificina “in door”.

Mas, com o aumento da especulação imobiliária os espaços foram se tornando escassos, foram diminuindo de tamanho e com quatro lados, criaram o ringue.

Talvez devido a violência do público, duplicaram os lados e levantaram as “paredes”. O Octógono.

O leque de opções de diversões se abriu e após uma disputa de bigas quando Judah Bem-Hur sofreu para vencer seu traiçoeiro amigo Messala, o Dick Vigarista da época, criaram-se as corridas. Daí, após evoluir, esse esporte tornou-se a Formula 1 dos dias de hoje.

Esses e outros foram Projetos de Mídia muito bem sucedidos lembrados, alguns cultuados, até hoje de várias formas pela humanidade.

Mas o mais conhecido foi o nascimento do filho do Criador de tudo e todos. A produção não tinha grandes atrativos e o orçamento foi modesto, mas todos se lembram da campanha, inclusive de detalhes específicos o que mostra o quão bem sucedido foi o Projeto.

Talvez ninguém imaginasse tamanho sucesso ao se colocar um casal com a mulher grávida cavalgando um burro, as margens do deserto aparentemente sem rumo devido a falta de vagas nas estalagens da região.

E que a cena seguinte da mulher ao lado do marido, já com o rebento deitado em uma manjedoura todos sob uma velha cobertura de palha; cercados por um boi, dois pastores de ovelhas e o burro; recebendo a visita de três Reis, guiados por uma estrela (o único efeito especial da campanha); fosse tão significativa para milhões de pessoas até hoje.

E assim o Sistema vem convencendo a gregos, troianos, romanos e até mesmo alemães residentes do Complexo de mesmo nome hoje “tomado” por ele representado por uma UPP salvadora. Hahaha!

Trouxas!

Você, que se gaba pelos conhecimentos adquiridos ao tentar sobreviver das armadilhas da vida, por suas façanhas, suas posses e conquistas não consegue ver que é o principal objetivo da ganância do Sistema.

Eu diria vítima.

Torna-se consumidor voraz de itens completamente desnecessários apenas para se manter igual ou superior aos demais incautos de sua sociedade. Com isso, toda a cadeia criada para te enrolar e fazê-lo desviar seus pensamentos dos reais problemas e consequentes necessidades, suas verdadeiras necessidades, torna-se bem sucedida.

Tiram a educação, saúde e condições mínimas de sobrevivência de seus semelhantes em troca do Carnaval, futebol, etc. Condições essas que se atendidas reverteriam à você consequências positivas como poder andar com segurança sem ser obrigado a sofrer ou presenciar situações desagradáveis e/ou constrangedoras.

Cerceiam seu direito de ir e vir exigindo ordem quando não disponibilizam condições para tal; te deixando preso atrás de grades que cercam os prédios e condomínios erguidas sob suas expensas.


Sim prezados, o Sistema é MAU tal qual o Lobo. Ele sim, literalmente come criancinhas de maneira disfarçada permitindo-as cheirar cola, fumar crack ou prostituírem-se, etc. E se utiliza disso.

“De que forma?”

Sob a forma de notícias, para angariar verbas a fim de tratar dessas mazelas, mas na realidade todos sabemos o destino desse dinheiro.

E o lenhador que poderia abrir a barriga do Sistema e salvar a todos, deve estar vendo “Big Brother” ou “A Fazenda”.


E o pior, discute com seus iguais sobre isso.

O Sistema faz você se comover de tal forma que mesmo já pagando impostos mais que suficientes, se desdobra em ações ou mesmo espécie (dinheiro) para custear os “Criança Esperança” da vida em uma bitributação deslavada e criminosa, esquecendo-se dos verdadeiros responsáveis por sanar as deficiências criadas por ele.

As pessoas estudam, se esforçam, se formam, reformam e pós graduam, pois o local onde deveriam se preparar para o dia a dia não as prepara mais. As escolas públicas são instituições quebradas e as particulares só visam o lucro.

Os professores mal sabem falar.

Como aprender?

Agora, para viver a vida as pessoas precisam se Pós Graduar, fazer Doutorado ou Mestrado porque as faculdades, hoje instituições cuspidoras de “Profissionais Anelados” pelos ares, não estão preocupadas com a qualidade do conhecimento transmitido.

Mesmo assim, o Sistema consegue fazer essas pessoas crerem que estão bem preparadas e por isso elas adquirem soberba, desandando a escrever, falar e fazer besteiras pelos quatro cantos. Como se ventiladores fossem.

Vejamos na minha área, Construção Civil. Há muito obras monstruosas são feitas. Recentemente iniciou-se um processo voraz de implementação de novas tecnologias e formas de se fazer obras.

Termos como Reengenharia, Gerência de Projetos, Projetos, gestão procedimentos, qualidade, Stackholders, demanda, metodologia, impacto, Pareto, segurança, etc. surgiram em poucos anos. Novas maneiras de projetar, planejar e construir também.

E, apenas para ficar mais fácil o entendimento para vocês; os prédios antes erguidos em no máximo dois anos hoje com todos os modismos, leva-se de três a quatro para construí-los.

Como o prazo, o custo também aumentou.

Em resumo, o cara estuda inventa novidades, mas sem nenhum ganho efetivo.

Ok, há algumas melhoras, na qualidade, na segurança, mas no geral...

E neguinho embarca na onda, pois o Sistema incentiva e com isso surge mais uma indústria; a da certificação. É tanta certificação que parece até fim de feira. Tudo pago.

A síntese é que aquilo que as pessoas deveriam aprender no ciclo escolar até o fim da universidade, desdobra-se em especializações, MBAs, Mestrados, Doutorados, etc.

Os diplomas e Certificados são pendurados nas paredes, mas o que se aprendeu para conquista-los raramente é utilizado.

Então não é necessário?

Esse pseudo conhecimento é guardado nas mochilas coloridas ou não. E lá é esquecido.

“As mochilas de hoje nada mais são do que as cangalhas dos tempos dos tropeiros.”


E os anéis permanecem nos dedos, brilhantes e cheios de simbolismo ornamentando mãos que digitam asneiras nas redes sociais e demais meios de convívio virtual, quando seus donos poderiam conviver de forma natural.

O toque de peles antes tão desejado é feito a alguém distante em teclas frias de um teclado próximo.

Rostos e corpos são vistos através de câmeras acopladas a “smartphones” de última geração.

Beijos e muitas vezes sexo, são trocados como mercadoria barata nas baladas embaladas por doses cavalares de álcool potencializadas com energéticos, que fazem surgir as personagens anestesiadas que não vos deixam lembrar e saber se:

“Foi bom pra você também?”

Corpos antes bonitos e naturais são agora turbinados por produtos diversos transformando meninos e meninas em seres híbridos compostos de carne, osso, maquiagem e silicone.

Até as drogas são sintéticas.

Tudo “fake”.

Talvez por isso as uniões são tão facilmente desfeitas.


Tudo faz parte do Sistema absorvido e ao mesmo tempo alimentado por nós. Através de mãos que exatamente por isso deveriam estar portando ferraduras.

Como bem disse um grande amigo, Lélio Hall:

“O sistema coloca anéis nos dedos de quem não tem condições de usar ferraduras.”

O que pode ser complementado por:

“O burro de burro nada tem.”